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Trabalho HP filme Amadeus

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Apresentação
 
 O presente trabalho visa analisar criticamente o filme Amadeus assim como relacioná-lo com o aprendido em sala de aula e no livro “A construção do eu na modernidade” de Pedro Santi o qual relata vários aspectos importantes referentes ao surgimento da psicologia e a importância que os períodos históricos tiveram para a formação da mesma.
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 SÉCULO XVIII
CARACTERÍSTICAS DO ILUMINISMO
O eu desliga-se da visão de si como totalidade, e obtém um aspecto de apresentação social, valoriza-se a auto-imagem cultivada e civilizada que encobre o que constitui o que habita no interior das pessoas assim como seus segredos, funcionando como uma máscara que se usa diante da sociedade e se retira no ambiente privado sendo assim e necessário desvendar essa máscara que separa público do privado. 
A vida urbana e civilizada será acusada de afastar a natureza do homem.
Dessacralização do mundo - a crença em um deus onisciente e onipresente deixou de dominar as experiencias do homem ocidental.
Século do artificio – Era utilizado muitos adereços e armações, as roupas eram de corte e muito rebuscadas o que acabara por esconder a forma real do corpo que as vestisse.
Século das luzes – Onde a razão não possui influência moral ou religiosa sobre qualquer objeto, inclusive a si mesma.
Aumento das etiquetas e multiplicação das regras de conduta​ – Para estabelecer a hierarquia e precedência entre as pessoas.
CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO
Representação de uma espécie de saudosismo de uma natureza perdida pelo homem, ao qual é preciso reencontrar.
O romantismo nasceu como um movimento de critica a modernidade, ou ao menos uma crítica ao iluminismo com seu exagerado racionalismo. 
Recusa ao princípio cartesiano segundo o qual o homem se caracteriza como um ser pensante, o romantismo fez ressaltar que a essência humana está em sua natureza passional.
Forte crítica a racionalidade, porém sem escapar do campo da modernidade.
Representação de um eu profundo, interior, puro, aquém da corrupção da influência do meio; crença ainda em uma individualidade absoluta, irredutível a qualquer explicação e controle, acaba por se mostrar um modo a mais de afirmar um sujeito como fundamento.
Realidade encoberta – Não temos acesso direto a verdade e sim a uma parcela dela.
Ideia de Gênio – Pessoa dotada de uma habilidade a qual exerce com êxito e se diferencia dos demais.
Movimento cultural e artístico no final do século XVIII, do qual Goethe fez parte, o sturnm and drang (“Tempestade e ímpeto”), quando pensamos em romantismo nos veem a imagem de delicadeza e suavidade amorosa, porém o título alerta-nos que o romantismo está muito longe disso.
SÉCULO XIX
CARACTERÍSTICAS DO ILUMINISMO
Do iluminismo mesmo que critico origina-se o eu epistêmico que sucedeu em uma forma de ser absolutamente presente para nós, que resgata de forma atualizada a experiencia medieval: onde cada um possui o seu lugar dentro de uma ordem maior e não há lugar para a determinação individual. Esse eu se anula enquanto determinante de sua ação.
 A religião, a família, e as organizações políticas representam ainda instituições que se alimentam e exercem para este modo de ser, não há questionamentos de que do início da industrialização no século passado à produção em escala atual, o trabalho tem exigido um tipo de engajamento semelhante que refere-se ainda ao movimento cartesiano de tomar o próprio “eu” como sujeito capaz de tomar a natureza como objeto de conhecimento e uso; e aqui surge o desdobramento, o próprio eu acaba por se tornar objeto de uma técnica.
A Crítica ao humanismo chegará ao seu ponto máximo, ao mesmo tempo em que a ideia de individualidade se aprofunda. Desse duplo movimento surgirá a demanda por um profissional da “crise de subjetividade”.
CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO
Manifestação múltiplas concepções, dentre os quais vários são anti-humanistas, na medida em o eu encontra-se diminuído perante um elemento maior, como por exemplo: paixão, causa e nação, etc. No entanto sob outra perspectiva o romantismo é fundamental na construção do sentido de interioridade e profundidade da alma humana, estabelece-se um dos fundamentos que poderíamos denominar de individualismo.
Concepção de paixão, originada no romantismo do século XVIII, adquira uma forma filosófica clássica com Arthur Schopenhauer. Em sua obra mais conhecida, O mundo como vontade e representação, ele exibe a noção de que o mundo é composto por estes dois elementos - vontade e representação. A primeira seria uma substancia universal, uma energia que subjaz a tudo; a segunda é assimilável à "ideia" em Platão. Cada coisa existente é, em última instância, uma manifestação da vontade, inclusive o homem.
Estabelece o elemento anti-humanista. O homem, que acreditava ser a obra prima da criação, centro do universo e dono de uma vontade consciente, livre para se tornar o que bem quisesse, vê mais que o espelho da vontade, segue-se daí que a vida acompanhará à vontade com a mesma inseparabilidade com que a sombra acompanha o corpo: onde houver vontade, haverá também vida, mundo. A vida está, portanto, assegurada ao querer-viver, e por quanto isto subsista em nós, não devemos preocupar-nos pela nossa existência nem mesmo diante da morte. Bem vemos o indivíduo nascer e morrer, mas o indivíduo é apenas um fenômeno; não existe senão pelo conhecimento submetido ao princípio de razão, que é o princípio de individuação: nesta ordem de ideias, certamente o indivíduo recebe a vida como um dom: oriundo do nada e despojado do seu dom pela morte, ao nada retorna.
Edgar Allan Poe: Autor americano, nascido em 1910, traz aspectos do romantismo que terá repercussão mais imediata e próxima à Psicologia: o da ideia de níveis de profundidade da alma humana. Ele mergulha na alucinação e, de lá, traz a fonte de sua inspiração. O poema dele é marcado por uma profunda melancolia. Como era quase típico do artista romântico, ele morre antes dos quarenta anos. Um último aspecto referente ao século XIX, diz respeito a ele ter sido marcado pelo conto de terror e pela invasão do lado escuro da alma humana, como por exemplo nas obras Dr. Jeckill e Mr. Hide, Frankenstein ou drácula.
Um dos principais pintores românticos é o inglês Turner, cuja obra apresenta frequentemente a grandiosidade das forças da natureza diante da impotência humana. Um dos seus temas mais comuns é a tempestade sobre o mar.
Musico Richard Wagner a música adquiriu conotação política, em busca da mobilização do povo alemão.
 CARACTERÍSTICAS DOS MODOS DE SER DO EU 
 Eu moral - Referente aos costumes, poderíamos derivar um eu moral​, atento ao autocontrole em função de exigências sociais. Por este modo, a concepção do eu é dada pelo reconhecimento externo, ele busca auto afirmar-se e, para tal, investe na aparência e obediência a regras de conduta pregadas por aqueles que toma como autoridades, moldando-se aos ideais que tem em tomo de si: um eu social, digamos. Este eu é um grande consumidor de moda, de livros de autoajuda e de biografias de personagens públicos. Ele busca sempre algo ou alguém (um horóscopo ou uma tipologia psicológica) que lhe diga quem ele é. Aqui o eu é tomado como objeto, ele deve sujeitar-se a padrões.
 Eu interiorizado - Tendo sua expressão máxima no romantismo, veríamos o eu interiorizado​, que retrataria em grande proporção a questão do individualismo e da profundidade. Ele realizaria uma certa interrupção com os valores externos e um movimento de reflexão, no sentido da construção de si. Ele partiria de um desencanto com as aparências e descobriria os níveis de profundidade no homem. O eu romântico corresponde ao sentimento de obtermos
algo absolutamente único que, por mais que se tente, não se deixa conhecer ou controlar totalmente.
 Eu epistêmico - O Iluminismo, mesmo que crítico, origina o eu epistêmico​. Trata-se do sujeito do conhecimento; o cientista, enquanto sujeito dessubjetivado, ou seja, capaz de despir-se de todos os seus desejos e particularidades e ser objeto em suas observações e experimentos com os fenômenos naturais. Ele acredita poder ser neutro, não interferir naquilo sobre que se debruça. 
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FILME AMADEUS (1984)
 O filme Amadeus retrata a vida de Mozart que é contada e relembrada por Salieri dentro de um manicômio durante uma confissão, o qual possuía uma relação de admiração e ódio para com Mozart.
 No decorrer do filme fica evidenciado diversas características dos diferentes períodos históricos citados acima referente ao século XVIII são elas a valorização da apresentação social onde a imagem diante da sociedade era uma realidade mascarada, procurava-se encobrir o que constituía eu, usando-se uma máscara para esconde-la observada principalmente em Salieri que mesmo possuindo um ódio por Mozart em situações diante da sociedade controlava-se não demonstrando seu obscuro sentimento guardando-o em seu íntimo, o que acaba por distanciar as pessoas de suas verdadeiras naturezas. A crença em um deus onisciente e onipresente deixa de dominar, porém podemos citar Salieri como um exemplo de crença em um deus onisciente e onipresente visto que em várias cenas ao decorrer do filme observa-se diversos pensamentos dele em que diz que Mozart era agraciado por deus e que deus residia nele, privando-se assim de alguns desejos para ser abençoado por deus fazendo sucesso com suas obras ou obtendo inspirações para novas composições. Com a dessacralização do mundo e a imposição de valores pragmático e com fundamento no homem, o interesse do estado era manter controle sobre o que o homem fazia, e os pensamentos do mesmo possuíam completa liberdade. No filme a forma de governo predominante é a monarquia, fica claro o controle que existia sobre o que o homem faria em diversos trechos como por exemplo no trecho em que o rei proíbe a dança de balé nas apresentações, o rei criava as leis e controlava através delas as ações humanas, Salieri obtinha pensamentos de ódio em algumas situações, porém não executara o imaginado ou pensado controlando-se diante das situações. O século XVIII é o século das luzes (razão livre de qualquer influência religiosa ou moral) e dos artifícios, em Amadeus nota-se o uso de roupas sofisticadas, de corte, com muitas armações e adereços, que escondiam a forma do corpo que as vestisse.
 No romantismo observa-se a necessidade de reencontrar a verdadeira natureza do homem que antes fora perdida pela imposição de ideias que para a sociedade seriam as corretas, retomar o que não se observava mais pela imposição de valores e normas como já citado acima, o filme pairava sobre essa imposição, aquilo que demonstramos a sociedade é apenas o que habita de bom dentro de nós, e o privado aquilo que seria antissocial, Salieri não expunha seu ódio por Mozart, pois sabia que isto seria bem visto na sociedade. O romantismo critica a racionalidade, porque acredita em um eu profundo puro sem corrupção e influencia, o que se mostra inexistente no filme. Observa-se ainda nesse período a ideia de gênio, que é uma pessoa provida de talento e que o realiza com um êxito não notado em outras pessoas, como por exemplo Mozart.
 Arthur Schopenhauer em sua obra O mundo como vontade e representação, apresenta a ideia de que o mundo é formado por estes elementos, evidenciado pela vontade de Salieri e Mozart em compor belas obras e a representa-las.
 Edgar Allan Poe inaugurou a ideia de níveis de profundidade da alma humana, trazendo de suas alucinações inspirações, marcado com obras melancólicas, e também marcado pelos contos de terror e a invasão do lado obscuro da alma humano, lado obscuro esse facilmente encontrado no ódio de Salieri. 
 Richard Wagner com ele a música adquiriu conotação política, em busca da mobilização do povo alemão, nota-se essa estratégia diante das obras encomendadas pela corte compostas por Mozart e Salieri. 
 No século XIX constata-se a existência de diferentes eu são eles: eu moral baseado no controle social, ele valoriza a aparência e obediência as regras de conduta impostas pelas autoridades, moldando-se aos ideais que tem em torno de si, os eu morais do filme são Salieri que preocupava-se em manter a aparência social e obedecer as regras de conduta diante da sociedade assim como os conselheiros e Catarina personagem que atuou em uma das operas e que se preocupava muito com a aparência diante da sociedade. 
 Eu interiorizado representa o individualismo e a profundidade da alma, possuímos algo completamente único que mesmo que se tente não se consegue conhecer ou controlar integralmente, esse descontrole é observado novamente em Salieri que por mais que tentou controlar seu ódio não teve êxito e acabou afastando sua racionalidade por conta deste sentimento e em Mozart devido ao seu comportamento diante de suas paixões, e a profundidade que ele chegará para produzir suas obras trazendo do seu interior inspirações.
 O eu epistêmico trata-se do conhecimento, lógica, razão, acredita-se ser neutro resulta-se dele o modo de ser completamente presente para nós, identifica-se com a instituição que está ligado e sua vida é absorvida recusando-se a uma solicitação tomada como traição, percebido no comportamento de Salieri onde dedicava-se muito as suas composições da corte ao qual era o compositor oficial.
 No romantismo o eu aparece reduzido diante de um elemento maior, como a paixão, causa, nação, etc. Ele é essencial para o desenvolvimento do sentido de interioridade e profundidade da alma, formando a base do individualismo, perceptível pela devoção a nação que lhe representa, como por exemplo os conselheiros, o rei, ou pelo Mozart que se entregava a suas paixões e suas obras. 
 Nota-se que o eu não é único e integral de uma definição sendo totalmente epistêmico, moral ou interiorizado o eu pode variar tendo atitudes de eu diferentes conforme a realidade ou momento em que o eu está passando. 
 
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CONCLUSÃO
 O presente trabalho observamos que o filme Amadeus possui diversas características condizentes com o século XVIII e XIX períodos históricos estudados que tiveram grande importância na construção da sociedade e na psicologia. Além de adquirir mais conhecimento referente a Mozart um dos maiores músicos que já existiu, obtém-se conhecimento referente a características típicas das pessoas de determinadas épocas muito divergente com a época atual.
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REFERÊNCIAS
SANTI, P. L. R. A Construção do Eu na Modernidade. 6a ed. Ribeirão Preto/SP: Holos, 2009. Capítulos 10,11, 14 e 15.

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