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Curso Medicina Atual em Neuroimagem – aula 12 1 
Doenças degenerativas da coluna vertebral 
 
Flávio Túlio Braga1 
 
1 – Médico Radiologista da Santa Casa de Misericórdia e do Centro de Medicina Diagnóstica Fleury, 
São Paulo, SP. 
 
 
1 – Introdução 
 
As doenças degenerativas representam um importante problema de saúde pública sendo sua 
sintomatologia uma das principais queixas nos consultórios de ortopedia e neurologia. Estatísticas 
americanas apontam que cerca de 70-80% dos indivíduos adultos apresentarão dor lombar durante algum 
período da vida. 
 
A tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) revolucionaram o diagnóstico das 
várias anomalias da coluna vertebral e seus conteúdos influenciando de maneira decisiva nas opções 
terapêuticas. O objetivo desta aula será demonstrar, por meio de imagens de TC e RM, as principais 
alterações degenerativas da coluna vertebral. 
 
 
2 – Lesões degenerativas da coluna 
 
2.1 – Lesões ósseas, articulares e ligamentares 
A espondilose apresenta como achado primário o osteófito. Este resulta da fraqueza das fibras anulares 
com protrusão do disco e tração das fibras de Sharpey. Na coluna cervical merece destaque a artrose das 
articulações uncovertebrais, grande responsável pela redução da amplitude dos forames intervertebrais com 
compressão radicular (figura 1). 
 
O nódulo de Schmorl caracteriza-se pela herniação intra-somática do disco intervertebral, através de área 
de fragilidade no planalto vertebral (figura 1). 
 
A espondilolistese representa o escorregamento de um corpo vertebral sobre o outro estando, neste 
contexto degenerativo, relacionada a uma instabilidade articular e ligamentar (figura 1). 
 
 
 
Curso Medicina Atual em Neuroimagem – aula 12 2 
 
 
Figura 1. Em A observamos a exuberante reação osteofitária marginal nos corpos vertebrais 
(setas contínuas), a esclerose dos planaltos vertebrais (seta pontilhada) e a hipertrofia dos 
processos espinhosos (asterisco). Há, ainda, listese anterior de L4 sobre L5 (ver 
desalinhamento do muro posterior destas vértebras formando um “degrau”). Em B 
observamos as alterações degenerativas das articulações uncovertebrais, que se mostram 
escleróticas e hipertrofiadas, com redução da amplitude foraminal. A figura C demonstra 
herniações intra-somáticas (Schmorl). 
 
 
A artrose interapofisária caracteriza-se por osteófitos marginais, redução do espaço articular, esclerose e 
cistos subcondrais, espessamento cápsulo-ligamentar e cistos sinoviais. Estes últimos, quando projetados 
anteriormente às articulações interfacetárias, podem determinar compressão radicular (figura 2). 
 
 
Figura 2. Artrose interapofisária. Em A observamos a exuberante reação osteofitária marginal nas facetas 
articulares com redução do espaço articular (setas). Em B observamos hipertrofia das facetas articulares, 
derrame articular à direita (seta contínua), espessamento dos ligamentos amarelos (setas pontilhadas) e 
cistos sinoviais projetados anteriormente às articulações (asteriscos). Nota-se, ainda, hipohidratação e 
alteração morfológica do disco intervertebral e redução da amplitude do canal vertebral. 
 
 
As modificações reacionais dos planaltos vertebrais são classificadas por Modic em: Modic I (tecido fibroso 
vascularizado/edema – hipossinal em T1 e hipersinal em T2), Modic II (degeneração gordurosa – hipersinal 
em T1 e T2) e Modic III (esclerose óssea – hipossinal em T1 e T2) (figura 3). 
 
 
 
Curso Medicina Atual em Neuroimagem – aula 12 3 
 
Figura 3. Em A observamos hipersinal dos platôs intervertebrais em T2 e hipossinal em T1 (Modic I-
edema). Em B observamos hipersinal dos planaltos vertebrais nas seqüências T1 e T2 (Modic II-gordura). 
 
 
 
2.2 – Lesões discais 
 
A degeneração discal é um processo complexo que começa precocemente na vida, decorrente de uma 
variedade de fatores ambientais, principalmente o envelhecimento natural. É um processo contínuo e 
inexorável. Cerca de 85-95% dos indivíduos apresentam algum grau de degeneração discal com a idade de 
50 anos. 
 
Esse processo degenerativo ocorre devido a uma desidratação progressiva que promove redução da altura 
discal, levando a um desequilíbrio de forças com sobrecarga dos planaltos vertebrais e articulações 
interapofisárias. Há ainda fissuras na zona núcleo/anel que podem promover estímulo de nociceptores. 
Calcificação ou gás podem ser vistos no interior do disco degenerado (figura 4) 
 
 
Figura 4. Em A observamos hipossinal em T2 dos discos intervertebrais de L4/L5 e L5/S1, com redução da 
altura deste último, traduzindo hipohidratação. Em B observamos hipersinal linear na margem posterior 
discal compatível com fissura do ânulo fibroso. Em C observamos degeneração gasosa discal/ “fenômeno 
do vácuo”. 
 
 
 
Curso Medicina Atual em Neuroimagem – aula 12 4 
As alterações morfológicas discais podem ser classificadas em abaulamento difuso (“bulging disc”), hérnia 
protrusa (comprometimento focal com base de implantação no disco maior do que qualquer outro diâmetro) 
e hérnia extrusa (comprometimento focal com base de implantação no disco menor que qualquer outro 
diâmetro). Nos casos de extrusão discal, se houver fragmentação do material herniado, com perda de 
contato com o disco, denominamos seqüestro discal (figura 5). 
 
 
Figura 5. Em A observamos um abaulamento discal concêntrico (“bulging disc”) associado à fissuras no 
ânulo fibroso. Em B observamos uma hérnia discal protrusa (seta) com compressão da raiz nervosa 
adjacente (círculo). Em C, uma hérnia discal extrusa com compressão das raízes da cauda eqüina e 
redução da amplitude do canal vertebral. Em D caracterizamos um seqüestro discal. Observar que não há 
contato do fragmento com o disco de origem (seta). 
 
 
3 – Considerações finais 
A avaliação por imagem da coluna vertebral necessita de um amplo conhecimento da fisiopatologia dos 
processos dolorosos e da correlação clínica dos achados, devido à grande variedade de fatores envolvidos. 
A lombalgia tem etiologia multifatorial e a decisão terapêutica muitas vezes é complexa. Quando as 
condições patológicas não são bem identificadas os resultados do tratamento podem ser insatisfatórios. 
 
4 – Leitura recomendada 
Gallucci M et al. Degeneratives disorders of the spine. European Radiology 2005;15:591-598. 
 
Fardon DF et al. Nomenclature and classification of lumbar disc pathology. recommendations of the 
Combined Task Forces of the North American Spine Society, American Society of Spine Radiology, and 
American Society of Neuroradiology. Spine 26;(5):E93-E113. 
 
Scott W Atlas. Magnetic resonance imaging of the brain and spine. Lippincott Williams & Wilkins; 3rd edition, 
2002. 
 
Stoller DW. Magnetic Resonance Imaging in Orthopedics and Sports Medicine. Lippincott Williams & Wilkins; 
3rd edition, 2006.

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