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[Digite aqui] Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 2 www.estetus.com.br Sumário ANATOMIA PALPATÓRIA ................................................................................. 3 A ORTOPEDIA ................................................................................................... 3 ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR ..................................................... 4 SEMIOLOGIA ORTOPÉDICA .......................................................................... 13 LESÕES DA COLUNA CERVICAL .................................................................. 14 CERVICALGIA ................................................................................................. 16 LESÕES DA COLUNA TORÁCICA .................................................................. 18 DISTENSÃO MUSCULAR................................................................................ 19 SINTOMAS ....................................................................................................... 23 OSTEOPOROSE NA COLUNA ........................................................................ 37 LESÃO DA MEDULA ESPINHAL ..................................................................... 41 DOENÇAS MEDULARES NÃO TRAUMÁTICAS ............................................. 49 FISIOTERAPIA PARA A COLUNA VERTEBRAL ............................................ 52 TRATAMENTO PARA FRATURA NA COLUNA .............................................. 54 EXERCÍCIOS PARA COLUNA VERTEBRAL E A PREVENÇÃO DE LESÕES 57 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 58 Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 3 www.estetus.com.br ANATOMIA PALPATÓRIA Fonte: www.campcursos.com.br A palpação de estruturas anatômicas de superfície é uma habilidade indispensável que pode ser aperfeiçoada através da prática e instrução apropriada. Por causa de sua complexidade e variabilidade, a palpação é pouco utilizada no processo de avaliação. A falta desta habilidade compromete o raciocínio clínico dificultando a identificação precisa da causa sintomática. Embora considerado o primeiro passo, o conhecimento anatômico disponível em livros-textos é insuficiente para o desenvolvimento desta habilidade, que é difícil de ser aprendida somente por meio de descrições e ilustrações. É indispensável que o profissional tenha uma boa palpação. Para que isso ocorra ele deve conhecer a localização exata dos músculos e estruturas anatômicas. O próximo passo é saber reconhecer os pontos gatilho que se formam nas estruturas musculares e aos poucos o terapeuta manual irá desenvolver essa percepção manual dos pontos gatilho e de locais dolorosos nas estruturas musculares. A ORTOPEDIA Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 4 www.estetus.com.br A ORTOPEDIA tem por objetivo investigar, estudar, prevenir e tratar as afecções do aparelho locomotor e de sustentação, excetuando o tratamento clínico das afecções miopáticas, neurológicas e reumáticas autoimunes. O termo deriva das palavras gregas ORTHOS (correto, direito) e PAIDIOS (criança) e foi criado, em 1741, por Nicholas Andry, médico francês, para servir de título à sua obra que tratava da prevenção e correção das deformidades nas crianças. Evidentemente, a Ortopedia como parte da ciência médica já existia antes daquela data e as afecções ortopédicas e traumatológicas receberam grande destaque no Corpus Hipócrates. Alguns conceitos no tratamento de fraturas ou manobras para redução de luxações têm validade ainda hoje e são de utilização cotidiana como será visto no capítulo sobre luxações. Por aparelho locomotor e de sustentação entende-se a coluna vertebral com o arcabouço torácico, bacia e membros. Os elementos básicos do aparelho locomotor são o osso, músculo e articulação além, naturalmente, de estruturas comuns a outros sistemas como vasos, nervos, tecido de revestimento, etc. As queixas mais frequentes do paciente ortopédico são dor, limitação de movimento ou deformidade. Este quadro, geralmente, leva a graus variados de incapacidade física com interferência nas vidas de relação familiar, social, laser e trabalho que podem repercutir enormemente em termos individuais, comunitários e até nacionais. Exemplificando, a lombalgia é, hoje, a maior causa de afastamento do trabalho e uma das maiores causas de aposentadoria por invalidez. A deformidade pode marcar o indivíduo ao estigmatizá-lo como aleijado e estas pessoas, além de lutar contra a própria deficiência física, muitas vezes, sofrem penoso drama íntimo causado por preconceito e discriminação. ANATOMIA DO APARELHO LOCOMOTOR Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 5 www.estetus.com.br O osso Fonte: www.anatomiadescritivaveterinaria.blogspot.com.br O osso representa o arcabouço do aparelho locomotor, mas, além de funções mecânicas é, também, elemento importante no metabolismo de sais minerais, na albergagem de tecido hemopoiético e nervoso, e nas inserções m u s c u l a r e s . Por definição, o osso longo é aquele que tem o comprimento muitas vezes maior que a largura. Lembre-se de que, por esta definição os ossos Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 6 www.estetus.com.br metatarsianos e metatarcapianos são também longos, apesar da pequena dimensão física. Todos os ossos longos têm uma estrutura básica comum. Há um corpo cilíndrico central chamado diáfise que apresenta no interior o canal medular, preenchido por medula óssea. No adulto a medula é pouco ativa no sentido de formar células sanguíneas e sofre depósito gorduroso. A parede da diáfise chama-se córtex que é formada por osso bastante denso e resistente - osso lamelar ou cortical. À medida que se avança para as extremidades, a diáfise alarga-se e a córtex vai adelga-se, dando origem à metáfise. Fonte: www.pt.slideshare.net Nesta região não há mais canal medular, pois, todo o osso está preenchido por lamelas ósseas que espacialmente assumem orientações variadas, formando o osso esponjoso. Não há demarcação nítida entre a diáfise e a metáfise, mas uma gradativa transformação de uma em outra. As extremidades do osso longo chamam-se epífises cujas superfícies são revestidas pela cartilagem articular. Nas crianças a epífise é formada pelo núcleo Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 7 www.estetus.com.br de ossificação secundário e pela cartilagem de crescimento que é estrutura bastante delicada, e responsável pelo crescimento longitudinal do osso. Portanto, no osso infantil, há demarcação nítida entre epífise e metáfise, representada pela cartilagem de crescimento (sinônimos: disco epifisário, cartilagem de conjugação, cartilagem epifisária, etc.). No adulto, a cartilagem de crescimento já não existe e também não há limite preciso entre metáfise e epífise. Esta é, também, constituída por osso esponjoso. Externamente, o osso longo é revestido por uma membrana chamada periósteo que tem, em sua parte mais profunda, células osteogênicas que, por um mecanismo aposicional, promovem o crescimento ósseo em espessura. O periósteo, na região epifisária, continua-se com uma estrutura equivalente que é o pericôndrio que, por sua vez, tem íntimo relacionamento com a periferia da cartilagem de crescimento. Internamente, revestindo o canal medular, há uma membrana semelhante ao periósteo, chamada endósteo, também capaz de produzir ou absorver osso. Normalmente há equilíbrio entre as atividades do periósteo e endósteo de tal maneira que, à medida que tecido ósseo vai sendo depositado na superfície externa, há reabsorção correspondente na superfície interna,de maneira a manter a córtex e o canal medular com dimensões definidas e proporcionais. Este mecanismo é muito importante para a remodelação óssea. Em algumas situações patológicas o equilíbrio pode ser rompido, formando-se ossos maciços ou então excessivamente ocos. Em ambas situações os ossos tornam- se frágeis e quebram-se facilmente. O osso como um elemento vivo necessita de aporte sanguíneo e a irrigação deve estar compatibilizada com sua estrutura. Basicamente há vasos epifisários, metafisários e diafisários. Eles penetram no osso através de orifícios que são numerosos nas extremidades, mas que, na região diafisária, são em número de um ou dois, sendo, nesta localização, chamados de forames dos vasos nutrientes. A superfície diafisária recebe, ainda, inúmeros pequenos vasos provenientes do periósteo. Assim que a artéria nutriente penetra no canal medular ela divide-se em um ramo ascendente e outro descendente que dirigem- Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 8 www.estetus.com.br se às extremidades e, à medida que vão se ramificando, nutrem a medula óssea, endósteo e parte do córtex. No adulto há ampla anastomose entre os ramos terminais da artéria nutriente, vasos epifisários e metafisários, mas, na criança, a cartilagem de crescimento representa uma barreira e normalmente vasos epifisários não se comunicam com os metafisários. Fonte: www.slideplayer.com.br Constituem exceção crianças abaixo de 18 meses em que alguns vasos metafisários cruzam a cartilagem de crescimento e penetram no núcleo de ossificação. Estes detalhes de irrigação são importantes para explicar a propagação de afecções infecciosas ou tumorais como será visto adiante. A menor unidade macroscópica do osso é a lamela óssea. No osso compacto elas estão justapostas, com orientação comum e deixando pouco espaço entre si. No osso esponjoso essas lâminas têm orientação variada, formando espaços ou lacunas que são preenchidas por medula óssea. Entretanto, em uma radiografia ou corte do osso esponjoso, verifica-se facilmente que há grupos de lamelas que têm orientação comum formando feixes que representam sistemas de reforço da estrutura e refletem regiões de descargas de forças. Wolff, em 1870, definiu a lei que hoje leva seu nome e que, resumidamente diz "a forma e a estrutura de um osso são um reflexo das forças e solicitações a que está submetido" (E eu reforçaria: na saúde e na doença). Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 9 www.estetus.com.br Sob o ponto de vista microscópico o tecido ósseo é formado por uma matriz orgânica (colágeno) impregnada por matéria inorgânica (sais de cálcio, fósforo, etc.). O elemento vivo é representado pelo osteócito que fica contido em espaços microscópicos denominados lacunas osteocíticas. Estas comunicam-se entre si por canalículos e dispõem-se formando círculos concêntricos em cujo interior há um canal vascular - canal de Havers. Espacialmente é como se houvesse um cilindro ósseo formado por empilhamento de anéis de osteócitos e um vaso central. Esta é a unidade fundamental do osso e denomina-se ósteon. Todos os osteócitos de um ósteon dependem da nutrição oferecida pelo seu canal de Havers central. Os canais de Havers, por sua vez, anastomosam-se uns com os outros e provêm de sistemas maiores chamados canais de Volkmann. Tenha em mente que a circulação óssea se faz através de tubos rígidos e, em algumas epífises, ela é terminal. Isto será importante no futuro. A articulação A articulação representa uma especialização da região de contato entre dois ossos e, basicamente, existe para permitir o movimento, embora algumas articulações como as do crânio sejam estruturadas justamente para impedir a movimentação. As principais articulações dos membros são do tipo diartroses (ou sinoviais) e têm estrutura básica representada pela cartilagem articular que reveste as extremidades ósseas e se assenta em um osso compactado chamado subcondral. Esta cartilagem é altamente especializada de modo a permitir o movimento com o mínimo de atrito e desgaste; é renovável por meio da divisão celular, porém tem capacidade de regeneração bastante limitada. As extremidades ósseas são unidas pela cápsula articular que, por sua vez, delimita a cavidade articular. A cápsula é revestida internamente pela membrana sinovial que secreta o líquido sinovial cuja função principal é nutrir a cartilagem articular que é desprovida de vasos. Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 10 www.estetus.com.br Fonte: www.pt.slideshare.net Esta nutrição é realizada por embebição e também por um sistema de bombeamento realizado pela movimentação. O líquido sinovial atua, ainda, como lubrificante e, em situações patológicas, pode ter sua quantidade aumentada, formando o derrame articular. Além do movimento, a articulação necessita de estabilidade que é conseguida ativamente pela ação muscular e, passivamente, pela cápsula articular, ossos e ligamentos. Estes últimos podem estar incorporados à cápsula ou se apresentar como estruturas individualizadas, podendo ser extra ou intra- articulares (exemplo: ligamentos cruzados do joelho). Algumas articulações apresentam meniscos no interior, cuja função principal é aumentar a estabilidade e redistribuir as forças. O músculo Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 11 www.estetus.com.br Fonte: www.monografias.com O músculo representa o motor articular e tem, também, importante função na estabilização da articulação. Para entender sua ação necessita-se saber a origem, trajeto, inserções e inter-relação com outros músculos. O sistema de contração muscular é complexo e compreende mecanismos voluntários e reflexos. Músculos que atuam conjuntamente para produzir o mesmo movimento são chamados sinérgicos, enquanto que aqueles que têm ação contrária denominam-se antagonistas. O resultado final depende da ação conjunta dos dois grupos pois, simultaneamente à contração de um músculo há o relaxamento dosado do antagonista. Em algumas situações este mecanismo está alterado e há grave perturbação funcional, como nas sequelas da paralisia cerebral e acidentes vasculares cerebrais. Macroscopicamente, o músculo possui um corpo e termina por uma estrutura individualizada que é o tendão. Este permite que o músculo possa atuar à distância de onde se situa, propicia localização precisa do ponto de aplicação da força e representa economia de espaço pois um grande número deles pode concentrar-se em regiões onde o espaço é exíguo como no pé e mão. Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 12 www.estetus.com.br Os tendões, muitas vezes, são superficiais, ficando sujeitos a traumatismos por objetos cortantes. É parte importante da semiologia o reconhecimento de tais lesões mediante testes adequados. Semiologicamente, muitos músculos podem ser testados por meio de movimentos específicos que o paciente realiza ou tenta realizar. Empiricamente pode-se avaliar a força muscular com o uso da escala: • 100% - Força muscular normal, vencendo grande resistência; • 75% - Força muscular regular, vencendo resistência moderada; • 50% - Força muscular fraca, vencendo a gravidade e não vencendo resistência; • 25% - Só realiza movimento se a força da gravidade for neutralizada; • 5% - há apenas traços de contração, sem movimentos; 0 - não há contração alguma. O músculo em repouso não está completamente relaxado mas apresenta um estado de contração basal chamado tônus. Em situações patológicas ele pode estar aumentado (hipertonia) ou diminuído (hipotonia). A massa muscular pode estar aumentada (hipertrofia) ou diminuída (hipotrofia). TERMOS ORTOPÉDICOS COMUNSAtitude - Postura global ou segmentar, reversível, assumida voluntária ou reflexamente. Deformidade - Alteração permanente da forma de um membro ou de seu segmento. Movimento Ativo - Movimento voluntário realizado pelo indivíduo. Movimento Passivo - Movimento de uma articulação realizado por outra pessoa ou máquina. Adução - Aproximação de um membro ou de seu segmento da linha mediana. Abdução - Afastamento de um membro ou de seu segmento da linha mediana. Flexão - Movimento de aproximação das extremidades de um membro ou de um segmento do membro. Extensão - Movimento oposto ao anterior. Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 13 www.estetus.com.br Equino - Postura ou deformidade do pé que se caracteriza pelo apoio com o ante-pé, mantendo o calcanhar elevado do solo. Varo - Desvio angular em que o vértice se afasta da linha mediana. Valgo - Desvio angular em que o vértice se aproxima da linha mediana. Flexo - Posição de flexão mantida de uma articulação. Recurvato (do) - Desvio angular posterior. Antecurvato (do) - Desvio angular anterior. Escoliose - Curvatura da coluna no plano frontal. Cifose - Curvatura da coluna no plano sagital e de convexidade posterior. Lordose - Curvatura da coluna no plano sagital e de convexidade anterior. SEMIOLOGIA ORTOPÉDICA A semiologia ortopédica engloba todos os passos técnicos comuns à semiologia de outros aparelhos e adiciona a avaliação da movimentação articular e alguns testes específicos. O exame deve ser metódico e realizado sempre na mesma sequência. Preferencialmente, o indivíduo deve ser examinado com o mínimo possível de roupa, principalmente quando as queixas incluem áreas normalmente cobertas. O pudor e o recato do paciente devem ser respeitados. Com crianças obtém-se melhor colaboração se a roupa for sendo retirada aos poucos, à medida que as regiões são examinadas. A amplitude de movimentação articular é dada em graus, com algumas exceções, considerando-se o ponto "zero" aquele da posição anatômica. Na avaliação da movimentação de uma articulação solicita-se, primeiramente, que o paciente realize alguma movimentação ativa, para depois se pesquisar a movimentação passiva. Assim, o médico tem uma ideia das limitações e dor do paciente e conduzirá seu exame mais adequadamente. A movimentação ativa incorpora, na avaliação, a força muscular, enquanto que a movimentação passiva estuda a excursão articular. Quando algum teste ou manobra forem realizados eles devem ser feitos primeiramente no lado normal ou menos afetado. Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 14 www.estetus.com.br Apresentaremos, a seguir, apenas tópicos do exame ortopédico e alguns testes especiais. O restante deverá ser buscado em textos especializados. Um bom atlas de anatomia é indispensável. Objetivos gerais da fisioterapia • Acolher o paciente de forma humanizada; • Avaliar o paciente de forma global através de anamnese, da observação, do exame físico, dos testes especiais, dos reflexos e distribuição cutânea, da palpação, de exames de diagnósticos por imagem e outros; • Qualificar e quantificar os déficits motores e/ou disfunções neuro- músculo-esqueléticas; • Realizar o diagnóstico cinético-funcional; • Estabelecer objetivos e metas do tratamento a curto, médio e longo prazo, revendo e reavaliando conforme a progressão e evolução do quadro clínico do paciente; • Traçar condutas de acordo com metas e objetivos estabelecidos; • Reabilitar o paciente parcial ou totalmente, permitindo o reestabelecimento de suas funções nas atividades de vida diária e profissionais; • Realizar orientações de adaptações de ambiente e de prevenção de acidentes; • Prescrever a alta fisioterapêutica; • Registrar em prontuário a consulta, avaliação, diagnóstico, prognóstico, tratamento, evolução, interconsulta intercorrências e alta fisioterapêutica. LESÕES DA COLUNA CERVICAL Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 15 www.estetus.com.br Fonte: www.pt.slideshare.net Lesões da coluna vertebral de causas diversas são observadas em indivíduos que praticam esportes de várias modalidades. A coluna vertebral por meio de suas estruturas está envolvida no mecanismo de transmissão e coordenação dos movimentos entre os membros superiores e inferiores. Essas estruturas incluem ossos, articulações, músculos, ligamentos e os discos intervertebrais que, agem continuamente no sentido de potencializar a força a ser desprendida pelos membros, quando do posicionamento espacial do indivíduo e no suporte de seu corpo sob a ação da força da gravidade. Cada região da coluna vertebral tem características próprias, as quais são responsáveis por funções específicas. A coluna cervical é responsável pela sustentação da cabeça, permitindo amplo arco de movimento devido a sua estrutura. As lesões nesta região estão Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 16 www.estetus.com.br relacionadas à sua fragilidade principalmente durante sua exposição aos traumas. Fonte: www.ortocenter.com.br/ CERVICALGIA A cervicalgia costuma ser insidiosa, sem causa aparente. Mas raramente se inicia de maneira súbita, em geral está relacionada com movimentos bruscos do pescoço, longa permanência em posição forçada, esforço ou trauma e até mesmo alterações da ATM (articulação temporomandibular). O paciente com cervicalgia geralmente relata uma melhora quando está em repouso e exacerbação da dor com o movimento. Sintomas e sinais da cervicalgia O paciente com cervicalgia costuma adquirir uma atitude de defesa e rigidez dos movimentos ocorre também uma alteração na mobilidade do pescoço e a dor durante a palpação da musculatura do pescoço podendo também abranger a região do ombro e nos casos mais graves ou prolongados irradiando para todo o membro superior. Em relação à dor, o paciente pode queixar-se desde uma dor leve local e uma sensação de cansaço, até uma dor mais forte e limitante. O braço, além de Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 17 www.estetus.com.br doer, pode apresentar alterações de sensibilidade e força muscular, são as chamadas “alterações neurológicas”. Fonte: www.ebah.com.br O paciente refere adormecimento de alguma área ou de todo o membro, podendo ser contínua ou desencadeada por algum fator. A fraqueza muscular acontece em casos mais graves ou prolongados sendo geralmente progressiva. Podem existir também alterações nos reflexos encontrados em algumas inserções musculares no punho, cotovelo e ombro nos casos mais graves. Causas da cervicalgia As cervicalgias podem ser decorrentes, de desordem mecânica, fatores posturais e ergonômicos ou ao excesso de sobrecarga dos membros superiores. A dor cervical resulta em perda na produtividade importante em certas ocupações e a maior predisposição de lesão associa-se a certos tipos de atividades e à idade. A cervicobraquialgia caracteriza-se por dor cervical com irradiação para membro superior, normalmente devido à compressão da raiz nervosa proveniente da região cervical sub-axial. Trabalhos que envolvam movimentos Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 18 www.estetus.com.br repetitivos de membros superiores e flexão da coluna cervical estão relacionados à dor cervical. Diagnóstico e exames O diagnóstico pode ser feito clinicamente, levando em conta as características dos sintomas e o resultado do exame neurológico. Exames de raio-x, tomografia e ressonância magnética ajudam a determinar o tamanho da lesão e em que exata região da coluna está localizada Tratamento para cervicalgia RMA da Coluna Vertebral É um programa fisioterapêutico que utiliza técnicasde Fisioterapia Manual, mesa de tração eletrônica, mesa de descompressão dinâmica. Estabilização Vertebral e Exercícios de Musculação. Ele visa melhorar o grau de mobilidade músculo-articular, diminuir a compressão no complexo disco vértebras e facetas, dando espaço para nervos e gânglios, fortalecer os músculos profundos e posturais da coluna vertebral através de exercícios terapêuticos específicos enfatizando o controle inter- segmentar da coluna lombar, cervical, quadril e ombro. LESÕES DA COLUNA TORÁCICA A coluna torácica é um segmento do esqueleto axial adaptado para promover a estabilização e sustentação do tronco e sustentação da região cervical. Esta região tem como característica a presença de uma cifose fisiológica, e um grau restrito de movimento, promovido pelas costelas, as quais aumentam a estabilidade torácica. Nessa região os discos intervertebrais são menores e menos flexíveis em relação aos demais segmentos vertebrais. Lesões da coluna torácica são raras nos atletas. Na maioria das vezes elas ocorrem nos esportes com alta velocidade e impacto. Entre as lesões mais frequentes temos as dos tecidos moles, hérnia de disco e as fraturas vertebrais. http://www.herniadedisco.com.br/tratamentos/tratamento-nao-cirurgico/ http://www.herniadedisco.com.br/tratamentos/tratamento-nao-cirurgico/ Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 19 www.estetus.com.br Lesões de tecidos moles A principal lesão observada na coluna torácica de atletas está relacionada ao acometimento de tecidos moles, como: distensões, contraturas e contusões de trauma direto. O diagnóstico destas lesões é realizado por meio de anamnese completa, interrogando a respeito do protocolo de treinamento do atleta, aumento na prática de determinado exercício com sobrecarga da região e possíveis traumatismos. O exame físico é focado na região da dor, procurando com a inspeção e palpação localizar e delimitar a área afetada. Caso a região dolorosa for extensa e mal delimitada, parece indicar distensão ou contratura muscular; no entanto caso haja um ponto doloroso bem delimitado deve-se suspeitar de contusão local ou fratura. Radiografias simples são realizadas para identificação de possíveis fraturas, nas lesões traumáticas. Na ausência de trauma deve ser imediatamente instituído tratamento conservador. O objetivo principal deste é o retorno às atividades o mais breve possível, mantendo condicionamento cardíaco e pulmonar adequado durante o período que permanecer afastado dos esportes, e reabilitação precoce, inicialmente com exercícios isométricos, e alongamentos progressivos. O uso de órteses (coletes) não tem influência em sua recuperação. Medidas no sentido de atuar sobre o fator desencadeante podem evitar recidivas. DISTENSÃO MUSCULAR A distensão muscular é uma lesão muito comum em atletas, mas pode afetar a todos, mesmo as pessoas sedentárias. Ao nível de fisiologia muscular, o estiramento consiste no alongamento das fibras musculares além do limite. É como puxar uma mola até que perde a elasticidade e não consegue retornar à sua posição inicial. Os sintomas da distensão muscular Os sintomas desta doença são os seguintes: • Inchaço; • Inflamação com efusão de líquido; http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/doenca/inflamacao/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/doenca/inflamacao/ Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 20 www.estetus.com.br • Dores musculares; • Hematoma devido a ruptura dos capilares, é muito pequeno e semelhante a uma equimose, enquanto na lesão do músculo tem um tamanho maior; • Limitação de movimentos; • Redução da força; • Irradiação da dor nos músculos e articulações vizinhas; Rigidez muscular e tecidos duros. A febre não é um sintoma de estiramento muscular. Os músculos estão em todas as partes do corpo e, portanto, uma lesão pode ocorrer em qualquer lugar. Algumas áreas do corpo são mais afetadas: • Coluna na área lombossacral, • Peito, • Coxa e, • Panturrilha. Raramente uma criança vai ao médico com uma lesão ou entorse no músculo, geralmente esta lesão ocorre depois dos 15 anos. Estiramento dos músculos da coluna lombar ou dorsal Os sintomas da distensão muscular nas costas são: • Rigidez muscular, • Inchaço, • Contrações involuntárias ou espasmos nos músculos, • Dores lancinantes na zona afetada, • Ardência, Calor. Os sintomas de estiramento muscular no peito Um músculo estirado no peito mostra os sinais nas primeiras 24 horas: • Tendões inchados, • Inflamação dos músculos • Dor imediata ou que ocorre nas primeiras 6-8 horas, Desconforto nos movimentos. http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-muscular/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-muscular/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-muscular/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-muscular/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/problemas-de-circulacao/hematoma-muscular/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/problemas-de-circulacao/hematoma-muscular/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/problemas-de-circulacao/ruptura-dos-capilares-nas-pernas/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/problemas-de-circulacao/ruptura-dos-capilares-nas-pernas/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-muscular/rigidez-muscular/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-muscular/rigidez-muscular/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-muscular/rigidez-muscular/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/sintomas/febre-nas-criancas/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/sintomas/febre-nas-criancas/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/sintomas/sensacao-de-queimacao-na-pele/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/sintomas/sensacao-de-queimacao-na-pele/ Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 21 www.estetus.com.br Estiramento muscular no pescoço e ombros • O estiramento do músculo trapézio O trapézio é um grande músculo que liga o pescoço, ombros e a parte superior das costas. Este músculo estende-se desde a base do pescoço ao dorso. O trapézio é composto por dois músculos triangulares que formam um diamante (ou um trapézio). - Causas e sintomas Este músculo pode estirar-se se os tendões e os ligamentos se “irritam” devido a acidentes ou lesões. O músculo é danificado quando é submetido ao estresse repetido, causando micro-lacerações de fibras. Este músculo tem muitas vezes contraturas, especialmente no lado esquerdo. O estiramento do trapézio pode resultar de má postura mantida ao longo do tempo. As pessoas que trabalham por horas na frente de um computador sofrem desta doença muitas vezes. Durante um golpe de chicote, a cabeça se move para trás muito rapidamente: o movimento poderia causar uma distensão muscular; também o levantamento de pesos e transporte de uma mochila pesada (bolsa) pode causar esse problema. É necessário prestar atenção à postura enquanto se dorme. Muitas pessoas dormem em uma posição errada, ou usam almofadas muito macias. Esses hábitos causam dor nos músculos do pescoço e ombros. A distensão muscular no peito A distensão do músculo peitoral maior pode causar muito desconforto e pode restringir os movimentos. Os músculos do peito estão entre os mais fortes do corpo e se alongam quando são usados excessivamente. Para evitar este desconforto é necessário tomar algumas precauções alternando repouso para atividade física e evitando exercícios que colocam estas estruturas sob estresse. Uma sobrecarga prolongada dos músculos peitorais ou uma lesão provocam a lesão dessas estruturas musculares. Os atletas que praticam http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-muscular/contratura-muscular/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-muscular/contratura-muscular/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-muscular/contratura-muscular/http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-na-coluna-lombar/postura-da-coluna/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-na-coluna-lombar/postura-da-coluna/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-na-coluna-lombar/postura-da-coluna/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-na-cervical/golpe-de-chicote/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-na-cervical/golpe-de-chicote/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-na-cervical/golpe-de-chicote/ Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 22 www.estetus.com.br musculação e tomam esteroides anabolizantes correm o risco de haver um estiramento e a lesão muscular dos músculos peitorais mais do que outros. A distensão muscular na coluna As pessoas pensam que o estiramento muscular é uma das causas mais comuns de dor nas costas, na verdade a contratura dos músculos é muito mais comum. O estiramento das estruturas musculares da coluna é descrito como uma dor muito forte e uma sensação de tensão muscular. Muitas vezes, esta fase é dolorosa e limita a amplitude de movimento da coluna. Se o estiramento ocorre no lado esquerdo, o paciente não pode inclinar lateralmente a coluna vertebral para a direita. Em caso de desconforto no lado direito, o indivíduo não pode inclinar-se para a esquerda. Raramente o paciente tem uma distensão na nádega. Na maioria dos casos o paciente realiza as atividades diárias; se a lesão é muito grave, a pessoa pode ter dificuldade até mesmo nas tarefas mais simples como descer da cama. • Causas Existem muitas causas que provocam uma distensão muscular na coluna. Quando os músculos estão em uma posição fixa por um período prolongado se cansam e começam a doer. Isso ocorre porque os músculos suportam o peso do corpo por tanto tempo. A má postura força os músculos da coluna a trabalhar mais e causa um esforço excessivo da musculatura. O uso excessivo da musculatura da coluna para executar alguns movimentos repetitivos pode provocar um estiramento dos músculos. Ao executar exercícios que estressam a coluna dorsolombar se pode provocar uma distensão muscular. Isso também ocorre quando você mudar de posição muito rápido. Muitas vezes, os músculos da coluna se sobrecarregam devido a técnicas de levantamento de peso incorretas ou movendo objetos muito pesados. Uma queda ou uma torção estranha do tronco pode causar um estiramento da área lombar ou dorsal. http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-nas-costas-e-escapular/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-nas-costas-e-escapular/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-nas-costas-e-escapular/ Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 23 www.estetus.com.br SINTOMAS O principal sintoma é uma dor aguda na coluna perto dos músculos lesionados. Em alguns casos a dor é constante enquanto em outros ocorre só um desconforto, especialmente quando a coluna é em uma determinada posição. Quando ocorre um distúrbio muscular, se desenvolve uma inflamação e se sente calor e queimação. A área afetada é quente ao toque. Isto ocorre porque aumenta o fluxo sanguíneo na área do alongamento. Fisioterapia Entre as terapias mais eficazes e mais rápidas existe certamente a T.E.C.R. terapia, ou seja, um tratamento baseado na passagem de uma micro- corrente elétrica que pode estimular a absorção do líquido inflamatório e o relaxamento das fibras musculares. Antes da invenção da T.E.C.R. terapia, era efetuado o tratamento com laser e ultrassom juntamente, com excelentes resultados. A massagem terapêutica pode ter os mesmos resultados das terapias instrumentais, mas a pressão das mãos do fisioterapeuta pode causar muita dor ao paciente. O alongamento é contraindicado até que o paciente sente desconforto ao músculo, porque isso pode agravar o estiramento. Repouso O repouso é a fase crucial do tratamento. Você deve parar imediatamente a atividade que provoca a dor. É necessário evitar fazer exercícios e preservar a parte dolorida nos próximos 2 ou 3 dias. Em seguida, lentamente, você pode retomar todas as atividades. Elevação, segurar o membro em descarga Recomenda-se manter levantado o membro afetado durante este período. http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/doenca/inflamacao/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/doenca/inflamacao/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/doenca/inflamacao/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/transferencia-de-energia-capacitiva-e-resistiva/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/transferencia-de-energia-capacitiva-e-resistiva/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/transferencia-de-energia-capacitiva-e-resistiva/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/transferencia-de-energia-capacitiva-e-resistiva/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/tratamento-com-laser-terapeutico/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/tratamento-com-laser-terapeutico/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/tratamento-com-laser-terapeutico/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/tratamento-com-laser-terapeutico/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/tratamento-com-laser-terapeutico/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/tratamento-com-laser-terapeutico/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/tratamento-com-laser-terapeutico/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/tratamento-com-ultra-som/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/tratamento-com-ultra-som/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/tratamento-com-ultra-som/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/massagem-terapeutica/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/massagem-terapeutica/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/terapia/massagem-terapeutica/ Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 24 www.estetus.com.br Manter o braço ou a perna elevada ajuda a drenar o líquido em excesso. O efeito da gravidade melhora o inchaço e a dor muscular. Você pode apoiar o membro em almofadas. Caso você tenha um problema com um músculo da coluna ou pescoço, a posição deitada de barriga para baixo é a melhor. Compressão Enrolar o membro afetado com uma atadura elástica ajuda a reduzir o inchaço. Isto aumenta a resistência elástica, promove a reabsorção de fluido e reduz o movimento. Isso garante que o músculo relaxe e não seja submetido a esforço desnecessário. Quando aplicar o gelo O gelo deve ser aplicado o mais rápido possível. A baixa temperatura do gelo diminui o fluxo sanguíneo na área lesada. Esta terapia reduz o inchaço porque provoca uma vasoconstrição. O gelo “entorpece” os nervos e alivia a sensação de dor. Você não deve aplicar o gelo diretamente sobre a pele porque pode causar uma queimadura que persiste por vários dias. O gelo deve ser aplicado por 20 minutos a cada 2 horas. Esta terapia pode ser realizada no primeiro dia. Quando aplicar o calor Após o primeiro dia é necessário usar uma fonte de calor no músculo. Na fase inicial as compressas de gelo diminuem o fluxo de sangue, portanto o calor provoca um aumento do fluxo sanguíneo no músculo afetado. Esse mecanismo impede os espasmos musculares, promove o relaxamento muscular e o metabolismo celular. O calor deve ser aplicado por 20 minutos, pelo menos uma vez por dia. Quem continua a aplicar gelo após 24 horas do acidente retarda a cura porque o frio bloqueia a atividade celular. Quanto tempo dura uma distensão muscular A duração é variável, com os tratamentos adequados o tempo de cura é cerca de uma semana, mas sem o tratamento a dor pode persistir por mais de um mês. http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/doencas-da-pele/grau-de-queimaduras-e-remedios/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/doencas-da-pele/grau-de-queimaduras-e-remedios/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/doencas-da-pele/grau-de-queimaduras-e-remedios/ http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/doencas-da-pele/grau-de-queimaduras-e-remedios/Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 25 www.estetus.com.br Hérnia discal torácica Apresenta incidência em torno de 1,6 / 1000 na população em geral, com frequência maior em homens e na quinta década de vida. Raramente é associada à atividade esportiva. A história relatada pelo atleta varia de acordo com a sua localização, extensão e início dos sintomas. Em geral a história de trauma é pouco frequente, os discos mais acometidos são o nono, décimo e décimo primeiro. O sintoma mais comum é dor na parede torácica, unilateral, no dermátomo correspondente à raiz afetada, especialmente quando a compressão for lateral. Quando a compressão for devido a uma hérnia central, com compressão medular, pode não ocorrer dor torácica, porém ao exame físico e neurológico observa-se espasticidade, paraparesia e sinais de liberação do sistema piramidal nos membros inferiores. Fonte: www.de.slideshare.net A pesquisa dos reflexos dos membros inferiores, do reflexo cutâneo abdominal, de clônus e do reflexo de Babinski pode permitir o diagnóstico de uma hérnia de disco torácica. A ressonância magnética é o método de eleição para o seu diagnóstico. Na sua impossibilidade, a tomografia computadorizada ou mielografia. O Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 26 www.estetus.com.br tratamento clínico geralmente é eficaz, por meio de anti-inflamatórios, analgésicos e medidas fisioterápicas. Bloqueio radicular seletivo pode ser indicado nas dores intercostais intratáveis. O tratamento cirúrgico é pouco realizado e indicado nas compressões medulares centrais sintomáticas com lesão neurológica progressiva. Com o advento da cirurgia vídeo-endoscópica, a morbidade do tratamento cirúrgico diminuiu, possibilitando reabilitação precoce e eliminando a necessidade de incisão ampla, com na toracotomia convencional, porém em alguns casos é indicada. Diagnóstico O diagnóstico começa com uma história completa e exame físico. O examinador fará perguntas sobre os sintomas do examinado e como o problema está afetando suas atividades diárias. Estes incluem perguntas sobre onde o examinando sente dor, se tem dormência ou fraqueza nos braços ou pernas, e, se está tendo problemas com intestino ou função da bexiga. O examinador vai perguntar sobre quais são as posições ou atividades que pioram ou melhoram os sintomas. Em seguida, o examinador testa os movimentos que provocam dor ou outros sintomas. Pesquisa a sensibilidade da pele, a força muscular e os reflexos também são testados. A melhor maneira de diagnosticar uma hérnia de disco torácica é através da ressonância magnética (MRI). A tomografia computadorizada (TC) pode ser solicitada. Este exame é um detalhado raio-X que permite aos examinadores verem o tecido do corpo em imagens que parecem fatias. As imagens fornecem mais informações sobre os discos calcificados. Prevenção A maioria das pessoas com hérnia de disco melhora com o tratamento. Uma pequena porcentagem pode continuar tendo dor nas costas mesmo depois do tratamento. Pode levar vários meses até um ano ou mais para a retomada de todas as atividades sem que haja dor ou tensão nas costas. As pessoas que exercem Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 27 www.estetus.com.br funções que implicam tensão nas costas ou carregamento de peso podem necessitar mudar de atividade laboral para evitar novas lesões nas costas. Dieta e exercícios são cruciais para melhorar a dor nas costas de pacientes com excesso de peso. A fisioterapia é importante para quase todas as pessoas com hérnia de disco. Os terapeutas ensinam como levantar objetos, se vestir, caminhar e realizar outras atividades corretamente. Eles trabalham para fortalecer os músculos que ajudam a sustentar a coluna. Você também aprenderá a aumentar a flexibilidade de sua coluna e das pernas. Pode ser recomendável reduzir a atividade nos primeiros dias. Depois, retome lentamente suas atividades normais. Evite levantar muito peso ou torcer as costas nas primeiras seis semanas após o início da dor. Depois de duas a três semanas, volte a se exercitar gradualmente. Fraturas da coluna torácica , Fonte:www.policlin.com.br Os acidentes são a quarta maior causa de morte nos Estados Unidos, sendo responsáveis por aproximadamente 50 mortes por 100000 habitantes a Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 28 www.estetus.com.br cada ano. As lesões agudas da coluna vertebral e da medula espinhal estão entre as causas mais frequentes de incapacidade severa e morte após trauma. Nas fraturas de coluna vertebral, a região cervical e a transição toracolombar são os segmentos mais comumente atingidos. Apesar disso, o segmento torácico superior e médio, de T1 a T10, merece atenção por reapresentar incidência aproximada de 17% das fraturas da coluna vertebral, possuir biomecânica própria e, consequentemente, ser um tipo de fratura mais susceptível e exibir elevada taxa de lesão neurológica, em torno de 53%, em dois terços ocorrendo lesão medular completa. Existem quatro tipos de fraturas são observadas nas atividades esportivas: do processo transverso ou da costela (nas proximidades da articulação transverso costal); do corpo vertebral por extensão forçada; do corpo vertebral por compressão e as fraturas com luxação. As fraturas do processo transverso são estáveis e relacionadas ao trauma direto da região para-vertebral, na região correspondente a articulação costal transversa. O principal sintoma é dor local, que se acentua durante os movimentos respiratórios. Ao exame físico observa-se equimose e intensa dor à palpação. O paciente pode apresentar aumento da cifose ou escoliose antálgica. O diagnóstico pode ser confirmado radiograficamente e quando necessária tomografia computadorizada e cintilografia óssea. O tratamento é clínico com analgésicos e reabilitação precoce. A utilização de órteses para imobilização é controvertida, visto que a fratura é estável e alguns pacientes relatam desconforto devido a mesma. O retorno às atividades esportivas deverá ser gradual e dependerá do limiar de dor do atleta. As fraturas do corpo vertebral por extensão forçada (hiperextensão) são desencadeadas por movimentos bruscos, os quais tracionam as estruturas anteriores da coluna, principalmente o ligamento longitudinal anterior e o periósteo podendo promover avulsão óssea e lesão da placa terminal. Este tipo de fratura incide em atletas durante a adolescência, enquanto não ocorre a maturidade do esqueleto axial, com persistência de tecido cartilaginoso nos planaltos vertebrais. Entre as modalidades esportivas, a ginástica olímpica impõe aos atletas movimentos abruptos, podendo desencadear estas lesões. O diagnóstico é realizado com a anamnese e exame físico, que reproduz a dor ao se realizar uma extensão forçada da coluna. A visibilização da fratura é Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 29 www.estetus.com.br difícil com radiografias simples. A tomografia computadorizada e a ressonância magnética facilitam o seu diagnóstico. O tratamento envolve medidas analgésicas e utilização de órteses tóra- colombares (colete de Boston) por um período entre 8 a 12 semanas. As fraturas por compressão do corpo vertebral são as mais frequentes nessa região, devido à falha da região anterior do corpo vertebral quando um movimento de flexão é aplicado na coluna. A maioria das fraturas por compressão nos atletas não causa descontinuidade do muro posterior do corpo vertebral, portanto não oferecem riscos de compressão medular por desprendimento de fragmentos ósseos dentro do canal vertebral. Nos atletas jovens a presença de acunhamento vertebral pode ocorrer na ausência de trauma, sendo devido a uma osteocondrite da placa terminal(doença de Scheurmann). Nos atletas idosos as fraturas por compressão podem ocorrer após traumas triviais, devido à osteoporose. Ao exame físico, acentuação antálgica da cifose dorsal, com espasmo muscular paravertebral, dor à palpação e limitação do arco de movimento. O exame neurológico deve ser minucioso no sentido de identificar alterações neurológicas consequentes a traumas raquimedulares. O diagnóstico é confirmado por meio de radiografias simples com incidências anteroposterior e de perfil, que permitem visibilizar alterações na altura do corpo vertebral. A tomografia computadorizada permite evidenciar o traço de fratura, além de avaliar a integridade do canal vertebral. O diagnóstico de doença de Scheurmann (dorso curvo com hipercifose) deve ser afastado em atletas jovens. As fraturas com acunhamento vertebrais anterior de até 25%, geralmente não acometem as estruturas vertebrais posteriores, mantendo a estabilidade da coluna. As fraturas com até 50 % de acunhamento vertebral podem se associar às lesões ligamentares posteriores e comprometimento do canal vertebral. As fraturas com acunhamento vertebral, superior a 50 % estão associadas a traumas com maior energia, sendo geralmente instáveis e com grande possibilidade de apresentarem lesões do canal vertebral. O tratamento destas fraturas deve ser individualizado de acordo com a idade, a gravidade da fratura e a modalidade esportiva praticada pelo atleta. O objetivo do tratamento é proporcionar analgesia, evitar deformidades crônicas Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 30 www.estetus.com.br residuais, prevenir lesões neurológicas e reabilitar o atleta para que retorne com a menor brevidade para suas atividades. Nas fraturas com acunhamento vertebral anterior de até 50%, sem sinais de instabilidade, o tratamento é realizado com órteses (colete de Boston) de polipropileno, feitas sob medida, abrangendo toda a coluna toracolombar com apoio pélvico. O período de imobilização varia entre 8 a 12 semanas, mantendo durante este período o condicionamento físico e cardiopulmonar. O retorno ao esporte pode ser iniciado assim que o atleta não sentir dor. As fraturas com mais de 50% de acunhamentos vertebrais anterior e sinais de instabilidade devem ser tratadas cirurgicamente. As fraturas com luxações da vértebra estão relacionadas à traumas de alta energia. Os esportes mais propensos a este tipo de lesão são automobilismo, motociclismo, esportes de inverno e paraquedismo. Este tipo de fratura está relacionado à lesão neurológica em 85% a 100% dos casos. Nessa situação os pacientes são politraumatizados com múltiplas lesões graves, necessitando equipe médica de várias especialidades. O diagnóstico desta lesão inclui, desde radiografias simples até a ressonância magnética, devido ao alto índice de lesão neurológica. A abordagem terapêutica é multidisciplinar (enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos), pois as sequelas físicas e sociais podem ser graves. O tratamento cirúrgico é indicado para a restituição da anatomia da região, sendo realizado assim que o paciente apresente condições clínicas. O tratamento cirúrgico precoce permite antecipar o início da reabilitação, prevenindo complicações pulmonares e dermatológicas, como as escaras. Tratamento O tratamento das fraturas da coluna torácica permanece controverso. Na literatura existem estudos que recomendam o tratamento cirúrgico, e outros, o não-cirúrgico. As fraturas de coluna torácica, em alguns casos, podem ser manejadas com eficácia através do tratamento não-cirúrgico, embora seja necessário maior tempo de repouso e de hospitalização. Petit Jean et al. afirmam que três pontos devem ser considerados para a realização de cirurgia precoce: a existência de compressão medular, o grau do Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 31 www.estetus.com.br dano neurológico e a presença de lesões associadas. A descompressão cirúrgica precoce no paciente com lesão medular completa não tem indicação, pois a recuperação neurológica é rara, havendo somente a necessidade de estabilização cirúrgica para prevenção de deformidades cifóticas. Para esses pacientes, alguns estudos mostram que o tempo de hospitalização é menor com a estabilização cirúrgica. Na presença de compressão medular associada à lesão neurológica parcial, há indicação de descompressão do canal vertebral, alinhamento da coluna vertebral e fixação interna. Pacientes com fratura de coluna torácica submetidos à cirurgia nas primeiras 72 horas apresentam pós-operatório melhor do que aqueles em que a estabilização é postergada. A fixação precoce resulta em menos tempo de permanência na unidade de tratamento intensivo e no hospital, menor necessidade de suporte ventilatório e redução da taxa de complicações pulmonares. Lesões da coluna lombar A coluna lombar é vulnerável a lesões nas diversas práticas esportivas. A dor na região lombo sacra pode ter origem em várias estruturas, sendo que o espasmo e a contratura da musculatura paravertebral as causas mais frequentes. Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 32 www.estetus.com.br Fonte: www.vertebralrs.com.br Porém as articulações interapofisárias posteriores, as articulações sacroilíacas, os discos intervertebrais e a própria estrutura óssea são importantes na etiologia das síndromes dolorosas desta região. As lesões mais frequentes são: as musculares e ligamentares; fraturas; afecções dos discos intervertebrais; a espondilólise e espondilolistese. Porém distúrbios da transição lombo sacra e articulações sacroilíacas, que serão abordados no final desse capítulo, também desencadeiam dor lombar. Prevenção Lesão por microtrauma repetitivo na coluna lombar tem sido implicada tanto em esportes de contato ou sem contato, incluindo ginástica, balé, patinação artística, hóquei, futebol americano, levantamento de peso, luta greco-romana e remo. Ferguson et al. descreveram incidência de 48% de dor nas costas em 25 atacantes de futebol americano, enquanto Jackson revelou em seu levantamento que 30% de 100 mulheres ginastas competitivas tinham problemas relacionados com a coluna lombar. Variáveis independentes que contribuem individualmente ou em combinação para a lesão da coluna lombar incluem a má técnica, mau condicionamento e anormalidades anatômicas. A má técnica está refletida em aquecimento insuficiente e na supervisão técnica inadequada. Em ginastas, o rápido avanço para as técnicas difíceis sem atenção adequada à força e à flexibilidade pode causar a lesão. Goldberg relatou baixos níveis de força abdominal em ginastas jovens e recomendou exercícios complementares de reforço abdominal. A hiperlordose da coluna lombar é frequentemente encontrada no jovem atleta com dor lombar baixa ao exame físico. Isso pode ser devido ao desequilíbrio musculoesquelético que ocorre entre as articulações, incluindo a coluna, durante o segundo estirão de crescimento da adolescência. Além disso, a suscetibilidade dos tecidos em crescimento (incluindo os corpos vertebrais e processos) à lesão é bem conhecida. Ginastas e levantadores de peso devem ser orientados do perigo da posição hiperlordótica, Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 33 www.estetus.com.br já que isto pode contribuir para o aumento da incidência de lesões de estresse no elemento posterior da coluna lombar. Lesões musculares e ligamentares Fonte:www.herniadedisco.com.br As dores lombares são frequentes, com maior incidência em profissionais que trabalham em atividades industriais do que em atletas. Portanto, as lesões musculares e ligamentares nos atletas podem ser semelhantes a aquelas de indivíduos que não praticam esportes. O diagnóstico das lesões dosmúsculos e ligamentos inicia-se através da anamnese, onde se realiza arguição das características do mecanismo do trauma que causou a lesão, permitindo um raciocínio clínico, que será complementado pelo exame físico. Durante o exame físico deve-se localizar o local da dor através da inspeção e da palpação. Nos atletas que sofrem quedas, que desencadeiam Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 34 www.estetus.com.br flexão brusca da região lombar (ginástica olímpica), faz se necessário à palpação dos ligamentos posteriores, a fim de ser detectado sua lesão parcial ou total. As lesões podem ser ósseas, musculares, ligamentares ou articulares. As lesões podem ser internas e/ou externas; causadas por trauma direto ou indireto. As lesões ligamentares são comumente relacionadas à entorse ligamentar. Uma entorse envolve dano a um ligamento que fornece suporte a uma articulação. O ligamento é uma faixa de tecido rígido, relativamente inelástico, que liga um osso a outro. Os ligamentos podem ser espessamentos da cápsula articular como também podem ser faixas totalmente separadas da cápsula. Os ligamentos são formados por tecido conectivo denso, disposto em feixes paralelos de colágeno compostos por fileiras de fibroblastos. Embora os feixes estejam dispostos em paralelo, isso não ocorre a todas as fibras colágenas. Sua função primária é tripla: proporcionar estabilidade a uma articulação, controlar a posição de um osso em relação a outro durante o movimento articular normal e fornecer informação proprioceptiva ou o senso posicional articular das terminações nervosas livres ou dos mecanorreceptores localizados no ligamento. Os ligamentos e os tendões são muito semelhantes em sua estrutura. Porém, os ligamentos são geralmente mais achatados do que os tendões; e as fibras colágenas no ligamento são mais compactas. O posicionamento anatômico dos ligamentos determina, parcialmente, os movimentos que podem ser feitos por uma articulação. Se estresses forem aplicados a uma articulação que forcem o movimento além de seus limites ou planos de movimento normais, é provável que ocorra lesão ao ligamento. A gravidade do dano ao ligamento é classificada de diferentes maneiras; entretanto, o sistema mais comumente usados envolve três classes (graus) de entorse ligamentares: • Entorse de 1º Grau: Existe algum estiramento ou talvez ruptura das fibras ligamentares, com pouca ou nenhuma instabilidade articular. Dor branda, pouco edema e rigidez articular podem ser observados. Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 35 www.estetus.com.br • Entorse de 2º Grau: Existe certa ruptura e separação das fibras ligamentares e instabilidade moderada da articulação. Dor de moderada a aguda; edema e rigidez articular devem ser esperados. • Entorse de 3º Grau: Existe ruptura total do ligamento, manifestada primariamente por grande instabilidade articular. Pode haver dor aguda no início, seguida por pouca ou nenhuma dor, devido à ruptura total das fibras nervosas. O edema pode ser volumoso e, desse modo, a articulação tende a tornar-se muito rígida algumas horas após a lesão. Uma entorse de terceiro grau com instabilidade acentuada geralmente requer alguma forma de imobilização durante várias semanas. A força que produz a lesão ligamentar costuma ser tão grande que outras estruturas ligamentares ao redor da articulação também podem ser lesadas. Em casos nos quais ocorre lesão em múltiplas estruturas articulares o reparo cirúrgico ou a reconstrução podem ser necessários para corrigir a instabilidade. As lesões ósseas são caracterizadas geralmente por fraturas, que são lesões extremamente comuns entre a população atlética. Podem ser classificadas, de modo geral, como aberta ou fechadas. A fratura fechada envolve pouco ou nenhum deslocamento dos ossos e, portanto, pouca ou nenhuma ruptura do tecido mole. A fratura aberta, por outro lado, envolve deslocamento suficiente das extremidades fraturadas para que o osso rompa de fato as camadas cutâneas e abra caminho para a pele. Ambas as fraturas podem ser relativamente graves se não forem tratadas adequadamente. No entanto existe maior possibilidade de infecção em uma fratura aberta. As fraturas são consideradas completas quando o osso é quebrado em no mínimo dois fragmentos; são denominadas incompletas, quando não se estendem completamente pelo osso. Dentre as diferentes fraturas que podem ocorrer estão as em galho verde, transversas, oblíquas, espirais, cominutivas, por compressão, por avulsão e por estresse. As lesões articulares são muito relacionadas a danos à cartilagem. A osteoartrose é um distúrbio degenerativo do osso é da cartilagem na articulação e em torna dela. A artrite deve ser definida basicamente como um distúrbio inflamatório com possível destruição secundária. A artrose é um processo Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 36 www.estetus.com.br degenerativo com destruição da cartilagem, remodelação do osso e possíveis componentes inflamatórios secundários. A osteofitose ocorre quando um osso procura aumentar sua área de superfície para diminuir as forças de contato. Normalmente, as pessoas descrevem esse crescimento como "esporões ósseos" ou "bico de papagaio". A condromalacia é a transformação não progressiva da cartilagem, com superfícies irregulares e de áreas de amolecimento. Outros tipos de lesões que envolvem as articulações são a luxação e a subluxação, que são, respectivamente, o afastamento de duas superfícies articulares, mantendo-se afastadas no primeiro caso, e voltando a posição inicial no segundo. Em atletas e praticantes de atividades físicas regulares, algumas articulações podem ser mais suscetíveis a uma resposta parecida com a osteoartrose. A proporção do peso corporal em repouso sobre a articulação, a distensão da unidade musculotendinosa e qualquer força externa importante aplicada sobre a articulação são fatores de predisposição. Uma mecânica articular alterada, causada por frouxidão ou por traumas anteriores, são também fatores a serem considerados. As lesões musculares são classificadas: • Quanto à ação, que pode ser direta (mais comum em esportes de contato), ou indireta (comuns em esportes individuais); • Quanto à funcionalidade, que podem ser parciais, onde o músculo perde força mais ainda consegue se contrair, ou podem ser totais, quando a mobilidade articular e força muscular, podem ser nulas, ou seja, o músculo não se contrai mais; e, • Quanto ao agente agressor, que pode ser traumática, exemplos, estiramento ou distensão (quando uma unidade musculotendinea é excessivamente estirada ou forçada a se contrair contra uma resistência excessiva, excedendo seus limites de extensibilidade ou capacidade tênsil); • Contusão (é uma lesão por compressão, causada por trauma direto que resulta em ruptura capilar, sangramento e resposta inflamatória); e • Laceração (onde há perda do tecido muscular); ou • Podem ser não-traumáticas, tipo cãibra (dor gerada por motivos ainda não esclarecidos cientificamente, que diminui a capacidade funcional da Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 37 www.estetus.com.br musculatura gerando dor, espasmo e perda de força) e dor muscular tardia (dor resultante de um exercício intenso ou realizado pela primeira vez, que gera uma ruptura tecidual, gerando microlesões nas fibras musculares e desencadeia um processo inflamatório, causando a dor muscular). As causas mais comuns das lesões musculares são: • Excesso de treinamento; • Falta de controle nas tensões de exercícios e alongamentos; • Gestual motor (técnica) indevido nos exercícios e alongamentos; • Carência de exercícios de alongamento compensatórios após os exercícios físicos; • Excesso deforça e insuficiência de flexibilidade, ou fraqueza com muita flexibilidade; • Excesso de exercícios, tanto de força quanto de alongamento, em músculos fracos, particularmente naqueles que suportam estruturas de apoio; • Excesso de exercícios de força isoladamente em grupos musculares com encurtamento; • Dispensa de aquecimento antes do treinamento e retorno ao treinamento antes da cura total de uma lesão. OSTEOPOROSE NA COLUNA O tratamento da osteoporose na coluna geralmente é feito com remédios prescritos pelo médico, alimentação rica em cálcio e vitamina D, fisioterapia e prática de exercícios físicos para retardar a perda mineral óssea e evitar o risco de fraturas nos ossos. A osteoporose na coluna não tem cura, porém a perda mineral óssea que ocorre na osteoporose pode ser retardada com o tratamento medicamentoso orientado pelo médico, fisioterapêutico indicado por um fisioterapeuta e nutricional, orientado por um nutricionista. Remédios para osteoporose Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 38 www.estetus.com.br Os remédios para osteoporose na coluna, que podem ser prescritos pelo médico, incluem: • Bifosfonatos em comprimidos ou injeção como o Alendronato, Etidronato, Ibandronato ou Ácido Zolendrônico: ajudam a manter a densidade óssea e reduzir o risco de fratura; Fonte: www.doutissima.com.br • Ranelato de estrôncio: ajuda a aumentar a formação de massa óssea; • Raloxifeno: ajuda a manter a densidade óssea e a reduzir o risco de fratura, especialmente da coluna; • Teriparatida em forma de injeção: ajuda a aumentar a densidade óssea; • Suplementos de cálcio e vitamina D: são usados quando a alimentação não é suficiente para suprir as necessidades de cálcio e vitamina D. Veja um exemplo de suplemento de cálcio e vitamina D; • Terapia de reposição hormonal: é por vezes recomendada em mulheres na menopausa porque pode ajudar a controlar os sintomas, pois ajuda a manter a densidade óssea e reduzir o risco de fratura. https://www.tuasaude.com/suplemento-de-calcio-e-vitamina-d/ https://www.tuasaude.com/suplemento-de-calcio-e-vitamina-d/ https://www.tuasaude.com/suplemento-de-calcio-e-vitamina-d/ Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 39 www.estetus.com.br Nos homens, o tratamento com testosterona também pode ser útil quando a osteoporose é causada pela produção insuficiente de hormônios sexuais masculinos. Fonte: www.pt.slideshare.net Exercícios para osteoporose na coluna Os exercícios para osteoporose na coluna devem ser indicados e orientados pelo fisioterapeuta, mas alguns exemplos são: • Exercício 1: Na posição de 4 apoios, com os braços esticados, elevar as costas em direção ao teto, encolhendo a barriga para dentro. Permanecer nesta posição cerca de 20 a 30 segundos e repetir 3 vezes. Este exercício ajuda a alongar as costas, aliviando as dores. • Exercício 2: Sentado em uma bola de pilates ou cadeira, sem se apoiar no encosto, tentar juntar as escápulas uma à outra. Manter a posição durante 15 a 20 segundos e relaxar. Fazer este exercício 3 vezes por semana. Este exercício alonga a parte superior das costas e ombros, melhorando a postura; Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 40 www.estetus.com.br • Exercício 3: Na posição de pé, encostar-se numa parede com os pés à largura dos ombros e ligeiramente para a frente e o bumbum, palmas das mãos, costas e ombros encostados na parede. Deslizar para cima e para baixo, dobrando os joelhos no meio do caminho, como se estivesse sentado, mantendo as costas retas. Repetir 10 vezes, 2-3 vezes por semana. Este exercício ajuda a fortalecer as costas e melhorar a postura. Além destes exercícios, a prática regular de exercício físico também é recomendada no tratamento da osteoporose porque ajudam a retardar a perda mineral óssea. Fonte: www.prodiet.com.br http://www.prodiet.com.br/ Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 41 www.estetus.com.br Dieta para osteoporose Fonte: www.goldinvestbankcorp.com A dieta para osteoporose deve ser rica em alimentos com cálcio, porque o cálcio ajuda a manter a saúde dos ossos e alimentos ricos em vitamina D porque o cálcio não é absorvido sem a presença da vitamina D. Desta forma, o paciente com osteoporose na coluna deve consumir alimentos como leite e derivados, vegetais de folha escura, óleos de fígado de peixes, amêndoa, ovos e margarinas. LESÃO DA MEDULA ESPINHAL Terminologia Os termos usados para descrever esses pacientes indicam o nível geral da lesão da medula espinhal e da perda da função. Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 42 www.estetus.com.br Fonte: www.novoser.org.br Paraplegia http://www.novoser.org.br/ http://www.novoser.org.br/ Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 43 www.estetus.com.br Fonte: www.procadeirante.wordpress.com Paraplegia refere-se à deficiência ou perda de função motora e/ou sensorial nos segmentos torácico, lombar ou sacral da medula espinhal. A função dos membros superiores é preservada, mas o tronco, os membros inferiores e os órgãos pélvicos podem estar comprometidos. Tetraplegia O termo tetraplegia é preferido à quadriplegia. Os pacientes tetraplégicos têm deficiência ou perda de função motora e/ou sensorial nos segmentos cervicais da medula espinhal. Os membros superiores são afetados, assim o tronco, os membros inferiores e os órgãos pélvicos. O termo não inclui lesão no plexo braquial ou nos nervos periféricos. Quadriparesia e paraparesia são termos que foram usados para descrever lesões incompletas, mas uso atualmente não é muito usado. Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 44 www.estetus.com.br Tipos de Lesões da Medula Espinhal A lesão da medula espinhal danifica uma rede neural complexa implicada na transmissão, modificação e coordenação motora e sensorial, e no controle autônomo dos sistemas de órgãos. Na verdade, a disfunção pós-traumática da medula espinhal provoca a perda de mecanismo homeostático. As avaliações motoras e sensoriais da American Spinal Injury Association são utilizadas para estabelecer o nível da lesão (ASIA). As incidências relativas dos níveis de lesão são: 58% cervicais, 35% torácicas, e 7% lombares e sacrais. Lesão Completa Nesse tipo de acometimento medular todas as formas de sensibilidade são perdidas abaixo do nível da lesão, existindo também déficits motores e do sistema nervoso autônomo. Imediatamente após um trauma com secção completa da medula espinhal, o paciente entra em estado de Choque Medular (dura em média de 2 a 4 semanas), que se caracteriza pela perda de todos os tipos de sensibilidade, movimentos, reflexos e tônus nos músculos dependentes dos segmentos medulares abaixo da lesão, há ainda, caracteristicamente, a retenção de urina e fezes. Fonte: www.vidasobre4rodas.com.br Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 45 www.estetus.com.br Com o tempo, reaparecem os reflexos profundos, os quais vão se tornando hiperativos e surge o sinal de Babinski (Síndrome Piramidal), no entanto não há recuperação da motricidade voluntária ou da sensibilidade. A perda de todas as modalidades sensoriais abaixo do nível da lesão, que se denomina anestesia, serve para identificar o segmento medular acometido, a partir do conhecimento da distribuição dos dermátomos. Lesões Incompletas Existem padrões reconhecidos de lesão medular incompleta que tendem a apresentar clinicamente as combinações de síndromes em vez de danos isolados. Os sinais e sintomas estão relacionados com as regiões anatômicas afetadas na medula espinhal. Clinicamente, as lesões incompletassão denominadas Síndromes. Fonte: www.pt.slideshare.net Síndrome Medular Anterior A Síndrome medular anterior descreve os efeitos de danos na região ventral da medula espinhal; ocorre perda motora completa abaixo da lesão, e perda de sensibilidade dolorosa e térmica, porque esses tratos sensoriais situam-se anterolateral na medula espinhal. A preservação das colunas posteriores significa que a percepção de vibrações e a propriocepção no lado ipsilateral estão preservadas. Essa síndrome pode surgir por embolia da artéria espinhal anterior. http://www.pt.slideshare.net/ Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 46 www.estetus.com.br Fonte: www.pt.slideshare.net Lesão Medular Posterior Essa afecção rara produz danos nas colunas posteriores (sensibilidade para o toque leve, propriocepção e vibração), com preservação da função motora e das vias da dor e da temperatura. No entanto, o paciente apresenta ataxia profunda decorrente Síndrome de Brown-Séquard ou Hemissecção Medular Originalmente descrita por Galeno, essa síndrome é uma lesão hemimedular sagital, com paralisia ipsilateral e interrupção da coluna posterior, com dor e perda da sensibilidade térmica contralateral. Essa lesão de hemissecção da medula espinhal é classicamente causada por ferimentos com arma branca. A sintomatologia dessa síndrome decorre da lesão dos principais tratos de uma metade da medula. Assim, homolateralmente à lesão observamos síndrome piramidal, com paralisia espástica e sinal de Babinski, além de perda Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 47 www.estetus.com.br da propriocepção consciente e tato epicrítico, em virtude da lesão dos tratos grácil e cuneiforme (em ambos aos sistemas, as fibras só cruzam a linha média no tronco cerebral). Fonte: www.pt.slideshare.net Existe, ao mesmo tempo, anestesia térmica e dolorosa do lado oposto ao da lesão, um ou dois dermátomos abaixo da lesão, pois, antes de penetrarem no corno posterior, essas fibras podem ascender pelo chamado trato de Lissauer, já que as fibras do trato espinotalâmico anterior, esse comprometimento é pequeno porque existem muitas colaterais dessa via, que é tanto homo quanto heterolateral. A hemissecção da medula é rara, porém, essa alternância de perda de motricidade ou da propriocepção de um lado com perda de sensibilidade dolorosa do outro é indicativa de lesão medular. Lesão Medular Central Os membros superiores são afetados mais profundamente que os inferiores, e essa condição são típicos em pacientes idosos com espondilose Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 48 www.estetus.com.br cervical. A lesão de hiperextensão comprime a medula espinhal entre o corpo vertebral e o disco intervertebral. Fonte: www.saude.culturamix.com Os tratos cervicais centrais ficam predominantemente comprometidos. Sobrevém atrofia flácida dos membros superiores, devido a lesões nos neurônios motores inferiores, e padrão espástico nos membros inferiores, ocasionados por lesões de neurônios motores superiores. As disfunções do intestino e da bexiga urinária são comuns, mas parciais. Cone Medular O cone medular descreve danos na maior parte da porção posterior da medula espinhal; ocorrem disfunções do intestino e da bexiga urinária, com déficits simétricos variáveis nos membros inferiores. Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 49 www.estetus.com.br Lesão de Cauda Equina Produz paralisia flácida, porque a lesão de nervos periféricos nesse nível da coluna vertebral normalmente envolve vários níveis, com interrupção variável da raiz sacral. Fonte: www.wgate.com.br DOENÇAS MEDULARES NÃO TRAUMÁTICAS A epidemiologia de doenças medulares não traumáticas não está bem definida. O câncer sozinho pode ser uma causa mais comum de doença da medula espinhal do que o trauma. A espondilose também é uma causa comum. Lesões traumáticas são mais comuns em pessoas com menos de 40 anos de idade, ao passo que doenças não traumáticas podem ser mais comuns em pessoas acima de 40 anos. Compressão da Medula por Tumor Um tumor pode ser intra ou extra-medular e dependendo dessa topografia pode cursar com sintomas diferentes. Um tumor intramedular causa primeiro Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 50 www.estetus.com.br déficits sensitivos e motores, só posteriormente causando dor pelo acometimento das raízes nervosas. Às vezes tumores intramedulares podem começar com dor (segundo experiência pessoal do autor). Segundo a somatotopia, tanto do trato espinotalâmico quanto do cortiçoespinhal, as fibras dos seguimentos mais altos da medula são mais mediais, enquanto os mais caudais são mais laterais. Assim, um tumor intramedular causará, inicialmente, sintomas nos segmentos mais altos, progredindo para segmentos cada vez mais baixos, afetando por último as regiões inervadas pelos segmentos sacrais da medula. Por outro lado, um tumor extramedular ou do canal vertebral, primeiramente, causaria dor (pela compressão das raízes nervosas) e, posteriormente, sintomas de comprometimento dos tratos medulares. Neste caso, os déficits tanto sensoriais quanto motores afetam primeiramente as fibras relacionadas aos segmentos sacrais, progredindo por compressão das fibras adjacentes para segmentos progressivamente mais altos. Isquemia da Artéria Espinhal Anterior Na trombose dessa artéria (derivada das artérias vertebrais) que irrigam os 2/3 anteriores da medula, há lesão das colunas neuronais anteriores (corno anterior), acometendo primordialmente os tratos espinotalâmicos e cortiço- espinhal. Por essa razão, há, ao mesmo tempo, uma síndrome motora periférica e uma síndrome piramidal. Ao nível da lesão, há paralisia flácida, arreflexia, atrofia muscular e fasciculações devido à destruição do corno anterior da medula espinhal (síndrome do neurônio motor inferior). Já abaixo da lesão dos tratos corticoespinhais bilaterais; pode-se encontrar paralisia espástica, hiperreflexia e sinal de Babinski bilateral; da mesma forma, nos segmentos abaixo da lesão há perda da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil protopática pelo acometimento dos tratos espinotalâmicos laterais e anteriores sem, no entanto, haver déficit da sensibilidade tátil epicrítica e proprioceptiva, cujas informações são conduzidas no funículo posterior. Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 51 www.estetus.com.br Patogênese Apresenta-se um breve perfil das alterações patológicas que ocorrem com lesão de medula espinhal: Lesão Primária As apresentações clínicas mais comuns são fraturas e luxações da coluna vertebral, com danos associados nos tecidos moles. Esse trauma tem impacto sobre a medula espinhal, produzindo danos celulares e/ou vasculares primários diretos. Lesão Secundária A lesão secundária origina-se de edema celular e da exsudação de substâncias químicas que destroem as células adjacentes a os tratos neurais. Essas alterações são associadas à inflamação aguda. Os vasos sanguíneos que irrigam a medula espinhal podem reagir com vesoespasmo, produzindo lesão isquêmica terciária. A contribuição exata de cada tipo de lesão é desconhecida. Exame Sensitivo Cada dermátomo é graduado tanto pela sensação de tato leve quanto pela percepção de um estímulo agudo. A sensação aguda é testada com um alfinete descartável e o tato leve com algodão. A hiperestesia é graduada como grau 1 e não 2, por não estar normal. Ao testar-se a sensação ao objeto agudo, se o toque do alfinete é percebido, mas não de forma tão aguda, o grau é 0 e não 1. Determinação do Nível Em geral, o nível é o segmento exatamente acima do segmento anormalsuperior. Se C5 é o segmento anormal superior, então o nível é C4. Pode-se determinar um nível motor, um nível sensitivo e um para o lado direito e esquerdo. Para propósito de determinação de nível, o músculo que é graduado 3 ou 4 pode ser considerado normal, desde que o próximo músculo superior seja 5. A explicação para isto reside no fato de que os músculos são inervados por múltiplas raízes. Assim, por exemplo, o músculo chave para L3 pode estar fraco se a lesão estiver localizada no segmento medular L4. Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 52 www.estetus.com.br FISIOTERAPIA PARA A COLUNA VERTEBRAL Fonte:www.espacofisiopilates.com.br Muitas pessoas imaginam que a fisioterapia só é eficiente na reabilitação de atletas de alto nível, como jogadores profissionais de futebol, vôlei, basquete, etc. Mas a Fisioterapia tem uma importância e efetividade muito mais ampla do que essa. É uma área da saúde que, assim como toda a medicina, evoluiu muito nos últimos anos, e é de fundamental importância não só para resolver problemas ortopédicos, mas também no tratamento de pacientes graves internados nos hospitais, para os que tiveram os movimentos comprometidos por acidente vascular cerebral, ou para aqueles com deficiências respiratórias e para os idosos a fim de garantir a todos eles melhor qualidade de vida e reabilitação a mais plena possível. A fisioterapia estuda, de uma forma geral, o movimento do corpo humano. No caso da coluna vertebral, ela vai estudar como determinado movimento é responsável pelo aparecimento de um problema ou sintoma (dor). Muitas vezes, a causa é uma alteração na posição da coluna, que exige tratamento local para diminuir a dor e a inflamação. Simultaneamente, porém, procura-se melhorar a postura e corrigir os eventos que possam ter desencadeado os sintomas. Para tanto, são propostos exercícios de Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 53 www.estetus.com.br fortalecimento da musculatura e de alongamento e o uso de aparelhos que ajudam na regeneração do tecido lesado. Dessa forma, não há como o fisioterapeuta tratar da mesma maneira um paciente sedentário e um atleta, ou seja, cada caso será estudado e acompanhado individualmente. Papel da fisioterapia para os idosos Os dois principais problemas dos idosos, no que se refere a coluna vertebral, são a fraqueza muscular e as deformidades decorrentes do desgaste ósseo (osteoporose) e articular (artrose). Os idosos têm várias alterações posturais e estão mais sujeitos a sofrer quedas. Por isso, é importante corrigir a postura e aumentar sua força muscular para evitar quedas acidentais que são frequentes no ambiente doméstico. Além do fortalecimento da musculatura, o trabalho com idosos inclui alongamentos e condicionamento aeróbico adequado. A proposta é realizar um programa que favoreça a independência funcional e o ganho de força para que eles usufruam melhor qualidade de vida. Trabalhar com idosos requer especialização na área, já que as particularidades são enormes caos a caso. A avaliação física dessas pessoas precisa ser bastante cuidadosa, o número de repetições dos exercícios um pouco menor do que o indicado para o paciente mais jovem e a carga de força diferenciada. Vários trabalhos mostram a importância da musculação na prevenção da osteoporose nos idosos. Além disso, fazer exercícios com peso os deixa muito motivados, porque se sentem melhor. Os músculos crescem, eles adquirem maior independência funcional com esse ganho de musculatura e retomam algumas atividades, o que é extremamente importante para a melhora da qualidade de vida e como reforço psicológico. Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 54 www.estetus.com.br Adesão ao tratamento – o passo mais importante para o sucesso: Não espere resultados mágicos em 2 ou 3 sessões de fisioterapias, você vai se frustrar! • Não há mágicas e o resultado do tratamento depende da colaboração do paciente. • Normalmente, as pessoas preferem fazer numa clínica a reabilitação fisioterápica, seja de ganho muscular ou de resistência, de melhora da postura e da força ou de correção de um simples problema ortopédico. • No entanto, a partir do momento em que se pede para repetirem os exercícios em casa, a maioria não se empenha, o que de certa forma torna o processo de recuperação mais lento. Por isso, é muito importante estimular o paciente a realizar os exercícios e a dar continuidade ao tratamento fisioterápico em casa. A sessão de fisioterapia dura aproximadamente uma hora. Nas outras vinte e três, ele pode estar lesando a musculatura, caso não siga as orientações e deixe de fazer os exercícios e alongamentos necessários. TRATAMENTO PARA FRATURA NA COLUNA A fratura na coluna vertebral é um problema grave que pode provocar paralisia permanente das pernas ou do corpo, dependendo da vértebra afetada. Geralmente, as fraturas na coluna vertebral são causadas por acidentes de trânsito, quedas de grande altura ou acidentes em esportes, mas este tipo de lesão também pode surgir espontaneamente em pacientes com osteoporose ou tumores ósseos, devido ao enfraquecimento dos ossos da coluna. O tratamento para fraturas na coluna pode ser feito com: • Uso de colete de Jewet, colar cervical ou gesso: usado em casos de fratura da coluna sem lesões na medula espinhal. Normalmente, este tipo de tratamento conservador pode durar entre 8 a 12 semanas; • Cirurgia: em caso de fraturas graves e quando a medula é afetada, sendo utilizado um suporte de metal semelhante a parafusos, que alinha a coluna e suporta o peso do corpo. Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 55 www.estetus.com.br Enquanto o paciente tiver que permanecer de repouso, ficando mais de 4 horas por dia deitado, podem ser realizados exercícios respiratórios para prevenir infecções respiratórias e soltar secreções. Durante o tratamento com colete e colar cervical, ou após a cirurgia, o ortopedista pode indicar que o paciente faça fisioterapia, especialmente nos casos em que existem lesões na medula, para fazer exercícios leves que facilitam a circulação e impedem a atrofia muscular ou escaras, por exemplo. Além disso, em alguns casos, o fisioterapeuta pode usar um aparelho de magnetoterapia, chamado de Meganetron, que estimula a formação de osso, facilitando a consolidação da fratura. Fonte: www.fisioterapiaparatodos.com Durante a recuperação, o paciente deve ficar de repouso durante a primeira semana e iniciar lentamente as suas atividades diárias, evitando exercícios pesados, como correr, nadar ou levantar pesos; respeitando todas as indicações do médico. http://www.fisioterapiaparatodos.com/ Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 56 www.estetus.com.br Quando o tratamento não é feito de forma adequada, pode acontecer agravamento da lesão na coluna e o paciente pode ficar com paralisia, principalmente nos casos em que a medula não foi afetada da primeira vez. Cuidados com a fratura na coluna Alguns cuidados que ajudam a evitar complicações e a tratar a fratura na coluna incluem: • Ficar de repouso na cama nos primeiros dias, fazendo apenas os movimentos permitido pelo ortopedista; • Manter as pernas ligeiramente levantadas, utilizando 2 travesseiros em baixo dos pés para facilitar a circulação; • Iniciar lentamente as atividades diárias, evitando exercícios intensos como correr ou nadar, por exemplo; • Evitar fazer movimentos bruscos com a coluna, como virar o pescoço ou as costas. Além disso, a hidroterapia, que é um tipo mais leve de fisioterapia dentro de água, pode ser uma excelente forma para acelerar o processo de recuperação porque permite trabalhar e fortalecer os músculos dacoluna sem causar dor. Durante o período de recuperação é importante que os pacientes façam uma alimentação equilibrada, para não engordar, e também rica em cálcio e vitamina D, para ajudar a fortalecer os ossos, especialmente no caso de idosos com fratura na coluna devido a osteoporose. Complicações da fratura na coluna Após uma lesão na coluna, a medula, que é um feixe de nervos que passa por dentro da coluna, pode ficar lesada e comprometer os movimentos das partes do corpo abaixo desse ponto. Assim, uma fratura na coluna cervical (pescoço) pode causar paralisia total do corpo, enquanto que uma fratura na coluna lombar (fundo das costas) ou torácica pode causar paralisia nas pernas. Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 57 www.estetus.com.br Normalmente, as complicações de fratura na coluna surgem imediatamente após o acidente que provocou a lesão, durante o transporte para o hospital ou nas primeiras horas após o início do tratamento. As fraturas na coluna podem afetar somente o osso sem provocar lesões no interior da medula. Nestes casos, não existem sequelas graves, como paralisia, sendo apenas necessário fazer repouso e o tratamento, sob orientação do ortopedista, para que o osso da vértebra recupere. Depois da recuperação completa da cirurgia e segundo orientação médica, é recomendada e ingestão de alimentos ricos em cálcio e a prática de exercício físico regular para fortalecer os ossos. EXERCÍCIOS PARA COLUNA VERTEBRAL E A PREVENÇÃO DE LESÕES O primeiro sinal de dor dos pacientes mostra que os músculos começam a ficar atrofiados, ou seja, a ficar fracos. Isso pode ser visto em pesquisas com pacientes que tem dor na coluna. A musculatura abdominal é quem dá o sinal aos músculos que protegem a coluna vertebral, para que eles fiquem fortalecidos. São músculos mais profundos, que ficam mais próximos da coluna vertebral e são eles quem realmente a protegem. Esses músculos são conhecidos como multífidos. Se fala muito na musculatura do reto abdominal, mas a importância para a estabilização da coluna está em um músculo mais interno, que se chama transverso abdominal. O trabalho com exercícios para coluna vertebral visa o fortalecimento do transverso abdominal, pois ele vai ajudar os multífidos, que são os músculos mais profundos e que ficam próximos da coluna vertebral, evitando assim lesões, inclusive a hérnia de disco e dor ciática. O corpo humano tem uma “cinta natural” que faz a estabilização da coluna. A proteção da coluna vertebral acontece quando o transverso dá o sinal aos multífidos, que se contraem e protegem a coluna durante exercícios e atividades diárias. Esses músculos envolvem toda a parte abdominal. Apenas o fortalecimento da musculatura profunda não resolve todo o problema. Os exercícios para coluna vertebral também precisam trabalhar os Fisioterapia traumato-ortopédica da coluna vertebral 58 www.estetus.com.br músculos superficiais, completando assim a “cinta natural” que estabiliza a coluna vertebral. Dos músculos superficiais, os mais importantes são os que envolvem o quadril, que são os glúteos. A contração correta de toda a musculatura superficial e profunda, permite uma estabilização completa que permite a prática de atividades físicas, domésticas e o que mais o corpo humano precisar fazer no dia a dia. Tudo isso sem sentir dor na coluna vertebral. REFERÊNCIAS AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Pesquisas do ACSM para a fisiologia do exercício clínico: afecções musculoesqueléticas, neuromusculares, neoplásicas, imunológicas e hematológicas. Rio de Janeiro: Guanabara, 2004. ANDRADE, S.C. et al. Back Scholl: historical revision and its application in chronic low back pain. Rev. Bras. Reumatol. vol.45 no.4 São Paulo July/Aug. 2005. 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