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MATERIA Perguntas /resposta DIREITO TRIBUTARIO II

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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO II - CASOS CONCRETOS /RESPOSTAS 
AULAS 
 Aula dia 2017
Tema aula 01
Crédito tributário. Conceito. Teorias sobre o nascimento. Lançamento tributário. Natureza jurídica. Modalidades e princípios.
 2 
Tema 
Suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Conceito. Efeitos. Causas legais. 
Objetivos 
Ao final da aula, o Aluno deverá: 
- entender a suspensão da exigibilidade do crédito tributário; - identificar quais são os efeitos das causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário; - conhecer as causas de suspensão da exigibilidade. 
Estrutura do Conteúdo 
2. Suspensão da exigibilidade do crédito tributário 2.1. Conceito e denominação 2.2. Efeitos 2.3. Causas
 3 
Tema 
Extinção do crédito tributário. Conceito. Causas. Enfoque especial em compensação e restituição. 
Objetivos 
Ao final da aula, o Aluno deverá: 
- conhecer as causas extintivas da obrigação e do crédito tributários previstas ou não expressamente no CTN - identificar os requisitos e efeitos gerais de cada uma das causas de extinção previstas no Código, exceto a decadência e a prescrição. - conhecer os requisitos e controvérsias acerca da compensação de créditos tributários - identificar os requisitos e restrições à repetição de indébito tributário, como a restituição de tributos indiretos e de tributos objeto de substituição tributária.
DIREITO TRIBUTÁRIO - MÓDULO II‎ ‎ 
SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Art. 151 CTN Suspende se a exigibilidade e não o Crédito Tributário.*Tem natureza temporária. *Diz respeito à obrigação principal Pagar tributo ou penalidade pecuniária.*Pode ocorrer antes ou depois de constituído o C. T.
FATORES QUE DETERMINAM A SUSPENSÃO: MORATÓRIA
Significa prorrogar o prazo para pagamento do C.T.
Situa se no campo da reserva legal Pode ser concedido em caráter individual ou geral Não aproveita em casos de dolo, fraude ou simulação do SUJEITO .PASSIVO se concedida, poderá ser anulada Se concedida em caráter individual não gera direito adquirido Suspende o curso da prescrição Pode ser revogada, desde que dentro do prazo de cobrança do C.T. respectivo Pode ser concedido para pagamento integral o parcelado
O parcelamento é uma modalidade de moratória Os juros de mora devidos até a data do parcelamento devem ser neste incluídos II 
DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL DO CRÉDITO
̧
É sempre de natureza facultativa Pode ser feito no curso do procedimento administrativo, ou no processo judicial Não impede seja feito o lançamento Impede a cobrança do C.T. respectivo(propositura da ação de execução fiscal) Impede a exigibilidade (depósito prévio)
̧
Suspende a exigibilidade (depósito posterior)
Suspende o prazo da prescrição Exime o S.P. do ônus da correção 
Monetária Vencido o S.P. o depósito é convertido em renda para o S.A.
̧Se o processo é extinto sem o julgamento do mérito não cabe a conversão do depósito em renda O depósito não é pagamento e sim uma garantia. Poderá se converter naquele
IMPUGNAÇÕES E OS RECURSOS, NOS TERMOS DAS LEIS REGULADORAS DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO
Qualquer impugnação, defesa ou recurso administrativo contra o lançamento constitutivo do Crédito Tributário faz suspender a sua exigibilidade.O Poder Público tributante fica impedido de inscrever a dívida e procurar o Poder Judiciário para requerer seus direitos, na pendência da solução administrativa de qualquer impugnação ou recurso.Na falta desse recursos,administrativamente, poderá a Fazenda Pública ingressar com a ação de execução fiscal, uma vez inscrito o crédito em dívida ativa.
CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA
Garantia constitucional para assegurar proteção a direito líquido e certo,lesado ou ameaçado de ser, por ato de autoridade administrativa.
Concedida a liminar, em processo de mandado de segurança impetrado contra ato jurídico administrativo de lançamento tributário, a exigibilidade do ato fica suspensa
A moratória é disciplinada nos arts. 152 a 155 do CTN. A partir do disposto no art. 152, surge uma classificação da moratória quanto a dois aspectos. Vejamos o que diz o artigo:
“Art. 152. A moratória somente pode ser concedida:
I – em caráter geral:
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira;
b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado;
II – em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas condições do inciso anterior.
Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.”
Quanto à abrangência da sua concessão, a moratória pode ser geral ou individual.
A moratória concedida em caráter geral é aquela em que o prazo é estendido de forma ampla, contemplando a generalidade dos contribuintes, ou seja, o prazo é dilatado pela lei e, a partir da sua vigência, já passa a produzir efeitos, sem necessidade de qualquer ação do sujeito passivo. 
Temos como exemplo o que ocorreu no ano de 2011 para os optantes do Simples Nacional que, por problemas técnicos nos aplicativos de apuração, não puderam gerar o documento de arrecadação. Assim, foi concedida uma prorrogação do prazo para o pagamento referente ao mês de junho/2011. Essa medida beneficiou todas as empresas optantes pelo Simples Nacional, indistintamente, sem necessidade do cumprimento de algum requisito por parte dos contribuintes.
Já a moratória em caráter individual contempla apenas um grupo de sujeitos passivos, que se enquadrem nas condições estabelecidas na lei. Nessa linha, para usufruir os benefícios da moratória, os contribuintes devem comprovar que a sua condição se enquadra nos termos definidos em lei. Uma vez configurado o atendimento aos requisitos legais, a autoridade administrativa reconhece o benefício. Observe que o CTN dispõe que a moratória será concedida por despacho da autoridade. Entretanto, devemos destacar que a lei é quem concede o benefício, a autoridade apenas o reconhece, caso o contribuinte se enquadre nas condições estabelecidas. Contudo, em questões de prova, devemos ficar atentos, pois, se estiver sendo exigida a literalidade do CTN, teremos que considerar correta a concessão mediante despacho da autoridade. 
Reza o art. 155 do CTN que a concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogada de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora. Nesse sentido, podemos concluir que, além de se enquadrar nas condições estabelecidas em lei, o sujeito passivo deve comprovar a sua condição e requerer o reconhecimento do benefício, que será concretizado mediante o despacho da autoridade administrativa.
 CAUSAS DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 
	Vimos que as causas suspensivas da exigibilidade têm o condão de impedir a cobrança do crédito tributário, sem, contudo, implicar na resolução da relação jurídica tributária. Em outras palavras, vencida a causa de suspensão, o crédito tributário ainda existirá e o Fisco poderá proceder a sua cobrança.
 
De maneira diversa, existem algumas situações previstas no CTN que possuem o condão de resolver a relação jurídica tributária: são as chamadas causas de extinção do crédito tributário. As causas de extinção do crédito tributário são situações previstas em lei com o efeito de resolver a relação jurídica tributária, atingindo algum dos elementos da relação jurídica.
 
Assim como as causas de suspensão da exigibilidade, as causas de extinção do crédito necessitam de previsão legal. No nosso ordenamento,
constam do art. 156 do CTN.
Artigo 156 da Lei nº 5.172 de 25 de Outubro de 1966 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI - a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149
Conclusões = A regra-matriz de incidência tributária e sua aplicabilidade..
  1) Norma jurídica em sentido estrito é a significação construída em nosso intelecto a partir dos textos do direito positivo, cuja estrutura lógica se reduz à forma de juízo hipotético-condicional - se “H”, então dever-ser “C”;
2) A formalização, ou redução da norma jurídica tributária a juízos hipotéticos, afigura-se como um método de apreensão sintático-semântico, que permite melhor compreender o conteúdo da norma, além de possibilitar o controle de legalidade e constitucionalidade;
3) A partir dessa análise mais sistemática da norma jurídica, propôs-se uma ocorrência mínima, básica, a ser verificada em toda e qualquer norma tributária, denominada de Regra-Matriz de Incidência Tributária (RMIT);
4) A RMIT tem estrutura bimembre: de um lado, a hipótese normativa, condicionada pelos critérios lógicos material (verbo e complemento), espacial (âmbito de incidência normativa), e temporal (momento  da ocorrência do evento); e, por outro, o consequente normativo, condicionado, por sua vez, pelos critérios pessoal (sujeitos ativo e passivo da relação obrigacional) e prestacional (conduta a ser cumprida);
5) a hipótese de incidência tributária nada mais é que uma descrição hipotética de uma ocorrência fática em uma norma geral e abstrata. Na hipótese normativa, o legislador estabelece as características necessárias que os eventos sociais devem ostentar, a fim de serem vertidos em fatos jurídicos e produzirem os seus efeitos. Já o consequente normativo representa a relação obrigacional tributária, formado pelos elementos sujeito ativo (credor), sujeito passivo (devedor) e conteúdo prestacional, este reconhecidamente representado no comportamento de levar dinheiro aos cofres públicos - um quantum devido em razão de uma alíquota aplicável sobre uma base de cálculo;
6) Evento é todo e qualquer fenômeno que ocorra no mundo social despojado de linguagem, todavia, sua certificação ou relato, por meio da linguagem natural é denominado de fato. Por outro turno, um evento certificado por meio de linguagem jurídica competente é fato jurídico;
7) a RMIT tem a funcionalidade de permite ao operador do direito tributário controlar mais facilmente a legalidade e constitucionalidade da norma jurídica tributária
Pagamento.
 
O pagamento é a primeira, e a natural, causa de extinção do crédito tributário. Pagamento nada mais é que o cumprimento voluntário da obrigação, a entrega de dinheiro ao ente tributante.
 
Vimos que tributo é uma prestação pecuniária compulsória, decorrente da verificação de um fato gerador. Ocorrido tal fato, nasce a obrigação tributária, que precisa ser materializada por meio da realização do lançamento tributário. Realizado o lançamento, o sujeito passivo é notificado para fazer a entrega de dinheiro ao ente, ou melhor, fazer o recolhimento para as instituições financeiras autorizadas. Eis o pagamento, como a entrega com o objetivo de cumprir a obrigação tributária. Eis o caminho natural do crédito tributário.
 
Regras gerais do pagamento.
 
O CTN traz algumas regras gerais sobre pagamento, constantes do art. 157 ao art. 169. Inicialmente, o CTN estabelece que a imposição de eventuais penalidades não elide o pagamento integral do crédito, tentando nos mostrar que a obrigação decorrente do não recolhimento (ato ilícito) não se confunde com a obrigação decorrente do fato gerador (fato lícito). No caso de verificação de não pagamento, no prazo e na forma prevista em lei, o Fisco procederá à autuação e imposição de sanção (multa), além de proceder à cobrança do tributo não pago. 
 
O pagamento, como regra, deve ser realizado no prazo de 30 dias, a contar da notificação do lançamento. Essa regra, constante do CTN, somente valerá na omissão do lançamento, ou seja, somente se aplicará em caráter subsidiário, caso o lançamento tributário não determine prazo diferente (maior ou menor). Nos termos da legislação, o crédito não integralmente pago no vencimento será acrescido de juros de mora e correção monetária, independente do motivo determinante da falta. Aliado a isso, ainda se procederá à imposição de penalidades e de medidas de garantia.
  
Como regra do CTN, a taxa de juros moratórios será de 1% (um por cento) ao mês,  salvo previsão expressa da legislação em sentido contrário. Isso quer dizer que o ente tributante, obviamente por meio de lei, poderá estabelecer índice diferente. Em caso de omissão, valerá a regra geral do CTN.
 
A maioria dos entes tributantes tem seus índices próprios. A União utiliza a chamada taxa SELIC. Valem-se desta taxa, também, alguns Estados e Municípios. Outros Estados e Municípios, por sua vez, adotam índices exclusivos, normalmente chamados de índices fiscais. Na prática, deve-se verificar para o ente pretendido a existência de tais taxas diferenciadas. A Taxa SELIC engloba tanto correção monetária como juros moratórios. Por isso que, na prática, aplica-se apenas a referida taxa, sem cumulação de qualquer outro índice.
 
O CTN ainda prevê como regra geral sobre pagamento, a possibilidade da utilização do instituto da imputação ao pagamento. Por meio deste instrumento, o ente tributante tem a possibilidade jurídica de decidir o destino do pagamento realizado pelo sujeito passivo. Em outras palavras, no momento em que o sujeito passivo faz a entrega de dinheiro a título de pagamento de alguma obrigação tributária, o ente tributante não está obrigado e aceitar a destinação visada pelo devedor, podendo imputar tais valores como pagamento de outra obrigação tributária. De maneira simples: o ente escolhe o destino do pagamento realizado pelo sujeito passivo.
 
É importante que se diga que esta possibilidade de imputação ao pagamento não é arbitrária. O ente tributante deve obedecer às regras impostas pela própria legislação. Inicialmente, para que possamos falar em imputação ao pagamento, é preciso que estejamos diante de uma situação na qual existam, simultaneamente, dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo em relação ao mesmo sujeito ativo (mesmo ente tributante). Obviamente, em não existindo vários débitos, não há que se falar em imputação. 
 
A ordem de imputação, ou seja, a regra a ser seguida pelo Fisco para a realização da escolha está definida pelo art. 163 do CTN, da seguinte forma: 
 
I - Em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e, em segundo lugar, aos decorrentes de responsabilidade tributária; 
II - Primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e, por fim, aos impostos; 
III - Na ordem crescente dos prazos de prescrição e 
IV - Na ordem decrescente dos montantes.
 
Como primeira regra, o CTN estabelece a prioridade dos pagamentos das obrigações próprias, em relação às obrigações decorrentes de responsabilidade. Diante da primeira regra, existindo em relação ao mesmo sujeito passivo débitos relativos à situação jurídica de contribuinte e de responsável tributário, o ente deverá imputar o pagamento para os débitos da modalidade contribuinte.
A segunda regra da imputação ao pagamento utiliza como critério a espécie tributária. Por tal regra, dar-se-á prioridade às contribuições de melhoria, seguida pelas taxas e por fim aos impostos. A terceira regra sobre imputação ao pagamento baseia-se nos prazos prescricionais. Por determinação do CTN, os pagamentos devem ser realizados na ordem crescente dos prazos prescricionais, ou seja, dar-se-á prioridade aos débitos mais antigos (menores prazos prescricionais) em relação aos débitos mais recentes (maiores prazos prescricionais).
 
A última regra a ser observada refere-se aos valores do débito, obedecendo à ordem decrescente dos montantes. Com base nesta regra, tratando-se de débitos de mesma natureza, mesma espécie tributária e mesmo prazo prescricional, a imputação será realizada sobre o maior montante.
 
Apesar da regra clara da imputação ao pagamento, sua utilização na prática não tem sido verificada. Esta não utilização decorre de uma impossibilidade em virtude do pagamento ser realizado não junto aos entes tributantes, mas sim em instituições financeiras. Importante perceber que a imputação ao pagamento deve ser realizada no momento da realização do pagamento e pela autoridade administrativa representante do ente. Como os pagamentos são realizados pela instituição financeira, não há a possibilidade de imputação posterior.
 
Pagamento Indevido.
 
Importante regra a ser verificada no estudo sobre pagamento refere-se ao chamado pagamento indevido. Pagamento indevido nada mais é que o pagamento realizado em desacordo com a lei, ou seja, é o pagamento feito violando alguma disposição legal. É o pagamento errado, maior do que efetivamente devido, feito em duplicidade, com base em lei inconstitucional, com base em lançamento nulo, enfim, realizado com qualquer tipo de vício ou irregularidade.
 
O pagamento indevido, já que realizado em contrariedade à lei, gera ao sujeito que o realizou o direito a sua restituição, ou seja, o sujeito passivo tem direito de ter seus valores devolvidos, e o Fisco tem o dever de restituir tais valores. Este pagamento é indevido na medida em que viola a própria legalidade. Com base nesta afirmação, justifica-se a ressalva relevante realizada pelo CTN, no sentido de que o direito à restituição independe de prévio protesto. Em outras palavras, ao realizar o pagamento indevido, independente de se tratar de um erro ou falha do sujeito passivo, de manifestar ou não sua discordância no momento do pagamento, enfim, independente de qualquer ressalva, a restituição será uma medida a ser imposta.
 
A restituição de tributos indevidamente recolhidos é medida imposta, independente de manifestação de discordância do sujeito passivo (no momento do pagamento) ou mesmo da origem do vício (se motivado pelo sujeito passivo ou ativo), pois, caso contrário, estaríamos diante de uma situação de enriquecimento indevido (sem causa) para o ente tributante.
 
Haverá o direito à restituição do pagamento indevido em qualquer das modalidades de lançamento, inclusive no lançamento por homologação (modalidade na qual o sujeito passivo realiza o pagamento antes de qualquer medida ou ato do sujeito ativo – Fisco). Pouco importa que o sujeito passivo tenha sido exclusivamente o causador do erro, pois, como vimos, o direito de restituição independe do prévio protesto. Realizado o pagamento indevido e, portanto, nascido o direito de restituição dos valores, o sujeito passivo deve exercitar tal direito, Isso quer dizer que o direito de restituição depende da realização do pedido por parte do sujeito passivo.
 
Só que para o Fisco fazer essa restituição, essa devolução deve ser pedida, informando que o pagamento foi indevido, não importando quem deu causa ao erro. Este pedido de devolução, nos termos do art. 168 do CTN, deve ser realizada no prazo de cinco anos, contados da data da extinção do crédito tributário. A extinção, no caso, significa a data da realização do pagamento.
 
O sujeito passivo, ao exercer o direito de restituição do indébito, pode optar por dois caminhos distintos: a esfera administrativa ou a esfera judicial. Assim, o sujeito passivo poderá ingressar com um pedido administrativo de reconhecimento do pagamento indevido e do direito de devolução dos valores. Neste caso, o próprio ente tributante verificará se efetivamente ocorreu um pagamento indevido e, caso concorde, providenciará a devolução dos valores.
 
Poderá, ainda, optar pela via judicial. Neste caso, o sujeito passivo ingressará com uma ação de repetição do indébito tributário, pleiteando ao Poder Judiciário o reconhecimento do pagamento indevido e a condenação do ente tributante para realizar a devolução dos valores.
 
As duas esferas são independentes. Significa dizer que o sujeito passivo pode optar por qualquer uma delas, assim como poderá utilizar inicialmente da via administrativa e, caso não consiga a restituição dos valores, ingressar, posteriormente, com a medida judicial.
 
O STF entende que a opção pela via administrativa não implica em qualquer limitação para a utilização da via judicial. Assim, o sujeito poderá ingressar com o pedido administrativo e, posteriormente, com o judicial. O contrário, contudo, não ocorre. Entende o STF, que a opção pela via judicial significa renúncia à via administrativa, ou seja, implica na impossibilidade de utilização de tal caminho. Caso opte, portanto, pelo pedido judicial, não poderá se valer, concomitantemente ou posteriormente, da via administrativa.
 
Os prazos para o pedido administrativo e judicial são independentes, não se comunicam. A partir do momento que o pagamento é feito, inicia-se a contagem do prazo de cinco anos para o ingresso do pedido administrativo, como do prazo de cinco anos para o ingresso da medida judicial.
 
Para a maioria da doutrina, o prazo de cinco anos para o pedido administrativo é prazo decadencial, enquanto o prazo para ingresso com o pedido judicial é prescricional. Diante da independência de tais prazos, a utilização de uma das vias não implicará em alterações na contagem do prazo para a outra via. Obviamente, que somente podemos falar, aqui, em utilização anterior da via administrativa (lembrar entendimento do STF sobre a renúncia da esfera administrativa ao se utilizar a esfera judicial).
 
Diante da independência dos prazos para pedido administrativo e judicial, a eventual demora na resposta da esfera administrativa implicaria em eventual prejuízo ao sujeito passivo. Isso porque a solução do processo administrativo em prazo posterior aos cinco anos implicaria na prescrição da pretensão judicial do sujeito passivo.
 
Como forma de correção desta situação, o art 169 do CTN estabelece um prazo de dois anos para o ingresso de medida judicial de anulação da decisão administrativa. Com isso se garante que, independente da demora da resposta administrativa, o sujeito passivo sempre terá o prazo mínimo de dois anos para utilizar a via judicial. Com isso, se garante ao sujeito passivo o direito de utilização, com segurança, das duas vias, garantindo-se, ainda, o respeito ao princípio da ampla defesa, tanto na esfera administrativa, como judicial.
 
Ao lado da regra geral sobre devolução dos valores recolhidos indevidamente, existe um importante entendimento doutrinário e jurisprudencial, conhecido como tese dos dez anos. Por este entendimento, o prazo para o ingresso da medida de restituição dos valores recolhidos a mais é de dez anos, e não de cinco.
 
Esta tese, contudo, tem um campo de aplicação limitado: refere-se exclusivamente aos tributos lançados pela modalidade por homologação. Não se aplica, pois, ao lançamento de ofício ou por declaração. Lançamento por homologação, previsto no art. 150 do CTN, é a espécie de lançamento na qual o sujeito passivo tem o dever legal de apurar a ocorrência do fato gerador, realizar o cálculo do valor do tributo, proceder ao preenchimento da guia própria e realizar o pagamento do crédito, independente e anteriormente a qualquer medida do Fisco. Realizado o pagamento, nasce
para o ente o direito de revisão, chamado homologação. A homologação pode ser expressa (realizada formalmente) ou tácita (em decorrência do decurso do prazo de cinco anos, contados do fato gerador, sem qualquer manifestação do Fisco). A homologação, seja expressa, seja tácita, tem o efeito de extinguir definitivamente o crédito tributário.
 
Pela tese dos dez anos, para a definição da contagem do prazo de restituição, aplicam-se cumulativamente os prazos do art. 150, § 4º e do art. 168 do CTN. Pelo primeiro, se estabelece que, no lançamento por homologação, a extinção do crédito se dá após cinco anos da ocorrência do fato gerador; pelo segundo, se define que o prazo de cinco anos para a restituição se inicia com a extinção do crédito tributário. Aplicando-se as duas regras, temos que, realizado o pagamento antecipado, aguarda-se o prazo de cinco anos para a homologação tácita (cinco anos do fato gerador). Ocorrida a homologação tácita (e com ela a extinção do crédito), inicia-se a contagem do prazo de cinco anos do art. 160 do CTN. Ao todo, portanto, dez anos contados do fato gerador.
 
A rigor, não há, nesta tese, dez anos de prazo para a medida de restituição. O prazo continua sendo de cinco anos, contudo, contados de momento diverso. O que se altera é o início da contagem dos cinco anos do art. 168 do CTN. Esta tese era aplicada por parte da jurisprudência, inclusive do STJ. Contudo, a edição da Lei Complementar 118/2005 implicou na sua extinção.
 
Pela citada lei, o prazo para pleitear a devolução dos valores pagos a mais é contado, sempre, da data do pagamento, em toda modalidade de lançamento. Assim, no lançamento por homologação, não mais importa a data da homologação (que seria a extinção definitiva), mas apenas a data do pagamento antecipado. Esta lei, ainda, define que este dispositivo tem aplicação retroativa, nos termos do art. 106, inciso I, do CTN.
A Lei Complementar 118/2005, ao assim dispor, parece estar no campo da sua competência, respeitando o dispositivo do art. 146, inciso III, da CF. Os prazos de prescrição e decadência podem ser fixados, como norma geral, por lei complementar. O que se discute muito é a possibilidade de aplicação retroativa deste dispositivo, sob a alegação de ser meramente interpretativo.
 
O STJ já se manifestou no sentido da inconstitucionalidade de tal dispositivo. Assim, para o STJ, hoje, a tese dos dez anos não tem mais aplicação, mas os pedidos realizados anteriormente à vigência de tal lei estão assegurados (impedindo sua aplicação retroativa).
 
Apesar do STJ ter algumas manifestações no sentido da inconstitucionalidade do dispositivo da Lei Complementar 118/2005, como a decisão final sobre a constitucionalidade do dispositivo cabe ao STF, para fins de OAB e concursos, deve-se aplicar o texto da lei, ou seja, considerar a contagem do pagamento e considerar tal dispositivo retroativo, tratando-se de lei meramente interpretativa.
 
Compensação
 
A compensação está prevista, no CTN, como causa de extinção do crédito tributário. Compensação, tanto no Direito Tributário, como no direito privado, nada mais é que o encontro de contas, ou seja, a extinção recíproca de créditos de dois sujeitos, até o montante que se equiparam.
 
A compensação tributária é regulada pelos artigos 170 e 170-A do CTN, da mesma forma como é regulada no Direito Civil. Para o Direito Tributário, exige-se, para a compensação, e existência de lei autorizadora.
 
Normalmente, não temos dúvida em imaginar e entender a situação da compensação do Direito Civil. No Direito Tributário, contudo, esta facilidade não se mostra, afinal de contas, é muito simples ser devedor do Fisco (basta que ocorra um fato gerador de qualquer tributo), mas a mesma facilidade não se mostra na situação contrária, de ser credor do Fisco.
 
Quando podemos ser credor do Fisco, no Direito Tributário? Simples: toda vez que ocorrer um pagamento indevido. Diante do pagamento indevido nasce o direito de restituição, que nada mais é que nos colocar no polo ativo de uma relação de crédito com o Fisco.
 
Existindo, pois, uma situação de reciprocidade de créditos, podemos aplicar o instituto da compensação, como forma de extinguir o crédito do Fisco (e, ao mesmo tempo, de extinguir o crédito do sujeito passivo).
 
A compensação deve ser realizada entre créditos líquidos e certos. Estes créditos podem ser vencidos (portanto, exigíveis) ou vincendos. No caso de créditos vincendos, dever-se-á apurar seu montante com abatimento (pela antecipação). Este abatimento, contudo, não poderá ser superior a um por cento ao mês.
 
Importante regra constante do art. 170-A do CTN refere-se à possibilidade de utilização, para compensação, de créditos objeto de contestação judicial. Neste caso, para a realização da compensação é necessário que se aguarde o trânsito em julgado da decisão que reconhece a existência do crédito.
 
Esta regra, vale dizer, é de clara aplicação. Diante da ocorrência de um fato gerador, tendo o Fisco realizado o ato administrativo de lançamento, constituindo o crédito tributário. Este ato goza de presunção de legitimidade. Já para a constituição do crédito do sujeito passivo, decorrente da realização de um pagamento indevido, precisa ser constituído por uma decisão administrativa ou judicial. Estando diante de uma discussão judicial, o crédito decorrente de pagamento indevido somente será constituído com a decisão final não mais sujeita a alteração, ou seja, o trânsito em julgado da decisão. Com o reconhecimento judicial do crédito do sujeito passivo, poderá ser realizado o encontro de contas com a extinção recíproca de créditos. 
 
Transação.
 
A transação está definida no art. 171 do CTN, e nada mais é que uma negociação, realizada por meio de concessões recíprocas, como objetivo de extinguir o crédito tributário litigioso.
 
A transação, como todas as demais causas de extinção do crédito, depende de previsão legal (principio da indisponibilidade do crédito público). A lei deverá definir os limites e as hipóteses de concessões que poderá o representante da Fazenda realizar. Causa pouco utilizada e verificada na prática.
 
O CTN somente prevê a transação como causa de extinção de créditos litigiosos, ou seja, em discussão administrativa ou judicial, não como causa de prevenção de litígios (como no Direito Civil). Assim, somente pode referir-se a créditos impugnados.
Por fim, a transação deve implicar em concessões mútuas, ou seja, tanto do Fisco como do sujeito passivo.
 
Remissão.
 
A remissão, causa extintiva do crédito tributário, é definida como uma medida de política tributária, materializada pelo perdão do crédito tributário. É uma medida unilateral do Fisco, normalmente, para incentivar o contribuinte inadimplente a corrigir sua situação, ou mesmo medida administrativa que atinge créditos de pequeno e irrisório valor.
 
Para se falar em remissão é preciso estar diante de um crédito tributário constituído. A remissão pode ser total ou parcial, atingindo créditos tributários decorrente de tributos ou de multas.
 
O art. 172 do CTN prevê as condições que o legislador pode prever como critérios definidores da remissão. Grosso modo, estes critérios referem-se à situação econômica do devedor, ao erro ou à ignorância escusáveis, à diminuta importância do crédito, entre outras.
 
Normalmente, na prática, utiliza-se a remissão como causa de extinção de créditos de pequeno valor. Muitas vezes, o crédito tributário representa valores tão inexpressivos que o Fisco não tem interesse para proceder tal cobrança. A estrutura administrativa, assim como interesses como a pequena capacidade contributiva desses sujeitos passivos, justifica tal medida.
 
Somente a lei poderá prever e regular tal medida, que não se confunde com o instituto da anistia, prevista no art. 175 do CTN. A anistia é causa de exclusão do crédito (impede sua constituição), aplicável apenas e tão somente a créditos tributários decorrentes de atos ilícitos (multas), ainda não constituídos pelo lançamento.
Decadência.
 
A decadência talvez seja a principal causa de extinção do crédito tributário. Representa a perda do direito do Fisco constituir o crédito tributário. A decadência, no direito privado, representa a perda de um direito, por seu não exercício, por determinado lapso. Em outras palavras, quando um sujeito de direito não exerce determinada prerrogativa por muito tempo, acaba por perder tal direito.
 
No Direito Tributário, ao falarmos em decadência como causa de extinção do crédito tributário, estaremos diante da perda do direito do ente tributante exercer o direito de constituir o crédito tributário, por intermédio do lançamento. Em outras palavras, o Fisco perde o direito de lançar.
 
Ao atingir o direito de constituir o crédito, por previsão do CTN, se extingue, também, o eventual crédito que seria por ele (lançamento) constituído. Alguns autores criticam a inclusão da decadência como causa de extinção do crédito, pois, a rigor, se a decadência atinge o direito de lançar, de constituir o crédito, na verdade, impedirá seu próprio nascimento. Nestes termos estes autores preferem incluir a decadência com causa de exclusão do crédito. Para fins de OAB e concursos, esta discussão deve ser ignorada. Nos termos da lei, decadência é causa de extinção do crédito tributário. 
 
Concluindo, a decadência extingue o crédito, pois implica na perda do direito de constituir o crédito por intermédio do lançamento. O prazo decandecial no Direito Tributário está previsto no art. 173 do CTN. A regra geral do lapso de decadência é de cinco anos.
 
A regra geral do prazo decadencial é cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ser realizado. Assim, nascido o direito do Fisco realizar o lançamento, constituindo o crédito, iniciar-se-á a contagem de um prazo para a realização deste ato administrativo. Diante da inércia do Fisco, dar-se-á a decadência.
 
Nos termos do art. 173 do CTN, há três regras sobre contagem do prazo decadencial: 
 
I. Regra geral (exercício seguinte); 
II. Regra de antecipação e 
III. Regra de interrupção.
 
A regra geral da decadência está prevista no art. 173, inciso I, do CTN. Por tal regra, o início da contagem do lapso decadencial dar-se-á no primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ser realizado. Esta afirmação merece uma interpretação. Primeiro dia do exercício seguinte não gera qualquer dificuldade. Significa primeiro de janeiro do ano seguinte. A dúvida é: primeiro de janeiro do exercício seguinte a quê? Nos termos do CTN, do exercício em que o lançamento poderia ser efetuado. Pois bem: qual  o exercício que o lançamento poderia ser efetuado? Resposta direita e objetiva: o exercício da ocorrência do fato gerador.
 
Com esta explicação, podemos resumir a regra geral da decadência da seguinte forma: o prazo de cinco anos será contado do primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador. Em outras palavras, em primeiro de janeiro do ano imediatamente após o fato gerador.
 
Em caso de um fato gerador ocorrido em 23 de agosto de 2007, a contagem do prazo decadencial será iniciada em 1º de janeiro de 2008. Cinco anos após, estará consumada a decadência e extinto o crédito tributário. A segunda regra de decadência está prevista no art. 173, parágrafo único, do CTN. Por esta regra, o início da contagem do lapso decadencial será antecipado para uma data anterior ao primeiro dia do exercício seguinte (por isso o nome regra de antecipação).
 
Esta antecipação será gerada por meio de uma atividade positivo do Fisco. Nos termos do CTN, se o ente tributante notifica o sujeito passivo sobre uma medida preparatória do lançamento, a contagem do lapso será iniciada na data desta notificação. O CTN dispõe sobre medidas preparatórias, o que não significa realização do lançamento. Obviamente, se a notificação for do próprio lançamento, não falamos mais em decadência, pois o Fisco terá exercitado o direito de lançar. Medida preparatória significa alguma medida de solicitação de documentos, pedidos de esclarecimentos, apresentação de livros fiscais e notas fiscais, entre outras, visando a um futuro lançamento. Como com esta medida o Fisco inicia o procedimento tendente ao lançamento, entende o CTN que o prazo decadencial deve ser iniciado deste momento.
 
A regra de antecipação somente se aplica no caso de ainda não ter se aplicada a regra geral. Isso quer dizer que se o Fisco notifica o sujeito passivo sobre alguma medida preparatória (pedido de documentos, por exemplo), após dois anos, não significa que a contagem dos cinco anos iniciar-se-á com a notificação, pois já aplicável a regra geral (primeiro dia do exercício seguinte).
 
Existe, por fim, uma regra relacionada à interrupção da contagem do lapso decadencial previsto no art. 173, inciso II, do CTN. De acordo com esta regra, extingue-se direito do Fisco em constituir o crédito pelo lançamento no prazo de cinco anos, contados da data da decisão que anula o lançamento por vício formal.
 
Perceba-se que ao se falar em anulação de lançamento, parte-se da premissa de existência de um lançamento anterior (sob pena de não termos o que anular). Contudo, se existe um lançamento anterior (a ser anulado), significa que o Fisco já exerceu o direito de lançar, não mais se falando em decadência.
 
Exatamente por isso que temos que falar em regra de interrupção da decadência. Pela previsão do CTN, o sujeito passivo, por qualquer razão, decide apresentar uma impugnação administrativa ou judicial, baseada em vício formal do lançamento (autoridade incompetente, desrespeito ao contraditório ou à ampla defesa no processo administrativo etc.); assim, desta impugnação, origina-se uma decisão anulatória do lançamento. Desta decisão, conta-se o prazo de cinco anos para novo lançamento.
 
Ao estabelecer uma nova contagem de prazo de cinco anos, o CTN estabelece que a  decisão que anula o lançamento, por vício formal, tem a natureza de uma causa interruptiva de prazo (causas que implicam em contagem de novo prazo, integralmente). A reabertura de prazo de cinco anos somente será cabível em caso de anulação por vício formal. Caso o vício seja material, relacionado à inconstitucionalidade da lei, aplicação equivocada da legislação pelo fiscal, não ocorrência do fato gerador, dimensionamento equivocado da base de cálculo etc., a decisão de anulação do lançamento implicará na extinção do próprio crédito, não permitindo novo lançamento.
 
Prescrição.
 
A prescrição também é prevista como causa de extinção do crédito tributário. Prescrição, de maneira não técnica, é a perda do direito de cobrar (pela execução fiscal). De maneira técnica, é a perda da pretensão do direito do Fisco manejar a execução fiscal. Pela prescrição, o Fisco perde a pretensão do direito representado pelo crédito tributário, de forma que não mais poderá implementar medidas coercitivas visando o recebimento do crédito tributário.
 
Para entender prescrição, é importante fazer um paralelo com a decadência. Ocorrido o fato gerador, nasce a obrigação tributária. Nascida a obrigação, nasce para o Fisco o direito/dever de constituir o crédito por meio do lançamento tributário. Conforme vimos, o fisco tem um prazo de cinco anos para realizar o lançamento, sob pena de ocorrência da decadência e a conseqüente extinção do crédito tributário.
 
Realizado o lançamento, e, portanto, constituído o crédito tributário, o sujeito passivo é notificado para realizar o pagamento. A partir do vencimento do prazo de pagamento, nasce para o Fisco o direito/dever de implementar as medidas necessárias para a cobrança do crédito tributário. Estas medidas são representadas pelo ajuizamento da execução fiscal. Esta medida de cobrança, contudo, deve ser realizada dentro de um prazo razoável: o prazo prescricional do Direito Tributário.
 
O prazo de prescrição, assim, é o prazo para o Fisco cobrar o crédito tributário. Perceba-se que o grande divisor de águas no Direito Tributário é o lançamento. Até sua
realização, falamos em prazo decadencial; após sua realização, falamos em prazo prescricional.
 
RESUMINDO: Entre o fato gerador e o lançamento pode ocorrer decadência; entre o lançamento e a cobrança, pode ocorrer prescrição.
 
Nos termos da legislação privada, prescrição é a perda da pretensão de um direito pelo não exercício por um determinado lapso. No Direito Tributário, a pretensão que se analisa é a da Fazenda Pública realizar a cobrança dos créditos tributários. O Fisco exercita a sua pretensão ajuizando a execução fiscal (meio de cobrança específico para o crédito tributário). Caso o Fisco não exercite essa pretensão no prazo legal, perderá tal direito, aliada a extinção do próprio crédito tributário.
 
O prazo prescricional previsto no CTN é de cinco anos, contados da data da constituição definitiva do crédito tributário. Importante, portanto, definir o momento da constituição definitiva do crédito tributário, afinal, este será o marco inicial do lapso prescricional.
 
A constituição definitiva do crédito tributário deve ser interpretada como a data da notificação do lançamento ou a data da notificação da decisão administrativa não mais sujeita a alteração (no caso de impugnação do lançamento na esfera administrativa). Iniciada a contagem do prazo prescricional, o Fisco deverá exercitar sua pretensão dentro do lapso legal, sob pena de perda da pretensão e extinção do crédito. Importante, então, definir como se considera exercitada a pretensão, para definirmos, com isso, a interrupção da contagem do prazo prescricional.
 
O art. 174, parágrafo único, do CTN define as causas interruptivas de prescrição. Verificada a ocorrência de qualquer uma delas, temos a interrupção da contagem do prazo e manutenção do crédito.
 
A regra geral do exercício da pretensão é pelo manejo da execução fiscal. Contudo, diferente da regra do direito privado, a prescrição considera-se interrompida com a ordem de citação, ou, em outras palavras, na data do despacho que determinada a citação.
 
O art. 174, parágrafo único, inciso I, do CTN foi alterado pela Lei Complementar 118/2005. Esta Lei alterou o CTN, introduzindo a mesma regra constante da Lei 6.830/80 - Lei de Execuções Fiscais. A LEF estabelecia como data da interrupção a data do despacho, enquanto o CTN estabelecia a data da citação. Nesta briga, prevalecia o CTN, como Lei Complementar (estabelecendo normas gerais em matéria tributária). Com a alteração, a regra agora é única.
 
Uma última consideração relevante sobre prescrição refere-se aos seus efeitos no Direito Tributário. Enquanto no Direito Civil a prescrição atinge apenas a pretensão, no Direito Tributário a prescrição atinge o próprio crédito tributário (causa de extinção). Com isso, podemos concluir que diante do pagamento de uma dívida prescrita, no Direito Tributário, estaremos diante do pagamento de uma dívida extinta e, portanto, indevida. Com isso, esse pagamento de dívida prescrita dará ensejo à repetição do indébito tributário, em virtude da existência de um pagamento indevido.
 
Conversão do depósito em renda.
 
Considera-se causa de extinção do crédito a conversão do depósito em renda. Para falarmos nesta causa de extinção, obviamente, precisaremos da existência de um depósito e, aliado a isso, de uma discussão administrativa ou judicial (para realização do depósito).
 
O depósito, conforme vimos no estudo anterior, é uma causa de suspensão da exigibilidade. Será realizada no curso de uma discussão administrativa ou judicial, pois o sujeito passivo, na verdade, não pretende pagar, mas sim discutir o crédito. Depósito sem discussão é pagamento. 
 
A conversão do depósito em renda pressupõe, ainda, a decisão do processo administrativo ou judicial favorável ao Fisco, ou seja, pela manutenção do crédito tributário. Como a decisão é favorável ao Fisco, o depósito vinculado à discussão será convertido em renda (em pagamento). Esta conversão, como equivale a pagamento, extingue o crédito tributário. Em caso de decisão favorável ao sujeito passivo, o depósito é levantado pelo sujeito passivo.
 
Pagamento antecipado e homologação.
 
A próxima causa de extinção do crédito é a homologação do pagamento antecipado realizado pelo sujeito passivo. Obviamente, esta causa de extinção do crédito somente tem aplicação nos casos de lançamento por homologação, nos quais temos o pagamento antecipado e a homologação.
 
Consignação em Pagamento.
A consignação em pagamento está prevista como causas de extinção do crédito. Sua previsão legal consta do art. 164 do CTN. A consignação, em verdade, não extingue o crédito tributário. A consignação nada mais é que uma ação específica cujo objeto é a realização de um pagamento. Seu pressuposto é a vontade do devedor realizar o pagamento e a recusa ou a dificuldade gerada pelo credor para o recebimento. De maneira simples, a consignação é o instrumento de quem quer pagar, mas não consegue.
 
A consignação em pagamento, como pressupõe a vontade de pagar, pressupõe, para sua realização, o depósito do valor do crédito. Assim, o sujeito passivo, ao propor a medida, deve fazê-la acompanhado do depósito do crédito.
 
Em assim fazendo, a decisão da consignação decidirá o destino do depósito, obrigando o credor a receber ou imputando as eventuais sanções decorrentes da mora do devedor (que não pagou, mas apenas consignou). No caso de procedência da consignação, o depósito é convertido em pagamento e, com isso, o crédito é extinto.
 
No Direito Tributário, a consignação em pagamento é cabível apenas nas hipóteses taxativas previstas no art. 164 do CTN. São elas: 
I. De recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; 
II. De subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal e 
III. De exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
Nas duas primeiras hipóteses temos praticamente uma única regra, representada pela recusa de recebimento. O Fisco nega-se a receber alegando a existência de outros débitos ou deveres instrumentais diversos. Vimos que esta conduta não se justifica, na medida em que o Fisco dispõe do instrumento da imputação ao pagamento (ele Fisco pode receber o pagamento e imputar dívida diversa – art. 163 do CTN).
 
Situação diversa é a existência de dois entes exigindo tributo sobre o mesmo fato gerador. Nesta situação, temos dois entes tributantes exigindo tributo de um único sujeito passivo, pela ocorrência de um único fato gerador.
 
Nesta situação, o sujeito passivo, em tese, poderia optar por um dos dois entes e simplesmente realizar o pagamento. Este pagamento, contudo, não seria oponível em relação ao outro ente, não evitando, com isso, o ajuizamento de eventual execução fiscal e cobrança.
 
Para evitar esta situação, o sujeito passivo propõe a ação de consignação em face dos dois entes tributastes, depositando o valor do crédito tributário. O Poder Judiciário, então, decidirá qual o ente competente, mandando converter em pagamento o depósito realizado. Esta conversão tem o condão de extinguir o crédito.
 
Decisão administrativa ou judicial irreformável.
 
Ainda é causa de extinção do crédito tributário a decisão administrativa ou judicial. Para que se fale em decisão administrativa ou judicial, contudo, é obvio que se pressuponha a existência de uma discussão administrativa ou judicial.
 
Em outras palavras, é preciso que o sujeito passivo tenha apresentado uma impugnação administrativa ou judicial. Aliado a existência de discussão, para que a decisão extinga o crédito, é preciso, por fim, que a decisão seja favorável ao sujeito passivo, ou seja, favorável ao contribuinte ou responsável. A decisão é no sentido da nulidade do crédito.
 
Para que esta causa de extinção seja aplicada é preciso que o sujeito passivo tenha ingressado com uma impugnação administrativa ou com uma ação judicial (mandado de segurança, ação
anulatória ou declaratória). Como vimos, caso a decisão seja favorável ao Fisco, o crédito será mantido. Caso haja depósito, será convertido em renda e, a conversão, extingue o crédito.
 
Dação em Pagamento.
 
A última causa de extinção do crédito é, na verdade, uma forma de pagamento. O CTN prevê a chamada dação de bens em pagamento. A dação em pagamento nada mais é que a entrega de bens ao credor como forma de pagar. Ao invés de entregar dinheiro, o devedor entrega determinados bens.
 
A dação como forma de extinção do crédito somente pode se dar sobre bens imóveis. O CTN é claro sobre essa exigência, não se admitindo, pois, a entrega de bens móveis. A legislação do ente tributante deve prever tal possibilidade, assim como eventuais requisitos. Isso quer dizer que será lícito o ente definir local do imóvel, valor mínimo, tipo etc.
Aula dia 17/08
Extinção do credito tributário / continuidade 
Extinção do Crédito Tributário
Introdução
Extinção significa que deixará de existir, a extinção acarreta a inexistência. Há previsão, no Código Tributário Nacional, das formas de extinção do crédito tributário, artigo 156, qual só a lei poderia prever, mas há causas extintivas não previstas pela lei tributária e sim pelo Direito Civil, aplicável ao Direito Tributário.
As formas de extinção do crédito tributário, no que geralmente acarreta a extinção da obrigação, pelas demais modalidades previstas no artigo 156 do CTN, se têm no Código Tributário nacional de forma não taxativa.
É previsão do artigo 156 do CTN, as formas de extinção do crédito tributário, quais sejam: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado; XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.
Da extinção do crédito tributário
 Extinção significa que deixará de existir, a extinção acarreta a inexistência. Há previsão, não taxativas, no Código Tributário Nacional, das formas de extinção do crédito tributário, artigo 156, qual só a lei poderia prever, porém “há no direito privado causas extintivas que, embora não previstas no Código Tributário Nacional, aplicam-se em matéria tributária” (Machado, 2015, pág. 203).
Porém, em certos casos há a extinção do crédito tributário sem ocorrer a extinção da obrigação tributária do respectivo, dando direito à Fazenda Pública, por meio de novo lançamento, “constituir outro crédito” (Machado, 2015, pág. 203). Isso só ocorre “quando a causa extintiva tenha afetado apenas a formalização do crédito” (idem)
Havendo irregularidade de constituição do crédito tributário, há permissão pelo CTN, artigo 144 e 149, que a lei ordinária disponha sobre os efeitos de sua extinção, conforme artigo 156 do CTN em seu parágrafo único. 
A revisão do lançamento, previsto no artigo 149 do Código Tributário Nacional, só pode começar se “não extinto o direito da Fazenda Pública” (Machado, 2015, pág. 203). Ocorre que tal artigo, em seu parágrafo único, dispõe sobre o direito de lançar e não o direito de crédito. Pode, porém, a extinção do crédito “afetar, ou não, o direito de lançar, vale dizer, de constituir novo crédito” (idem).
Na falta da lei, que deveria dispor sobre os efeitos da extinção de crédito, “sobre ulterior verificação de irregularidade da sua constituição, essa extinção impede qualquer cogitação a respeito” (idem), bastando qualquer causas extintivas do crédito, dispostas no artigo 156 do CTN, para tanto, impedir qualquer cogitação. Se a irregularidade implicou pagamento indevido cabe restituição conforme o artigo 165 do CTN, ou seja, se extinto o crédito, dele só se cogita se for para o “fim de efetuar a restituição” (Machado, 2015, pág. 204) do que fora pago indevidamente.
O crédito tributário é diferente da obrigação tributária, pois a obrigação “tem por objeto o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária” enquanto o crédito “se trata da própria obrigação tributária no estágio do lançamento” (Amaro, 2014, pág. 411). Ocorre portanto que a extinção do crédito tributário, geralmente, acarreta a extinção da obrigação, ou seja, a obrigação “extingue-se juntamente com ele” (idem).
O crédito tributário é “relação formalizada, acertada, tornada líquida e certa” (Machado, 2015, pág. 204) e sua extinção pode afetar a forma, o conteúdo, bem como, a própria obrigação tributária, podendo afetar apenas a forma e não o conteúdo e “em face da subsistência da relação obrigacional, persiste o direito de lançar, vale dizer, de constituir novo crédito tributário” (idem).
É previsão do artigo 156 do CTN, as formas de extinção do crédito tributário, in verbis:
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
 I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.  (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
É certo que a pode ocorrer a extinção do crédito tributário sem consequente extinção da obrigação tributária condizente, como no caso em que decorre de vício formal no processo administrativo ou judicial, havendo a extinçao do crédito porém não da obrigação, devendo a Fazenda Pública efetuar novo lançamento no prazo de 5 anos, da data em que se torne definitiva a decisão.
1. Pagamento
É a modalidade mais comum de extinção do crédito tributário, consiste na entrega ao sujeito ativo pelo sujeito passivo, ou quem o faça em seu nome, da pecúnia correspondente ao crédito. Para Luciano Amaro o pagamento é “o modo natural de extinção da obrigação tributária” (Amaro, 2014, pág. 417). Para Eduardo Saggab “é modalidade direta de extinção do crédito tributário, prescindido de autorização por lei” (Saggab, 2011, pág. 860).
O CTN dispõe de regras sobre o pagamento para não haver dúvidas ou para “introduzir disciplina específica, afastando preceitos do direito privado” (Machado, 2015, pág. 205).
Reza o artigo 157 do CTN que a “imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito”, que, apesar do termo oficial ser ilide, leia-se elide, e quer dizer que a penalidade não o faz desobrigado de pagar o tributo, ocorre a soma da penalidade mais o tributo, devendo ser pago os dois.
Já o artigo 158 prevê que o pagamento de parcela do crédito não importa na presunção de pagamento das outras, “diferentemente do que acontece no Direito Civil” (Sabbag, 2011, pág. 861), e nem o pagamento de um crédito faz presumir o pagamento de outro, quais se refiram ao mesmo ou a outros tributos.
O contribuinte, portanto, deve provar que pagou todas as parcelas, pois se provar que pagou a primeira ou a última não traz a presunção de pagamento integral e nem de outra ou outras.
O pagamento deve ser efetuado, quando a lei tributária não dispuser a respeito, na repartição competente do domicílio do sujeito passivo, (CTN, artigo 159), devendo o sujeito passivo pagar independentemente de cobrança, podendo a legislação tributária conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas condições estabelecidas, mas se não houver estabelecido o tempo do pagamento, considera-se vencido após 30 dias da notificação do lançamento ao sujeito passivo (CTN, artigo 160). Prevê
o CTN o pagamento em repartição competente, porém, nos dias de hoje, se paga os tributos em bancos.
Quanto ao tempo do pagamento, ou seja, “o vencimento do crédito tributário” (Machado, 2015, pág. 206), deve ser disposto pela legislação aplicável ao tributo específico. Porém “referindo-se o Código à legislação tributária, leva ao entendimento de que o prazo para o pagamento do crédito tributário pode ser estabelecido em norma diversa da lei” (idem)
Nos tributos que são lançados por homologação, como ICMS, IPI e IR, é imprescindível lei para que estipule prazo para o pagamento, “não se lhe aplicando a regra supletiva do Código Tributário Nacional à falta de notificação de lançamento” (idem). Não ocorre, nesses tributos, o vencimento do crédito, mas sim a antecipação do pagamento anterior a sua constituição.
Fala-se novamente que de acordo com o artigo 160 do CTN, parágrafo único, há a possibilidade de a lei conceder desconto pela antecipação do pagamento, que “pode ser em relação ao próprio lançamento, como se verifica na legislação do imposto de renda, que faculta o pagamento no ato da entrega da declaração” (idem), bem como, “em relação ao vencimento, hipótese de prática generalizada nos Municípios brasileiros relativamente ao imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana” (idem).
Não havendo o pagamento do crédito tributário até o vencimento, acrescenta-se juros de mora automaticamente, não importando o motivo da falta parcial ou completa do pagamento, sem contar as “penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária” (CTN, artigo 161). Vale explanar que “embora não diga art. 97 do o CTN, somente a lei pode instituir medidas de garantia do crédito tributário, e não “atos normativos outros integrantes da legislação” (Machado, 2015, pág. 206).
De acordo com o artigo 161 em seu parágrafo segundo, a mora não se aplica ao sujeito passivo ou responsável que realizou, no prazo legal para pagamento, consulta ao Fisco, não será acrescido de juros, porque não huve mora, porém, obviamente, a consulta deve ser feita sobre tal crédito não vencido. 
A lei poderá dispor sobre o juros de mora do tributo específico, porém, se a lei não o fizer, será de um por cento ao mês (CTN, artigo 161, §1º).
 O artigo 162, inciso I, estabelece formas de pagamento dos tributos, podendo ser realizado por pagamento em moeda corrente, cheque ou vale postal, não podendo ser pago de forma diversa.
No seu parágrafo primeiro, o artigo 162 do CTN dispõe que “a legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal”, porém, “desde que não torne impossível ou mais oneroso que em moeda corrente”(CTN, artigo 162, §1º) para o contribuinte.
Quanto ao pagamento em cheque o crédito só é considerado extinto com “o resgate deste pelo sacado” (CTN, artigo 162, § 2º). É que “se por qualquer motivo o cheque não é pago pelo sacado, é como se não tivesse havido o pagamento do tributo” (Machado, 2015, pág. 207). Importante destacar que se assim não fosse e o Fisco ficasse com o cheque sem ser pago, haveria a substituição de um título de crédito por outro de “natureza cambiária” (idem), que é desprovido “das garantias e privilégios próprios” do crédito tributário (idem).
Outras formas de pagamento do crédito tributário é por meio de estampilha (selo), que é  vinheta representativa de imposto pago, que se anexa em documentos que representam obrigação ou quitação pecuniária, prevista no artigo 162, inciso II, e no § 3º “o crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela” (idem). Considera-se a inutilização regular da estampilha e não sua aquisição que corresponde ao pagamento do tributo.
Feita a inutilização pela autoridade administrativa tem-se um “pagamento puro e simples, feito concomitantemente com o lançamento respectivo” (idem), porém, se feito pelo sujeito passivo, ou representante, “corresponde a um pagamento antecipado” (idem) dependendo, o lançamento, de homologação.
No caso de perda ou destruição das estampilhas não confere direito à restituição pelo que pagou na aquisição, e nem recebe a diferença se por erro paga a mais do que efetivamente era devido, porém, se o erro foi da administração  em cobrar a mais “é devida a restituição” (idem), bem como em casos previstos na lei tributária.
Reza o artigo 162, § 5º que equiparam-se a estampilha o pagamento feito por meio de papel selado ou por processo mecânico.
Se o devedor tributário tem dois ou mais débitos não pode escolher se paga primeiro a esse ou àquele tributo, mesmo se forem um relativo a outro, como juros de mora ou penalidade pecuniária – quais se referem a um tributo, não havendo direito de “escolher qual dos débitos pagar” (Machado, 2015, pág. 208). É a autoridade administrativa competente quem determina quais serão pagos em ordem preferencial.
Essa ordem preferencial obrigatória assim é: (I) em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria (os débitos que seja contribuinte), e em segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária; (II) primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; (III) na ordem crescente dos prazos de prescrição (os mais antigos em preferencia aos mais novos, e valendo-se a preferência do mais perto de prescrever); (IV) na ordem decrescente dos montantes (primeiro os de maior valor e após os menores) (CTN, artigo 163).
Lembra Hugo de Brito Machado que “todavia, tem pouca ou nenhuma aplicação” (Machado, 2015, pág. 208) essa regra do CTN, “ eis que os pagamentos são geralmente feitos em estabelecimentos bancários, que não exercem qualquer controle quanto a estes aspectos” (idem).
O pagamento deve ser feito no momento do vencimento, e a autoridade administrativa deve extinguir determinado crédito tributário quando se exerce o direito de prestar compulsóriamente a pecúnia devida. Devendo ser a autoridade competente realizar tal prerrogativa, de receber, não podendo ser outra autoridade tributária.
Essa prerrogativa de receber que é delegada tal poder-dever aos estabelecimentos bancários, por ter sido delegada que caiu em desuso.
O montante a ser pago do crédito tributário pode ser consignado judicialmente, devendo versar sobre o crédito que o contribuinte se propõe pagar, caso haja: recusa no recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributoou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências adminstrativas sem fundamento legal e; exigência, por mais de uma entidade pública de pagamento de tributo idêntico sobre o mesmo fato gerador (CTN, artigo 164).
1.1. Pagamento indevido e restituição
O sujeito passivo tem direito à restituição, total ou parcial, do que pagou indevidamente, seja qual for a modalidade de seu pagamento, ressalvado o caso da perda ou destruição da estampilha, papel selado ou processo mecânico ou ainda erro no pagamento por estas modalidades (quais têm regime especial, porém, deve haver restituição caso por erro da administração ou por regra de lei tributária do tributo respectivo). A restituição ocorre no caso de cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido, no caso de erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento, bem como, no caso de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, conforme o que reza o artigo 165 do CTN e seus incisos. Tal restituição independe de prévio protesto, ou seja, o sujeito passivo ao pedir a restituição não precisa comprovar que fazia o pagamento do tributo sob protesto. Ocorre que “o tributo decorre da lei e não da vontade” (Machado, 2015, pág. 208), não havendo relevância se fora pago de forma voluntária sem protesto.
Ensina Luciano Amaro que “basta evidenciar-se a inexistência de obrigação tributária para que caiba a devolução
do que se tenha pago, a título de débito tributário” (Amaro, 2014, pág. 447), porém no direito privado deve-se ter provado, “como requisito para exercício do direito à repetição, a prova de que o pagamento se deu por erro ou foi feito sob protesto” (idem). 
Nos é importante saber que não interessa se o sujeito passivo pagou vonluntariamente o crédito tributário, pois no direito civil só se restitui se fez o pagamento por erro (CC de 1916, artigo 965), regra tal que já foi invocada pelo fisco porém fora repelido pelos tribunais, mas de acordo com o CTN não há dúvida haver de restituir.
É que o “direito à restituição do indébito encontra fundamento no princípio que veda o locupletamento sem causa, à semelhança do que ocorre no direito privado” (Amaro, 2014, pág. 446).
A vontade é relevante no direito privado, nas obrigações nascidas da vontade, pois o erro reportado pela lei civil “é um vício ou defeito na formação da vontade” (Machado, 2015, pág. 209). Mas para a formação da relação jurídica no direito tributário é irrelevante a vontade.
As duas hipóteses de restituição no inciso I do artigo 165 do CTN são de tributos que pagos sem que tenha havido litígio. O inciso I abrange o inciso II, pois se houve erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento do tributo, houve, portanto, pagamento indevido ou maior que o devido face a lei tributária aplicável à relação jurídica, “ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido” (idem). Já as hipóteses do inciso III rereferem-se às decisões condenatórias ao pagamento, em lide perdeu, mas insatisfeito persistiu e conseguiu uma nova decisão ora favorável, ocorrendo a reforma (nova decisão por órgão superior), anulação (quando a decisão condenatória é eivada de vício formal), revogação (o próprio órgão que condenou revoga a decisão, por meio de recurso que pede retratação) ou rescisão (transitada em julgado é rescindida por via da ação rescisória).
O CTN não diferencia o que é crédito tributário direto e indireto, pois importa “mais à ciência das finanças do que ao direito tributário” (Machado, 2015, pág. 210), o crédito direto é pago pelo próprio sujeito passivo, qual a legislação tributária o obrigou a prestar pecúnia, e o indireto é suportado por terceiro, transferido daquele que suportaria obrigatóriamente a obrigação para terceiros. Porém essa classificação não tem, “pelo menos do ponto de vista jurídico, nenhum valor científico” (idem), pois inexiste critério de quando o ônus de pagar é tranferido a terceiro, por exemplo, no IPTU, quando imóvel alugado, o ônus, apesar de ser de tributo direto, “é quase sempre transferido para o inquilino” (idem).
Mas do ponto de vista do CTN “A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la” (CTN, artigo 166), ou seja, deve-se, na letra da lei, pedir autorização do terceiro que assumiu para que se possa restituir o crédito tributário, sendo autorizado pelo terceiro para tanto, mas ocorre que não é (o terceiro) “parte legítima para pedir restituição” (Machado, 2015, pág. 211).
Ao ver de Hugo de Brito Machado que os tributos que comportam transferência de cargo financeiro respectivo “são somente aqueles tributos em relação aos quais a própria lei estabeleça dita tranferência” (idem), aplicando-se, e só assim, a regra do artigo 166 do CTN, pois de natureza jurídica. 
Ocorrendo, um “óbice intransponível ao exercício do direito à restituição do indébito” (idem), incorrendo em inconstitucionalidade o artigo 166 do CTN, caso assim não fosse. 
Havendo restituição total ou parcial do tributo, há lugar para restituir na mesma proporção, os juros de mora e as penalidades pecuniárias, exceto “as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa de restituição” (CTN, artigo 167), a restituição devida é a totalidade do crédito indevidamente pago, sendo, portanto, a soma dos juros de mora com as penalidades pecúniárias, resalvado a exceção sucitada, mais o valor do tributo pagos indevidamente. Ocorre que a multa e os juros são indevidos por ser indevido o tributo, devendo a restituição da soma, corrigido monetáriamente, do que fora pago indevidamente, exeto o que se falou acima prevista no artigo 167 do CTN. Corrigido monetariamente, quanto aos tributos federais, ante o artigo 66, § 3º da Lei 8.383/91, que determina a correção, e quanto a  outros tributos e os federais, no sentido da correção é o posicionamento do Supremo Tribunal Federal.
Porém as multas pelo descumprimento de obrigações acessórias não enseja a restituição pois “se a obrigação acessória efetivamente foi descumprida, e por isto a multa efetivamente era devida, não há por que se cogitar de sua restituição” (Machado, 2015, pág. 212).
Após o transito em julgado, da decisão administrativa definitiva que deferiu a restituição do crédito pago indevidamente, é que “a restituição vence juros não capitalizáveis” (CTN, artigo 167, parágrafo único). A posição do STF é a que deve haver tal correção por aplicaçã analógica do artigo 108 do CTN, qual dispõe sobre a restituição do depósito, sendo que se depositando a quantia cobrada indevidamente há restituição corrigida, há que haver correção se paga e após pede a restituição, “tal como receberia se houvesse depositado” (Machado, 2015, pág. 212).
1.2. Extinção do direito à restituição
O direito de requerer “a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados” da (I) data da extinção do crédito tributário nas hipóteses de cobrança ou pagamento de tributo indevido ou maior que o devido e na hipóteses de erro na edificação do sujeito passivo, no cálculo do montante do débito, ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento, bem como, (II) da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado, ou rescindido a decisão condenatória (CTN, artigo 168), na hipótese do artigo 165, inciso III.
O primeiro inciso do artigo 168 entende-se que “se trata de pagamento não precedido de procedimento contencioso, seja administrativo ou judicial, com decisão que tenha afirmado ser o tributo devido e fixado o respectivo montante” (Machado, 2015, pág. 212 e 213). Porém sabemos que o “pagamento nem sempre extigue o crédito tributário” (Machado, 2015, pág. 213), mas somente aqueles lançados, porém, quanto aos tributos de pagamento antecipado “que ocorre nos tributos sujeitos a lançamento por homologação” (Machado, 2015, pág. 212) o que extingue o crédito é a homologação e não o pagamento. 
O STJ vem afirmando que o prazo prescricional começa a correr da data do pagamento do tributo, no geral, sem se posicionar a respeito daqueles créditos que têm o pagamento antecipado, não ocorrendo a extinção por nem existir ainda o crédito, que só se opera a extinção com a homologação, e como “esta geralmente não se faz expressamente, o lançamento so se perfaz com a homologação tácita, vale dizer após cinco anos da data do pagamento” (Machado, 2015, pág. 213). Da mesma maneira, de que nesse caso o pagamento não extigue o crédito tributário, a compensação, “feita no âmbito do lançamento por homologação” (idem), na fundamentação do artigo 66 da Lei 8.383/91, “também não extingue desde logo o crédito tributário”(idem), é como no primeiro caso, depende de homologação.
Bem como, em face do disposto no artigo 3º da Lei Complementar 118 de 2005, o pagamento antecipado não pode extinguir o crédito tributário, e nem poderia, pois não se pode extinguir aquilo que ainda não existe. Ocorre que antes do lançamento só existe o dever jurídico de pagar, que se extingue, tal dever jurídico, com o pagamento mas não o crédito tributário.
No artigo 3º da referida Lei Complementar não abre margem para dúvida, pois a “extinção do crédito tributário referida em sua segunda parte entende-se ocorrida apenas para efeito de interpretação do disposto no art. 168, I, do CTN, que define a data do início do prazao extintivo do direito de pleitear a restituição de tributo pago indevidamente” (Machado, 2015, pág. 213).
Deveria o artigo 3º da Lei Complementar 118/2005 ter simplesmente alterado a redação do artigo 168, I, do CTN, prevendo que o direito de requerer/pleitear a restituição se extingue no prazo de cinco anos, a partir, nas hipóteses dos incisos I e II do artigo 165 do CTN, “da data do pagamento indevido” (idem). 
Na hipótese do inciso II do artigo 168 do CTN o prazo prescricional começa da “data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado, ou rescindido a decisão condenatória” (CTN, artigo 168, II), ou seja, o prazo prescricional começa, também, da extinção do crédito tributário” (Machado, 2015, pág. 213), sendo diferente no aspecto de que nesse ultimo caso o pagamento se deu em face de decisão condenatória e não espontaneamente. Contando-se o prazo não da data do pagamento, mas sim da data em que se tornou definitiva a decisão administrativa ou transitada em julgado a decisão judicial, qual ou uma ou outra reformou, anulou, revogou ou rescindiu a decisão condenatória. Podendo o contribuinte questionar em alguns casos a exigência tributária, fazendo “desde logo o pedido de restituição” (Machado, 2015, pág. 214).
1.3. Anulação da decisão denegatória de restituição
De acordo com o artigo 169 do CTN “Prescreve em 2 (dois) anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição”, ou seja, havendo denegatória de restituição de tributo pago indevidamente o prazo é de dois anos para a ação de anulação. Para Hugo de Brito Machado tal norma é inconstitucional, “porque contraria o princípio da isonomia” (Machado, 2015, pág. 214), sob a fundamentação de que os prazos extintivos de direito se dá igualmente para o devedor e credor, da mesma relação jurídica, é que “a necessidade de segurança jurídica que justifica o estabelecimento de prazos extintivos de direitos projeta-se igualmente” (idem), tanto ao credor como ao devedor, porém a Fazenda Pública tem cinco anos para uma ação de anulação de decisão que lhe fora desfavorável, portanto, não “há motivo lógico ou jurídico para a diversidade de tratamento” (Amaro, 2014, pág. 455).
 Já em seu parágrafo único, “o prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada” (CTN, artigo 169, parágrafo único).
A crítica da doutrina de Hugo de Brito Machado sobre tal parágrafo único se da pelo fato de ser a partir da data de intimação e não da citação o recomeço do curso da prescrição por metade. Devendo o órgão judiciário julgar em um ano a ação a partir da data de intimação do representante judicial da Fazenda Pública, o que é praticamente impossível com a atribulação que é o judiciário atual.
Portanto ainda por Hugo de Brito Machado o artigo 169 do CTN padece de dupla insconstitucionalidade.
Havendo a prescrição ainda há de ser pago o tributo pago indevidamente, face o princípio da moralidade, que é submetida a Administração, mesmo que nesse caso não se pode pleitear a restituição, há de ser restituida por iniciativa da Administração, por está vinculada a tal princípio.
2. Compensação
A próxima modalidade de extinção do crédito tributário que estudamos esta previsto no artigo 156, II, do CTN. Trata-se da compensação, que é uma das demais modalidade de extinção definido na disposição do artigo 170 do CTN.
Ensina Eduardo Sabbag que o conceito de compensação “pode ser extraída do Direito Privado, conforme os arts. 368 e 380 do Código Civil” (Sabbag, 2011, pág. 871).
	
	Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato. Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado. Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação. Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: 
I - se provier de esbulho, furto ou roubo; 
II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos; 
III - se uma for de coisa não suscetível de penhora. 
Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas. Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever. Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente. 
Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem dedução das despesas necessárias à operação. Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento. 
Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exeqüente a compensação, de que contra o próprio credor disporia. 
A compensação traz vantagens recíprocas entre o sujeito passivo e ativo, para o sujeito passivo evita-se a mora de um processo de restituição do que fora pago indevidamente, para o sujeito ativo (Fazenda Pública) “economiza os custos burocráticos do processo” (Amaro, 2014, pág. 456).
Ocorre a compensação quando o sujeito passivo é tambem credor da Fazenda Pública, por ter pago tributo que não era devido, por exemplo, sendo previsto no artigo 170 do CTN que a lei pode, às condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos liquidos e certos, vencidos ou vincendos. A expressão “em cada caso” não significa que a lei pode deixar a cargo da autoridade administrativa para estabelecer condições  e garantias a cada caso de contribuinte, que peça a restituição, podendo a lei “fixar desde logo as condições para a compensação dos créditos tributários em geral” (Machado, 2015, pág. 217) de maneira permanente ou permitir a compensação de determinado tributo, ou em durante certo prazo, em casos específicos. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo que é também credor, “a lei determinará...a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a conrrespondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento” (CTN, artigo 170, parágrafo único).
Ocorre que a compensação é “um direito inerente às relações obrigacionais” (Machado, 2015, pág. 216), porém seu regramento faz parte do direito civilista ou comum, mas não ao direito tributarista. A compensação se disciplina em frente ao direito civil e não ao tributário.
Não deve agir a administração de maneira discricionária como faria se pudesse autorizar uma compensação de forma geral e permanente, para um ou para outro, não pode autorizar ou não sem lei que estipule os critérios que permitem reconhecer o direito à compensação. Não pode também “ser feita

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