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22/01/2018 1 Disciplina: DIREITO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Curso: CIÊNCIAS CONTÁBEIS Aula 10- CONTENCIOSO TRIBUTÁRIO, PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO E O PROCESSO JUDICIAL Profª. Msc. Amanda Cabral Fidalgo Unidade IIIUnidade III EMENTA AULA 10 CONTENCIOSO TRIBUTÁRIO, PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO E O PROCESSO JUDICIAL CONTENCIOSO TRIBUTÁRIO • “ Compreende a defesa e a representação dos interesses dos contribuintes, tanto na esfera judicial quanto administrativa.” O CONTENCIOSO JUDICIAL • Compreende a elaboração de ações visando à anulação de medidas impostas aos contribuintes, materializadas geralmente ou por sanções restritivas ao exercício de direitos, ou pela constituição de autos de infração. • Os serviços relativos ao contencioso judicial abrangem, também, a elaboração de medidas visando o reconhecimento de créditos, a adequação da incidência tributária ao sistema legislativo, bem como a defesa em processos fiscais. O CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO • Compreende a defesa dos interesses dos contribuintes, tanto em processos de consulta, reconhecimento de direitos e ressarcimento de créditos, quanto na elaboração de defesas administrativas (impugnações e recursos) decorrentes de autuações fiscais da União — Receita Federal do Brasil —, Estados e Municípios. Destaca-se, em especial, a atuação junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda — CARF e ao Tribunal Administrativo de Recursos Fiscais – TARF. • O PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO E O PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO 22/01/2018 2 PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO • O processo administrativo tributário, também denominado de ação fiscal, ou processo administrativo fiscal, caracteriza-se pelo conjunto de atos interligados, vinculados, nos quais o agente administrativo fica obrigado a agir de acordo com o que determina a legislação que trata da matéria. PRIMEIRA FASE • A primeira fase da ação fiscal, de caráter não contencioso e unilateral, é caracterizada pela necessidade do lançamento tributário para existir. • Por isso, é um processo necessariamente escrito. • A primeira etapa inicia-se com o lançamento tributário, que divide-se em três grupos: 1º FASE • a) Lançamento direto ou de ofício: ocorre quando o Fisco age por iniciativa própria, pelo fato de dispor de todas as informações necessárias, procedendo, portanto de forma direta. • b) Lançamento por declaração ou misto: ocorre quando o Fisco recebe informações do contribuinte, o qual tem obrigação legal de prestar estas informações, para que se opere o lançamento. • c) Lançamento por homologação ou autolançamento: ocorre quando o próprio contribuinte opera o lançamento e antecipa o pagamento, sob o controle genérico de fiscalização e da condição da homologação pela Fazenda Pública.”. A SEGUNDA FASE • A segunda etapa da ação fiscal é a contenciosa. Conforme apontado anteriormente, a primeira fase inicia-se com o lançamento tributário, que pode ser de três tipos: a) direto ou de ofício; b) por declaração ou misto; e c) por homologação ou autolançamento. • Os dois primeiros casos de lançamento asseguram ao contribuinte a faculdade de opor-se ao lançamento. É essa faculdade que permite surgir a fase contenciosa do processo de lançamento tributário. • “O contribuinte pode impugnar, no prazo de 30 dias, o auto de infração ou o lançamento notificado. Instaura- se assim o processo administrativo tributário, de rito contencioso, durante o qual se realizarão as perícias e provas necessárias à ampla defesa.” • Para o sujeito passivo, não há necessidade de se esgotar a via administrativa para o acesso ao Poder Judiciário. • Dessa forma, o contribuinte pode escolher entre a impugnação administrativa e a judicial. A SEGUNDA FASE Dinâmica• Na seara federal, o processo administrativo tributário é regido pelo Decreto nº 70.235/1972. • Nesta esfera o contribuinte tem o prazo de 30 dias, do recebimento do auto de infração, para fazer a impugnação encaminhá-la as Delegacias da Receita Federal, em que se fará o julgamento de primeira instância. • A decisão desse órgão pode extinguir totalmente, manter parcialmente ou totalmente os tributos reclamados no auto de infração. Caso a decisão seja desfavorável ao sujeito passivo, este possui 30 dias da ciência da decisão para recorrer à segunda instância para pleitear a modificação da decisão. • Na fase recursal, existem os Conselhos de Contribuintes, órgãos colegiados de composição paritária que decidem controvérsias sobre tributos federais. Assim sendo, tanto o recurso voluntário (oferecido pelo sujeito passivo) como o recurso de ofício (oferecido pela Fazenda Pública), são julgados em segunda instância por estes conselhos. • As decisões dos Conselhos de Contribuintes não tem caráter definitivo, haja vista que cabe sempre revisão judicial do que decidirem. 22/01/2018 3 O PROCESSO JUDICIAL NA ESFERA TRIBUTÁRIA • Como não existe um CÓDIGO DE PROCESSO TRIBUTÁRIO no ordenamento jurídico brasileiro, deve ser utilizado o CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL para o processo judicial tributário. • As exceções são as ações de execução fiscal e cautelar tributária que são reguladas por diplomas legais específicos, de modo que o CPC é utilizado de forma subsidiária. • Por conseguinte compreendemos que não existem leis específicas para que se resolvam os conflitos entre o sujeito ativo tributário e o sujeito passivo tributário. Limitação tributária não existe somente na ausência de um Código Processual Tributário. É justamente nesse sentido que BALEEIRO (2010): • “Na Constituição Federal de 1988, as medidas provisórias são absolutamente incompatíveis com a regulação de matéria tributária, em especial, instituição e majoração de tributos. [...] Entretanto, a segurança jurídica, o princípio da anterioridade e da não surpresa são de tal forma reforçados no Direito Tributário, que o procedimento legislativo, desencadeado pelas Medidas Provisórias, é incompatível com a regulação de tributos. • Assim já o era o Decreto-Lei, em parte, nas Constituições de 1967/69. Mas como o art. 55 do Texto anterior, de forma literal e expressa, assentia na edição de normas tributárias por meio de decretos-lei, havia pelo menos um setor - dos empréstimos compulsórios, instituí ;dos em caso de guerra, calamidade pública e absorção do poder aquisitivo - que era (exceção à rigidez do regime constitucional tributário”. AÇÃO JUDICIAL • Assim, o contribuinte pode se dirigir ao Poder Judiciário para tratar de matéria tributária sem que sejam esgotadas (ou sequer utilizadas) as vias administrativas tributárias para a resolução de conflitos. • Ora, o processo judicial tributário consiste no instrumento de realização concreta das abstrações do direito material tributário por intermédio de STF, STJ, TRFs, juízes federais, TJs e juízes estaduais. • Nesses casos, devem ser observadas com atenção as garantias processuais fundamentais da inafastabilidade do Poder Judiciário e do devido processo contraditório (além do contraditório e da ampla defesa, como já vimos no presente trabalho). EM SINTESE!! • O processo tributário é disciplinado através dos processos administrativo tributário e judicial tributário. O nosso Diploma Constitucional de 1988 e o nosso Código Tributário Nacional asseguram ao contribuinte brasileiro o processo administrativo como instrumento para resolução de conflitos jurídicos na esfera tributária, sendo assegurada a ampla defesa e o contraditório e vetadas quaisquer limitações aos recursos que podem ser utilizados pelo sujeito passivo da relação tributária em caráter legal, de modo que tais recursos estão dispostos ao exercício de direitos do contribuinte de forma incondicional e sem quaisquer restrições. PRÓXIMA AULA REVISÃO COLEGIADA!!
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