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AS ARTES MARCIAIS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL1

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AS ARTES MARCIAIS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Prof. Marcelo Tadeu Fernandes Silva
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A CRIANÇA E O AFETO
O ser humano depende dos afetos para identificar-se com o mundo.
"Pois a mãe é o primeiro mundo da criança e o último mundo do adulto. Todos nós somos envolvidos pelo manto dessa Ísis maior, com seus filhos." (JUNG)
A mãe não somente é uma condição prévia física, mas também psíquica da criança.
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A CRIANÇA E A LUTA
É inerente a criança o ato de perseguir, capturar, fugir, escapar, prender, soltar-se, mostrar-se mais forte, mais ágil, etc...
A ludicidade com que a luta é encarada pela criança é composta pela imaginação, o simbolismo, a fantasia, a diversão e experimentação.
Sua prática favorecerá o domínio do medo e do enfrentamento, além da percepção dos limites próprios e dos outros.
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ATOS REFLEXOS BÁSICOS
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	A SIMBOLOGIA DA 
 LUTA 
O incessável conflito entre o “Bem e o Mal”...
Presente em todas as condições e situações pertinentes ao ser humano...
O aprendizado a partir do processo que uma situação de luta inevitavelmente impõe...
A transformação temporária ou permanente que a luta desencadeia...
A luta como um ideal ou um mecanismo para se alcançar algo...
A disciplina inerente às Artes Marciais, induzem a consciência de higiene, tradição, respeito, tolerância, partilha, cidadania, perseverança, honestidade, obediência e o auto conhecimento.
A prática constante capacita o aprendiz a compreender as frustrações e dificuldades.
Por ser um “Sistema Completo de Ensino”, favorece o desenvolvimento do intelecto. 
...da moldagem da alma infantil, muitas vezes comparada com a cera mole que aceita e retém toda e qualquer impressão. Sabemos que as primeiras impressões da infância acompanham inexoravelmente o homem durante sua vida toda, e que certas influências educacionais podem confinar o homem. Enquanto viver, a certos limites inexoráveis... (JUNG, 1947) 
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COMO A CRIANÇA APRENDE
A criança se submete às impressionantes palavras dos pais e chegamos a ponto de acreditar que a criança será assim educada. Na realidade, o que educa a criança é aquilo que os pais vivem; o que os pais ainda acrescentam em gestos ou palavras apenas confunde a criança. O mesmo vale do professor. ( C.G. JUNG, p. 416)
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A LUTA COMO EXPRESSÃO HUMANA
“ a expressão humana é sempre, em última instância, corporal. Ou seja, è pela motricidade que o homem se realiza.” (FREIRE, 1995, p.41)
A luta é uma expressão da cultura do movimento. (Betti, 2010)
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A PEDAGOGIA DA LUTA
As lutas corporais fazem parte da cultura corporal do movimento dos seres humanos.
A pedagogia do esporte é originária da pedagogia geral e da ciência do desporto, apresentando tanto a função de desenvolver perspectivas pedagógicas, como de direcionar o sentido do esporte para a formação e educação do ser humano. (BENTO, 1995).
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A AULA DE LUTA
- Faixa etária
- Princípio da maturação
- Ludicidade
- Adaptação do conteúdo 
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A CRIANÇA, PSICOMOTRICIDADE E A LUTA
Se dá a partir da articulação do movimento/corpo/relação.
É o somático das emoções.
Busca estruturar suas marcas.
Qualifica seus afetos e elabora suas ideias.
Constitui-se como pessoa. 
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DAVID GALLAHUE
Gallahue (apud RODRIGUES, 1993), define o desenvolvimento motor  como o conhecimento das capacidades físicas da criança e sua aplicação na performance de várias habilidades motoras, de acordo com a idade, sexo e classe social. Para que possa se desenvolver um trabalho que traga relativas mudanças nas crianças em nível psicomotor, há a necessidade de um profundo conhecimento de todo o desenvolvimento natural de cada fase de crescimento do ser humano, para não sermos muito taxativos e, sem critérios, classificarmos uma criança como descoordenada, sendo que, esta falta de controle pode ser característica desta específica idade ou fase maturacional. Só a partir de um aprofundamento neuromuscular, fisiológico, psicológico e maturacional é que será possível uma comparação entre o desenvolvimento de uma criança sadia e coordenada e uma outra criança com dificuldades motoras para a sua idade. É importante salientar que esta dificuldade é relativa a sua faixa etária no sentido maturacional (idade biológica) e não a uma deficiência física ou mental. São insuficiências de movimento devido a falta de estímulos quando a criança se apresentou madura e pronta para os vivenciar; são crianças normais sem nenhuma patologia, porém, que tiveram uma infância trancada dentro de casa ou apartamento, o que é cada vez mais comum acontecer em cidades grandes.
O desenvolvimento da capacidade física como a força por exemplo, segundo HOHMANN (1997), acontece desde a fase intra-uterina, pois a criança irá ser estimulada caso a mãe tenha hábitos sadios e pratique alguma atividade física. Toda a movimentação da mãe irá estimular a criança que está dentro de sua barriga. Mesmo logo após o nascimento, se a criança vive deitada dentro do berço ou fica pendurada no colo da mãe, isto irá atuar decisivamente no seu desenvolvimento motor.
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NEUROBLOCOS DE LURE
Considera-se sete fatores psicomotores: tonicidade, equilibração, lateralização, noção de corpo, estrutura espaço temporal, praxia global e praxia fina. 
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PRINCIPAIS OBJETIVOS DAS A.M. NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
SOCIAL: Educar para a capacitação na convivência prática e social.
FÍSICOS: Aprimoramento do acervo neuro-motor, auxiliando as etapas do desenvolvimento pôndero-estatural.
PSICOLÓGICOS: Educar para o desenvolvimento das capacidades psíquicas inerentes as etapas de desenvolvimento mental para cada faixa etária.
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A ESCOLA E A ARTE MARCIAL – AS LUTAS
Escola pode se referir a uma instituição de ensino ou uma corrente de pensamento com características padronizadas que formam certas áreas do conhecimento e da produção humana. (Wikipédia).
As escolas de Artes Marciais antigas da China, além das técnicas marciais, ensinavam aos noviços, a filosofia taoísta, a escrita, história, geografia, matemática, sociologia, ciências e política. 
Nas AM orientais, estão inseridos em seus ensinamentos, aspectos formativos do caráter, e as questões filosóficas. ( Sistema Completo de Ensino).
O ensino das AM requer uma atenção especial na sua interação pedagógica. O objetivo deve estar muito além do embate físico e da dimensão corporal visível da luta.
Ruffoni (2004), discorre que as lutas, jogos de oposição e os esportes de combate existem desde o início dos tempos em todas as civilizações. Nos dias de hoje esse contexto faz parte das disciplinas curriculares em nível universitário no qual é visto como um instrumento pedagógico.
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AS LUTAS NA ESCOLA
O profissional de educação física deve através das justificativas científicas e experiências práticas estabelecer relações entre motricidade das lutas e desenvolvimento humano.
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PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCNs)
Caracterizam os esportes de combate/lutas como”[..] disputa em que o(s) oponente(s) deve(m) ser sub-julgado(s), mediante técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização, ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa.” (BRASIL, 1997, p.49)
A distribuição e o desenvolvimento dos conteúdos estão relacionados com o projeto pedagógico de cada escola e a especificidade de cada grupo... assim, não se trata de um estrutura estática e inflexível, mas sim de uma forma de organizar o conjunto de conhecimentos abordados. segundo enfoques que podem ser dados: esportes, jogos de lutas e ginástica, atividades rítmicas corporais e conhecimento sobre o corpo. (BRASIL, 1988:67)
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SENSEI X PROFESSOR
A formação de certos “Mestres de Lutas” não é adequada e sua autoridade está calcada na sua graduação.
Arbitrariedades em nome da hierarquia.
Validação social baseada a infalibilidade e devoção ao clube, grupo, turma e ao professor.
Na cultura japonesa - “Sensei” – é notado como um padrão de
comportamento que tinha como ponto principal a lealdade e o respeito. ( Culto ao Imperador). (DRIGO et.al.,2005)
Nas Artes Marciais, a criança inicia um princípio profundo de respeito e gratidão, entre o mestre e o discípulo, que se sente realizado com o progresso do aluno, formando uma perfeita simbiose filosófica, física e sócio cultural.
Formação Acadêmica? Sim? Não? Por quê? 
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As AM para crianças: A Necessidade de embasamento acadêmico
Docência de maneira científica.
A Educação Física : As AM fazem parte da cultura corporal do movimento.
A Lei 9696/98.
Falha acadêmica em relação a contextualização das AM.
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A INICAÇÃO PRECOCE
Na sociedade moderna a própria atividade física é um produto do mercado. (BETTI e ZULIANI, 2002)
As AM podem contribuir para uma formação física e filosófica, auxiliando o indivíduo na busca do equilíbrio.
As competições infantis, muitas vezes correspondem de quem propõem.
A especialização precoce encurta a vida útil do atleta, tornando-o mais limitado em termos de recurso e mais suscetível à lesões.
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O BRINCAR
“BRINCAR É UM TREINO PARA ATUAR NA REALIDADE” (WELLS)
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A FANTASIA
A fantasia é tanto sentimento quanto pensamento, é tanto intuição quanto sensação. Não há função psíquica que não esteja inseparadamente ligada à fantasia com as outras funções psíquicas. Às vezes aparece em sua forma primordial, às vezes é o produto do último e mais audacioso da síntese de todas as capacidades. Por isso a fantasia me parece a expressão mais clara da atividade específica da psique. É sobretudo a atividade criativa donde provém as respostas a todas as questões passíveis de resposta; á a mãe de todas as possibilidades onde o mundo interior e exterior formam uma unidade viva, como todos os opostos psicológicos. A fantasia foi e sempre será aquela que lança a ponte entre as exigências inconciliáveis do sujeito e objeto, da introversão e da extroversão. 
O princípio dinâmico da fantasia é o lúdico, que também é o próprio da criança...Mas esse brincar com a fantasia, jamais teve origem uma obra criativa. (Carl Gustav Jung)
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O DESENVOLVIMENTO DA PSIQUÊ HUMANA
A criança nasce com anomia = ausência de “nomos” = Lei/ordem.
Heteroanomia = A vivência na sociedade ( Família e escola). 
Autonomia = Desenvolvimento da consciência.
Segundo Neumann: Fases, urobórica, matriarcal, patriarcal, alteridade, cósmica.
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LINHAS PSICOLÓGICAS
PIAGET: Processos maturacionais biológicos.
FREUD: Análise do homem enquanto sujeito do inconsciente.
VIGOTSKY: A Importância do ambiente social e cultural.
SKINNER: Destaca o comportamentalismo.
WALTON: O Papel da emoções.
CARL MARX: Desconsideram o empirismo, e renascem o homem e sua expressividade pelas artes, fala e música. 
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ETAPAS MATURACIONAIS DA CRIANÇA - PIAGET
1º. SENSÓRIO MOTOR (0-2 anos): A passagem do”Caos ao Cosmo”. Limitado aos reflexos inatos, até a aquisição de habilidades básicas.
2º. PRÉ OPERATÓRIO (2-7 anos): Aparecimento da função simbólica e da semiótica pela emergência da comunicação. O desenvolvimento da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência. Egocentrismo.
3º. OPERAÇÕES CONCRETAS (7-12 anos): Egocentrismo intelectual e social. Operações mentais.
4º. OPERAÇÕES FORMAIS (12 anos em diante): Racionalização, conceituação estrutural abstratas, lógica formal, criticas dos sistemas sociais e capacidade e propor novos códigos de conduta. 
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ETAPAS MATURACIONAIS DA CRIANÇA - VIGOTSKY
NATURAL OU PRIMITIVO: Estágio característico da fala pré conceitual.
PSICOLOGIA INGÊNUA: Fase da Inteligência prática, por funções operacionais, 
OPERAÇÕES EXTERNAS: Egocentrismo.
CRESCIMENTO INTERIOR: Aparecimento da pensamento verbal ( Processo Sócio-Histórico).
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ETAPAS MATURAC0ONAIS DA CRIANÇA - FREUD
FASE ORAL: Pela boca que a criança conhece e se relaciona com o mundo.
FASE ANAL: Controle dos esfínteres, noção de higiene, posse, poder, agressão e satisfação.
FASE FÁLICA: Deslocamento da libido da sexualidade para as atividades socialmente aceitas. Investimento no outro. Laços sociais.
FASE GENITAL: Adolescência. Busca por novos grupos sociais. Perda da identidade infantil e dos pais. Identidade adulta. 
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LOPES E TAVARES
2008
“A estruturação das aulas assemelhou-se a sessões de treinamento, mesmo na iniciação, partindo do método parcial para o global. Foi ainda evidente a relação hierarquizada entre professores e alunos, limitando os alunos a imitação passiva.”
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ESTILOS DE ENSINO (MOSSTON)
POR COMANDO: Modelo tradicionalista, militar. Determina objetivos, escolhe atividades, fornece as indicações precisas sobre o que se executa. A metodologia dão apenas uma resposta, onde o comando precede o movimento executado de acordo com um padrão. Relação humana formalizada e hierarquizada.
POR TAREFAS: O professor seleciona e determina os objetivos e as formas de organização. Algumas decisões passam pelos alunos. Metodologia apresentada em forma de estações ou etapas. Relação humana formal.
POR PROGRAMAÇÃO INDIVIDUALIZADA: Acompanha o processo individualmente. Metodologia baseada nas diferenças individuais. Relação humana informal.
POR DESCOBERTA ORIENTADA: O aluno como centro do processo. Metodologia por resolução de problemas. Auto avaliações de desempenho. Relação humana informal e descontraída.
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LUTAS E CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Compreensão do ato de lutar
Vivências que envolvam perceber, relacionar e desenvolver as capacidades físicas e habilidades motoras presentes nas lutas.
Vivências de situações que a luta se aplica, de maneira competitiva e recreativa. ( FREITAS, 2009)
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A DISCIPLINA
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Para rir...
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