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Fisiologia Vegetal Profa. Keline Albuquerque Fotossíntese Reações de Carboxilação 200 bilhões de toneladas de CO2/ano são assimilados pelo ciclo de redução do carbono CICLO DE CALVIN OU CICLO C3 Reações de carboxilação da fotossíntese Etapa bioquímica da fotossíntese Ciclo fotossintético de redução do carbono Redução do CO2 à Carboidrato Ciclo de Calvin-Benson (Ciclo C3) • A mais importante rota de fixação do CO2 • Assimilação de C em todos eucariontes fotossintetizantes CO2 e Água Combinados enzimáticamente com molécula aceptora Gera moléculas intermediárias com três carbonos Redução à carboidrato Carboxilação: CO2 é covalentemente ligado a um esqueleto de carbono Redução: formação dos carboidratos ao custo de ATP e NADPH Regeneração: reconstituir ribulose-1,5- bifosfato aceptora CO2 Amido ou sacarose Fases Ciclo C3 CARBOXILAÇÃO Ribulose -1,5-bisfosfato (RuBP) (3 moléculas) 3-Fosfoglicerato (6 moléculas) Ribulose -1,5-bisfosfato é carboxilada pela enzima ribulose-1,5-bifosfato-carboxilase /oxigenasse (RUBISCO) Rubisco 3-Fosfoglicerato (6 moléculas) Gliceraldeído 3-fosfato (6 moléculas) Fosforilação Redução As trioses fosfato são formadas na etapa de redução do ciclo de Calvin utilizando o ATP e NADPH REDUÇÃO 3-Fosfoglicerato (6 moléculas) Gliceraldeído 3-fosfato (6 moléculas) Fosforilação Redução As trioses fosfato são formadas na etapa de redução do ciclo de Calvin utilizando o ATP e NADPH REDUÇÃO 3-Fosfoglicerato Gliceraldeído 3-fosfato Carboidrato Regeneração • Absorção contínua CO2 exigem regeneração do aceptor • Funcionamento do ciclo necessita da regeneração da ribulose 1,5-bisfosfato REGENERAÇÃO Trioses-fosfato (5 moléculas) Reações enzimáticas Ribulose -1,5-bisfosfato (3 moléculas) Açúcares –fosfato 2C, 4C, 5C, 6C e 7C 3ATP 3ADP + Pi Ciclo de Redução do Carbono ou Ciclo de Calvin 3 CO2 + 5H2O + 6 NADPH + 9 ATP Gliceraldeído-3-fosfato + 9ADP + 6 NADP+ 6 ATP 2NADPH Fase Redutiva 3 ATP Fase Regenerativa Balanço energético do ciclo C3 3CO2 + 5H2O + 6NADPH + 9ATP Gliceraldeído-3-fosfato + 9ADP + 6 NADP+ Para 1 triose-fosfato são necessários 3 carbonos fixados 1 triose-P 3 CO2 + 6 NADPH + 9 ATP Para 1 molécula de hexose são necessários 6 carbonos fixados 1 sacarose 6 CO2 + 12 NADPH + 18 ATP Síntese de amido e sacarose • Produto final pode ser translocado (sacarose) ou estocado (grãos de amido) Triose fosfato restante Amido Cloroplastos Sacarose Citosol FOTORRESPIRAÇÃO Ciclo Fotossintético Oxidativo C2 do Carbono Interferências na fixação do carbono no ciclo C3 • Não é absolutamente específica para o CO2 • O2 compete com o CO2 no sítio ativo da Rubisco • Capacidade de catalisar tanto reações de carboxilação quando oxigenação da RuBP • Oxigenação é a reação primária em um processo conhecido como fotorrespiração RUBISCO (Ribulose-1,5-bisfosfato carboxilase /oxigenase) Enzima mais abundante do mundo e bifuncional Fenômeno do consumo de O2 e liberação de CO2 estimulado pela luz (Metabolicamente ligado a fotossíntese) Fotorrespiração Respiração adicional (fotorrespiração): • Ocorrem nas folhas e é induzida pela luz • Cloroplastos, peroxissomos e mitocôndria Respiração em tecidos vegetais Respiração normal (escura): • Todos os órgãos, degradação dos carboidratos (energia) • Mitocôndria e citoplasma Perda parcial de CO2 de células que estão fixando CO2 por meio do ciclo de Calvin Gasto de energia para recuperar os carbonos do fosfoglicolato que não é útil (via C2) Função oxigenase da Rubisco Impactos negativos gerados pela fotorrespiração Redução da Eficiência da Fotossíntese Fotossíntese Fotossíntese Fotorrespiração Fotossíntese Ribulose -1,5- bisfosfato (RuBP) Carboxilação e oxigenação da RuBP são reações competidoras • A velocidade desses dois ciclos determinam o ganho líquido de carboidratos RuBP+ 02 Rubisco oxidase 2-fosfoglicolato + 3-fosfoglicerato Fotorrespiração Ciclo C2 Ciclo de Calvin Ciclo C3 Atua como uma operação de recuperação do carbono fixado perdido durante a fotorrespiração pela reação oxigenase da Rubisco Ciclo Oxidativo Fotossintético (C2) Ocorrência • Cloroplastos • Peroxissomos • Mitocôndrias Ciclo C2 Cloroplastos Reações do Ciclo C2 Reações do Ciclo C2 Peroxissomo Mitocôndria Balanço das perdas devido a fotorrespiração 2 moléculas de fosfoglicolato (4C) perdidas do ciclo C3 pela oxidação da RuBP são convertidas em 3-fosfoglicerato (3C) e CO2 com gasto de ATP De cada 4C perdidos na fotorrespiração, 3 são recuperados pelo ciclo oxidativo C2 (75% eficiência) Balanço entre os ciclos C3 e C2 depende: • Propriedades cinéticas da Rubisco • Temperatura • Concentração dos substratos – CO2 e O2 O aumento de temperatura modifica as propriedades cinéticas da rubisco e altera a solubilidade dos gases ↑ Temperatura ↓ [ CO2/O2] ↑ Atividade oxigenasse da rubisco ↑ Fotorrespiração Importância Biológica da Fotorrespiração • Dissipar o excesso de ATP e o poder redutor das reações luminosas • Impedir danos ao aparelho fotossintético Importante em condições de estresse - alta luminosidade, altas temperaturas, déficit hídrico e baixa concentrações de CO2 Eficiência fotossintética x Fotorrespiração Produção de biomassa pela planta está condicionada: • Melhorar a eficiência fotossintética • Redução da fotorrespiração Estratégias para driblar os impactos negativos da fotorrespiração Pode reduzir eficiência fotossintética de 90% para 50% Evolução dos mecanismos de concentração do CO2 no sítio ativo da rubisco • Fixação fotossintética do carbono via C4 • Metabolismo ácido das crassuláceas (CAM) Estratégias para minimizar ou suprimir a fotorrespiração PROCESSO EVOLUTIVO DA FOTOSSÍNTESE Ciclo C3 Ciclo CAM Ciclo C4 Estratégias para minimizar ou suprimir a fotorrespiração Ciclo C3 Ciclo CAM Ciclo C4 Mudanças fisiológicas e anatômicas: • Atuação de outras enzimas no metabolismo fotossintético • Separação das etapas da fotossíntese no espaço ou no tempo METABOLISMO DE PLANTAS C4 • 1º produto da fixação CO2: 4C (malato/ aspartato) • Carboxilação inicial não é catalisada pela Rubisco, mas pela PEP carboxilase • Fixação do CO2 dividida de forma espacial • Mudança na anatomia da planta Mecanismo especial de acumulação de CO2 no qual a reação de oxigenase é suprimida Familia Nome Vulgar Amaranthaceae Carrapichinho Euphorbiaceae Amendoim-bravo Cyperaceae Tiririca Poaceae Capim carrapicho Poaceae Capim pé de galinha Poaceae Brachiaria Poaceae Cana-de-açúcar Poaceae Poaceae Milho Milheto Poaceae Sorgo As espécies C4 estão agrupadas em várias famílias • Plantas daninhas • Culturas anuais • Forragens Diferença na anatomia foliar de plantas C3 e C4 Folha típica C4 Mesofilo Bainha vascular Anatomia tipo Kranz Células adjacentes trabalhando em conjunto Folha C3 Folha C4 Bainha do feixes vascular Mesofilo Envolvimento dos dois tipos de células em C4 Separação espacial da rota fotossintética • Cada estrutura possui enzimas diferentes • O transporte do carbonoocorrerá em cinco estágios Célula do mesofilo Célula da bainha vascular Descarboxilação Carboxilação Regeneração Mesofilo 1- Fixação do CO2 pelo fosfoenolpiruvato carboxilase nas células do mesofilo, para formar um ácido c4 2- Ácidos C4 são transportados das células do mesofilo para as células da bainha do feixe vascular 3- Ácidos são descaboxilados, liberando CO2. Produção de piruvato. CO2 produzido fixado pela rubsico (C. Calvin) Bainha do feixe vascular Malato Ciclo de Calvin 4- Transporte de piruvato (ácido c3) para o mesofilo Mesofilo 5- No mesofilo ocorre regeneração do PEP com gasto de ATP (catalisada pela piruvato ortofosfato diquinase) PEP carboxilase utiliza HCO-3 como substrato não compete com O2 Divisão espacial – ↑ [CO2]no sítio da rubisco – inibe fotorrespiração Afinidade PEP carboxilase e HCO3 – alta atividade da enzima permite reduzir abertura estomática (economia de água sem afetar fotossíntese) Mecanismo C4 de concentração de CO2 • Redução da fotorrespiração • Redução da perda de água • São em geral de regiões áridas e semiáridas • Metabolismo CAM associado com anatomia diferenciada (evitar perda de água) Concentração de CO2 pela separação temporal METABOLISMO ÁCIDO DAS CRASSULÁCEAS (CAM) Cerosidade Cutícula espessa Modificação de folhas Grandes Vacúolos Estômatos pequenos São em geral plantas suculentas (crassuláceas, cactáceas, bromeliáceas, orquidáceas, liliáceas e euforbiáceas) Algumas plantas CAM tem propriedade de se converter em plantas C3 • CO2 é fixado pela PEP carboxilase no período noturno • Ciclo de Calvin ocorre no período diurno • Variação cíclica do pH Carboxilação (noturna) Descarboxilação (diurna) Fases CAM: SEPARAÇÃO TEMPORAL DO METABOLISMO Estômatos abrem durante a noite e fecham durante quase todo o dia Metabolismo CAM Noite: estômatos abertos Captação e fixação do CO2: acidificação Estômato aberto permite a entrada de CO2 e perda de agua Dia: estômatos fechados Descarboxilação do malato armazenado e refixação do CO2 interno: desacidificação Estômato fechado impede a entrada de CO2 e perda de agua Separação temporal reduz a fotorrespiração e otimiza o uso da água O mecanismo CAM permite às plantas melhorarem a eficiência do uso da água Plantas C3 perda 400 a 500g de água / CO2 absorvido Plantas C4 perda 250 a 300g de água / CO2 absorvido Plantas CAM perda 50 a 100g de água/ CO2 absorvido Vantagem competitiva em ambientes secos RUBISCO PEPCASE Carboxilase e oxidase Carboxilase Km (CO2): 10 a 25 µm Km (CO2): 8 µM Requerimento energético (CO2: ATP: NADPH2): 1:3:2 Requerimento energético (CO2: ATP: NADPH2): 1:5:2 Ribulose-1,5-bifofato (RuBP) Fosfoenolpiruvato (PEP) Plantas C3, C4, CAM Plantas C4, CAM A Rubisco necessita de uma maior concentração de CO2 para trabalhar numa velocidade máxima. Caracteríticas C3 C4 CAM Anatomia foliar Células mesofilo Mesofilo e bainha vascular Células do mesofilo Enzimas Carb. Rubisco Rubisco e PEP case Rubisco e PEP case Req. energético 1:3:2 1:5:2 1:6,5:2 Transpiração(g/CO2) 450-950 250-350 50-55 Inibição por O2 Sim Não detectável Muito baixa TºC fotossíntese 15-25ºC 30-40ºC +/-35ºC Matéria seca (ton/ano) 22 39 Variável Como o ambiente afeta a fotossíntese? Processo fotossintético é dependente dos fatores ambientais Eficiência fotossintética Considerações Ecológicas da Fotossíntese Produtividade vegetal (safras agrícolas) depende das taxas fotossintéticas das espécies em um ambiente A fotossíntese é função primordial das folhas A anatomia foliar e a orientação das folhas controlam a absorção de luz para a fotossíntese Capacidade de uma planta crescer em diferentes ambientes luminosos Alteração na anatomia foliar em função do ambiente Folha de sol Folha de sombra Principais alterações: • Espessura • Tamanho • Clorofila total • Rubisco Anatomia foliar sob diferentes ambientes (luz) As plantas podem aclimatar-se e adaptar-se a ambientes ensolarados e sombrios Anatomia foliar é altamente especializada para absorção de luz e pode se ajustar ao ambiente Taxa fotossintética x Fatores Ambientais Podem causar variações na fotossíntese líquida (FL) Limitando crescimento e reprodução Produtividade vegetal Quais fatores podem limitar a fotossíntese? As taxas fotossintéticas de assimilação de CO2 podem ser limitada por fatores ambientais Temperatura Luz CO2 Eficiência fotossintética em situações ambientais diversas Ajustamento / Aclimatação das plantas às variações naturais Metabolismo C3 Metabolismo C4 Metabolismo CAM Interação com o ambiente Espécies CAM: • Regiões desérticas, limitação de água Espécies C4: • Centro de origem na zona tropical Espécies C3: • Predominante em zonas temperadas e regiões de autosombreamento Resposta Fotossintética à Luz Assimilação CO2 (fotossíntese líquida) em função da radiação fotosinteticamente ativa Período com luz: fotossíntese, respiração e fotorrespiração Período sem luz (escuro): respiração Fotossíntese: balanço entre captação e liberação de CO2 Resposta Fotossintética à Luz • Escuro não há assimilação fotossintética perda CO2 • Presença de luz há aumento assimilação de CO2 • Assimilação e liberação de CO2 se equivalem Ponto de compensação de luz (PC) • Taxa de assimilação de CO2 após PC tem aumento linear em função da intensidade luminosa • Excesso de luz fotoinibição Resposta Fotossintética à Luz Fotossíntese líquida em plantas C3 Comparação entre plantas C3 e C4 • Sob baixas intensidades luminosas e temperaturas inferiores a 30º plantas C3 tem maior eficiência Resposta Fotossintética à Luz Requerimento energético diferente • Elevadas intensidades luminosas C3 não há incremento nas taxas fotossintéticas • Elevadas intensidades luminosas C4 aumento crescente da fotossíntese até valores máximos de luz Fotorrespiração Comparação entre plantas C3 e C4 Resposta Fotossintética à Luz Comparação entre espécies de sol e de sombra Resposta Fotossintética à Luz • Diferenças entre valores de pontos de compensação e saturação de luz Resposta Fotossintética à Temperatura 20-30ºC (plantas C3) 30-40ºC (Plantas C4) • Afeta reações bioquímicas da fotossíntese Luz promove aumento da temperatura Atividade enzimática Fotorrespiração • Plantas C3 mais eficientes em baixas temperaturas que C4. Aumento da temperatura diminui sua eficiência Resposta Fotossintética ao CO2 Disponibilidade de CO2 para fotossíntese Difusão do CO2 da atmosfera até o cloroplasto enzimas de carboxilação Estômatos: Principal ponto de entrada de CO2 • Necessidade de CO2 x quantidade de água ambiente Regulação da abertura estomática Água Abundante: • Regulação temporal (Luz e CO2) • Aberto durante o dia e fechado durante a noite Água restrita • Quando as plantas começam a perder mais água do que absorve tendem a reduzir abertura estomática • Luz • Concentração CO2 • Temperatura • Umidade Aberto Fechado Status hídrico [CO2] eficiência fotossintética Resposta Fotossintética ao CO2 Plantas C4 necessitam de menores quantidades deCO2 para atingir o ponto de saturação • Necessidade de abertura estomática por menor tempo • Maior eficiência fotossíntese e menor perda de água Cinética das enzimas de carboxilação (Km)
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