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resumo educacao e diversidade

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RESUMO EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE
Unidade 1-Sociedade democrática: entre a identidade e a diversidade
A diversidade cultural e a desigualdade social, apesar de terem conceitos distintos, têm uma ampla relação, isto é, quanto maior à diversidade cultural, maior a desigualdade social.
A diversidade no contexto cultural significa uma grande quantidade de coisas, ações, pensamentos, ideias e pessoas que se diferenciam entre si den​tro de grupos sociais ou dentro de uma mesma sociedade, sendo passíveis de discussão, apelos, protestos, discórdia, que geralmente acabam em conflitos, chegando até as desigualdades sociais.
Portanto, a desigualdade social tem os seus princípios pautados nas tendências e nas diferenças de cada indivíduo, senão, vejamos: 
Pobreza: é uma condição que faz parte de um determinado grupo de pessoas que vivem à margem da sociedade, que são carentes dos recursos existentes, como moradia, alimentação, financeiro etc. O que na visão de alguns autores é a condição que mais degrada o ser humano e o que mais se aproxima e se identifica como um fator ou um elemento causal do desequilíbrio econômico e da desigualdade social. 
Raça: trata-se da discriminação social, o que é muito presente nos dias de hoje, por alguns grupos inescrupulosos de pessoas que agridem com palavras ou pela violência física pessoas que não são da mesma etnia, não têm o mesmo tom de pele, ou são de diferentes religiões, ou até mesmo por causa de suas ações sexuais.
Como podemos perceber, o preconceito, a discriminação e o descaso com algumas pessoas têm ocasionado sofrimento e dor, principalmente para aquelas que são rejeitadas por grande parte da sociedade, em que as mesmas são julgadas e condenadas ao mesmo tempo após serem classificadas como diferentes, porém, diferentes no sentido tendencioso e pejorativo, e que, muitas vezes, são taxadas e rotuladas como pervertidas no caso dos homossexuais e frágeis no caso das mulheres, senão vejamos. 
Mulher: infelizmente as estatísticas comprovam que apesar das várias leis existentes, no caso específico da Lei Maria da Penha que foi instituída para a proteção da integridade da mulher brasileira contra casos de vio​lências domésticas, mas ainda existem casos absurdos de desrespeito à dignidade humana, não discriminando raça, religião ou posição social. 
Homossexualidade: é a atração sexual entre pessoas do mesmo sexo, e para alguns indivíduos esse tipo de comportamento fere as normas de conduta universal. No entanto, já existem projetos no Congresso Nacional que criminalizam certas atitudes discriminatórias contra essa parcela da sociedade, o que significa um avanço na busca de um espaço alterna​tivo, o que é perfeitamente compreensível em uma sociedade cultural democrática.
A diversidade humana (pessoas diferentes) deveria ser um instrumento de unificação dos seres, diferentemente das desigualdades sociais, e isso significa que nem todos têm as mesmas oportunidades, o que em grande parte se deve às diversas formas de preconceito, alguns deles no modo de ver do seu praticante.
A identidade de cada indivíduo é consequência da alteridade do outro; sendo assim, se a identidade é um processo dinâmico de transformação, isso significa que quando o outro muda a sua performance naturalmente mudará a minha. Ou seja, cada indivíduo depende da boa vontade do outro e vice-versa.
Segundo Souza (2005, p. 90), “as identidades culturais não são rígidas e nem imutáveis porque são sempre resultados transitórios de processos de identificação e em constante processo de transformação, ‘identidades’ são, pois, identificações em curso”. A identidade é uma expressão subjetiva que está relacionada a tudo aquilo que é vivenciado da representação de si mesmo, exigindo uma compreensão. A identificação do eu e do outro envolve ao mesmo tempo o igual e o diferente, o permanente e o mutante, o individual e o coletivo.
Alteridade não se resume apenas no contato com o outro ou na sua in​teratividade, mas principalmente na compreensão e no respeito mútuo; compreender o outro é compreender a si mesmo, visto que a identidade pode ser produzida através de conceitos positivos ou negativos, con​ceitos esses que podem estar relacionados com o processo de inclusão ou de exclusão do ser no contexto social.
Falar sobre inclusão escolar e/ou social é falar sobre a conscientização humana na democratização das relações entre os povos e os demais indivíduos que fazem parte do contexto social como um todo, inde​pendentemente de credo, raça, poder aquisitivo ou posição social, visto que fazemos parte de uma mesma sociedade e as diferenças são parte integrante do equilíbrio social e da própria espécie humana. 
O objetivo da integração é inserir um aluno (ou um grupo de alunos) que já foi anteriormente excluído. O mote da inclusão, ao contrário, é não deixar ninguém no exterior do ensino regular, desde o começo da vida escolar. As escolas inclusivas propõem um modo de orga​nização do sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em função dessas necessidades (MANTOAN, 2006, p.19).
	
Unidade 2- Questões legais da diversidade no espaço escolar
Por que contemplar a Lei n. 10.639/03? 
Com o propósito de complementar a discussão do Estatuto da Criança e do Adolescente, sabemos que a discriminação racial ainda é muito presente em nossa sociedade e tem sido um dos entraves para o exercício da cidadania da população negra em nosso país.
A Lei do Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (10.639/03) representa um avanço na questão da promoção da igualdade racial, pois co​loca em debate como a questão da diversidade pode ser de fato trabalhada em sala de aula.
A Lei n. 10.639/03 tem como objetivo que todos os alunos negros e não negros, bem como seus professores, sintam-se valorizados e apoiados no que se refere ao pertencimento à sua cultura.
A Lei n. 10. 639/03 é uma política de ações afirmativas que busca coibir a discriminação do presente, mas, sobretudo, eliminar os efeitos persistentes da discriminação do passado que tendem a se perpetuar, pois desde o seu surgi​mento, o nosso país vem sendo marcado por grandes desigualdades
O preconceito e a discriminação racial mantêm a desi​gualdade racial num nível incompatível com a expansão da sociedade competitiva e entram em contradição com os fundamentos jurídicos da democracia. Quando a ordem tradicional escravista se desagrega, surgindo a sociedade de classes, o preconceito e a discriminação racial, dei​xando de ter função, deveriam desaparecer. Entretanto, eles permanecem arraigados na sociedade de classes. O preconceito de ter preconceito é apenas outra manifes​tação do mito da democracia racial no qual é o próprio preconceito que se esconde para manter o passado no presente. Incompatível com os ideais democráticos da nova sociedade e com o desenvolvimento do regime de classes, desprovido de função aparente, o preconceito passa a ser negado, relegado ao inconsciente (VERTUAN, 2007, p. 107).
A discriminação racial é muito presente em nosso cotidiano, as pessoas não reconhecem os negros e, por fim, eles mesmos acabam tendo de assumir outras identidades para minimizar os constrangimentos que passam em pleno século XXI por conta da perpetuação das ideias escravocratas. Exemplo dessa situação é que o maior índice de repetência e evasão escolar está entre as crianças negras em nosso país. Será que elas abandonam a escola porque não aguentam os atos discriminatórios? Como fazer concretizar o artigo 5 do ECA para que crianças e adolescentes negros possam ter o direito à educação sem passar por essa situação?
Lei n. 11.645/07 e a diversidade escolar
No passado, os povos indígenas eram vistos como pessoas que não con​seguiam sobreviver sozinhas e necessitavam de proteção e tutela do Estado. A constituição vigente modificou essa questão e os índios passaram a ser reco​nhecidos como indivíduos pertencentes a sociedades específicas, portadores de direitos especiais e protegidos
nas relações com o Estado e sociedade
Quanto ao direito à educação diferenciada aos povos indígenas, além de regulamentado nas Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, está contemplado no Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2001, e no projeto de Lei que busca a revisão do Estatuto do Índio.
A legislação educacional indígena busca inserir o índio como sujeito his​tórico da escola indígena, assegurando-lhes os direitos de terem seus próprios membros indicados para a função de professores, a partir de programas espe​cíficos de formação de professores indígenas.
A obrigatoriedade do ensino sobre a cultura indígena na educação básica de todas as escolas brasileiras. Segue o artigo 26, parágrafo 1, da referida lei:
§ 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econô​mica e política, pertinentes à história do Brasil (BRASIL, 2008, p. 1).
Unidade 3- Entre a biologia e a cultura: a questão da diversidade
Nós somos apenas uma das muitas espécies de seres vivos que habitam este planeta ao qual demos o nome de Terra. Uma das coisas mais admiráveis do mundo é justamente a diversidade das formas de vida que existem em todos os lugares.
Sobre a origem de todas as coisas, a explicação atualmente aceita pela ciência é a do “big bang”. Pensa-se que o Universo tenha surgido de um evento chamado “big bang”. Esta expressão geralmente é tradu​zida como grande explosão de forma equivo​cada, pois, na verdade, tratou-se de uma grande expansão e não uma explosão. A ideia de que o universo surgiu a partir do “big bang” não é muito nova, ela foi pensada ainda na década de 1920 (MOSLEY; LYNCH, 2011).
Podemos considerar que a vida na Terra surgiu há cerca de 3,5 bilhões de anos. A atmosfera da Terra naquela época era muito diferente da de hoje em dia; a composição era diferente, como indica a citação anterior. Mas era a ideal para o surgimento das primeiras formas de vida. Os primeiros seres vivos, claro, tinham apenas uma única célula, ou seja, eram unicelulares. Os seres vivos podem ser unicelulares como as bactérias ou pluricelulares (muitas células) como eu e você.
A diversidade das formas de vida na Terra é uma questão muito importante, como dissemos no início. A solução para essa questão está no princípio da evo​lução das espécies. Chamamos de evolução o processo de mudança dos seres vivos ao longo do tempo. A evolução é um fato cientificamente demonstrado por meio do estudo dos fósseis e do DNA, que é uma expressão bem conhecida hoje. É graças ao exame de DNA que as mães podem provar que certo homem é o pai de seu filho. O exame de DNA também é usado para identificar vítimas de acidentes e catástrofes. O DNA ajuda, ainda, na condenação ou absolvição de suspeitos de crimes. 
O DNA é uma estrutura que existe em todas as células de todos os seres vivos. Assim, existe DNA em todas as nossas células: do nosso cérebro ao dedão do pé. Há DNA nas células dos cachorros e das minhocas. Há DNA nas bactérias e nas árvores. Enfim, em todos os seres vivos. Mas é claro que o DNA de uma minhoca é diferente do DNA de um ser humano
A comprovação de nossa origem africana foi obtida por duas linhas de pesquisa: os estudos com fósseis e os estudos do DNA. Os fósseis são restos de seres vivos encontrados em rochas muito antigas e são estudados pelos paleontólogos.
Como todos sabemos, nossa espécie possui 23 pares de cromossomos, o que totaliza, é claro, 46. Os cromossomos são longas sequências de genes que se localizam no interior de nossas células. Estudando a quantidade de variações no cromossomo Y é possível descobrir, com bastante segurança, a época de formação dos diferentes grupos humanos.
Do ponto de vista biológico, partilhamos a mesma herança genética e as diferenças físicas existentes entre os indivíduos e grupos humanos são superficiais e não podem fundamentar qualquer pretensão à superioridade ou inferioridade de parcela da humanidade. No entanto, sabemos que a sociedade ainda é profundamente preconceituosa e as ideias racistas estão longe de desaparecer.
Houve um momento em que o contato entre diferentes grupos humanos tornou-se mais intenso e exigiu explicações mais elaboradas para a diversidade.Esse momento ocorreu no início da Idade Moderna. Havia muito tempo que os europeus comercializavam com povos da África e da Ásia. Diversos produtos chegavam à Europa desses lugares: marfim, porcelana, tapetes, especiarias. Mercadorias que viajavam longuíssimas distâncias para chegar ao Velho Con​tinente. No entanto, poucos eram os europeus que conheciam pessoalmente o oriente, chamado genericamente de “Índias”. O processo histórico que chamamos de “Grandes Navegações” levou os europeus a entrar em contato cada vez mais intenso com diferentes povos, populações com aparência diferente e, principalmente, culturas diferentes.
As posteriores pesquisas com o DNA possibilitaram enormes e crescentes usos para esse conhecimento. Desde o estudo de doenças de origem genética até o aperfeiçoamento de espécies de seres vivos de acordo com os nossos interesses. Para nós interessa, nesse momento, o impacto de tais pesquisas na compreensão da diversidade humana. Hoje sabemos que as diferenças físicas entre os indivíduos são reguladas pelo DNA e que não justificam qualquer preconceito ou segregação.
Biologicamente, homens e mulheres são entendidos como possuidores de diferenças físicas que os configuram. Geneticamente, homens e mulheres definem​-se pela presença dos cromossomos XX (mulheres) ou XY (homens). Do ponto de vista das gônadas, temos os ovários ou os testículos. Em relação aos hormônios, podemos ter o predomínio do estrogênio ou androgênio. Externamente, a presença de clitóris e vagina nas mulheres e pênis e escroto nos homens é geralmente vista como sinal evidente do grupo ao qual determinado indivíduo pertence. Há, ainda, características sexuais secundárias, como as mamas ou a barba.
Alguns estudiosos consideram que gênero é a interpretação social e cul​tural do sexo. Neste ponto de vista, o sexo é entendido como masculino e feminino a partir dos caracteres biológicos, de maneira que: “Enquanto sexo é determinado pela natureza, pela biologia, o gênero é construído historicamente sendo, portanto, variável e mutável” (ABREU; ANDRADE, 2010, s/d). A cultura de cada sociedade é que determina o comportamento considerado adequado para homens e mulheres.
Assim como na mídia, na escola também existe a construção de certas relações de gênero que reforçam, em geral, os estereótipos comportamentais. Quando isto ocorre, as relações de poder desiguais são mantidas e incentivadas. Isto pode ocorrer, por exemplo, quando as meninas sofrem a resistência dos meninos em uma situação na qual devem, elas, liderar.
Por isso, a questão de sexo e gênero deve ir além dos projetos de educação sexual nas escolas, que também enfrentam uma série de problemas teóricos e práticos no espaço escolar.
Unidade 4- Problemática das identidades de gênero e étnico-raciais no espaço escolar
O espaço escolar é constituído de diversidade. Cada aluno traz em sua ba​gagem uma história, uma linguagem, uma forma de compreender o mundo. A relação com seus pares proporciona novas visões do seu entorno, ampliando seus conhecimentos e o conectando a outras culturas
Somo constituídos do “eu” e dos “nós”, pois trazemos heranças culturais, e a partir do encontro com o outro, essa cultura se ressignifica. Para Rodrigues (2007, p. 29): “É isso que nos permite viver em sociedade, é isso que permite que a sociedade viva em nós e é isso que permite à sociedade continuar viva: sermos iguais e diferentes ao mesmo tempo. Só a
educação pela qual passamos é capaz de nos fazer assim. E é por isso que a educação é um processo social.”
A inclusão como prática que valoriza a diversidade dos saberes é ainda uma conquista. Para alcançá-la é necessário alterar os currículos, capacitar os professores e todos os envolvidos com a educação, inclusive os pais e a comunidade, pois é preciso romper o preconceito instaurado na sociedade e esse é um desafio de todos e para todos.
O grande desafio da escola é investir na superação da descriminação e dar a conhecer a riqueza representa pela diversidade etnocultural que compõe o patrimônio sociocultural brasileiro, valorizando a traje​tória particular dos grupos que compõem a sociedade. Nesse sentido, a escola deve ser local de diálogo, de aprender a conviver, vivenciando a própria cultura e respeitando as diferentes formas de expressão cultural (BRASIL, 1997, p. 27).
Alerta Gomes (2003, p. 70):”[...] a diversidade cultural é muito mais complexa e multifacetada do que pensamos. Significa muito mais do que apologia ao aspecto pluriétnico e pluricultural de nossa sociedade. Por isso refletir sobre a diversidade exige de nós um posicionamento crítico e político e um olhar mais ampliado que consiga abarcar os seus múltiplos recortes”.
Pesquisa desenvolvida pela IPEA (2014) Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ressalta que a discriminação para com o negro aqui no Brasil é du​plamente sofrida por sua situação socioeconômica e por sua cor de pele.
Ao buscarmos o histórico das relações étnico-raciais, encontraremos as raízes para o massacre cultural e a discrepância entre os sujeitos, principal​mente aos negros, que mesmo após a abolição da escravatura vem sofrendo desigualdades. Estudos da Oxfam demonstram que entre os países do G-20, o Brasil está em segundo lugar dos que apresenta maior desigualdade, em primeiro a África do Sul.
Há programas desenvolvidos pelo governo que tentam suprir esta “deficiên​cia” nas escolas. O Programa Ética e Cidadania, construindo valores na escola e na sociedade é um Programa de Desenvolvimento Profissional Continuado desenvolvido pelo MEC, que tem por objetivo criar subsídios para um trabalho voltado a democracia, ética, cidadania e justiça.
Nesse sentido, a escola que valoriza a diversidade cultural contribui para um país de todos, pois lida com os diferentes saberes e culturas, no respeito a igualdade, humanidade e direitos humanos.

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