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TEORIA GERAL DO CRIME
Prof.ª Maria Paula
daltrolopes@uni9.pro.com
“O Direito Penal é o primeiro amor dos 
grandes estudantes, fascinados pelo 
conteúdo humano, pela palpitação 
social, pela intensidade dos dramas, pela 
glória das legendas. O Direito Penal 
fornece a emulsão vivificante ao 
berçário das vocações jurídicas” 
Roberto Lyra
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO (PLANOGRAMA):
1. Apresentação. Exposição dos critérios de avaliação e agendamento das respectivas 
datas.
2. Função do Direito (pacificação social, resolução de conflitos). Direito Penal: conceito, 
natureza, princípios e fins num Estado Democrático de Direito. Conceito de bem jurídico 
penal. Caracteres do Direito Penal, sob a ótica do Direito Penal Mínimo. Princípios da 
subsidiariedade, fragmentariedade e insignificância (lesividade).
3. Aplicação da lei penal. Princípio da legalidade: reserva legal, taxatividade e 
irretroatividade.
4. Aplicação da lei penal. Tempo do crime. Aplicação da lei penal mais benéfica e 
exceções. Lugar do crime. Territorialidade e Extraterritorialidade.
5. Teoria geral do delito. Moderno conceito analítico de delito. Visão panorâmica do 
delito, com breve menção a cada um de seus elementos constitutivos (ação, tipicidade, 
ilicitude e culpabilidade).
6. Ação. Elementos da ação positiva (comissiva) e elementos da ação negativa (omissiva).
7. Tipicidade. Definição. Construção legislativa do tipo penal. Tipo objetivo (elementos 
descritivos e normativos - jurídicos e culturais). Tipos fechados e tipos abertos.
8.Tipicidade. Tipo subjetivo (dolo direto, dolo eventual, culpa consciente, culpa 
inconsciente e preterdolo). O erro sobre os elementos constitutivos do tipo penal.
9. Delitos comissivos e omissivos (próprios, impróprios). Relação de causalidade 
(imputatio facti). A causalidade factual dos delitos comissivos e a causalidade normativa 
dos delitos omissivos (relevância da omissão).
10. Consumação e tentativa: etapas do crime; delitos instantâneos, permanentes, 
instantâneos de efeitos permanentes. Desistência voluntária, arrependimento eficaz e 
posterior e crime impossível.
11. Ilicitude. Conceito. Legítima defesa e seus elementos.
12. Ilicitude. Estado de necessidade, exercício regular de direito e estrito cumprimento do 
dever legal.
13. Culpabilidade. Conceito, elementos, teorias, dirimentes. Paralelo entre a Escola Causal 
e a Escola Final.
14. Culpabilidade. Reprovação social. Inexigibilidade de conduta diversa. Consciência 
potencial da ilicitude. Imputabilidade penal (biológica e psicológica).
15. Concurso de pessoas: co-autoria e participação. Circunstâncias incomunicáveis.
16. Classificação doutrinária das infrações penais.
VOCÊS 
CONSEGUEM 
DAR UMA 
DEFINIÇÃO DE 
DIREITO PENAL?
O QUE VOCÊS 
ENTENDEM POR 
DIREITO PENAL?
QUAL A SUA 
FUNÇÃO?
DIREITO PENAL
Conceito de direito penal
O Direito Penal se apresenta como o conjunto das normas jurídicas, pelas quais
se exerce a função do Estado de prevenir e reprimir os crimes, por meio de
sanções cominadas aos seus autores.
I - Fontes Materiais
A única fonte de produção do Direito Penal é o Estado. Determina a CF (Art. 22, I), que compete 
privativamente a União legislar sobre direito penal. 
II - Fontes Formais
As fontes formais, que exteriorizam o direito, que lhe dão forma e o revelam, dividem-se em:
- FONTES DIRETAS (OU IMEDIATAS)
- FONTES INDIRETAS (OU MEDIATAS OU SUBSIDIÁRIAS)
- A única fonte direta do Direito Penal, diante do princípio da reserva legal, é a lei.
Apontam-se como fontes indiretas ou subsidiárias do Direito Penal os costumes e os princípios 
gerais do direito, referidos expressamente na LICC Lei de Introdução ao Código Civil (Art. 4º).
COSTUME é uma regra de conduta praticada de modo geral, constante e uniforme, com a consciência de 
sua obrigatoriedade. Evidentemente, não se pode falar em criação ou revogação de crimes pelo costume, 
dado o princípio da legalidade. Não se pode negar, entretanto, sua influência na interpretação e na 
elaboração da lei penal.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO são premissas éticas extraídas da legislação, do ordenamento jurídico. 
Está o Direito Penal sujeito às influências desses princípios, estabelecidos com a consciência ética do povo 
em determinada civilização, que podem suprir lacunas e omissões da lei penal.
ANALOGIA é uma forma de auto-integração da lei. Na lacuna desta, aplica-se ao fato não regulado 
expressamente pela norma jurídica um dispositivo que disciplina hipótese semelhante.
I - Garantismo Penal
A visão do Direito Penal mínimo conduz à ideia de que venha apenas a proteger bens jurídicos 
penalmente relevantes.
A escola penal alemã de Frankfurt foi a precursora de tal pensamento, inspirada nos 
pensamentos de WINFRIED HASSEMER, que defendia não haver espaço para a tutela dos 
bens coletivos, que primordialmente deveria se ocupar da garantia aos bens individuais.
Hoje, o maior defensor do garantismo penal é LUIGI FERRAJOILI, que mantém em grande 
medida as características positivistas de KELSEN e, mais modernamente, de BOBBIO, para 
valorizar a diferença entre ser e dever-ser, a fim de propor a valorização das garantias 
constitucionais e o modelo do juiz atuante por meio de um positivismo crítico.
II - Garantia dos valores ético – sociais
WELZEL, não entendia o Direito Penal não como defensor de bens jurídicos, seja porque 
adotar-se critérios materiais de definição sobre o que seria o sujeito representa ponto de vista 
ultrapassado e, porque a complexidade das conexões da sociedade moderna não permitiria a 
estreita configuração jurídica do indivíduo como sujeito pessoal de direitos.
Passou a enxergar o Direito Penal como garantidor dos valores ético-sociais, ou seja, a 
missão de expandir a proteção prestada pelo Direito Penal, agora como garantidor do 
ordenamento jurídico.
III - Direito penal do inimigo
Mais recentemente discutido, principalmente depois dos ataques terroristas de 2001 aos Estados 
Unidos, é o posicionamento de GÜNTHER JAKOBS, apresentado em seminário Internacional de 
Direito Penal na década de 1970, abandonado desde lá, que culmina na concepção que ele 
denominou de Direito Penal do Inimigo, visando a alcançar o dever de prevenção geral positiva 
da pena, ou seja, que a condenação sirva como exemplo positivo ou negativo, de ameaça de 
castigo geral ou de confirmação de vigência da norma.
Afirma que o Direito Penal conhece dois pólos: o trato com o cidadão e o trato com o inimigo, que 
deve ser o quanto antes interceptado em sua periculosidade, para que ofereça menos riscos 
sociais.
Tal pensamento rompe inteiramente com o Direito Penal do FATO, exaltando uma nova 
tendência, a do Direito Penal do AUTOR, amplamente criticada e temerária, na medida emq ue se 
outorga ao Estado poderes de interferência indesejados e de difícil controle.
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – (introduzido no sistema penal por CLAUS ROXIN): significa que o 
Direito Penal não deve se preocupar com bagatelas. Logo, os danos de pouca monta devem ser 
considerados fatos atípicos (como por exemplo, o furto de pacotes de bolacha)
PRINCÍPIO DA ALTERIDADE – proíbe a incriminação de atitude meramente subjetiva, que não ofenda 
nenhum bem jurídico. Só pode ser castigado aquele comportamento que lesione direitos de outras 
pessoas e que não seja simplesmente pecaminoso ou imoral (logo, justifica-se a opção do Direito Penal 
brasileiro, à exemplo do que ocorre em outros ordenamentos jurídicos ocidentais, não punir o suicídio).
PRINCÍPIO DA CONFIANÇA – baseia-se na confiança de que o comportamento das outras pessoas se 
dará de acordo com o que normalmente acontece. Exemplo disto é o caso do motorista que, trafegando 
pelo preferencial, passa por um cruzamento, na confiança de que o veículo da via secundária aguardará 
sua passagem. No caso deum acidente, não terá agido com culpa.
PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE – o Direito Penal só deve se preocupar com ofensas realmente 
graves aos bens jurídicos por ele tutelados.
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE – “LEX PRIMARIAE DERROGAT SUBSIDIARIAE” – a lei primária 
derroga a subsidiária, absorvida pela de maior importância.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (Art. 1º CP) - esse princípio, consagrado no Art. 1º do CP, 
encontra-se atualmente descrito também no Art. 5º, XXXIX, da CF. Segundo ele, “não há 
crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
A doutrina subdivide o princípio da legalidade:
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – uma pessoa só pode ser punida se, à época do fato por 
ela praticado, já estava em vigor a lei que descrevia o delito; e,
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL – apenas a lei em sentido formal pode descrever condutas 
criminosas. É vedado ao legislador utilizar-se de decretos, medidas provisórias ou outras 
formas legislativas para incriminar condutas.
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE – Este princípio se encontra ligado à técnica redacional 
legislativa. Não basta existir uma lei que defina uma conduta como crime. A norma 
incriminadora legal deve ser clara, compreensível, permitindo ao cidadão a real consciência 
acerca da conduta punível pelo Estado.
Aplicação da Lei Penal. Princípio da Legalidade: Reserva Legal, Taxatividade e Irretroatividade
CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL
A – EXCLUSIVIDADE – somente a norma penal define crimes e comina penas (PRINCÍPIO DA 
LEGALIDADE);
B – IMPERATIVIDADE – a norma penal é imposta a todos, independentemente de sua vontade. Assim, 
praticada uma infração penal, o Estado, obrigatoriamente, deverá buscar a aplicação da pena;
C – GENERALIDADE – a norma penal vale para todos (“erga omnes”); e,
D – IMPESSOALIDADE – a norma penal é abstrata, sendo elaborada para punir acontecimentos futuros 
e não para punir pessoa determinada.
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
Tem por finalidade buscar o exato significado da norma penal.
I - QUANTO A ORIGEM – ou seja, quanto ao sujeito que interpreta a lei:
AUTÊNTICA – é dada pela própria lei, a qual, em um dos seus dispositivos, esclarece determinado assunto;
DOUTRINÁRIA – feita pelos estudiosos, professores e autores de obras de direito, através de seus livros, 
artigos, conferências, palestras etc; e,
JURISPRUDENCIAL – é aquela feita pelos juízes, que com as suas decisões comuns formam uma 
tendência.
II - QUANTO AO MODO:
GRAMATICAL – que leva em conta o sentido liberal das palavras contidas na lei;
TELEOLÓGICA – que busca descobrir o seu significado através de uma análise acerca dos fins a que ela 
se destina;
HISTÓRICA – que avalia os debates que envolveram sua aprovação e os motivos que levaram à 
apresentação do projeto de lei; e,
SISTEMÁTICA – que busca o significado da norma através de sua integração com os demais dispositivos 
de uma mesma lei e com o sistema jurídico com um todo.
III - QUANTO AO RESULTADO
DECLARATIVA – na qual se conclui que a letra da lei corresponde exatamente àquilo que o legislador 
quis dizer;
RESTRITIVA – quando se conclui que o texto legal abrangeu mais do que queria o legislador (por isso a 
interpretação irá restringir seu alcance); e,
EXTENSIVA – quando se conclui que o texto da lei ficou aquém da intenção do legislador (por isso a 
interpretação irá ampliar sua aplicação).
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA E ANALOGIA
A interpretação analógica é possível quando, dentro do próprio texto legal, após uma seqüência casuística, o 
legislador se vale de uma fórmula genérica, que deve ser interpretada de acordo com os casos anteriores:
EXS.: 1 – O CRIME DE ESTELIONATO (ART. 171 CP), DE ACORDO COM A DESCRIÇÃO LEGAL, PODE 
SER COMETIDO MEDIANTE ARTIFÍCIO, ARDIL OU QUALQUER OUTRA FRAUDE; 2 – O ART. 28, II, 
ESTABELECE QUE NÃO EXCLUI O CRIME A EMBRIAGUEZ POR ÁLCOOL OU POR SUBSTÂNCIAS DE 
EFEITOS ANÁLOGOS.
PRINCÍPIO DO “IN DUBIO PRO REO”
Se persistir dúvida, depois de haverem sido utilizadas todas as formas interpretativas, a questão deverá ser 
resolvida da maneira mais favorável ao réu, para absolvê-lo ou para puni-lo de maneira mais branda.
SUJEITOS DO CRIME
I - SUJEITO ATIVO - sujeito ativo ou agente é a pessoa que comete o crime. 
Em regra, só o ser humano, maior de 18 anos, pode ser sujeito ativo de uma infração. 
Excepcionalmente, em razão de expressa previsão legal contida em nosso ordenamento jurídico, as 
pessoas jurídicas poderão cometer crimes, uma vez que a CF estabeleceu que as condutas e atividades 
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções 
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar o dano (Lei 9605/98 – Art. 222, § 3º 
CF).
II - SUJEITO PASSIVO - é a pessoa ou entidade que sofre os efeitos do delito (vítima do crime).
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
Configura-se o conflito aparente de normas sempre que existir uma 
pluralidade de leis regulando um mesmo fato criminoso, sendo que, na 
realidade, apenas uma delas é efetivamente aplicável ao caso concreto.
Para saber qual das normas deve ser efetivamente aplicada ao fato 
concreto, dentre as aparentemente cabíveis, torna-se necessário recorrer 
aos princípios que solucionam a questão.
São eles:
I - PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE – de acordo com o princípio da especialidade se, no caso 
concreto, houver duas normas aparentemente aplicáveis e uma delas puder ser considerada como 
especial em relação a outra, deve o julgador aplicar esta norma especial, de acordo com o brocardo 
“LEX SPECIALIS DERROGAT GENERALI”.
Considera-se norma especial aquela que possui todos os elementos da lei geral e mais alguns, 
denominados “especializantes”. EX. homicídio (Art. 121 CP), onde qualquer pessoa pode matar outra; 
e, infanticídio (Art. 123 CP), no qual somente a mãe, sob influência do estado puerperal, mata o filho 
nascente ou recém-nascido.
II - PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE – em havendo duas normas aplicáveis ao caso concreto, se 
uma delas puder ser considerada subsidiária em relação a outra, aplica-se a norma principal, 
denominada primária, em detrimento da norma subsidiária. Aplica-se o brocardo “LEX PRIMARIA 
DERROGAT SUBSIDIARIAE”. EX. estupro (Art. 213 CP) e constrangimento ilegal (Art. 146 CP). Não 
há estupro sem constrangimento, que acaba embutido na prática contra a dignidade sexual da vítima. 
Por isso, o constrangimento não é punido, restando a punição somente pelo estupro.
III - PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO – a relação de consunção ocorre quando um fato definido como 
crime atua como fase de preparação, de execução, ou ainda, como exaurimento de outro crime mais 
grave, ficando, portanto, absorvido por este.
HIPÓTESES DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO
CRIME PROGRESSIVO – ocorre o crime progressivo quando o agente, desejando desde o início a 
produção de um resultado mais grave, mediante diversos atos, realiza sucessivas e crescentes violações 
ao bem jurídico. Nessa hipótese, o agente responderá apenas pelo resultado final e mais grave obtido, 
ficando absorvidos os atos anteriores. EX. para matar alguém, faz-se necessário lesioná-la primeiro.
PROGRESSÃO CRIMINOSA
EM SENTIDO ESTRITO – ocorre quando o agente, desejando inicialmente um resultado, após atingi-lo, 
pratica novo fato, produzindo um resultado mais grave. Aqui o agente responderá apenas pelo crime final. 
EX. pretende-se a lesão, no curso do delito, altera-se o dolo e pratica homicídio (Art. 121 CP).
“ANTE FACTUM” (fato anterior) IMPUNÍVEL – é um fato menos grave praticado pelo agente de um mais 
grave, como meio necessário à realização deste. O crime-meio fica absorvido pelo crime-fim. EX. furto 
(Art. 155 CP) e estelionato (Art. 171 CP).
“POST FACTUM” (fato posterior) IMPUNÍVEL – é o fato menos grave praticado contra o mesmo bem 
jurídico da mesma vítima apósa consumação de um primeiro crime e, embora constitua aquele um novo 
delito, não é punível, por ser menos grave. EX. furto (Art. 155 CP) e dano (Art. 163 CP).
CRIME COMPLEXO – é aquele que resulta da união de dois ou mais crimes autônomos, que passam a 
funcionar como elementos ou circunstâncias do crime complexo. O agente não responde pelos crimes 
autônomos, mas tão-somente pelo crime complexo. EX. latrocínio (Art. 157, § 3º, 2ª parte), extorsão 
mediante seqüestro (Art. 159 CP).
IV – PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE – na realidade há diversas críticas quanto à inclusão desse 
princípio entre os que solucionam conflito aparente de normas. Nesses casos, não há propriamente um 
conflito aparente de normas, mas sim um conflito dentro da mesma norma. Ele só é aplicado aos 
chamados tipos alternativos mistos, nos quais a norma incriminadora descreve várias formas de execução 
de um mesmo delito, no qual a prática de mais de uma dessas condutas em relação a mesma vítima, 
caracteriza crime único. EX. o crime de participação em suicídio (Art. 122 CP), pune quem induz, instiga 
ou auxilia alguém a cometer suicídio. Desta forma, se o agente, no caso concreto, induz e auxilia a vítima 
a se matar, comete um só crime.
NORMAS PENAIS EM BRANCO
São chamadas normas penais em branco aquelas que exigem complementação por outras normas, de igual 
nível (leis), ou de nível diverso (decretos, regulamentos etc.). Ex. No artigo 33 da Lei 11343/2006, que tipifica 
o tráfico ilícito de entorpecentes, o Termo “DROGAS” depende de complementação, dada por uma portaria 
expedida pelo Ministério da Saúde, para esclarecer a sua amplitude. O mesmo se verifica no artigo 269 do 
Código Penal, que estabelece o compromisso atribuído aos médicos de denunciar a autoridade pública, 
acerca da constatação de doença cuja notificação seja complusória (nem qual autoridade, nem quais 
doenças estão especificadas no dispositivo, cabendo, portanto, complementação a ser dada por outra 
norma).
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
CRIME 
PROGRESSIVO
PROGRESSÃO 
CRIMINOSA
PRINCÍPIO DA 
ALTERNATIVIDADE
EM SENTIDO 
ESTRITO
ANTE FACTUM” 
(fato anterior) 
IMPUNÍVEL
“POST FACTUM” 
(fato posterior) 
IMPUNÍVEL
NORMA 
PENAL EM 
BRANCO
CRIME 
COMPLEXO
Aplicação da Lei Penal II.Tempo do Crime. Aplicação da Lei Penal mais Benéfica e Exceções. 
Lugar do Crime. Territorialidade e Extraterritorialidade
A LEI PENAL NO TEMPO
EXTINÇÃO DA NORMA
pelo decurso do tempo em que devesse vigorar (no caso das disposições transitórias);
pela obtenção do escopo a que se houvesse proposto; e,
pela eliminação do pressuposto que a houvesse gerado.
Normalmente, porém, a norma penal se extingue pela “ABOLITIO CRIMINIS”, que poderá ser total 
(ab-rogação) ou parcial (derrogação).
Revogada a lei penal, de forma expressa ou tácita (quando a lei se mostra em todo ou em parte 
incompatível com a velha), o crime resta excluído da tipologia contida na Parte Especial. Com a 
revogação, cessam de imediato os efeitos penais (não civis) da condenação.
Art. 2º. C.P. - LEI ULTERIOR MAIS BENÉFICA
A lei posterior, se de algum modo beneficiar o réu, retroagirá, transitada ou não em julgado a sentença 
penal condenatória (Art. 2º do C.P.). Na sistemática anterior do C.P. de 1940, antes da reforma de 1984, 
introduzida pelas Lei 7209 e 7210, a ”lex mitior” só teria aplicação se o fato não houvesse transitado em 
julgado.
PRINCÍPIOS NORTEADORES:
A sucessão das leis penais se regula por dois princípios genéricos:
o da irretroatividade da lei incriminadora; e,
o da retroatividade da lei benéfica.
Art. 3º., C.P. - LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA
EXCEPCIONAL - quando promulgada para satisfazer e enquanto persistir situação anormal (terremoto, 
inundação, epidemia, guerra etc). Remediada a situação excepcional, deixa de vigorar a norma, que tem 
sua duração condicionada ao protraimento da situação normal.
TEMPORÁRIA – é a norma cuja vigência é previamente fixada pelo legislador. Findo o período para o 
qual foi promulgada, deixa de existir, sem necessidade de uma nova lei ab-rogatória.
Ambas são promulgadas para regulamentar situações contingentes e transeuntes. A lei excepcional ou 
temporária, de eficácia transitória, dispõem de ULTRATIVIDADE. Vale dizer, continuam a regulamentar 
fatos ocorridos durante sua vigência.
Constituem, porém, exceção à regra estabelecida no Art. 2º., já que a lei mais benéfica não altera a 
aplicação da lei excepcional ou temporária,dado o mencionado efeito da ultratividade.
Art. 4º. C.P. - TEMPO DO CRIME
O C.P. adotou a teoria da ATIVIDADE, segundo a qual “considera-se praticado o crime no momento da 
ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado” (Art. 4º C.P.).
A importância da definição da definição do tempo do crime tem a ver, por exemplo, com a definição da 
norma penal a ser aplicada, no reconhecimento ou não da menoridade do réu etc.
assim, suponha-se que uma pessoa com idade de 17 anos, 11 meses e 29 dias efetue disparo contra 
alguém, que morre apenas uma semana depois. Ora, o homicídio só se consumou com a morte (quando 
o agente já possui 18 anos), mas o agente não poderá ser punido criminalmente, pois, nos termos do Art. 
4º, considera-se praticado o delito no momento da ação (quando o agente ainda era menor de idade).
no crime de homicídio, doloso a pena é aumentada de 1/3, se a vítima for menor de 14 anos. Suponha-
se, assim, que o agente efetue um disparo contra uma pessoa de 13 anos, 11 meses e 29 dias, que vem 
a falecer depois de já haver completado os 14 anos mencionados pela lei. Será aplicável o aumento da 
pena.
TEMPO DO CRIME ATIVIDADE
“considera-se praticado o crime no 
momento da ação ou omissão, ainda 
que outro seja o momento do resultado” 
(Art. 4º C.P.).
SUPONHA-SE QUE UMA PESSOA COM IDADE DE 17 ANOS, 11 MESES E 29 
DIAS EFETUE DISPARO CONTRA ALGUÉM, QUE MORRE APENAS UMA 
SEMANA DEPOIS, NO DIA EM QUE O AGENTE JÁ POSSUI 18 ANOS,
QUAL A CONDUTA COMETIDA PELO AGENTE? CRIME OU ATO 
INFRACIONAL?
SUPONHA-SE, ASSIM, QUE O AGENTE EFETUE UM DISPARO CONTRA UMA 
PESSOA DE 13 ANOS, 11 MESES E 29 DIAS, QUE VEM A FALECER DEPOIS DE JÁ 
HAVER COMPLETADO OS 14 ANOS MENCIONADOS PELO ARTIGO 121, §4°, 2ª 
PARTE DO CP. SERÁ APLICÁVEL O AUMENTO DA PENA?
LUGAR DO CRIME UBIQUIDADE
Teoria da UBIQUIDADE – o lugar do crime é tanto o da conduta quanto o do resultado 
(adotada pelo Código Penal); e,
Teoria do RESULTADO – adota como regra para fixação da competência a que estabelece 
ser competente o foro (a comarca) na qual o crime se consumou (Art. 70 CPP).
6º CP
A LEI PENAL NO ESPAÇO
ART. 5º C.P. – TERRITORIALIDADE
Há várias teorias utilizadas para fixar o âmbito de aplicação da norma penal a fatos cometidos no 
Brasil:
Princípio da TERRITORIALIDADE – a lei penal só tem aplicação no território do Estado que a editou. 
Pouco importando a nacionalidade do sujeito ativo ou passivo.
Princípio da TERITORIALIDADE ABSOLUTA – só a lei nacional é aplicável a fatos cometidos em seu 
território.
Princípio da TERRITORIALIDADE TEMPERADA – a lei nacional se aplica aos fatos praticados em seu 
território, mas, excepcionalmente, permite-se a aplicação da lei estrangeira, quando assim estabelecer 
algum tratado ou convenção internacional
.
Foi este o princípio adotado pelo Art. 5º do C.P..
Entende-se por território nacional, todo o espaço em que o Estado exerce sua soberania: solo, rios, 
lagos, mares interiores, baías, faixa do mar exterior ao longo da costa (12 milhas) e espaço aéreo.
ART. 6º C.P. - LUGAR DO CRIME
Teoria da UBIQUIDADE – o lugar do crime é tanto o da conduta quanto o do resultado (adotada pelo 
Código Penal); e,
Teoria do RESULTADO – adota como regra para fixação da competência a que estabelece ser 
competente o foro (a comarca) na qual o crime se consumou (Art. 70 CPP).
TERRITORIALIDADEPrincípio da territorialidade (art. 5º do CP) – aplica-se a lei nacional aos fatos ocorridos dentro
do território nacional. Considera-se território nacional:(art. 5°, §1° e 2° do CP)
1 - solo;
2 - subsolo;
3 - águas interiores (compreendidas entre a costa do Estado e as linhas de base do mar
territorial);
4 - mar territorial (dentro das 12 milhas do mar medida da linha de baixa-mar
continental e insular);
5 - plataforma continental e espaço aéreo (vigora a teoria da soberania da coluna
atmosférica, sendo delimitado o espaço aéreo nacional por linhas imaginárias que se situam
perpendicularmente aos limites do território físico, incluindo o mar territorial);
6 – embaixada brasileira, pouco importando o país onde esteja localizada ou a
nacionalidade do autor (salvo se ele for estrangeiro e gozar de imunidade diplomática, caso
em que pode ocorrer dupla condenação, temperada pelo art. 8º do CP)
7 - embaixada estrangeira situada no Brasil. Os atos processuais que devam ser
praticados dentro da embaixada dependem de autorização do embaixador. (exceção a
dupla condenação);
8 - território por extensão ou ficção, considerando-se: competência da Justiça
Federal.
a) aeronaves e embarcações brasileiras públicas ou a serviço do governo
onde quer que se encontrem (princípio do pavilhão ou da bandeira – são embarcações que
se acham em missão oficial)
b) aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou privadas, que se
achem no espaço aéreo brasileiro correspondente ou em alto-mar. (princípio do pavilhão
ou da bandeira)
c) aeronaves estrangeiras privadas que estiverem em pouso no território
nacional ou em vôo no espaço aéreo brasileiro, bem como embarcações estrangeiras
privadas que estiverem em porto ou mar territorial do Brasil.
ART. 7º C.P. - EXTRATERRITORIALIDADE
CONCEITO – é a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a fatos criminosos ocorridos no 
exterior.
PRINCÍPIOS NORTEADORES:
Princípio da NACIONALIDADE ATIVA – aplica-se a lei nacional do autor do crime, qualquer que 
tenha sido o local da infração.
Princípio da NACIONALIDADE PASSIVA – aplica-se a lei nacional do autor do crime quando o fato 
delituoso for praticado contra bem jurídico de seu próprio Estado ou contra pessoa de sua 
nacionalidade.
Princípio da DEFESA REAL – prevalece a lei referente à nacionalidade do bem jurídico lesado, 
qualquer que tenha sido o local da infração ou a nacionalidade do autor do delito.
Princípio da JUSTIÇA UNIVERSAL – todo o Estado tem o direito de punir qualquer crime, seja qual 
for a nacionalidade do sujeito ativo e passivo, e o local da infração, desde que o agente esteja dentro 
de seu território (que tenha voltado a seu país, por exemplo).
Princípio da REPRESENTAÇÃO – a lei nacional é aplicável aos crimes no estrangeiro em aeronaves 
e embarcações privadas, desde que não julgados no local do crime.
A extraterritorialidade pode ser incondicionada (quando a lei brasileira é aplicada a fatos ocorridos no 
exterior, sem que sejam exigidas condições) ou condicionada (quando a aplicação da lei pátria a fatos 
ocorridos fora de nosso território depende da existência de certos requisitos).
EXTRATERRITORIALIDADE
JUSTIÇA
UNIVERSAL
REPRESENTAÇÃO
NACIONALIDADE
ATIVA
NACIONALIDADE
PASSIVA
DEFESA REAL
ART. 8º C.P. - PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO
Caso a pena imposta no Brasil a uma determinada prática delitiva seja mais severa do que aquela 
aplicada em algum outro país estrangeiro, no qual, em razão da condenação pelo mesmo fato, o 
agente tenha cumprido a reprimenda, a deslocar-se de lá para cá depois de extinta a punibilidade 
naquele Estado, deverá cumprir no nosso país, o tempo de pena que restar, considerada a pena total, 
dela descontado o tempo de pena que cumpriu no exterior.
Se as penas forem iguai, ou se a pena aplicada no país estrangeiro superar a nossa em quantidade, 
nada mais deverá ser cumprido aqui no Brasil.
ART. 9º C.P. - EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA
A homologação a que se refere o legislador penal compete ao Superior Tribunal Justiça (S.T.J.) e só 
será possível quando a aplicação da lei brasileira produzir os mesmos efeitos da lei estrangeira.
Os Arts. 787 a 790 do CPP regulamentam o tema.
ART. 10 C.P. – CONTAGEM DE PRAZO
A forma de contagem de prazos penais está regulada pelo Art. 10 do CP, que determina que o dia do 
começo inclui-se no cômputo do prazo. Assim, se uma pena começa a ser cumprida às 23:30 h., os 30 
minutos restantes serão contados como sendo o 1º dia.
O prazo penal distingue-se do processual, pois, neste, exclui-se o 1º dia da contagem, conforme 
estabelece o Art. 798, § 1º, do CPP. Assim, se o réu é intimado da sentença no dia 1º. de abril, o prazo 
para recorrer começa a fluir apenas no dia 2 (se for dia útil). Caso não seja, será automaticamente 
deslocado para o primeiro dia útil subsequente.
Diversamente, os prazos penais são improrrogáveis. Assim, se o prazo termina em um sábado, domingo 
ou feriado, estará ele encerrado naquele dia. Ao contrário, os prazos processuais prorrogam-se até o 1º 
dia útil subseqüente.
ART. 11 C.P. – FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA
Se uma pessoa for condenada a 20 dias de detenção e o juiz reduzir a pena de 2/3 (em razão da 
tentativa, por exemplo), o resultado final seria um dízimo (6,66). Dessa forma, nos termos do dispositivo 
acima mencionado, o juiz aplicará pena de 6 dias de detenção.
Suponha-se, por outro lado, que o juiz fixe a pena em 10 dias-multa e, que tenha de reduzi-la em 2/3, em 
face da tentativa. A pena final deverá ser de 3 dias-multa. Após o trânsito em julgado da sentença 
condenatória, os autos irão para o contador para a devida atualização do valor. Caso o montante final não 
seja um número inteiro, deverão ser desprezados os centavos. Ex.: R$-55,14 (o condenado deverá pagar 
R$-55,00).
ART.12 C.P. – LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Este dispositivo consagra a aplicação subsidiária das normas gerais do direito penal à legislação 
especial, desde que lá não se trate o tema de forma diferente.
Ex.: o Art. 14, II, do CP, que trata do instituto TENTATIVA, aplica-se aos crimes previstos na parte especial 
do Código Penal e àqueles prevsitos na legislação estravagante, mas é vedado especificamente nas 
contravenções penais, porque o Art. 4º da Lei 3688/1941 declara, em um ato imperativo do legislador, que 
não é punível a tentativa de contravenção.
Conceitos de Crime
Conceito de crime não está contido na lei, ficando para a atividade doutrinária o 
compromisso de defini-lo. Tem-se procurado definir o ilícito penal sob três 
aspectos:
I - Conceitos Formais:
- “Crime é o fato humano contrário à lei” (Carmignani).
- “Crime é qualquer ação legalmente punível” (Maggiore).
- “Crime é toda ação ou omissão proibida pela lei sob ameaça de pena” 
(Fragoso).
CRIME
FORMAL
“Crime é qualquer ação legalmente punível” 
(Maggiore).
- “Crime é toda ação ou omissão proibida pela lei 
sob ameaça de pena” (Fragoso).
- Conceitos Materiais:
-“Crime é a conduta humana que lesa ou expõe a 
perigo um bem jurídico protegido pela lei penal” 
(Noronha).
CONCEITO
CONTRAVENÇÃO PENAL
CONCEITO: fato típico, antijurídico e culpável, porém de menor
gravidade(Decreto-lei 3688/41).
CARACTERÍSTICAS:
1º CRITÉRIO: PENA (prisão simples/multa)
2° CRITÉRIO: procedimento (TCO)
3° CRITÉRIO: PERIGO DE LESÃO (ABSTRATO). Ex: art. 31 da LCP x art.
131 do CPB
4° CRITÉRIO: Não admite tentativa
CLASSIFICAÇÃO DO CRIME
1.Comum(direito penal comum)/especial (leis especiais)/próprio (ex: auto-aborto)
2.Dano(homicidio)/perigo(art. 130 CP – perigo de contágio venéreo)
3.Mão própria (falso testemunho, prevaricação)
4.Material/formal/mera conduta/exaurido
5.Instantâneo/permanente (art. 148 - seqüestro)
6.Simples/complexo(art. 159 do CP)
7.Unissubsistente/plurissubsistente (se realiza com um ou vários atos)
8.Concurso necessário(plurissubjetivos – associação criminosa)
9.Forma livre/forma vinculada (legislador especifica a forma de praticá-lo. Ex: art. 284
CP)
10. Complexo, Conexo (furto qualificado pela fraude)
CONCEITO DE CRIME
Teoria Bipartida:
Crime é fato típico e ilícito
Culpabilidade é medida da pena
Teoria Tripartida:
Crime é fato típico, ilícito e culpável
Teoria Quadripartida:
Crime é fato típico, ilícito, culpável e punível (a
questão das condições da ação e do interesse de
agir/ imunidades)
Características Do Crime
Para a existência do crime é necessária uma conduta humana
positiva (ação em sentido estrito) ou negativa (omissão). É 
necessário ainda, que essa conduta seja típica, que esteja
descrita na lei como infração penal.
Só haverá crime se o fato for antijurídico, contrário ao direito por
não estar protegido por causa que exclua a sua antijuridicidade.
Culpabilidade é a reprovabilidade da conduta típica e antijurídica.
TIPICIDADE
Conceito: é a correspondência entre o
fato praticado pelo agente e a descrição
de cada espécie de infração contida na lei
penal incriminadora.
Elementos do tipo:
1 – objetivo: ação, nexo causal e resultado
2 – subjetivo: culpa. Dolo e preterdolo
3 – normativo: são expressões abertas que precisam ter seu
sentido esclarecido pelo emprego de outra norma jurídica ou
pela hermenêutica. Ex: art. 151 “indevidamente”=sem
autorização.
Atipicidade: fato que não se enquadra
em nenhum tipo penal ou está
acobertado por causa excludente. Ex:
auto-aborto acidental ou dano
culposo.
II - Conceitos Materiais:
- “Crime é a conduta humana que lesa ou expõe a perigo um bem jurídico protegido pela lei penal” 
(Noronha).
- “Crime é ação ou omissão que, a juízo do legislador, contrasta violentamente com valores ou 
interesses do corpo social, de modo a exigir seja proibida sob ameaça de pena, ou que se considere 
afastável somente através da sanção penal” (Fragoso)
- “Crime é a conduta considerada pelo legislador como contrária a uma norma de cultura reconhecida 
pelo Estado e lesiva de bens juridicamente protegidos, procedente de um homem imputável que 
manifesta com sua agressão perigosidade social” (Jimenez de Asua).
As definições materiais do crime buscam conhecer a razão que levou o legislador a prever punição de 
certos fatos e não de outros. A despeito dos esforços de certos doutrinadores, ainda não se construiu 
um conceito material inatacável.
Por isso, passou-se a conceituar o crime como sendo o “Fato Típico, Antijurídico E Culpável”.
Características Do Crime
Para a existência do crime é necessária uma conduta humana positiva (ação em sentido 
estrito) ou negativa (omissão). É necessário ainda, que essa conduta seja típica, que esteja 
descrita na lei como infração penal.
Só haverá crime se o fato for antijurídico, contrário ao direito por não estar protegido por causa 
que exclua a sua antijuridicidade.
Culpabilidade é a reprovabilidade da conduta típica e antijurídica.
Fato Típico: Resultado. Consumação e Tentativa: Etapas do Crime; Delitos Instantâneos, 
Permanentes Resultado. Consumação e tentativa: etapas do crime; delitos instantâneos, 
permanentes, instantâneos de efeitos permanentes. Desistência voluntária, arrependimento eficaz e 
posterior. Crime impossível.
RESULTADO – CRIMES CONSUMADOS E TENTADOS
RESULTADO
Não basta a conduta para que o crime exista, pois é exigido, o segundo elemento do fato típico, que é o 
resultado. Segundo o conceito clássico, é a modificação do mundo exterior provocado pelo comportamento 
humano voluntário. É a morte da vítima (no homicídio, a destruição, inutilização ou deterioração da coisa 
(no dano) etc).
ART. 14, I – CRIME CONSUMADO
CONCEITO – diz-se consumado o crime quando nele se reúnem todos os elementos do tipo incriminador. 
Ex. no homicídio, o tipo penal é matar alguém e, assim, o crime se consuma no momento em que a vítima 
morre.
“ITER CRIMINIS”
São as fases que o agente percorre até chegar à consumação do delito:
1ª fase – COGITAÇÃO – o agente apenas está pensando em cometer o crime.
2ª fase – PREPARAÇÃO – esta fase compreende a prática de todos os atos necessários ao início da 
execução. Ex.: alugar uma casa, onde será mantida em cativeiro a vítima, no crime de extorsão mediante 
sequestro.
3ª fase – EXECUÇÃO – começa aqui a agressão ao bem jurídico. Inicia-se a efetiva lesão ao bem tutelado 
pela lei. O agente começa a realizar a conduta descrita no tipo (o verbo descrito na lei). Ex.: o agente 
arrebata a vítima, com a intensão de pedir o resgate.
Há grande importância em se descobrir o momento em que é iniciada a execução. Pois é a partir daí que o 
fato passa a ser punível.
COGITAÇÃO
IMPUNÍVEL
ATOS 
PREPARATÓRIOS 
EM REGRA 
IMPUNIVEL
ATOS DE 
EXECUÇÃO
VERBO DO TIPO
CONSUMAÇÃO
EXAURIMENTO 
POS FACTUM 
IMPUNIVEL
DESISTÊNCIA 
VOLUNTÁRIA – ART. 15, 
1ª PARTE
ITER 
CRIMINIS
ARREPENDIMENTO 
EFICAZ – ART. 15, 2ª 
PARTE
Iniciada a execução:
o agente pode não conseguir consuma-la por circunstâncias alheias a sua vontade, hipótese em que o crime 
estará sendo tentado;
o agente pode desistir voluntariamente de prosseguir no ato de execução, hipótese em que só responderá 
pelos atos já praticados (desistência voluntária); e,
o agente pode chegar à consumação.
4ª fase – CONSUMAÇÃO – quando todos os elementos (objetivos, subjetivos e normativos) do tipo são 
realizados. Ex. O agente pede o resgate, visando a obtenção da vantagem patrimonial ilícita.
Apenas para completar, é pertinente destacar que o recebimento do resgate no crime de extorsão mediante 
sequestro, tomado como referência, promove o exaurimento do crime, não sendo necessário o recebimento 
da vantagem para consumação do crime.
Crime Instantâneo: A consumação desse tipo ocorre em um único momento. A conduta tem uma duração 
instantânea. Não importa o que ocorre depois com o objeto do crime, apenas a conduta, o ato; uma vez 
consumado, caracteriza-se como crime instantâneo.
Ex.: furto, omissão de socorro (art. 135, CP), peculato (art. 312, CP), usura (art. 4º, “a”, da Lei 1.521/51), 
reingresso de estrangeiro expulso (art. 338, CP).
Crime instantâneo de efeito permanente: Ex.: estelionato contra a previdência social (art. 171, CP): falsifica 
um documento (conduta instantânea), mas permanece recebendo os valores da previdência ao longo do 
tempo (efeito permanente).
Crime Permanente: É o crime cuja conduta única se protrai no tempo de acordo com a vontade do agente. 
Enquanto não cessar, o crime se renova no tempo. Tanto o momento inicial, intermediário ou final do crime é 
considerado a mesma conduta, razão pela qual, é possível efetuar a prisão em flagrante, ainda que o agente 
não seja pilhado no momento da execução ou da consumação.
Ex.: seqüestro e cárcere privado (art. 148, CP), redução à condição análoga de escravo (art. 149, CP).
A diferenciação desses dois últimos tipos é importante para efeitos de prescrição, de competência.
Ex.: no Supremo o crime de estelionato contra a previdência social é considerado instantâneo de efeito 
permanente, então, para efeitos de prescrição, é aplicado o art. 111, inciso I, do CP, e não o inciso III:
ART. 14, II – TENTATIVA
CONCEITO – considera-se tentado o crime quando o agente inicia a execução, mas não consegue 
consumá-lo por circunstâncias alheias à sua vontade.
Trata-se de norma de extensão cuja finalidade é propiciar a punição do autor da tentativa através de uma 
adequação típica mediata.
Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a mesma pena do crime consumado, reduzida de 
1/3 a 2/3. 
O critério que o juiz deve utilizar em relação ao “quantum” da diminuição da pena é a maior ou menor 
proximidade da consumação.
CLASSIFICAÇÃO DA TENTATIVA
Quanto ao percurso do “iter criminis”:
Tentativa IMPERFEITA (ou inacabada) – quandoo agente não pratica todos os atos 
executórios;
Tentativa PERFEITA (crime falho) – quando o agente pratica todos os atos executórios 
e, mesmo assim, não consegue consumar o crime;
Quanto ao resultado produzido na vítima:
Tentativa BRANCA – quando o golpe desferido não atinge o corpo da vítima;
Tentativa CRUENTA – quando a vítima é atingida.
Quanto à possibilidade de alcançar a consumação:
Tentativa IDÔNEA – é aquela em que o sujeito pode alcançar a consumação, mas não consegue faze-lo 
por circunstâncias alheias à sua vontade. É a tentativa propriamente dita (o “conatus”);
Tentativa INIDÔNEA – sinônimo de crime impossível (art. 17), ocorre quando o agente inicia a execução, 
mas a consumação do delito era impossível por absoluta ineficácia do meio empregado ou por absoluta 
impropriedade do objeto material.
Quanto à possibilidade de alcançar a consumação:
Tentativa IDÔNEA – é aquela em que o sujeito pode alcançar a consumação, mas não consegue faze-lo 
por circunstâncias alheias à sua vontade. É a tentativa propriamente dita (o “conatus”);
Tentativa INIDÔNEA – sinônimo de crime impossível (art. 17), ocorre quando o agente inicia a execução, 
mas a consumação do delito era impossível por absoluta ineficácia do meio empregado ou por absoluta 
impropriedade do objeto material.
CRIMES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA
CRIMES CULPOSOS – no crime tentado o agente quer o resultado, mas não consegue atingi-lo. Nos 
crimes culposos o criminoso não quer o resultado. Por esse motivo os institutos são incompatíveis;
CRIMES PRETERDOLOSOS – porque o agente também não quer dar causa ao resultado agravador, 
sendo incompatível imaginar a possibilidade da tentativa de algo que não se deseja (como tentar aquilo 
que não se quer?);
CRIMES OMISSIVOS PRÓPRIOS – se o sujeito se omite, o crime está consumado, se age, o fato é 
atípico, inexistindo espaço para a tentativa;
CONTRAVENÇÕES PENAIS – por expressa determinação legal (art. 4º da Lei de Contravenções), ato 
soberano e imperativo do legislador;
CRIMES DE ATENTADO - por opção do legislador, o tipo penal pune igualmente a forma consumada e a 
tentada, não se podendo, portanto, se cogitar de tentativa de tentativa;
CRIMES HABITUAIS – se houver reiteração de condutas, o crime está consumado, e se não houver, o 
fato será atípico, inexistindo espaço para a tentativa;
CRIMES UNISSUBSISTENTES – consumam-se com um único ato. Uma vez praticado o ato, o crime 
estara consumado. Não sendo praticado o ato, inexiste crime. Ex.: injúria verbal (art. 140);
Crimes nos quais o tipo penal só prevê aplicação de pena quando ocorre o resultado, como por exemplo, 
nos casos de rixa.
CRIMES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA
CRIMES
CULPOSOS
CRIMES 
PRETERDOLOSOS
CRIMES 
OMISSIVOS 
PRÓPRIOS
CONTRAVENÇÕES 
PENAIS
CRIMES DE 
ATENTADO
CRIMES 
HABITUAIS
CRIMES 
UNISSUBSISTENTES
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ
ARTIGO 15 DO CÓDIGO PENAL – 1ª PARTE – DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
O artigo 15 do Código Penal cogita das hipóteses em que o agente desiste voluntariamente de 
prosseguir no “iter criminis”, impedindo que o fato se consume.
Somente é possível na tentativa imperfeita. Não havendo percorrido, ainda, toda a trajetória do delito, 
iniciados os atos de execução, o agente detem-se, voluntariamente. 
Ex.: o agente ministra veneno na bebida da vítima, arrependendo-se depois e impede a ingestão da 
bebida contaminada.
ARTIGO 15 – 2º PARTE – ARREPENDIMENTO EFICAZ
Ocorre somente na tentativa imperfeita, o agente esgota todos os meios, ao seu alcance, para a prática 
do crime. O agente pratica todos os atos de execução. Arrepende-se, porém, e evita, COM SUCESSO, a 
consumação. 
Ex.: agente que ministra veneno na bebida da vítima e a induz a ingeri-la. Após a ingestão da bebida 
envenenada pela vítima, o agente se arrepende, socorrendo-a ao hospital, salvando-lhe a vida.
A lei subordina o reconhecimento e a aplicação do instituto em benefício da vítima à eficácia da 
providência. Se, por qualquer motivo, embora arrependido, o agente não conseguiu evitar a consumação 
do delito, será punido pelo crime consumado.
A responsabilidade, entretanto, perdura mesmo que outra causa concorra para o resultado final. Ex.: se a 
vítima, envenenada, se negar a tomar o antídoto e morrer, estará consumado o delito, pelo qual 
responderá o agente.
Do mesmo modo, se a vítima tomar o antídoto e, mesmo assim, morrer, o agente responderá pelo crime.
ART. 16 – ARREPENDIMENTO POSTERIOR.
É figura nova no nosso ordenamento jurídico, e vem tratado no artigo 16 do Código Penal. Nele, o agente 
já consumou o delito, restando-lhe, agora, a reparação do dano ou a restituição da coisa, tudo isso, se 
possível.
Ocorre o arrependimento eficaz quando o agente já esgotou os atos de execução, mas ainda não atingiu 
a consumação, em razão de um ato em sentido reversivo, praticado voluntariamente. O arrependimento 
posterior dá-se quando, já consumado o crime, o agente, por vontade própria, repara o dano ou restitui a 
coisa.
A lei restringe a aplicação do instituto aos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, 
não cabendo, por exemplo, ao crime de homicídio, de lesão corporal, de estupro etc.
ART. 17 – CRIME IMPOSSÍVEL.
O ordenamento jurídico penal brasileiro não pune a tentativa, quando há ineficácia ABSOLUTO de meio ou 
impropriedade ABSOLUTA do objeto.
Exemplo de INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO verifica-se quando alguém, querendo envenenar seu inimigo, ministra 
açúcar misturado à bebida, pensando tratar-se de veneno.
De IMPROPRIEDADE ABSOLUTA DO OBJETO, ocorre, por exemplo, se a mulher, de maneira equivocada, julgando-se 
grávida, ingere medicamento que possua propriedades abortivas, para provocar a eliminação da vida endouterina, 
que na verda ainda não se formou.
No crime impossível existe a exclusão da própria tipicidade.
Ilicitude I. Conceito e as Excludentes no Direito Penal (Legais e Supralegais)
Antijuridicidade/ ilicitude
Conceito – é a relação de contrariedade entre o fato e o ordenamento jurídico. Não basta, para a 
ocorrência de um crime, que o fato seja típico (previsto em lei). É necessário também que o fato 
seja antijurídico, ou seja, que seja contrário à lei penal, que viole bens jurídicos protegidos pelo 
ordenamento jurídico.
Causas de exclusão da antijuridicidade ou da ilicitude
As causas de exclusão da antijuridicidade são causas de justificação da prática do fato típico, que o 
tornam jurídico, ou seja, não vedado nem proibido pelo ordenamento jurídico.
É o caso do agente que, para salvaguardar sua vida, mata uma pessoa, agindo em legítima defesa. Em 
verdade, o agente praticou um fato típico (definido por lei como crime de homicídio – Art. 121, CP), o qual 
não será considerado crime por ter o agente agido em legítima defesa, que é causa excludente de 
antijuridicidade, prevista expressamente no Art. 23, II, do Código Penal.
2018/2/23
Legítima Defesa (ART. 25, C.P.)
CONCEITO – é a repulsa a injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, usando moderadamente os meios 
necessários.
REQUISITOS:
• Agressão injusta, atual e iminente – injusta quando viola a lei, sem motivo; atual é aquela que está ocorrendo; e, 
iminente é aquela que está preste a ocorrer;
• Direito próprio ou de terceiro – significa que o agente pode repelir injusta agressão a direito seu ou de outrem, não 
sendo necessária qualquer relação entre eles;
• utilização dos meios necessários – significa que o agente somente se encontra em legítima defesa, quando utiliza os 
meios necessários a repelir a agressão, que devem ser entendidos como aqueles que se encontrem à sua disposição;
• Utilização moderada de tais meios – significa que o agente deve agir sem excesso;
• Conhecimento da situação de fato justificante – significa que a legítima defesa requer do agente o conhecimentoda 
situação de agressão injusta e da necessidade da repulsa.
2018/2/23
FORMAS DE LEGÍTIMA DEFESA
Quanto à titularidade do interesse protegido:
Legítima defesa própria (quando a agressão injusta se volta contra direito agente); e,
Legítima defesa de terceiro (quando a agressão injusta ocorre contra direito de terceiro).
Quanto ao aspecto subjetivo do agente:
Legítima defesa real (quando a agressão injusta efetivamente está presente); e,
Legítima defesa putativa (que ocorre por erro – descriminante putativa).
Quanto à reação do sujeito agredido:
Legítima defesa defensiva (quando o agente se limita a defender-se da injusta agressão, não constituindo, 
sua reação, fato típico); e,
Legítima defesa ofensiva (quando o agente, além de defender-se da injusta agressão, também ataca o bem 
jurídico de terceiro, constituindo sua agressão fato típico).
2018/2/23
Ofendículas
• São as barreiras ou obstáculos para a defesa de 
bens jurídicos. Geralmente constituem aparatos 
destinados a impedir a agressão a algum bem 
jurídico, seja através da utilização de animais 
(cães ferozes, por exemplo), seja através da 
utilização de aparelhos ou artefatos feitos pelos 
homens (arame farpado, cacos de vidro sobre o 
muro, cerca eletrificada, por exemplo).
2018/2/23
ESTADO DE NECESSIDADE (ART. 24, 
C.P.).
CONCEITO – é uma situação de perigo atual de interesses legítimos e protegidos pelo Direito, em que o agente, para afasta-la e salvar um bem 
próprio ou de terceiro, não tem outro meio senão o de lesar o interesse de outrem, igualmente legítimo.
REQUISITOS:
• ameaça ao direito próprio ou alheio – significa que o agente pode agir para evitar lesão a bem jurídico seu (estado de necessidade 
próprio) ou de terceiro (estado de necessidade de terceiro), não sendo necessário qualquer tipo de relação entre eles;
• existência de perigo atual – aquele que está acontecendo. Embora a lei não preveja, a doutrina e a jurisprudência vem admitindo o 
estado de necessidade quando ocorra perigo iminente (aquele que está para acontecer);
• inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado – significa que a lei não exige do agente que sacrifique o seu bem jurídico para 
preservar o bem jurídico de terceiro;
• situação não causada voluntariamente pelo sujeito – significa que o agente não poderá invocar o estado de necessidade quando tenha 
causado a situação de perigo iminente;
• inexistência de dever legal de enfrentar o perigo – significa que o agente não pode invocar o estado de necessidade para a proteção de 
seu bem jurídico, quando tenha o dever legal de enfrentar a situação de perigo, como é o caso do bombeiro;
• conhecimento da situação de fato justificante – significa que o estado de necessidade requer do agente o conhecimento de que está 
agindo para salvaguardar um interesse próprio ou de terceiro.
2018/2/23
FORMAS DE ESTADO DE 
NECESSIDADE.Quanto à titularidade do interesse protegido:
• estado de necessidade próprio (quando o agente salva direito próprio); e,
• Quanto ao aspecto subjetivo do agente:
• estado de necessidade real (que efetivamente está ocorrendo); e,
• estado de necessidade putativo (no qual o agente incide em erro – discriminante putativa).
• Quanto ao terceiro que sofre a ofensa:
• estado de necessidade agressivo (caso em que a conduta do agente atinge direito de terceiro inocente); e,
• estado de necessidade ofensivo (caso em que o agente atinge direito de terceiro que causou ou contribuiu 
para situação de perigo).
2018/2/23
Estrito cumprimento do dever legal 
(ART. 23, III, 1ª parte, C.P.)
• Exemplos de estrito cumprimento de dever legal, são o do 
policial que viola domicílio onde está sendo praticado um 
delito, ou emprega força indispensável no caso de 
resistência ou de tentativa de fuga do preso, o do soldado 
que mata o inimigo no campo de batalha, o oficial de 
justiça que viola domicílio para cumprir ordem de despejo, 
dentre outros.
• É de se destacar que estão excluídas da proteção legal as 
obrigações morais, sociais, religiosas etc.
2018/2/23
ART. 23, III, 2ª parte – Exercício 
regular de direito.
• Exemplos de exercício regular de direito largamente 
difundidos são o desforço imediato no esbulho 
possessório, o direito de retenção de benfeitorias 
previsto no C.C., a correção dos filhos pelos pais etc.
• O agente deve obedecer estritamente, 
rigorosamente, aos limites do direito exercido, sob 
pena de abuso.
2018/2/23
Consentimento do ofendido
• A orientação dominante é de que o consentimento do 
ofendido na prática do delito somente é possível 
tratando-se de direitos disponíveis, de interesse 
exclusivamente privado. Nesses casos, não obstante a 
prática de um fato típico, estará afastada a ilicitude pelo 
consentimento do ofendido na lesão ou ameaça a seu 
bem jurídico disponível (patrimônio, honra etc).
• Não é possível, entretanto, que o consentimento do 
ofendido seja causa de exclusão da antijuridicidade, em 
se tratando de direitos indisponíveis, uma vez que há 
interesse coletivo na sua preservação, como é o caso do 
direito à vida, do direito à integridade corporal etc.
2018/2/23
ART.23, Parágrafo único - Excesso 
punível.
• Em cada uma das hipótese de causas excludentes da ilicitude, verifica-se a existência de requisitos, traçados pela própria lei, que devem ser obedecidos pelo agente.
• O excesso ocorre quando o agente extrapola os limites traçados pela lei para as causas excludentes da antijuridicidade. Pode ele ser:
• doloso – quando o agente, já tendo atuado em conformidade com o direito na conduta inicial da excludente, avança voluntariamente os limites impostos por lei e produz dolosamente resultado antijurídico;
• culposo – quando o agente, já tendo atuado em conformidade com o direito na conduta inicial da excludente, avança os limites impostos por lei, por imperícia ou negligência, produzindo culposamente resultado antijurídico.
2018/2/23
CULPABILIDADE
• O crime é um fato típico e antijurídico, mas somente estará ligado ao agente se 
este for culpável.
• A culpabilidade não se confunde com a culpa. CULPA é elemento subjetivo do 
crime, encontrando-se situada no fato típico, juntamente com o dolo.
• CONCEITO – culpabilidade é juízo de reprovação social, funcionando como 
pressuposto de aplicação da pena.
• A concepção de culpabilidade, a partir da Escola Clássica do Direito Penal, era a do 
víncuilo psicológico entre o autor e ofato criminoso. Para que o fato típico fosse 
considerável culpável, era necessário que, entre aquela descrição típica e o sujeito, 
houvesse um vínculo psicológico.
2018/2/23
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE:
• Imputabilidade – a capacidade do agente de entender o 
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com 
esse entendimento.
• Potencial consciência da ilicitude – o agente deve ter a 
possibilidade de conhecer a antijuridicidade do fato, deve, 
portanto, potencialmente saber que o fato é ilícito e que 
a conduta que está praticando é vedada por lei.
• Exigibilidade de conduta diversa – exige-se que o 
agente, nas circunstâncias do fato, tenha a possibilidade 
de realizar, ao invés do comportamento criminoso, um 
comportamento de acordo com o ordenamento jurídico.
2018/2/23
Imputabilidade Penal
Imputabilidade
Conceitos – “é a capacidade do agente de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se 
de acordo com esse entendimento.”
“É a possibilidade de se atribuir a alguém a responsabilidade por algum fato, ou seja, o conjunto 
de condições pessoais que dá ao agente a capacidade para lhe ser juridicamente imputada a 
prática de uma infração penal.”
Art. 26 – Inimputabilidade
Conceito – é a incapacidade do agente de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se 
de acordo com esse entendimento, seja em virtude de doença mental, ou de desenvolvimentomental incompleto (menoridade penal) ou retardado, seja em virtude de embriaguez completa 
proveniente de caso fortuito ou força maior.
2018/2/23
Critérios para a definição da inimputabilidade
Biológico – leva em conta apenas o desenvolvimento mental do acusado (quer em face de problemas 
mentais ou da idade do agente).PSICOLÓGICO – considera apenas se o agente, ao tempo da ação 
ou omissão, tinha a capacidade de entendimento e autodeterminação.
Psicológico – considera apenas se o agente, ao tempo da ação ou omissão, tinha a capacidade de 
entendimento e autodeterminação.
Biopsicológico – adotado pelo atual Código Penal, segundo o qual, num primeiro momento, se 
verifica se o agente, na época do fato, era portador de doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado; num segundo momento, se verifica se era ele capaz de entender o caráter 
ilícito do fato: e, num terceiro momento, se verifica se ele tinha capacidade de determinar-se de acordo 
com esse entendimento.
2018/2/23
“ACTIO LIBERA IN CAUSA”
A imputabilidade, como juízo de reprovação social e como pressuposto de aplicação da pena, deve 
existir ao tempo da prática do fato.
Ocorre a ”actio libera in causa” (ou ação livre em sua causa) quando o agente coloca-se, 
propositadamente, em situação de inconsciência, para a prática de conduta punível. São casos de 
conduta livremente desejada, mas cometida no instante em que o sujeito se encontrava em estado de 
inconsciência.
Nesses casos, o agente responde normalmente pelo delito que praticou, pois se colocou 
voluntariamente em situação de inconsciência, desejando o resultado ou assumindo o risco de produzi-lo.
2018/2/23
Causas excludentes da imputabilidade
doença mental – pressuposto biológico da inimputabilidade. Doença mental deve ser entendida como 
toda moléstia que cause alteração da saúde mental do agente. Persiste a tipicidade e a antijuridicidade, 
faltando ao agente a culpabilidade, que é pressuposto de aplicação da pena;
desenvolvimento mental incompleto – assim deve ser entendido aquele que ocorre nos inimputáveis 
em razão da idade e, também como aquele que ocorre nos silvícolas inadaptados; e,
desenvolvimento mental retardado – é o estado mental característico dos oligofrênicos, que podem 
ser classificados em débeis mentais, imbecis e idiotas. A perfeita caracterização de cada uma dessas 
anomalias é dada pela medicina forense. No curso do processo penal, a perícia é inafastável.
2018/2/23
ART. 28, I – Emoção e paixão
Emoção – é um estado súbito e passageiro de instabilidade psíquica, uma perturbação momentânea da 
afetividade.
Paixão – é um sentimento duradouro, caracterizado por uma afetividade permanente.
A emoção e a paixão, apesar de não excluírem o crime, podem funcionar como atenuantes genéricas (Art. 
65, III, a) ou como causas de diminuição de pena (art. 121, § 1º), desde que acompanhados de outros 
requisitos.
2018/2/23
ART. 26 – Parágrafo único - semi-imputabilidade
Se em razão de doença mental o do desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, o agente, ao tempo da ação ou omissão, 
estava parcialmente privado de sua capacidade de entender o 
caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com tal 
entendimento, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3.
2018/2/23
ART. 27 – Menoridade
Nos termos do artigo sob exame (consagrado também no artigo 228 da Constituição Federal), os 
menores de 18 anos são inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação 
especial. Adotou-se, portando, o critério biológico, que presume, de forma absoluta, ser o menor 
de 18 anos inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de 
acordo com esse entendimento.
A legislação especial que regulamente as sanções aplicáveis aos menores inimputáveis é o 
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), que prevê a aplicação de medidas sócio-
educativas aos adolescentes (maiores de 12 e menores de 18 anos), consistente em advertência, 
obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, 
semiliberdade ou internação e, a aplicação de medidas de proteção às crianças (menores de 12 
anos) que venham a praticar fatos definidos como infração penal.
2018/2/23
ART. 28, II – Embriaguez
É uma intoxicação aguda e passageira provocada pelo álcool ou por 
substância de efeitos análogos (cocaína, maconha etc) que apresenta uma 
fase inicial de euforia, passando pela depressão e sono, podendo levar até ao 
coma.
2018/2/23
• Acidental
Quando a ingestão do álcool ou da substância de efeitos análogos não é voluntária e nem culposa, 
podendo ser proveniente de:
caso fortuito – em que o agente desconhece o efeito da substância que ingere ou desconhece 
alguma condição sua particular de suscetibilidade a ela; e,
força maior – quando o agente não é responsável pela ingestão da substância alcoólica ou de efeitos 
análogos, como nos casos de ser forçado a dela fazer uso.
No caso de embriaguez acidental completa proveniente de caso fortuito ou força maior, o agente é 
inimputável, faltando-lhe culpabilidade. No caso de embriaguez acidental incompleta proveniente 
de caso fortuito ou força maior, deverá ser aplicada a regra do Art. 28, § 2º, do CP, se o agente 
não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, plena capacidade de entender o caráter ilícito do 
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Trata-se de capacidade relativa, em 
virtude de embriaguez incompleta, sendo o agente apenado com pena reduzida.
2018/2/23
Formas de embriaguez e as conseqüências em relação à imputabilidade:
•Não-acidental:
voluntária – o agente quer embriagar-se. Pode ser completa, quando retira a capacidade de 
entendimento e autodeterminação do agente, ou incompleta, quando não retira tal capacidade;
culposa – completa ou incompleta. O agente não quer embriagar-se, mas, agindo imprudentemente, 
ingere doses excessivas e acaba embriagando-se.
Em todos os casos não há exclusão da imputabilidade nos termos do art. 28, II, do C.P., que 
estabelece não excluir o crime a embriaguez voluntária ou culposa. Mesmo no caso da embriaguez 
completa, não fica excluído o crime, pois se adotou a tese da “actio libera in causa”, segundo a qual o 
agente, ao se embriagar, sabia da possibilidade de praticar o delito e era livre para decidir.
2018/2/23
Dependência de substância entorpecente
Nos termos do art. 19, “caput”, da Lei 6368/76 (Lei de Tóxicos), é isento de pena (inimputável) o agente 
que, em razão da dependência, ou sob o efeito de substância entorpecente ou que determine 
dependência física ou psíquica proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou 
omissão, qualquer que tenha sido a infração praticada (do CP, da Lei de Tóxicos ou qualquer outra lei), 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. Se a redução dessa capacidade for apenas parcial, o agente é considerado imputável, 
mas sua pena será reduzida de 1/3 a 2/3 (parágrafo único).
A inimputabilidade pode ocorrer, portanto, em duas situações:
dependência de substância entorpecente; e
estar o agente sob o efeito de substância entorpecente, proveniente de caso fortuito ou força maior.
Potencial consciência da ilicitude
• A aplicação da pena ao autor de uma infração penal somente é justa e legítima quando ele, no momento da conduta, 
era dotado, ao menos, da possibilidade de compreender o caráter ilícito do fato praticado.
• Exige-se, para a configuração da imputabilidade penal do acusado, a potencial consciência da ilicitude de sua conduta.
• O sistema clássico ou causal, por alocar o dolo na culpabilidade, considerava a consciência da ilicitude como integrante 
do dolo, que era normativo.
• No sistema finalista, o dolo e a culpa foramtransferidos para a conduta, passando a compor a estrutura do fato típico. O 
dolo, agora, natural é desprovido da consciência da ilicitude, que permanece na culpabilidade.
• O finalismo também transforma a consciência da ilicitude em potencial. A falta da consciência da ilicitude, no sistema 
clássico, excluía o dolo. No sistema finalista, o dolo permanece íntegro, afastando-se a culpabilidade.
Critérios para determinação do 
objeto da consciência da ilicitude.
• Juan Córdoba Roda, em trabalho específico do tema, apresenta três critérios para determinação do objeto da consciência da ilicitude:
• a) Critério Formal: proclama ser necessário o conhecimento do agente sobre a violação de alguma norma penal. Desenvolvido por
Binding, Beling e von Liszt, não encontrou acolhimento, pois somente os juristas, conhecedores do direito, poderiam cometer crimes.
• b) Critério Material: baseia-se numa concepção material do injusto, exigindo o conhecimento da antissociabilidade, da injustiça e da 
imoralidade de uma conduta. Defendido por Max Ernst Mayer e Kaufmann, esbarrou na existência de infrações penais de pura criação
legislativa, que não correspondem ao conceito de injusto material, bem como em condutas reconhecidamente danosas, embora não 
tipificadas pelo Direito Penal.
• c) Critério Intermediário: sustenta que o conhecimento da ilicitude não importa em conhecimento da punibilidade, nem em 
conhecimento da lei que proíbe o seu comportamento. O sujeito deve apenas, com o esforço de sua consciência, conhecer ou poder 
conhecer, o caráter ilícito de sua conduta. É o critério de maior aceitação.
• Em suma, basta o esforço normal da inteligência do agente para aferição da potencial consciência da ilicitude.
Exclusão: erro de proibição escusável.
• A potencial consciência da ilicitude é afastada pelo erro de proibição escusável (CP, art. 21,caput).
• No Direito Romano falava-se em erro de direito, referindo-se à ignorância ou falsa interpretação da lei. Era a opção acolhida pelo Código Penal de 1940.
• Coma reforma da parte geral, o erro de direito cedeu espaço sobre o erro sobre a ilicitude do fato, disciplinado pelo art. 21, chamado erro de proibição.
• Para possibilitar a convivência harmoniosa de todos em sociedade, o direito organiza normas de conduta que devem ser observadas. Trata-se do ordenamento 
jurídico, que impõe uma presunção absoluta acerca do conhecimento da lei por todas as pessoas.
• Ademais, a Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, em seu art. 3º, determina que ninguém poderá alegar desconhecimento da lei, cujo 
conhecimento geral de todos começa com a sua publicação.
• Entretanto, o conhecimento da lei não significa o conhecimento do seu conteúdo. E é nesse caso que surge o instituto do erro de proibição.
• O erro de proibição, ou erro sobre a ilicitude do fato, pode ser definido como a falsa percepção do agente acerca do caráter ilícito do fato típico por ele 
praticado, de acordo com um juízo profano.
• Trata-se de causa de exclusão da culpabilidade, quando o erro for escusável, ou causa de diminuição da pena, quando inescusável.
• O erro de proibição (ou erro sobre a ilicitude do fato) relaciona-se com a culpabilidade, podendo excluí-la ou não, se escusável ou 
inescusável, respectivamente.
• O erro de proibição escusável, inevitável ou invencível compreende no equívoco do agente sobre a ilicitude de sua conduta que, contudo, 
ainda que houvesse se esforçado, empregando as diligencias necessárias, não poderia evitá-lo.
• Nesse caso, exclui-se a culpabilidade em face da ausência de um de seus requisitos: a potencial consciência da ilicitude, conforme CP, art. 
21,caput.
• Já o erro de proibição inescusável, evitável ou vencível poderia ser evitado diante de maior cuidado, com as diligências normais, seria 
possível compreender o caráter ilícito do fato. Assim, subsiste a culpabilidade, mas a pena pode ser diminuída, em face da menor
censurabilidade da conduta, conforme CP, art. 21,caput.
• O critério para aferir se o erro era escusável ou inescusável é o perfil subjetivo do agente. Com efeito, com relação à matéria culpabilidade, 
levam-se em conta as particularidades do responsável pelo fato típico e ilícito, com a finalidade de se alcançar a sua culpabilidade.
Inexibilidade de conduta diversa
Coação irresisitível.
• É a coação irresistível causa que exclui a culpa (em sentido amplo). Ocorre quando uma pessoa, mediante força física ou moral, obriga outra a fazer ou não fazer alguma coisa.
• COAÇÃO FÍSICA: também chamada de “vis corporalis”, “atrox”, ou absoluta, situa-se no campo da causalidade: não há propriamente ação do coagido; ele é um instrumento nas mãos do coator; a ação que devolve e produz o evento não lhe pode ser imputada fisicamente. Compreende-se ser, então, bastante rara nos crimes comissivos, apresentando-se antes nos omissivos ou nos comissivos-omissivos.
• COAÇÃO MORAL: “vis compulsiva”, “vis conditionalis”, em que a ação coatora se exerce sobre o ânimo do coagido, compelindo-o a agir ou deixar de agir. É a ameaça a forma típica da coação moral: consiste em prometer um mal a alguém.
• Ela torna inculpável a ação do coagido. É exato que este, ao contrário do que ocorre no constrangimento físico, pode deliberar e resolver; porém sua vontade não é livre, já que está subordinada à necessidade de evitar um dano maior. Ilícita é sua conduta, porém não culpável, dada à anormalidade do elemento volitivo.
• Em ambas as hipóteses – diz a lei no artigo 2 – a coação tem de ser irresistível. Se ela podia ser vencida, não ocorre a excludente da culpa: poderá haver, quando muito, a atenuante genérica do artigo 65, III, c.
• A violência pode ainda ser praticada por meio de inebriantes, entorpecentes etc., não se exigindo sejam ministrados à força. Quanto ao hipnotismo, tendo-se em vista tudo quanto ele oferece à discussão, será também meio violento, a ser apreciado no caso concreto.
Causa excludente da culpabilidade:
• Considerando-se a técnica do Código, é a coação irresistível uma dirimente ou causa da exclusão da culpa (em sentido 
amplo), pois soa o artigo 22 “...só é punível o autor da coação...”. Em outros termos: não é punível o coato.
• Alguns poucos autores, de maneira confusa, sustentam tratar-se de causa excludente da antijuridicidade, justificativa ou 
descriminante.
• Tal modo de ver é improcedente. Na coação irresistível, o ato do coagido não é lícito: o que ocorre , como em outras 
causas semelhantes, é que ele não é livre. Não há conseqüentemente dolo, porque este não pode existir sem vontade 
livre e consciente. É de se ter também em conta o requisito da não-exigibilidade de outra conduta, elemento integrante 
da culpabilidade.
• Complementando a análise do que contém o artigo 22, que expressa que o coator é punido, isto é, responde pelo crime 
executado pelo coagido. Como também, pela ação contra este, que tipifica o constrangimento ilegal (Art. 146).
Estrita obediência.
• Isenta o Código, no mesmo dispositivo, o que cumpre ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico. Somente este é punido – é o que 
declara o legislador.
• Abre-se, aqui, exceção para o erro de proibição. Com efeito, enganando-se sobre a legalidade da ordem, tendo-a como lícita quando não o é, o 
agente imediato erra quanto à sua admissibilidade jurídica.
• Claro é que não há de ser manifestamente ilegal, quando, então, não poderia ensejar o erro do executor.
• Pressupõe ela a existência de certos requisitos: subordinação hierárquica; competência funcional de quem a dá; forma legal. É mister que o 
executor se ache em situação de dependência funcional, relativamente a quem dá a ordem. Exclui-se qualquer outra subordinação: é somente a 
hierárquica que se considera. Deve haver competência, isto é, emanar de pessoa habilitada a dá-la, bem como se enquadrar dentro das atribuições 
do destinatário. Finalmente, a legitimidadeda ordem depende do modo ou do veículo pelo qual é transmitida, v.g ., o escrito.
• Se o subordinado reconhece sua ilegalidade e a cumpre, não se exime de pena. Haverá, no caso, co-autoria em fato delituoso.
• Às vezes a responsabilidade do executor salta aos olhos. Assim, se o oficial diz a sua ordenança para quebrar certa vitrina com uma pedrada, 
quando ambos passam por um magazine, e ela cumpre a ordem, não há negar sua responsabilidade de autor material.
• O dispositivo reza que a obediência tem de ser estrita, isto é, o autor imediato não deve exceder ao que lhe foi ordenado; se o fizer, responderá 
pelo excesso, como quando, por exemplo, um oficial diz ao subordinado para correr atrás de um ladrão e prende-lo, e o inferior, na corrida, saca do 
revolver e prostra a tiros, ferido ou morto, o perseguido.
Causa de exclusão da culpa
• A lei confere a esta causa a natureza de excludente da culpabilidade.
• Não se trata, contudo, de orientação pacífica. Alguns a consideram como causa de exclusão da antijuridicidade.
• Mais procedente é a opinião do Código. Quem cumpre uma ordem, considerando-a legal, isto é, que tem o dever de 
executar, não age com dolo. Existe aqui, como no caso da coação irresistível, erro de proibição de excepcional 
relevância. O que mentalmente se representa ao agente não corresponde à realidade e, portanto, o fato se prende ao 
elemento subjetivo. Objetivamente é o ato ilícito; se não o fosse, não permitiria à pessoa, a quem a ordem visa, 
defender-se do ato de executor, pois tal defesa tipificaria, então, o crime de resistência (Art. 329).
• A outra conclusão leva, ainda, à consideração da presente causa como excludente da ilicitude: não se punir a quem deu 
a ordem, já que o ato é ilícito. Por outro lado, convenha-se em que, se é ilícita, não é por cumpri-la o subordinado que 
ela passa a ter licitude.
O erro no direito penal. Erro de tipo e erro de proibição.
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• ERRO E IGNORÂNCIA:
• Distinguem-se erro e ignorância.
• Erro é o conhecimento falso acerca de um objeto, ao 
passo que a ignorância é a ausência total desse 
conhecimento. Ninguém pode alegar ignorância para 
escusar-se da punibilidade, todavia, o erro exime o 
agente da punição, em algumas circunstâncias.
ERRO DE TIPO E ERRO DE PROIBIÇÃO:
• A moderna doutrina penal não mais alude a erro de fato e erro de direito, mas sim a erro de tipo ou erro sobre 
elementos do tipo e erro de proibição ou sobre a ilicitude do fato.
• A nova legislação sobre a Parte Geral do Código Penal, seguindo o que já ocorrera com o Anteprojeto de 1969, adotou a 
moderna classificação: erro de tipo (Art. 20) e erro de proibição (Art. 21).
• ERRO DE TIPO – “é o desconhecimento de circunstâncias do fato pertencentes ao tipo legal, com independência de que 
os elementos sejam descritos ou normativos, jurídicos ou fáticos”.
• ERRO DE PROIBIÇÃO – “é todo erro sobre a antijuridicidade de uma ação conhecida como típica pelo autor”.(MAURACH)
• Se o agente apanha um objeto alheio, supondo ser de sua propriedade, está diante de um erro de tipo; se o credor 
trabalhista por salário apanha dinheiro do empregador, acreditando ter o direito de assim se pagar, encontra-se diante 
de um erro de proibição.
ERRO DE TIPO
• É o que faz o agente supor a inexistência de um elemento ou circunstância que compõe a figura típica. 
O agente que contrai matrimônio com pessoa já casada, desconhecendo a existência do casamento 
anterior, supõe não existir um dos componentes da figura típica caracterizadora do crime de bigamia.
• O dolo estará excluído se presente o erro de tipo, podendo o agente responder por crime culposo.
• ERRO DE TIPO ESSENCIAL – é o que recai sobre elementares ou circunstâncias do crime, o que faz com 
que o agente, em razão do falso conhecimento ou do desconhecimento, não possa compreender a 
natureza criminosa do fato praticado.
• Pode ser invencível ou escusável, quando não puder ser evitado, agindo o agente com a normal 
diligência que é exigível a qualquer pessoa comum; ou, vencível e inescusável, quando puder ser 
evitado diante de uma prudência comum ou um comportamento exigível para o homem médio.
• ERRO DE TIPO ACIDENTAL – é o que recai sobre elementos secundários da figura típica e não aproveita 
ao agente.
ERRO DE PROIBIÇÃO
• ERRO DE PROIBIÇÃO pode ser traduzido como aquele no qual incide o agente que, por falso conhecimento ou 
desconhecimento, não tem possibilidade de verificar que o comportamento é ilícito, sendo inevitável tal situação. Portanto 
exige dois elementos: a inevitabilidade e a impossibilidade do conhecimento sobre a ilicitude do fato. Trata-se, portanto, de 
um erro sobre a ilicitude do fato, através do qual o agente supõe lícita a ação cometida.
• O erro de proibição pode ser representado de duas formas diferentes:
• ERRO DE PROIBIÇÃO ESCUSÁVEL OU INEVITÁVEL – quando inafastável em ralação ao homem médio, isto é, ao prudente, e 
com discernimento. É o que se deflui do Art. 21, parágrafo único.
• ERRO DE PROIBIÇÃO INESCUSÁVEL OU EVITÁVEL – quando o agente é a ele levado por imprudência, descuido, desídia, isto é, 
quando lhe era possível nas circunstâncias em que se encontrava ter um correto conhecimento.
• Repise-se que o critério diferenciador está no estudo da culpa, consistente na consideração das circunst6ancias do fato e da 
situação pessoal do autor.
• Apenas o erro de proibição escusável afasta a culpabilidade da conduta do agente. Já o erro de tipo inescusável enseja 
apenas diminuição da pena.
• Também no erro de proibição ocorrem as chamadas descriminantes putativas, aplicáveis, da mesma forma ao erro de tipo.
• Nas descriminantes putativas o agente, por erro (que pode ser de tipo ou de proibição), supõe situação de fato que, se 
existisse, tornaria legítima a ação.
• À vista do teor dos Arts. 20, § 2º e 21, do Código Penal, três modalidades de erro poderão 
ser apontadas nas descriminantes putativas:
• a) O agente supõe a existência de causa de exclusão da antijuridicidade que não existe. 
Essa hipótese é de erro de proibição.
• b) O agente incide em erro sobre os limites da causa de exclusão da antijuridicidade. Essa 
hipótese também é de erro de proibição.
• c) O agente incide em erro sobre a situação de fato que, se existisse, tornaria legítima a 
ação (estado de necessidade putativo, legítima defesa putativa, estrito cumprimento do 
dever legal putativo e exercício regular de direito putativo). Esse caso é de erro de tipo, daí 
porque é denominado erro de tipo permissivo ou descriminante putativa.
ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO 
E ERRO SOBRE A PESSOA:
• Se quem comete o erro foi a ele levado por outrem, responde 
este pelo fato, que será doloso ou culposo, conforme sua conduta. 
Se um médico entrega a pessoa da casa uma droga trocada para 
ministra-la ao enfermo, sobrevindo morte ou lesão deste, 
responde o profissional por crime contra a pessoa, doloso ou 
culposo, consoante elemento subjetivo.
• No § 3º do Art. 20, lei do “error in objecto”ou “error in persona”. 
É uma espécie de erro acidental. Recai sobre elemento não-
fundamental do fato, de modo que sem ele o crime existiria do 
mesmo modo. “A” quer matar “B” e toma “C” por este, 
alvejando-o e prostrando-o morto. É claro que há crime, pois a 
vida de “C” vale tanto quanto a de “B”.
ERRO NA EXECUÇÃO:
• Do “error in persona” difere o de execução, que constitui objeto dos Arts. 73 e 74. Já agora não existe 
representação subjetiva errônea do sujeito ativo, que age contra o que desejava atuar, mas vem a 
alcançar objeto diverso, embora da mesma espécie, por erro, desvio ou falha na execução. Trata-se da 
“ABERRATIO ICTUS”: “A”atira em “B”, mas o projétil atinge “C”, que se acha próximo.
• Ainda aqui, o Código vê apenas um crime: um homicídio.
• A regra do Art. 73, que versa a “ABERRATIO DELICTI”, manda que se puna como crime culposo o

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