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HISTÓRIA DA MATEMÁTICA INTRODUÇÃO A civilização chinesa é muito mais antiga que a grega e a romana - mas não mais antiga que as civilizações do Nilo e da Mesopotâmia. As civilizações que se desenvolveram às margens dos Rios Yang-tsé e Amarelo são da mesma época que as civilizações do Nilo e as que emergiram às margens dos rios Tigre e Eufrates (BOYER, 1974). Tudo indica que a matemática chinesa foi desenvolvida sem influência ocidental. Os chineses foram pioneiros em compreender que cálculos realizados em sistema decimal são mais simples e eficazes. Utilizavam um tipo de tabuleiro de contagem com compartimentos separados para as unidades, dezenas, centenas, etc. "Embora as civilizações da China antiga ao longo dos rios Yang-Tze e Howang Ho provavelmente sejam posteriores às civilizações egípcia, ao longo do Nilo, e babilônica, entre o Tigre e o Eufrates, muito pouco material de natureza primária oriundo delas chegou até nós. Isso em virtude de os povos da época com certeza fazerem muitos de seus registros em bambu, um material perecível. E, para agravar, o egotista imperador Shï Huang-ti ordenou em 213 a.C. uma lamentável queima de livros. A despeito de ameaças e represálias severas, o edito do imperador certamente não foi levado a efeito completamente; mas como muitos dos livros queimados foram reconstituídos de memória, hoje há dúvidas sobre a autenticidade de grande parte do material bibliográfico que se alega ser anterior àquela data infeliz. Por consequência, muito de nosso conhecimento sobre a matemática chinesa primitiva baseia-se em informações orais e interpretações posteriores de textos originais". (EVES, 2011, p.241) UM POUCO DE HISTÓRIA Datar documentos matemáticos da China não é tarefa fácil. Estimativas apontam que o Chou Pei Suang Ching é o mais antigo clássico matemático chinês de que se tem registro. No entanto, diferentes estimativas diferem em quase mil anos para definir o ano desta obra. Alguns afirmam que o Chou Pei é de 1200 a.C.; outros apontam 300 a.C. como sendo uma data mais razoável. As palavras Chou Pei parecem referir-se ao estudo de trajetórias circulares no céu. De fato, o livro trata de cálculos astronômicos, embora também tenha introdução às propriedades do triângulo retângulo e algumas informações sobre frações. A obra é um diálogo entre um príncipe e seu ministro sobre o Aspectos introdutórios da história da matemática chinesa2 TEXTO DE APOIO Aspectos introdutórios da história da matemática chinesa Página 1 de 3Texto-base - Aspectos introdutórios da história da matemática chinesa | Fernanda O... 21/03/2018https://cursos.univesp.br/courses/1023/pages/texto-base-aspectos-introdutorios-da-hist... calendário: o ministro diz a seu governante que a arte dos números deriva do círculo (pertencente ao céu) e do quadrado (pertencente à terra). O Chou Pei também dá indícios de que a geometria teve origem na mensuração prática, como também afirmava Heródoto. É uma obra que trata de aritmética e álgebra e apresenta indícios de que os chineses conheciam o teorema de Pitágoras através de tratamentos algébricos (BOYER, 1974). O desenvolvimento da matemática na China ocorreu graças às necessidades cotidianas deste povo. Por exemplo, a construção da Grande Muralha, de cerca de 220 a.C., foi um triunfo da engenharia e de cálculo matemático; a construção de relógios de Sol e a utilização do Ábaco também são exemplos dos avanços matemáticos desta região. Quase tão antigo como o Chou Pei, e talvez o mais influente livro de matemática chinês, foi o Chui- Chang Suan-Shu ou Nove Capítulos sobre a arte matemática. Esse livro contém 246 problemas que tratam de mensuração de terras, agricultura, sociedade, engenharia, impostos, soluções de equações, propriedades dos triângulos retângulos e cálculo. Enquanto, na mesma época, os gregos estavam escrevendo tratados ordenados e expositivos, os chineses repetiam os velhos hábitos dos egípcios e babilônios para compilar coleções de problemas específicos (EVES, 2011). CHUICHANG SUANSHU: OS NOVE CAPÍTULOS DA ARTE MATEMÁTICA Extraído do blog CIÊNCIA E DIVERSÃO - Blog informativo do Parque da Ciência (de Newton Freire Maia), o artigo MATEMÁTICA NA ANTIGUIDADE: CHINA, de Wellington Schühli De Carvalho, apresenta os nove capítulos do famoso livro chinês. O resumo destes capítulos pode ser visto no quadro 1, abaixo: Fang Tian (Medição de Terrenos) O primeiro capítulo lida principalmente com cálculo de áreas de terrenos, planos ou não, e apresentam também problemas envolvendo frações e regras para operar com elas, envolvendo Sumi (Milho, Miúdos e Arroz) e Cui Fen (Distribuição por Proporções). Os capítulos dois e três apresentam regra de três, porcentagem e problemas sobre distribuição. Shao Guang (Largura pequena) O quarto capítulo apresenta problemas que buscam calcular a largura de retângulos em função da área e do comprimento, além do cálculo do lado de quadrados e de comprimento de circunferências a partir de suas áreas e de lados de cubos a partir de seus volumes. Shanggong (Consultas sobre construções) O quinto capítulo é dedicado à construção civil, cuja preocupação central é o cálculo da força de trabalho necessária para efetuar obras como escavações ou construções. Utiliza dados como volumes e certas condições determinantes. Junshu (Impostos justos) O sexto capítulo trata de como distribuir o cereal e o trabalho a diferentes setores da população. Ying Buzu (Excesso e déficit) O sétimo capítulo utiliza o método da falsa posição para resolver diferentes tipos de problemas, como determinar incógnitas em equações. Fang Cheng (Tabelas Retangulares) O oitavo capítulo apresenta a solução de sistemas lineares utilizando os números dispostos em linhas e colunas, algo semelhante a matrizes, inclusive admitindo a existência de números negativos durante os cálculos. Gougu (Triângulos Retângulos) O nono capítulo introduz a regra de Gougu, o teorema de Pitágoras Chinês, e traz problemas de semelhança de triângulos e resoluções de Página 2 de 3Texto-base - Aspectos introdutórios da história da matemática chinesa | Fernanda O... 21/03/2018https://cursos.univesp.br/courses/1023/pages/texto-base-aspectos-introdutorios-da-hist... Quadro 1. Resumo sobre os Nove Capítulos sobre a arte matemática. Fonte: CARVALHO, 2017. REFERÊNCIAS BOYER, C.B. História da Matemática. Trad. GOMIDE, E.F. São Paulo. Ed. Edgard Blücher, 1974. CARVALHO, W.S. Matemática na Antiguidade: China. Ciência e Diversão: blog informativo do Parque da Ciência Newton Freire Maia. Diponível em: < http://parquedaciencia.blogspot.com.br/2014/08/matematica-na-antiguidade-china.html?m=1 (http://parquedaciencia.blogspot.com.br/2014/08/matematica-na-antiguidade-china.html?m=1) > 2017. EVES, H. Introdução à História da Matemática. Trad. DOMINGUES, H.H. 5a. edição, Campinas. Ed. UNICAMP. 2011. Página 3 de 3Texto-base - Aspectos introdutórios da história da matemática chinesa | Fernanda O... 21/03/2018https://cursos.univesp.br/courses/1023/pages/texto-base-aspectos-introdutorios-da-hist...
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