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UNIVERSIDADE DE BRASILIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL Projeto de Estradas ENC – 166723 Item 4: Superelevação e Superlargura Profª Michelle Andrade Semestre 1/2015 1. Introdução ao estudo de estradas 2. Estudos de traçado 3. Alinhamento horizontal – Parte 1 4. Superelevação e superlargura 5. Alinhamento horizontal – Parte 2 6. Distâncias de visibilidade 7. Elementos altimétricos 8. Seções transversais 9. Nota de serviço de terraplenagem 10. Introdução ao estudo de terraplenagem 11. Drenagem Nosso curso Última aula Elementos Planimétricos Curva circular simples Cálculo da concordância Locação de curvas circulares Métodos de locação Deflexão inteira Grau de curva Deflexão para uma corda (ou para um arco) Deflexão por metro Locação por estaca fracionária Locação por estaca inteira Última aula 3.2 Curva circular simples Locação de curvas circulares: Caderneta de locação Última aula 3.2 Curva circular simples Locação de curvas circulares: Caderneta de locação Superelevação e Superlargura Determinação da superelevação Determinação da superlargura Aula de Hoje É a declividade transversal da pista nos trechos em curva. 4- Superelevação e Superlargura 4.1 Conceito de Superelevação Fonte: DNER, 1999, p.92 A superelevação tem influência sobre a segurança e o conforto da viagem. É medida pela inclinação transversal da pista em relação ao plano horizontal, e é expressa em proporção (m/m) ou em percentagem (%). A determinação da superelevação é feita a partir do estudo do movimento de um veículo em trajetória circular, com uma dada velocidade tangencial, numa pista inclinada transversalmente. 4- Superelevação e Superlargura 4.1 Conceito de Superelevação Fa = força de atrito entre pneu e pavimento (atua sobre as faces dos pneus em contato com a pista) Fc= força centrífuga (atua sobre o centro de gravidade do veículo) P = força peso do veículo (atua sobre o centro de gravidade do veículo) Fonte: Lee, 2005, p.125 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação Forças que atuam sobre um veículo em trajetória circular Forças que atuam no plano paralelo ao da pista de rolamento: cos cc FF t sen PPtaF Forças que atuam no plano normal ao da pista de rolamento: sen cc FF n cos PPn Equação de equilíbrio no plano paralelo ao da pista de rolamento: tac PFF t 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação Forças que atuam sobre um veículo em trajetória circular Forças integrantes da equação de equilíbrio no plano paralelo ao da pista coscoscos 22 Rg VP R Vm FF cct senPPt senFPfFPfF ccna n cos tac PFF t OBS: “f” é o coeficiente de atrito transversal, entre pneu e pavimento 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação Para fins práticos, o termo (f Fc sen ) é feito igual a zero. Assim: senPsenFfPf Rg VP c coscos 2 tac PFF t Dividindo-se os dois lados da equação por (P cos ): tgf Rg V 2 OBS: “tg ” é a superelevação, que é usualmente referida por “e”. 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação senPPf Rg VP coscos 2 = 0 P x cosα P x cosα P x cosα Fazendo g = 9,8 m/s2, tg = e, e dividindo V por 3,6 (para transformar sua unidade de m/s para km/h), tem-se: tgf Rg V 2 f R V e 127 2 Superelevação Teórica onde: e = superelevação (m/m); V = velocidade diretriz (km/h); R = raio de curva circular (m); f = coeficiente de atrito transversal, entre pneu e pavimento. 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação f = coeficiente de atrito de deslizamento lateral (coeficiente dinâmico) 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação Coeficiente de atrito transversal (f): é variável e diminui à medida que a velocidade aumenta. Exercício rapidinho: Qual seria a superelevação que resultaria indicada para o projeto de uma concordância horizontal com raio de curva R = 35,00m e velocidade diretriz de 70km/h? (Dado: f max,70km/h = 0,15). 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação f R V e 127 2 15,0 35127 702 e mme /9524,0 %24,95e Valores máximos admissíveis de coeficientes de atrito transversal (fmáx) Fonte: DNER, 1999, p.71 V (Km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 fmáx 0,20 0,18 0,16 0,15 0,15 0,14 0,14 0,13 0,12 0,11 R (m) 450 800 1250 1800 2450 3200 4050 5000 Fonte: DNER, 1999, p.97 V (Km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 Valores de R acima dos quais a superelevação é dispensável 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação Valores máximos da superelevação admissíveis 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação emáx Situação em que se aplica 12% Casos de melhorias e correção de situações perigosas existentes (taxa máxima prática admissível) 10% Rodovias Classe 0 (em geral) e Classe I (regiões planas e onduladas) 8% Classe I (região montanhosa) e demais classes 6% Projetos em áreas urbanas com freqüentes interseções 4% Projetos em áreas com intensa ocupação do solo e com poucas condições para variar as inclinações transversais da pista emin Situação em que se aplica 2,500 a 3,000% Revestimento betuminoso de granulometria aberta 2,000% Revestimento betuminoso de alta qualidade 1,500% Pavimento de concreto de cimento Valores mínimos da superelevação admissíveis 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação Uma vez determinada a superelevação máxima para o projeto de uma rodovia, este “limite” deverá ser observado para toda a extensão da rodovia em projeto, servindo como parâmetro de referência na determinação dos valores específicos de superelevações a adotar para os diferentes raios de curva, nas concordâncias horizontais. A expressão da superelevação teórica não deve ser usada diretamente na determinação da superelevação a ser adotada para o projeto de curva horizontal. A expressão da superelevação teórica é usada pelas normas para a determinação dos raios mínimos de curva admissíveis nos projetos. Isto é: f R V e 127 2 )(127 2 fe V R )(127 2 máxmáx mín fe V R 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação Raios mínimos de curva para projetos (m) emáx Velocidade Diretriz (km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 4% 30 60 100 150 205 280 355 465 595 755 6% 25 55 90 135 185 250 320 415 530 665 8% 25 50 80 125 170 230 290 375 475 595 10% 25 45 75 115 155 210 265 345 435 540 12% 20 45 70 105 145 195 245 315 400 490 Fonte: DNER, 1999, p.71 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação Vamos sempre utilizar a superelevação máxima nos nossos projetos geométricos? Dada uma condição de projeto que recomende a utilização de um raio de curva maior que o mínimo, é possível balancear os valoresde superelevação (e) e de coeficiente de atrito (f), de modo que a soma dos seus efeitos se iguale à força centrífuga atuante sobre o veículo. Valor a adotar para a superelevação 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação Valor a adotar para a superelevação 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação Valor a adotar para a superelevação Para R = Rmin e = emáx Para Rmin < R R 2 2 2 R R R R ee mínmínmáx e = taxa de superelevação a adotar com raio R (m/m) emáx = taxa máxima de superelevação para a classe de projeto (m/m) R = raio da curva utilizada na concordância (m) Rmín = raio mínimo para a velocidade diretriz (m) 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação Considere uma rodovia Classe I, em região plana, para a qual: Rmin = 345 m; V= 100 km/h; f = 0,13; emáx = 10%. Determine o valor a adotar para a superelevação para os seguintes valores de raio de curva: 450, 530, 620 e 5000. Compare estes valores com os da superelevação teórica correspondente. Represente graficamente os dois tipos de superelevação para a rodovia considerada. Raio (m) eadotada (m/m) eteórica (m/m) 450 0,0946 0,045 530 0,0878 0,019 620 0,0803 -0,003 5000 0,0133 -0,114 4- Superelevação e Superlargura 4.1.2 Exemplo de cálculo de Superelevação -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000 Raio (m) Su pe re le va çã o (% ) e(teórica) e(adotar) Valor mínimo a adotar = 2% Superelevação teórica e a adotar 4- Superelevação e Superlargura V=100km/h 4- Superelevação e Superlargura Fonte: DNER, 1999, p.100 4- Superelevação e Superlargura Fonte: DNER, 1999, p.101 4- Superelevação e Superlargura Superelevação máxima: emáx=8,000% (tabelado); Raio mínimo de curva: Rmin=170,00m (tabelado). %651,7 88,214 00,170 88,214 00,1702 000,8 2 2 2 2 2 R R R R ee mínmínmáxR Exercício A superelevação a ser adotada numa concordância horizontal com raio de curva circular R=214,88m, no projeto de uma rodovia nova, em região de relevo ondulado, na classe II do DNIT, poderá ser calculada a partir dos seguintes elementos: Arredonda para o décimo percentual mais próximo como sugere o DNIT nas tabelas de superelevação: eR=7,700%. 4- Superelevação e Superlargura Superlargura As normas, manuais e recomendações de projeto geométrico estabelecem as larguras mínimas de faixas de trânsito a adotar para as diferentes classes de projeto, levando em consideração aspectos de ordem prática, tais como as larguras máximas dos veículos de projeto e as respectivas velocidades diretrizes para projeto. Nas tangente: liberdade de manobra no espaço da sua faixa de trânsito; Nas curvas: condições alteradas devido à: (i) quando descrevem trajetórias curvas, os veículos ocupam fisicamente espaços laterais maiores que suas próprias larguras; (ii) devido a efeitos de deformação visual, causados pela percepção da pista em perspectiva pelos motoristas, e devido às dificuldades naturais de operação de um veículo pesado em trajetória curva, os trechos em curva horizontal provocam aparência de estreitamentos da pista à frente dos condutores dos veículos, provocando a sensação de confinamento. 4- Superelevação e Superlargura 4.2 Conceito de Superlargura 4- Superelevação e Superlargura 4.1.1 Determinação da Superelevação A superlargura é a largura adicional das faixas de trânsito a ser implantada nos trechos em curva. acomodar os veículos na trajetória curva, onde os mesmos ocupam espaços laterais maiores que suas próprias larguras; compensar o fato de que os trechos em curva causam no usuário sensação de que a pista à frente foi estreitada. A superlargura é necessária para: 4- Superelevação e Superlargura 4.2 Conceito de Superlargura Inserir Figura 5.3 do livro Fonte: Lee, 2005, p.140 4- Superelevação e Superlargura 4.2.1 Determinação da Superlargura Veículo básico para a determinação da superlargura: veículo tipo CO a) no trecho em curva o eixo traseiro do veículo permanece perpendicular à trajetória (alinhado com o raio); Considerações básicas para o cálculo da superlargura: b) a roda dianteira externa do veículo descreve uma trajetória em curva circular, cujo raio pode ser admitido como igual ao raio do eixo da rodovia; c) a largura ocupada pelo veículo em curva é acrescida em função da acomodação do seu balanço dianteiro. d) o balanço dianteiro do veículo na faixa externa da curva pode ser desconsiderado, já que não afeta o posicionamento dos veículos nas demais faixas. 4- Superelevação e Superlargura 4.2.1 Determinação da Superlargura e) Quando se considera um veículo articulado como veículo de projeto substitui-se, nos cálculos pertinentes, o valor da distância entre-eixos (EE) por uma distância entre-eixos equivalente (EEq): Considerações básicas para o cálculo da superlargura: 4- Superelevação e Superlargura 4.2.1 Determinação da Superlargura 2 2 2 1 EEEEq Onde: EEq: distância entre-eixos equivalente, para os veículos articulados; E1: distância entre o eixo dianteiro do veículo trator (cavalo mecânico) e o pivô de apoio do semi-reboque (ou 5ª roda) (m) E2: distância da 5ª roda ao eixo traseiro ou ao ponto médio dos eixos traseiros do semi-reboque (m). Expressões básicas para o cálculo da superlargura: BT LLS S = superlargura (m) LT = largura total da pista em curva (m) LB = largura básica da pista em tangente (m) DBDLCT FGNGGNL )1()( N = número de faixas de trânsito da pista GC = gabarito estático do veículo em curva (m) GL = gabarito lateral do veículo em movimento (m) GBD = gabarito requerido pelo balanço dianteiro (m) FD = folga dinâmica (m) 4- Superelevação e Superlargura 4.2.1 Determinação da Superlargura Determinação dos elementos básicos para o cálculo de LT DBDLCT FGNGGNL )1()( Fig. 5.3 22 22 222 EA E A ERRG EROX EOXR OXRG E R = raio da curva (m) EE = distância entre-eixos do veículo (m) Para veículo de projeto CO EE = 6,10 m Fonte: Lee, 2005, p.140 4- Superelevação e Superlargura 4.2.1 Determinação da Superlargura DBDLCT FGNGGNL )1()( Assim: 22 EVC ERRLG onde LV é a largura do veículo (m) Para veículo de projeto CO LV = 2,60 m A Norma do DNER (1999) considera que o valor de GA pode ser aproximado pela expressão (p. 74): R E LG E VC 2 2 R E G E A 2 2 EE = 6,10 m 4- Superelevação e Superlargura 4.2.1 Determinação da Superlargura Com base nesta aproximação, GC pode ser calculado por: Determinação dos elementos básicos para o cálculo de LT DBDLCT FGNGGNL )1()( GL é a folga lateral livre a ser proporcionada, em cada faixa, para o veículo em movimento ao longo da curva. A Norma fixa o valor de GL em função da largura da pista (LB), para o caso de uma rodovia com duas faixas de trânsito. GL (m) 0,60 0,75 0,90 Fonte: DNER, 1999, p.76 LB (m) 6,00/6,406,60/6,80 7,00/7,20 Valores de GL em função da largura da pista em tangente (LB) 4- Superelevação e Superlargura 4.2.1 Determinação da Superlargura Determinação dos elementos básicos para o cálculo de LT DBDLCT FGNGGNL )1()( Figura 5.3 )2( )2( 2 )2( 2 22 222 22222 222 222 DED DED DDE DDEEE E E BDD BEBROZ BEBROZ BBEROZ BBEEEROZ EROX BDEOXOZ ROZGG RBEBRG DEDBD )2( 2 Fonte: Lee, 2005, p.140 4- Superelevação e Superlargura 4.2.1 Determinação da Superlargura Determinação dos elementos básicos para o cálculo de LT DBDLCT FGNGGNL )1()( RBEBRG DEDBD )2( 2 Para veículo de projeto CO BD = 1,20 m EE = 6,10 m 4- Superelevação e Superlargura 4.2.1 Determinação da Superlargura Determinação dos elementos básicos para o cálculo de LT DBDLCT FGNGGNL )1()( FD (Folga Dinâmica) é o acréscimo total na largura da pista para compensar as dificuldades de manobra em curva. A Norma do DNER indica que o FD calculado pela expressão se aplica a uma rodovia com 2 faixas de trânsito. R V FD 10 4- Superelevação e Superlargura 4.2.1 Determinação da Superlargura Onde: V: velocidade diretriz (km/h) R: raio da curva circular (m) Alargamento assimétrico da pista: a superlargura é totalmente disposta no lado interno da curva e, neste caso, a pintura da linha de divisão de fluxos deixa de coincidir com o eixo do projeto. Usado em concordância com curva circular simples. Alargamento simétrico da pista: metade da superlargura é disposta no lado interno da curva e a outra metade no lado externo. Neste caso, a pintura da linha de divisão de fluxos coincide com o eixo de projeto. Usado em concordâncias horizontais em curvas de transição (estudo posterior). 4- Superelevação e Superlargura 4.2.2 Formas de disposição da Superlargura Fonte: DNER, 1999, p.85 Alargamento assimétrico da pista 4- Superelevação e Superlargura 4.2.2 Formas de disposição da Superlargura Fonte: DNER, 1999, p.84 Alargamento simétrico da pista 4- Superelevação e Superlargura 4.2.2 Formas de disposição da Superlargura para determinar a superlargura para pistas com 03 faixas, multiplicar o valor calculado para duas faixas por 1,25; para determinar a superlargura para pistas com 04 faixas, multiplicar o valor calculado para duas faixas por 1,50; os valores calculados para a superlargura devem ser arredondados para múltiplos de 0,20 m; para justificar sua adoção, a superlargura deve ter um valor mínimo de 0,40 m (SR ≥0,40m). A AASHTO adota o valor mínimo de superlargura em 0,60 m, e recomenda a dispensa da superlargura para curvas com raios R>250m, nos projetos com largura de faixa L>3,60m. A Norma para Projeto Geométrico de Estradas de Rodagem do DNER dispensavam o uso da superlargura para curvas com raios R>160m, nos projetos com faixas L≥3,50m. 4- Superelevação e Superlargura 4.2.3 Recomendações da Norma do DNER (1999): 4.1 Calcule a superelevação a ser adotada numa concordância horizontal com raio de curva circular R=214,88m, no projeto de uma rodovia nova, em região de relevo ondulado, na classe II do DNIT. Dados: Superelevação máxima (emáx = 8,000% ); Raio mínimo de curva (Rmin=170,00 m) 4.2 Calcule a superlargura a ser adotada para a concordância horizontal do item 4.1, considerando o veículo tipo CO. 4- Superelevação e Superlargura Exemplo
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