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MÉTODO CASCATA ELETROPNEUMÁTICA No desenvolvimento de circuitos eletropneumáticos utilizamos normalmente o que chamamos de método intuitivo. Quando passamos a desenvolver circuitos com 2 ou mais atuadores, devemos dar especial atenção aos circuitos que apresentam sobreposição de sinais. A sobreposição de sinais ocorre quando numa válvula com duplo solenoide o sinal elétrico chega a uma solenoide, quando ainda existe sinal na outra. Nestes casos, para que ocorra o movimento do segundo sinal é necessário que o primeiro seja retirado. Os métodos usados para solucionar o problema devem providenciar a retirada do primeiro sinal antes que o segundo se faça presente. Antes de iniciarmos a resolução de circuitos eletropneumáticos com 2 ou mais atuadores, devemos prever se haverá ou não sobreposição de sinais. Não havendo sobreposição de sinais podemos utilizar o método intuitivo. Se houver sobreposição de sinais devemos utilizar métodos alternativos. A maneira mais fácil de sabermos se haverá ou não a sobreposição de sinais é: 1. Estabelecer a sequência algébrica dos movimentos. Exemplo: A+B+A-B- 2. Verificar se a sequência é “direta” ou “indireta”. Para verificarmos o tipo da sequência devemos inicialmente escrever a sequência algébrica dos movimentos e dividí-la ao meio. Exemplo: 1. Sequência direta e indireta: A seguir devemos reescrever abaixo apenas os atuadores sem os sinais (+ avanço, - recuo). Agora devemos comparar os dois lados, se são iguais ou diferentes. Se os dois lados forem iguais, sem que haja repetição de atuadores dizemos que a sequência é “direta” e se forem diferentes dizemos que é “indireta”. Vejamos os exemplos a seguir: não houve repetição de letra houve repetição de letra Toda sequência direta implica que não haverá sobreposição de sinais e o circuito pode ser resolvido pelo método intuitivo. Toda sequência indireta implica que haverá sobreposição de sinais e devemos resolver o circuito por métodos alternativos. Estudaremos aqui um método alternativo, porém existem outras possibilidades a serem aplicadas. O método que veremos é: • Método cascata. 2. Utilização do método cascata O método de minimização de contatos, também conhecido como método cascata ou de sequência mínima, reduz consideravelmente o número de relés auxiliares utilizados no comando elétrico. É aplicado, principalmente, em circuitos sequenciais eletropneumáticos acionados por válvulas direcionais de duplo solenoide ou duplo servo- comando que, por não possuírem mola de reposição, apresentam a característica de memorizar o último acionamento efetuado. Regras gerais para aplicação do método cascata. 1) Estabelecer a sequência algébrica dos movimentos. Ex: 2) Verificar se a sequência algébrica é direta ou indireta. Sendo direta o método intuitivo pode ser usado porque não haverá sobreposição de sinais. 3) Dividir a sequência em grupos. Movimentos do mesmo atuador não podem pertencer ao mesmo grupo. Se os movimentos do último grupo não existirem no primeiro, os mesmos podem ser agrupados no primeiro. Ex: 4) O número de relés auxiliares necessários será igual ao número de grupos menos 1 (grupos – 1). Nos exemplos: 1 relé 5) Verificação do último movimento: a) Se o último movimento pertencer ao último grupo o contato aberto de K1 deverá energizar o grupo I e o contato fechado de K1 deverá energizar o último grupo. Ex. A + B + B – A – b) Se o último movimento pertencer ao primeiro grupo o contato fechado de K1 deverá energizar o grupo I e o contato aberto de K1 deverá energizar o último grupo. Ex. A + A – B + B – 6) O primeiro movimento de cada grupo deverá estar ligado diretamente na solenoide responsável pelo movimento sem conter sensores fins de curso. Ex. A + B + B – A – A + A – B + B – 7) Os demais movimentos dentro de cada grupo deverão conter sensores fins de curso em série com a solenoide responsável pelo movimento. O sensor a ser usado deve ser aquele acionado pelo movimento anterior na sequência algébrica. Ex. A + B + B – A – A + A – B + B – Caso mais de um movimento deva ocorrer ao mesmo tempo devemos ter tantos fins de curso em série quantos forem os movimentos que devem ocorrer ao mesmo tempo acionando a solenoide do próximo movimento, de forma que o mesmo só ocorra quando todos os movimentos que estariam ocorrendo ao mesmo tempo tenhas sido concluídos. (Função E de contatos abertos para energizar a solenoide são sensores em série). Ex. A + C + B + ( B – C – ) A – 8. Botões de acionamento dos circuitos: a) Se o último movimento pertencer ao último grupo: O botão estará em série com a bobina do relé K1 e, em paralelo com um contato do mesmo para fazer a retenção (selo). Para ciclo contínuo, incluir um botão com trava em série com o contato do sensor do último movimento e , todo o conjunto em paralelo com o botão pulsante para ciclo único. Ex. A + B + B – A – Sensor em série com botão para ciclo contínuo. S1 b) Se o último movimento pertencer ao primeiro grupo: O botão estará dentro do grupo I em série com a solenoide responsável pelo primeiro movimento. Para ciclo contínuo, incluir um botão com trava em série com o contato do sensor do último movimento e , todo o conjunto em paralelo com o botão pulsante para ciclo único. Ex. A + A – B + B – Sensor em série com botão para ciclo contínuo. S3 9. Sensores fins de curso para mudança de grupo: Contatos destes sensores deverão estar nos circuitos que acionam relés pois, deverão forçar a mudança de grupo. a) Se o último movimento pertencer ao último grupo: O Botão neste caso ao ser acionado deverá provocar a mudança de grupo. É importante notar que aqui, o botão de partida aciona a bobina do relé para mudar para o grupo I e, um ou mais sensores fins de curso deverão desenergizar a bobina do relé para mudar para o grupo II. Normalmente são contatos fechados das chaves fins de curso e quando houver mais de um sensor fim de curso, os mesmos estarão em paralelo. (Função E de contatos fechados para desenergizar a bobina do relé (contator) são sensores em paralelo) . b) Se o último movimento pertencer ao primeiro grupo: Ao acionar o botão não poderá haver mudança de grupo. A mudança de grupo deverá ocorrer após o último movimento da primeira parte do grupo I. O contato do sensor deste movimento é que provocará a primeira mudança de grupo. As demais mudanças deverão ocorrer em função dos contatos dos demais sensores de mudança de grupo. A + A – B + B – A + B + B – A – Esquemas dos exemplos vistos anteriormente: O esquema pneumático para os dois exemplos será o mesmo conforme abaixo: Exemplo1: 1) Sequência algébrica dos movimentos. 3) Dividir a sequência em grupos. 4) Número de relés necessários: igual ao nº de grupos – 1 5) Verificação do último movimento: último movimento pertence ao último grupo 2) Verificar se a sequência algébrica é direta ou indireta. Sequência indireta 6) O primeiro movimento de cada grupo deverá estar ligado diretamente na solenoide responsável pelo movimento.Grupo I: A + Grupo II: B - A + B + B – A – solenoide Y1 solenoide Y4 Assim o contato aberto de K1 deverá energizar o grupo I e o contato fechado de K1 deverá energizar o grupo II. 7) Os demais movimentos dentro de cada grupo deverão conter sensores fins de curso em série com a solenoide responsável pelo movimento. O sensor a ser usado deve ser aquele acionado pelo movimento anterior na sequência algébrica. A + B + B – A – Grupo I: B + Grupo II: A - solenoide Y3 comandada por S2 (série) solenoide Y2 comandada por S3 (série) 8. Botões de acionamento dos circuitos: a) Se o último movimento pertencer ao último grupo: O botão estará em série com a bobina do relé K1 e, em paralelo com um contato do mesmo para fazer a retenção (selo). Para ciclo contínuo, incluir um botão com trava em série com o contato do sensor do último movimento e , todo o conjunto em paralelo com o botão pulsante para ciclo único. A + B + B – A – Sensor em série com botão para ciclo contínuo. S1 S5 botão para ciclo único e S6 botão para ciclo contínuo. 9. Sensores fins de curso para mudança de grupo: Contatos destes sensores deverão estar nos circuitos que acionam relés. a) Se o último movimento pertencer ao último grupo: Aqui, o botão de partida aciona a bobina do relé para mudar para o grupo I e, o sensor fim de curso deverá desenergizar a bobina do relé para mudar para o grupo II. Normalmente são contatos fechados das chaves fins de curso. A + B + B – A – S4 desenergiza a bobina do relé K1 para mudança do grupo I para o grupo II . Exemplo2: 1) Sequência algébrica dos movimentos. 3) Dividir a sequência em grupos. 4) Número de relés necessários: igual ao nº de grupos – 1 5) Verificação do último movimento: último movimento pertence ao primeiro grupo 2) Verificar se a sequência algébrica é direta ou indireta. Sequência indireta 6) O primeiro movimento de cada grupo deverá estar ligado diretamente na solenoide responsável pelo movimento. Grupo I: A + Grupo II: A - solenoide Y1 solenoide Y2 Assim o contato fechado de K1 deverá energizar o grupo I e o contato aberto de K1 deverá energizar o grupo II. A + A – B + B – 7) Os demais movimentos dentro de cada grupo deverão conter sensores fins de curso em série com a solenoide responsável pelo movimento. O sensor a ser usado deve ser aquele acionado pelo movimento anterior na sequência algébrica. A + A – B + B – Grupo I: B - Grupo II: B + solenoide Y4 comandada por S4 (série) solenoide Y3 comandada por S1 (série) 8. Botões de acionamento dos circuitos: b) Se o último movimento pertencer ao primeiro grupo: O botão estará dentro do grupo I em série com a solenoide responsável pelo primeiro movimento. Para ciclo contínuo, incluir um botão com trava em série com o contato do sensor do último movimento e , todo o conjunto em paralelo com o botão pulsante para ciclo único. A + A – B + B – Sensor em série com botão para ciclo contínuo. S3 S5 botão para ciclo único e S6 botão para ciclo contínuo. 9. Sensores fins de curso para mudança de grupo: Contatos destes sensores deverão estar nos circuitos que acionam relés. b) Se o último movimento pertencer ao primeiro grupo: Ao acionar o botão não poderá haver mudança de grupo. A mudança de grupo deverá ocorrer após o último movimento da primeira parte do grupo I. O contato do sensor deste movimento é que provocará a primeira mudança de grupo. As demais mudanças deverão ocorrer em função dos contatos dos demais sensores de mudança de grupo. A + A – B + B – S2 energiza a bobina do relé K1 para mudança do grupo I para o grupo II e S4 desenergiza a bobina de K1 para voltar ao grupo I e fazer o segundo movimento . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Parker Training. Tecnologia Eletropneumática Industrial. Apostila M1002-2 BR, Agosto 2001 SENAI. SP. Eletropneumática. Departamento Regional de São Paulo: Escola Mariano Ferraz. 187 p.