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Questionario poema e poesia

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Gabriela da Silva Santana Nº USP: 8572365
Introdução aos Estudos Literários I – Professora Viviane Bosi
Primeiras reflexões sobre a literatura e o poema
	“O direito à literatura” de Antonio Candido
	Ao escrever sobre direitos humanos, Antonio Candido decide falar sobre a literatura como um direito universal que não pode ser negado ao homem devido ao seu caráter humanizador. Segundo ele, a literatura fornece a possibilidade de vivermos dialeticamente os problemas e “talvez não haja equilíbrio social sem a literatura” (CANDIDO, 1995: p. 243). Desta forma, ele atribui três funções a literatura: a formação de personalidade, a ordenação da mente e da visão de mundo, e a tomada de posição frente ao que se passa na sociedade. 
	Na primeira, ele trata como a literatura, através da realidade representada, pode parecer perigosa por trazer conceitos que a visão convencional gostaria de esconder. Temendo, assim, que os efeitos literários não sejam aqueles desejados, e, logo, sendo condenada por isso. Contra essa posição, Candido afirma que a literatura traz tanto o bem como o mal, por isso é capaz de humanizar.
	A segunda função se dá através da construção, ou seja, ao propor uma estrutura, um modelo de coerência na obra literária, somos capacitados a ordenar nossa mente e nossa visão de mundo, devido ao vínculo que se dá entre a mensagem com sua organização. Em outras palavras, “o conteúdo só atua por causa da forma, e a forma traz em si, virtualmente, uma capacidade de humanizar devido a coerência mental que pressupõe e que sugere.” (CANDIDO, 1995: p. 246). Aqui podemos citar Casimiro de Abreu, em seu poema Segredos, propondo um movimento de ápice prestes a revelar um segredo, mas guarda-o finalizando cada estrofe com “Não quero, não posso, não devo contar!” A forma como ele constrói dá consistência ao nosso conceito sobre a importância em se guardar segredos.
	Já a “literatura social”, isto é, a terceira função, é aquela em que o autor parte de uma visão da realidade, uma convicção e manisfeta com tonalidade crítica na sua obra. Como, por exemplo, podemos citar as obras de Jorge Amado, como em Capitães da Areia, no qual ele retrata a vida miserável de um grupo de meninos de rua no nordeste, mostrando crianças vivendo a violência, a promiscuidade, a marginalidade, ou seja, tendo de ter condutas tidas como imorais para sobreviverem de acordo com a realidade imposta à eles.
	Por fim, Candido tem a literatura como uma necessidade universal, pois “negar a fruição da literatura é mutilar a nossa humanidade” (CANDIDO, 1995: p.256)
	
2) “A teoria dos gêneros” de Anatol Rosenfeld e “Estilo lírico: a recordação” de Emil Staiger
	Rosenfeld e Staiger, em seus textos, discutem sobre gêneros literários e as características de cada um, geralmente comparando-os, mostrando que pode haver mistura entre estes.Porém Staiger se detém mais ao lírico, enquanto Rosenfeld aborda principalmente o dramático. 
	No texto A teoria dos gêneros, Rosenfeld define o gênero lírico como poemas de curta extensão, sem personagens claramente definidos, em que uma voz central exprime seu próprio estado de alma, através de um discurso mais ou menos rítmico. Ele ainda traz como traços estilísticos desse gênero a subjetividade, a fusão que se dá entre sujeito e objeto, e a ausencia de distância que é marcada pela utilização de verbos no presente, não sendo necessariamente algo atual, mas podendo ser uma recordação que permanece sendo um momento “eterno”, inalterável.
	Staiger aborda os mesmos critérios, porém com um estudo mais profundo, acaba por divergir, ou explanar melhor certos pontos. Por exemplo
	3) “Poesia e pensamento abstrato” de Paul Valéry
			(Definição da linguagem poética)
	Em seu texto “Poesia e pensamento abstrato” Paul Valéry traz a ideia da poesia sendo criada a partir de um estado de espírito que ele denomina de estado Poético. Estes surgem sem causa aparente, ocorrem acidentalmente e duram por certo tempo e da mesma forma se vão. Dessa forma são trazidos os poemas aos poetas. Assim as dificuldades impostas pela linguagem como fonética, semântica, sintaxe, retórica, entre muitas outras, na criação de uma poesia são superadas por este estado no qual o sentido das palavras e seus sons estão ligados.(é nisso q dá ficar ouvindo alaba, alaba...jejejeje.....)
4) “O rio” de Manuel Bandeira
BIBLIOGRAFIA
CANDIDO, A. O direito à literatura. In: CANDIDO, A. Vários escritos. São Paulo: Duas cidades, 1995, p. 235-262.
ABREU, C. Segredos. Rio de Janeiro, 1859.
AMADO, J. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. 283 p.
ROSENFELD, A. Parte I: A teoria dos gêneros. In: ROSENFELD, A. O teatro épico. São Paulo, 1983, p. 15-36.
STAIGER, E. Estilo lírico: a recordação. In: STAIGER, E. Conceitos fundamentais da poética.
VALÉRY, P. Poesia e pensamento abstrato. In: VALÉRY, P. Variedades.
BANDEIRA, M. O rio. Petrópolis, 1948.

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