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16/05/2023, 14:51 Avaliação I - Individual about:blank 1/6 Prova Impressa GABARITO | Avaliação I - Individual (Cod.:824847) Peso da Avaliação 1,50 Prova 63682448 Qtd. de Questões 10 Acertos/Erros 8/1 Canceladas 1 Nota 9,00 Por muito tempo as mulheres tiveram pouca representatividade na literatura brasileira, quadro que mudou a partir da emergência de autoras modernas e pós-modernas, como Clarice Lispector e Lygia Fagundes Teles, autoras que exploraram em profundidade o universo psicológico das personagens, retratando em profundidade os sentimentos de mulheres em meio a uma organização sexista e em geral machista da realidade. A partir dessa reflexão, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Marina Colasanti inova a literatura europeia ao influenciar o estilo feminista de Jane Austen. ( ) Autoras como Lygia Bojunga e Marguerite Duras estabeleceram um novo padrão estético na literatura brasileira contemporânea. ( ) Clarice Lispector e Virgínia Woolf apresentam-se como escritoras canônicas da terceira fase do modernismo literário brasileiro. ( ) Clarice Lispector, Lygia Bojunga e Marina Colasanti são bons exemplos da representatividade feminina na literatura, de modo a buscar redimensionar o Cânone literário brasileiro. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A V - V - F - F. B V - F - V - F. C F - F - V - F. D F - F - F - V. Um dos avanços da questão do gênero sexual em literatura foi a formulação de uma crítica literária feminista, que revisou toda uma tradição ocidental de obras literárias canônicas na qual o sexo feminino era identificado a personagens pouco determinantes nas histórias, ou então restrito a comportamentos idealizados ao redor do lar e da maternidade. Segundo a classificação cronológica (desde o mais antigo até o mais recente) acerca da evolução da crítica feminista, ordene os itens a seguir: I- Observou que no século XVII houve uma tendência à escolarização da mulher, aliando-a ao surgimento do romance sentimental, propício ao universo feminino, tal como se concebia àquela época. II- Fez notar um processo de feminização do magistério, abrindo um campo de trabalho para as mulheres ainda próximo à esfera do lar, já que ocupava-se da educação das crianças, na qual valores sentimentais e maternais preponderavam sobre valores lógicos. III- Observou que no auge do gênero literário romance, cujo ápice se deu no século XIX, o papel feminino nas narrativas tinha um caráter passivo e sentimental, no qual personagens femininas eram pouco determinantes nos destinos do enredo literário. VOLTAR A+ Alterar modo de visualização 1 2 16/05/2023, 14:51 Avaliação I - Individual about:blank 2/6 IV- Na primeira fase da crítica feminista tratou-se de revisar a literatura tradicional de modo a observar uma política sexual no ocidente, que conferia um papel passivo às mulheres. Numa segunda fase, tratou-se de dar destaque à literatura produzida por mulheres. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A II - I - III - IV. B I - III - II - IV. C III - IV - I - II. D II - I - IV - III. Atenção: Esta questão foi cancelada, porém a pontuação foi considerada. A escritora Joan Scott ao falar sobre gênero, deixou claro que se referia ao "discurso da diferença dos sexos" porque: "ele não se refere apenas às ideias, mas também às instituições, às estruturas, às práticas quotidianas, como também aos rituais e a tudo que constitui as relações sociais. O discurso é um instrumento de ordenação do mundo, e mesmo não sendo anterior à organização social, ele é inseparável desta. Portanto, o gênero é a organização social da diferença sexual" (GROSSI; HEILBORN; RIAL, 1998, p. 2). Acerca das teorias e do conceito de Gênero, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) O conceito de gênero não se opõe ao determinado por instituições e práticas sociais seculares. ( ) As teorias de Gênero trabalham com a percepção de que os papéis sociais estabelecidos não são passíveis de mudança. ( ) As relações estabelecidas a partir do discurso afetam a relação social. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: Fonte: GROSSI, Miriam Pillar; HEILBORN; Maria Luiza; RIAL, Carmen. Entrevista com Joan Wallach Scott. In: Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 6 n. 1. 1998. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/12037/11314. Acesso em: 24 ago. 2021. A F - V - F - V. B V - V - F - F. C F - F - V - V. D F - V - V - V. A literatura aproxima os leitores de realidades nem sempre vivenciadas, assim é possível a partir de um texto discutir com alunos a sociedade em que vivemos. Um exemplo são as narrativas da escritora Carolina Maria de Jesus autora da obra Diário de uma favelada considerada pela crítica como autobiográfica. Ela narra o cotidiano da vida na favela. A obra apresenta um realismo cruel ao contar a própria vida e de sua família nos anos em que morou na favela do Canindé, em São Paulo. Leia o excerto: 3 4 16/05/2023, 14:51 Avaliação I - Individual about:blank 3/6 Levantei. Obedeci a Vera Eunice. Fui buscar agua. Fiz o café. Avisei as crianças que não tinha pão. Que tomassem café simples e comesse carne com farinha. Eu estava indisposta, resolvi benzer-me. Abri a boca duas vezes, certifiquei-me que estava com mau olhado. A indisposição desapareceu sai e fui ao seu Manoel levar umas latas para vender. Tudo quanto eu encontro no lixo eu cato para vender. Deu 13 cruzeiros. Fiquei pensando que precisava comprar pão, sabão e leite para a Vera Eunice. E os 13 cruzeiros não dava! Cheguei em casa, aliás no meu barracão, nervosa e exausta. Pensei na vida atribulada que eu levo. Cato papel, lavo roupa para dois jovens, permaneço na rua o dia todo. E estou sempre em falta. A Vera não tem sapatos. E ela não gosta de andar descalça. Faz uns dois anos, que eu pretendo comprar uma maquina de moer carne. E uma maquina de costura. Cheguei em casa, fiz o almoço para os dois meninos. Arroz, feijão e carne. E vou sair para catar papel. Deixei as crianças. Recomendei-lhes para brincar no quintal e não sair na rua, porque os pessimos vizinhos que eu tenho não dão socego aos meus filhos. Saí indisposta, com vontade de deitar. Mas, o pobre não repousa. Não tem o previlegio de gosar descanço. Eu estava nervosa interiormente, ia maldizendo a sorte (...) Catei dois sacos de papel. Depois retornei, catei uns ferros, uma latas, e lenha. Vinha pensando. Quando eu chegar na favela vou encontrar novidades (JESUS, 2014, p. 12). FONTE: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada / Carolina Maria de Jesus. Ilustração Vinicius Rossignol Felipe. 10. ed. São Paulo: Ática, 2014. Observação: A ortografia é mantida como estava no diário de Carolina. Com base no excerto, analise as sentenças a seguir: I- O descanso era desconhecido por parte de quem trabalhava para comer e mal sobrevivia. II- A sintaxe encontrada na escrita do excerto indica marcas de oralidade. III- A narrativa é mantida na primeira pessoa e indica uma voz ativa no excerto. Assinale a alternativa CORRETA: A As sentenças I, II e III estão corretas. B Somente a sentença I está correta. C Somente a sentença III está correta. D Somente a sentença II está correta. Quando se escuta o dito popular "homem que é homem não chora" sente-se, de um ponto de vista acadêmico, um certo estranhamento, pois o saber acadêmico busca os fundamentos da verdade que está por trás dos fatos. Ora, o homem, animal do sexo masculino, assim como a mulher, animal do sexo feminino, são seres que choram, fato que torna no mínimo paradoxal aquela afirmação popular, a qual só se justifica se houver uma distinção entre "sexo" e "gênero". Considerando as informações, associe os itens, utilizando o código a seguir: I- Conceito de Sexo. II- Conceito de Gênero. ( ) Refere-se às distinções biológicas entre homens e mulheres, isto é, às diferenças anatômicas impressas noscorpos dos indivíduos. ( ) Conceito que, de modo mais subjetivo, abarca circunstâncias sociais, históricas e culturais na determinação do sentimento de ser homem e de ser mulher. ( ) Dimensão resultante de uma construção social progressiva segundo aprendizagens ligadas tanto ao meio em que se vive, quanto aos exemplos ou discursos que se frequenta desde a infância. ( ) Dizer que "homem não chora" implica reconhecer uma dimensão ligada a um conceito em que o "chorar" não cabe ao masculino, pois implica um modo de ser fraco, inadequado à construção subjetiva do homem. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: 5 16/05/2023, 14:51 Avaliação I - Individual about:blank 4/6 A I - II - II - II. B I - II - II- I. C II - I - I - II. D II - II - I - I. A questão das identidades de gênero encontra um espaço de reflexão privilegiado na literatura. De fato, o texto literário é um espaço de diálogo entre diversas correntes sociais e tendências do comportamento humano. Assim, muitas o vezes o que não é aceito concretamente no plano social pode, entretanto, ser expresso no meio literário por meio de personagens que retratam tipos sociais. Isso se deve ao fato de que o gênero na literatura é: A Um consórcio entre fatos vividos e fatos imaginados através das narrativas. B Uma forma de representação do social em que as relações entre homem e mulher são observadas de um ponto de vista crítico, ainda que de forma lúdica ou imaginária. C Uma forma de representação para a qual a questão do gênero sexual passa a ser irrelevante, importando apenas a vida imaginária dos personagens. D Um elo entre o processo social e o processo artístico, que trata das especificidades da literatura em sociedade. Historicamente, as relações de gênero e poder configuraram uma distinção sustentada pelo paradigma do patriarcalismo, segundo o qual as instâncias da rua, da praça, da política e do trabalho rentável cabiam ao homem, enquanto as instâncias de trabalho invisíveis do lar recebiam menos valor e se consagravam à mulher. A partir dessa reflexão, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) As relações de desigualdade entre homens e mulheres foram por muito tempo sustentadas pelo paradigma da maternidade, que restringia à mulher o espaço da casa, a dimensão do lar. ( ) Embora frequentemente a mulher fosse o pivô econômico em algumas relações, mesmo assim o trabalho feminino era socialmente representado como complementar ao masculino. ( ) Tal situação discriminatória, que está na base das relações históricas das diferenças de gênero, levava o trabalho feminino a uma situação invisível, posto que auxiliar às atividades masculinas. ( ) Apesar das diferenças, muitas vezes assimétricas entre as esferas do masculino e do feminino, entretanto nunca houve desigualdade salarial, sendo reconhecido o valor do trabalho a despeito do gênero sexual. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A F - F - V - V. B F - F - V - F. C V - V - V - F. D V - F - F - F. 6 7 16/05/2023, 14:51 Avaliação I - Individual about:blank 5/6 Devido à predominância de um cânone masculino na literatura brasileira, por muito tempo as autoras foram excluídas ou quase relevadas a segundo plano no critério de eleição das obras-primas. Exceção a escritoras de elevado nível estético, como Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles. Outras autoras, de menor calibre, mas de valor incontestável, vêm sendo incorporadas ao cânone literário brasileiro. A partir dessa reflexão, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Lygia Bojunga e Marina Colasanti fazem parte desse rol de escritoras que, pouco a pouco, ocupam com valor o cenário da literatura brasileira. ( ) Há boatos de que a esposa de Machado de Assis era a verdadeira autora das obras primas daquele escritor, e esse boato é defendido especialmente pela crítica feminista. ( ) Clarice Lispector é ícone da literatura brasileira e destaca o papel da mulher a retirá-la, em seu personagens, dos estereótipos de origem masculina e patriarcal. ( ) Cânone é um critério de escolha que independe do gênero sexual. Nesse sentido, não houve qualquer seleção injusta na escolha do cânone brasileiro, ainda que nele predomine o universo autoral masculino. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A V - F - V - F. B V - V - F - F. C F - F - V - F. D V - F - F - F. A escola um espaço privilegiado para abordagem dos temas relacionados às diferenças de gênero e dos papéis desempenhados historicamente pelas pessoas como resultados um aprendizado sociocultural. [...] o "gênero" parece ter aparecido primeiro entre as feministas americanas que queriam insistir no caráter fundamentalmente social das distinções baseadas no sexo. A palavra indicava uma rejeição ao determinismo biológico implícito no uso de termos como "sexo" ou "diferença sexual". O gênero sublinhava também o aspecto relacional das definições normativas das feminilidades (SCOTT, 1989, p. 3). Diante do exposto, assinale a alternativa CORRETA: Fonte: SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil para análise histórica. New York, Columbia University Press, 1989. A O silêncio como estratégia de neutralidade da instituição escolar por si só constitui um posicionamento que nada tem de neutro. B A abordagem da temática da diversidade de gênero, no currículo escolar, configura uma das prioridades curriculares de todas as escolas. C A neutralidade da abordagem escolar implica em inclusão social porque protege a discriminação e a confrontação das diferenças de gênero. D O discurso neutro da instituição escolar só é possível de ser atuante devido ao fato de uma instituição permanecer à parte do jogo político, social e cultural de uma comunidade. 8 9 16/05/2023, 14:51 Avaliação I - Individual about:blank 6/6 A ideia subjacente à noção de gênero é de que as diferenças não estão propriamente inscritas nos corpos dos indivíduos, senão que as diferenças de gênero são resultantes de uma construção e de um aprendizado sociocultural, o que torna a escola um espaço privilegiado para abordagem de tal temática. A partir dessa reflexão, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as sentenças falsas: ( ) Com relação à questão do gênero, muitas vezes a neutralidade da abordagem escolar implica em uma atitude coerente com a não discriminação social e, consequentemente, com a não confrontação das diferenças de gênero. ( ) O silêncio em torno da temática da diversidade de gênero enquanto estratégia de neutralidade da instituição escolar por si só constitui um posicionamento que nada tem de neutro. ( ) Mesmo que não preveja a abordagem da temática da diversidade de gênero no currículo escolar, tal temática perpassa as práticas sociais vigentes na escola, configurando uma espécie de currículo oculto. ( ) O discurso neutro da instituição escolar só é possível de ser atuante devido ao fato de a escola ser uma instituição à parte do jogo político, social e cultural de uma comunidade. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: A V - F - V - F. B F - V - V - F. C V - F - V - V. D V - V - F - F. 10 Imprimir
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