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1 1/11 Visão Tridimensional do MOSFET SEDRA, A. S. e SMITH, K.C.. Microeletrônica. 4ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000. O transistor MOSFET é um transistor de efeito de campo, assim como o JFET. Porém, sua construção e funcionamento são diferentes. 2 2/11 Estrutura do Transistor MOSFET BOYLESTAD, R. L. e NASHELSHY, L. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos. 8ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. B Em vermelho temos destacados os terminais do transistor. MOSFET significa: Metal-Oxide-Semiconductor Field Effect Transistor. Em português: Transistor de Efeito do Campo entre Metal-Óxido-Semicondutor. Ele é formado por duas regiões laterais de um certo tipo de semicondutor separadas por um substrato de semicondutor de tipo diferente. O substrato fica isolado de um contato metálico chamado porta (G) que se localiza logo acima dele. Como isolante usamos o óxido de silício (SiO2). As regiões laterais recebem o nome de dreno (D) e fonte (S). Um quarto terminal para o substrato (B) também existe, porém raramente ele está disponível nos componentes discretos. Normalmente, o terminal do substrato está internamente curto- circuitado com o terminal de fonte. Quando o substrato é de semicondutor do tipo-p, chamamos o transistor de MOSFET canal-n. Quando o substrato é de semicondutor do tipo-n, chamamos o transistor de MOSFET canal-p. Parece contraditório? 3 3/11 Formação do Canal BOYLESTAD, R. L. e NASHELSHY, L. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos. 8ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. Se o substrato for do tipo-p, quando aplicamos uma tensão positiva no terminal de porta, as cargas elétricas positivas provenientes da fonte se acumulam no contato metálico. Pela ação da força elétrica, as cargas positivas acumuladas no contato repelem as cargas positivas majoritárias do substrato e atraem as cargas negativas. As cargas negativas atraídas se acumulam em uma fina camada logo abaixo do isolante. Essa camada é chamada de canal. Como, nesse caso, o canal é formado por elétrons, nós chamamos de canal-n. Portanto, um transistor MOS com um substrato de semicondutor tipo-p forma um canal do tipo-n. O caso contrário também é verdadeiro: um transistor MOS com substrato de semicondutor tipo-n forma um canal do tipo-p. O canal forma uma ligação entre o terminal de dreno e o terminal de fonte, favorecendo a passagem da corrente quando aplicamos uma tensão entre dreno e fonte. 4 4/11 Canal Induzido SEDRA, A. S. e SMITH, K.C.. Microeletrônica. 4ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000. Como antes de aplicarmos tensão no terminal de porta o canal não existia, nós nos referimos a esse canal como canal induzido. Porém, a formação do canal não é imediata. Quando aplicamos uma tensão no terminal de porta, a indução do canal não é instantânea. Existem muitos portadores positivos (lacunas) no substrato tipo-p. Conforma nós aplicamos tensão sobre o terminal de porta, essas lacunas vão sendo repelidas e os elétrons atraídos gradativamente. Existirá um momento onde, para uma dada tensão aplicada, o número de elétrons e lacunas se tornará igual. Essa tensão é chamada de tensão de limiar (VTH). Qualquer tensão acima de VTH fará com que o número de elétrons supere o número de lacunas, criando o canal. A partir desse ponto, o transistor está pronto para conduzir corrente entre dreno e fonte. Note que NÃO existe corrente de porta, uma vez que o terminal de porta está isolado do canal através do óxido. 5 5/11 Condução de Corrente na Região Linear SEDRA, A. S. e SMITH, K.C.. Microeletrônica. 4ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000. VGS > VTH VDS pequeno. Uma vez que o canal tenha se formado, quando aplicamos uma tensão pequena entre dreno e fonte, surgirá uma corrente através do canal. Essa corrente é chamada de corrente de dreno (ID). Para valores pequenos de VDS, o canal quase não sofre modificações. Portanto, a corrente de dreno possui toda a espessura do canal para atravessar do terminal de dreno para o terminal de fonte. 6 6/11 Região de Condução Linear SEDRA, A. S. e SMITH, K.C.. Microeletrônica. 4ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000. A condutância do canal é controlada pelo VGS e a corrente é proporcional ao VDS. Nesse caso, pequenas variações do valor de VDS geram variações aproximadamente proporcionais de ID, fazendo com o que o transistor se comporte como se fosse um resistor. A tensão VGS, amplia ou diminui a espessura do canal, modulando a condutância dessa passagem, ou seja, quanto maior o valor de VGS, menos resistivo fica o canal e vice-versa. Para cada valor de VGS temos um curva única que se aproxima de uma linha reta para pequenos valores de VDS. Isso é observado logo no início do gráfico. 7 7/11 Estreitamento do Canal BOYLESTAD, R. L. e NASHELSHY, L. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos. 8ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. Quando aplicamos uma tensão de dreno de valor maior, ocorre um diferença de tensão VDS através do canal. Na extremidade próxima ao terminal de fonte a tensão no canal vale VGS, pois a tensão da fonte é nula. Na extremidade próxima ao terminal de dreno a tensão no canal cai para VGS-VDS, pois a tensão do dreno é VDS. Como a tensão do canal próxima ao terminal do dreno diminui conforme a tensão do dreno aumenta, o canal nesse ponto começa a se estreitar. O estreitamento do canal faz com que a condutância do canal diminua, ou seja, o canal fica mais resistivo. Isso faz com que a corrente perca a aproximação linear vista anteriormente. Quanto maior o valor de VDS, mais estreito o canal perto do dreno e, portanto, maior a dificuldade de aumentar a corrente. Isso faz com que o gráfico de ID por VDS sofra uma inflexão. O canal se estreitará até que VGS- VDS=VTH ou, de forma equivalente, VDS=VGS-VTH. Quando a tensão sobre o canal próximo a extremidade do dreno se iguala a VTH dizemos que o canal está estrangulado. 8 8/11 Curva ID × VDS SEDRA, A. S. e SMITH, K.C.. Microeletrônica. 4ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000. Conforme visto na figura anterior, nós podemos separar o funcionamento do transistor em duas partes distintas: antes do estrangulamento e após o estrangulamento. Antes do estrangulamento, ou seja, para tensões VDS<VGS-VTH, dizemos que o transistor está operando na região triodo, termo remanescente do tempo das válvulas. No início da região triodo, para pequenos valores de VDS a relação corrente-tensão é quase linear. A partir do estrangulamento, para VDS≥VGS-VTH, o transistor entra em operação na região de saturação. Teoricamente, a partir desse ponto, a corrente de dreno não sofre mais alterações. A igualdade entre VDS e VGS-VTH é chamada de tensão de saturação, ou seja, VDSsat=VGS-VTH. 9 9/11 Curva ID × VGS SEDRA, A. S. e SMITH, K.C.. Microeletrônica. 4ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000. Relembrando o que foi dito anteriormente: “[...] a corrente de dreno possui toda a espessura do canal para atravessar do terminal de dreno para o terminal de fonte.” Portanto, quanto maior a tensão aplicada no terminal de porta, maior será a espessura do canal, proporcionando uma passagem mais larga para os portadores. Na prática isso significa que a condutância do canal é maior para tensões VGS maiores e, portanto, podemos obter correntes mais elevadas para esses valores maiores de VGS. Com o transistor trabalhando na região de saturação, um aumento do valor de VGS faz com que a corrente de dreno aumente segundo uma lei quadrática. Desse modo, a curva ID×VGS segue uma função parabólica. Note pelo gráfico que a corrente começa a fluir apenas quando a tensão VGS atinge o valor VTH. 10 10/11 Equações do MOSFET De acordo com a região de operação, devemos utilizar uma equação apropriadapara o transistor. Cada uma das equações reflete um comportamento característico específico para a sua região de operação. O fator 0,5⋅kn⋅W/L é uma constante do transistor. Vamos definir que β= 0,5⋅kn⋅W/L. Assim, para a região de saturação a corrente de dreno vale ID=β⋅(VGS-VTH)2. Para a região de triodo temos ID=2⋅β⋅((VGS-VTH)⋅VDS-0,5⋅VDS2). 11 11/11 Símbolo Elétrico SEDRA, A. S. e SMITH, K.C.. Microeletrônica. 4ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000. Na coluna a esquerda temos o símbolo oficial do transistor MOS. Na coluna do meio temos o símbolo alternativo, também bastante usado. Na coluna da direita temos um circuito com o MOSFET definindo as convenções de corrente e tensão. Preste atenção nas polaridades das fontes. A primeira linha representa o transistor MOS canal-n, também chamado de NMOS. A segunda linha é para o transistor canal-p, também chamado de PMOS.
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