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PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Professor Esp. Erick Seiti Tsuneto Professor Esp. Maílson José da Silva GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; TSUNETO, Erick Seiti; SILVA, Maílson José da. Planejamento e Controle da Produção. Erick Seiti Tsuneto; Maílson José da Silva. Reimpressão Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 262 p. “Graduação - EaD”. 1. Planejamento. 2. Controle. 3. Produção. 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0532-5 CDD - 22 ed. 658.7 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli Gerência de Produção de Conteúdo Juliano de Souza Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Coordenador de Conteúdo Márcia Fernanda Pappa Lideranças de área Angelita Brandão, Daniel F. Hey, Hellyery Agda Design Educacional Maria Fernanda Canova Vasconcelos, Ana Claudia Salvadego Iconografia Isabela Soares Silva Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa André Morais de Freitas Editoração Ana Carolina Martins Prado Revisão Textual Yara Martins Dias Ilustração Marta Kakitani Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Diretoria Operacional de Ensino Diretoria de Planejamento de Ensino Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis- so, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza- gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. A U TO RE S Professor Esp. Erick Seiti Tsuneto Graduado em Engenharia de Produção com ênfase em Agroindústria pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Especialista em Qualidade e Produtividade pelo Centro Universitário de Maringá (UniCesumar). Link:http://lattes.cnpq.br/0786750058100155 Professor Esp. Maílson José da Silva Possui graduação em Engenharia de Produção pela Universidade Estadual de Maringá (2010), especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e cursa o Mestrado em Engenharia Urbana pela Universidade Estadual de Maringá. Atualmente, é professor mediador do Centro de Ensino Superior de Maringá e elaborador de provas de concursos públicos. Tem experiência na área de Engenharia de Produção. Link:http://lattes.cnpq.br/2624890823247854 SEJA BEM-VINDO(A)! Prezado(a) aluno(a), seja muito bem-vindo(a) à disciplina de Planejamento e Controle da Produção. É com grande satisfação que apresentamos a você o nosso livro. Somos os professores Erick Seiti Tsuneto e Maílson José da Silva e preparamos este material especialmente a você, aluno(a), com muita pesquisa, empenho e dedicação. O nosso objetivo com este material é apresentar conhecimento relevante para você que está em um curso de graduação e que necessita de informações para a construção de sua própria formação profissional e intelectual. Este livro está dividido em cinco unidades e, em cada uma delas, os assuntos foram subdivididos em tópicos. A disciplina de Planejamento e Controle da Produção é su- perimportante para a formação básica de qualquer Engenheiro de Produção. Assim, há bastante conteúdo a ser discutido e, com certeza, precisará de mais profundidade e muito mais pesquisa, caso você necessite utilizar os conceitos em sua vida profissional, acadêmica, científica ou até mesmo pessoal. Na unidade I, apresentaremos a você uma breve introdução a respeito da área de Plane- jamento e Controle da Produção, com seus principais conceitos, características, classifica- ções, técnicas e métodos. Já na unidade II, estudaremos os diversos planejamentos que compõem essa área e que são essenciais e fundamentais para qualquer organização.Seguindo para a unidade III, a abordagem estará mais voltada à gestão de estoque, ou seja, você verá que existem tipos de classificação, formas de controle e indicadores para acompanhamento. Dentro da unidade IV, os conteúdos a serem apresentados são os conceitos de sequen- ciamento de ordens de uma produção, conceitos relacionados à programação puxada de uma produção, apresentação de ordens de produção, formas de acompanhamento e as técnicas de sequenciamento de projetos. Por fim, a unidade V tratará, especificamente, sobre o conteúdo da Teoria das Restrições, conhecendo seus conceitos e os princípios básicos da manufatura sincronizada. Esperamos que aproveite muito este material e, também, o conteúdo, o qual está sendo disponibilizado a você com o intuito de despertar o seu interesse em adquirir novos co- nhecimentos. Ou seja, ainda há muita informação a ser lapidada a respeito dessa área, por isso, não se acomode em apenas uma única informação ou ponto de vista. Explore mais conhecimentos e ótimos estudos! APRESENTAÇÃO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO 15 Introdução 16 Classificação dos Sistemas de Produção 25 Sistemas de Informação 30 O PCP no Contexto Estratégico e os Níveis Hierárquicos de Planejamento 35 Operações Enxutas e Just-In-Time 40 Previsão de Demanda 59 Considerações Finais 65 Referências 66 Gabarito UNIDADE II O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E TÁTICO DA PRODUÇÃO 71 Introdução 72 Planejamento da Capacidade 79 Planejamento Agregado 93 Planejamento de Vendas e Operações 98 Planejamento Mestre da Produção 105 Planejamento das Necessidades de Materiais SUMÁRIO 10 118 Considerações Finais 125 Referências 126 Gabarito UNIDADE III GESTÃO DE ESTOQUES 131 Introdução 132 A Função dos Estoques 135 Padrão Descritivo dos Materiais 141 Classificação de Estoques 151 Modelos de Controle de Estoques 165 Indicadores de Desempenho 168 Considerações Finais 173 Referências 174 Gabarito UNIDADE IV O PLANEJAMENTO E CONTROLE OPERACIONAL DA PRODUÇÃO 179 Introdução 180 Sequenciamento e Programação da Produção 190 Programação Puxada da Produção - Sistema Kanban SUMÁRIO 11 201 Ordens de Produção e Acompanhamento da Produção 207 Sequenciamento de Projetos 219 Considerações Finais 227 Referências 228 Gabarito UNIDADE V TEORIA DAS RESTRIÇÕES E OPT - OPTIMIZED PRODUCTION TECHNOLOGY 235 Introdução 236 Princípios Gerais da TOC 240 Indicadores de Desempenho 242 Os Cinco Passos da TOC 246 Os Princípios Básicos da Manufatura Sincronizada 251 Considerações Finais 260 Referências 261 Gabarito 262 CONCLUSÃO U N ID A D E I Professor Esp. Erick Seiti Tsuneto Professor Esp. Maílson José da Silva SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Objetivos de Aprendizagem ■ Apresentar a classificação dos sistemas de produção. ■ Mostrar a importância da tecnologia da informação no Planejamento e Controle da Produção. ■ Descrever o papel do PCP na estratégia da empresa e os níveis de planejamento. ■ Dar uma visão geral das operações enxutas e compará- las com os sistemas de produção convencional. ■ Apresentar técnicas de previsão de demanda utilizadas pelo PCP. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Classificação dos Sistemas de Produção ■ Sistemas de informação ■ O PCP no contexto estratégico e os níveis hierárquicos de planejamento ■ Operações Enxutas e Just-in-Time ■ Previsão de demanda INTRODUÇÃO Olá, caro(a) aluno(a)! Apresento a você a primeira unidade do nosso livro de Planejamento e Controle da Produção. Tenho certeza que você já vivenciou ou vivencia no dia a dia do seu trabalho o conteúdo que abordaremos neste livro, porém muitas pessoas realizam algumas técnicas e métodos e não sabem tal teoria. Nesta unidade, haverá apenas uma apresentação geral do que realmente é o Planejamento e Controle da Produção. Você sabe o que é? Você realiza algum tipo de planejamento para a realização de suas atividades? Se você realiza, existe alguma forma de acompanhamento para analisar e controlar os resultados? Muitos já se questionaram ou ainda podem vir a perguntar qual a impor- tância do Planejamento e Controle da Produção. Aos poucos, com o decorrer do conteúdo, a aplicabilidade ficará mais clara em sua mente. Ainda poderá até pensar: “eu realizo isso”, “eu utilizo isso”, “eu já fiz isso”, “eu já vi isso”. A ideia é essa! Vamos te ajudar nessa empreitada a entender e compreender a teoria do Planejamento e Controle da Produção. As atividades envolvidas nessa área, inicialmente, são bem abrangentes e, com o decorrer do tempo de maturidade da operação, do processo ou do pro- jeto, tornam-se cada vez mais específicas e objetivas. E isso pode ser aplicado para qualquer tipo de organização, tanto para empresas que produzem bens de serviços, quanto para empresas que prestam serviços. Vale ressaltar que a informação também sofre transformação durante um processo de produção, por isso que a palavra produção em si não necessaria- mente estará relacionada a uma indústria, compreendido? E tudo o que verá daqui para frente é muito importante para atingir os objetivos, ter o máximo de controle possível sobre as atividades, obter resul- tados mínimos de perdas e máximos em otimização. De qualquer maneira, a tomada de decisão sempre estará presente e precisará ser a mais assertiva possí- vel. Preparado? Esperamos que sim. Bons estudos! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 ©shutterstock SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), de uma forma geral, é definido que as empresas realizem processos de transformação, ou seja, adquirem uma matéria bruta e, nela, reali- zam um processo de transformação de agregação de valor, assim, obtém-se um novo produto. Então, podemos denominar de sistema produtivo, conforme o esquema a seguir: Inputs (insumos ou matéria-prima) → Transformação → Outputs (pro- duto acabado) Esse conceito de Planejamento e Controle da Produção ficou mais evidente junto com a Revolução Industrial, pois foi quando houve a possibilidade de pro- dução para que as pessoas pudessem consumir em massa determinado produto. Então, no início do século XX, o assunto começou a ser estudado e aperfeiçoado. Alguns dos nomes importantes sobre esse assunto foram: Frederick Taylor, Henri Fayol, Henry Gantt e Henry Ford. Conforme os anos foram se passando, a tecnologia também foi evoluindo. Só o cérebro humano já não supria a necessidade de realizar tantos cálculos, então, mais alguns nomes importantes se destacaram, Classificação dos Sistemas de Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 como: Joe Orlicky, Oliver Wight e G. W. Possl. No entanto não podemos deixar de citar a grande influência japonesa com o sistema Toyota de produção. Mas o que é Planejamento e Controle da Produção (PCP) para você? Vamos ao verbo planejar, o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa ([2016], on-line) apresenta-nosos seguintes significados: fazer um plano, definir antecipadamente um conjunto de ações ou intenções ou ter algo como intenção. Entenda que o projeto em questão é qualquer situação que será analisada e estu- dada com a finalidade de melhorias, resolução de problemas, minimização de perdas, padronização, desenvolvimento e inovação, entre outros, normalmente relacionada com a função de trabalho de uma empresa. Acerca disso, lembre-se, caro(a) aluno(a), que o planejamento gera um plano, em que serão registrados as principais atividades, ações, problemas e objetivos, resumindo, as expectativas com relação a determinado projeto. Todo plano pode ser alterado a qualquer momento, devido aos diversos fatores internos e exter- nos que o cerca, ou seja, não é possível garantir que todo o planejamento seja executado conforme se espera. Agora, analisaremos o verbo controlar. O verbo controlar significa exami- nar, inspecionar, fiscalizar, exercer o controle de algo, ter sob o seu domínio, ter sob a sua vigilância, segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa ([2016], on-line). Já temos um plano, correto? Então, podemos realizar a ação de controle sobre esse plano. Conforme dito anteriormente, o planejamento pode ser alterado a qualquer momento, contudo o ato de controlar exercerá um papel fundamen- tal nessa situação para que o seu plano não pegue um atalho ou um desvio no seu caminho. Para que isso não aconteça, as intervenções precisarão ser reali- zadas, ou seja, ações devem ser implementadas em um determinado momento de forma corretiva ou de ajuste a fim de que o objetivo do projeto seja atingido. Tubino (2007) relaciona o planejamento e controle da produção como ações que integram as informações do setor produtivo com os outros setores e depar- tamentos de uma empresa. Lustosa et. al. (2008) dizem que o PCP influencia na melhoria contínua, sendo que as empresas precisam ter como objetivo o aten- dimento das necessidades do cliente. SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 Já Corrêa e Corrêa (2008) alertam que o processo de planejamento é contí- nuo, sendo necessário ter noção da situação no momento atual, visão de situações futuras, objetivos claros e entender como essas ações planejadas afetam as deci- sões que precisam ser tomadas no presente. Diante do conceito de planejamento e controle, precisamos entender tam- bém sobre a produção. Conforme dito anteriormente, o sistema produtivo pode ser representado, em geral, por: Entradas → Processo de Transformação → Saídas. Mas qual é o papel da função produção? Slack, Chambers e Johnston (2009) respondem a esse questionamento citando três itens: • Implementação da estratégia. • Apoio a estratégia. • Impulsionar a estratégia. Ainda Slack, Chambers e Johnston (2009) finalizam dizendo que a função produção agrega competitividade para sua empresa, pois possui a habilidade de resposta ao consumidor e desenvolve capacitação que coloca a empresa à frente de concorrentes. Por isso, enfatizam que “a administração da produção pode ‘fazer ou quebrar’ qualquer empresa” (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2009, p. 36). Alguns autores tratam o assunto como PPCP, que quer dizer Planejamento, Programação e Controle da Produção. O conceito é o mesmo, porém adicionam a palavra programar que, segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa ([2016], on-line), quer dizer: estabelecer um plano para fazer algo, fornecer ins- truções a uma máquina para um procedimento automático, submeter a uma rotina ou aprendizagem para reagir de determinada maneira. Por que alguns autores consideram o PCP, comparado ao organismo do ser humano, como o pulmão ou o coração de uma empresa? Classificação dos Sistemas de Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 Vamos entender como podemos enxergar tecnicamente os sistemas de pro- dução. O sistema se constitui de uma combinação de elementos (recursos humanos, recursos materiais, recursos físicos, informações, conhecimento etc.) que proporcionam a produção de bens e serviços. Sem os sistemas de produção, provavelmente, o desenvolvimento econômico que temos hoje não seria possível. É preciso que o homem organize vários sistemas de produção para atender as suas necessidades ilimitadas. Porém, do ponto de vista de um profissional que trabalha com os sistemas de produção, essa infinidade (indústrias químicas, alimentícias, têxteis, empresas de serviços, indústria automotiva, indústria de produtos da chamada “linha branca” etc.) gera uma complexidade e um desafio para que as funções de planejamento e controle sejam executadas, pois, con- forme muda o sistema produtivo, muda-se as abordagens. Assim, para não ficarmos perdidos na variedade de sistemas produtivos, buscou-se fazer a sua classificação. De acordo com Lustosa et al. (2008), o sis- tema de produção pode ser classificado de acordo com suas características, em cinco tipos diferentes, conforme segue 1. Grau de padronização: é possível visualizar o grau de controle que é exercido sobre a produção, pois, quanto maior a padronização, o pro- cesso será menos flexível e mais confiável. Por isso, é dividido em: • Produtos Sob Medida - é elaborado e produzido conforme as espe- cificações e necessidades do cliente, ou seja, será exclusivo. Assim, o processo de produção dificilmente será padronizado, a presença de automação industrial é pouca, haverá tempo ocioso, portanto custo elevado e produtos mais caros. Por exemplo: alta costura, móveis planejados, construção civil, alimentos orgânicos. • Produtos Padronizados - é produzido em larga escala. O processo de produção é mais organizado e, devido a padronização, existe um alto grau de uniformidade nos produtos. Também há a redução do tempo ocioso e a presença de automação industrial é grande, havendo maior controle. Por exemplo: automóveis, componentes eletrônicos, alimentos industrializados. SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 2. Fluxo de processo: • Linha: apresenta uma sequência de tarefas bem definidas, sendo que uma tarefa depende da atividade realizada anteriormente e a pró- xima operação dependerá da tarefa atual. Nesse tipo de processo, poderemos identificar dois tipos de operações: em massa e contínuo. Processo 1 Processo 2Fluxo A tividades A tividades A tividades Fluxo Processo 3Fluxo Processo �nalFluxo Fluxo Figura 1 - Fluxo do processo em linha Fonte: os autores. • Lote: apresenta um fluxo descontínuo, ou seja, há interrupções no processo de produção, por isso, há intervalos entre a produção de um lote e outro. Cada produto possui uma sequência específica de tarefas, assim, você conseguirá observar que sempre haverá mais de um fluxo produtivo. Existe a flexibilidade nas operações, porém o descontrole é mais fácil de ocorrer. Classificação dos Sistemas de Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 Processo 1 Processo 3 Fluxo Prod. A Fluxo Prod. A Fluxo Prod. A Fluxo Prod. C Fluxo Prod. C Fluxo Prod. B Fluxo Prod. B Fluxo Prod. B Flu xo Pr od . B Fluxo Prod. C Fluxo Prod. A Fluxo Prod. B Fluxo Prod. C A tividades A tividades A tividades A tividades Processo 5 Processo7 Processo 2 Processo 4 Processo 6 Processo 8 Fluxo Prod. B Fluxo Prod. A Fluxo Prod. A Fluxo Prod. A Fluxo Prod. C Figura 2 - Fluxo de processo por lote Fonte: os autores. • Projeto: apresenta a característica de produção de apenas um único produto. A sequência de processos é definida de acordo com o produto. 3. Ambiente de produção: essa classificação refere-se a como o sistema de produção faz os seus estoques finais e intermediários para impactar no tempo de resposta de um pedido. Existem empresas que produzem para estocar como, por exemplo, fabricantes de itens plásticos, fabricantes de livros etc. Quando o cliente faz um pedido, o prazo de entrega é medido pelo tempo de processar o pedido e fazer sua expedição (tal ambiente de produ- ção é denominado Make-to-Stock). SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 Outras empresas fabricam módulos ou em partes e os estocam. Quando o cliente faz um pedido, o tempo de entrega se concentra em montar o produto final e fazer sua expedição (tal ambiente de produção é denominado Assemble-to-Stock). Há ainda as empresas que não possuem módulos ou partes pré-fabricadas e, quando recebem um pedido do cliente, elas precisam fabricar, montar e fazer a expedição, sendo que o tempo de resposta se concentra nessas fases (tal ambiente de produção é denominado Make-to-Order). Por fim, caro(a) aluno(a), existem ambientes de produção em que não se sabe exatamente qual vai ser a demanda e os requisitos do cliente. Assim, quando rece- be-se um pedido, inicia-se o processo de engenharia do produto, faz-se a aquisição da matéria-prima, realiza-se a fabricação e montagem e, depois, a expedição do produto. Observe que o tempo de resposta a um pedido nesse ambiente tende a ser maior (tal ambiente de produção é denominado Engineering-to-Order). 4. Tipo de operação: • Contínuo: nesse tipo de operação, poderemos observar facilmente a utilização da automação, pois a demanda do produto é alta ,e consequentemente, o lote de produção deve ser grande. É possí- vel identificar que a padronização é bem definida, os produtos são uniformes, há sincronia entre as atividades desempenhadas, o lead time produtivo é baixo e a flexibilidade também é baixa. Por exem- plo: produção de petróleo e produtos químicos. Na área de serviços, podemos citar: serviços fornecidos via internet (sites de busca) e sistemas de monitoramento. • Discreto: ■ Em massa: a produção em grande escala é uma de suas carac- terísticas, assim como a sua padronização bem definida. Uma das diferenças com a operação contínua é que existe a necessi- dade de ter uma equipe especializada participando do processo de transformação. O lead time produtivo também é baixo e a demanda dos produtos é estável. Classificação dos Sistemas de Produção Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 A B C Produto acabadoMaterial Processos Processos Processos Figura 3 - Operação em massa Fonte: os autores. Por exemplo: abate e beneficiamento de aves e suínos, monta- doras de automóveis e eletrodomésticos. Na área de serviços, destaca-se a editoração de jornais e revistas. ■ Em lote: o volume e a variedade de produção é mediano e os processos também são padronizados, porém em lotes. O lote apresenta uma quantidade limitada de um produto que será produzido a cada vez. Deve existir uma flexibilidade considerável para se ajustar aos diferentes pedidos de clientes e flutuações de demanda. Cada lote possui uma sequência de opera- ções que deve ser programada e realizada. Por causa dos tempos de espera dos lotes produzidos entre uma operação e outra, acaba ocasionando o lead time pro- dutivo intermediário (o responsável deve estar atento a esse fator). A B C Matéria-prima Estoque Estoque Processo Estoque Estoque produto acabado Figura 4 - Operação em lote Fonte: os autores. SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 Como exemplo, citamos: tecelagens e departamentos de usinagem e solda. Já na área de serviços, temos os restaurantes, laborató- rios de análises químicas e oficinas de reparo para automóveis. Há dois tipos de movimentação que podemos citar: programa- ção puxada e programação empurrada. Sobre o conceito desses dois tipos de movimentação, comentaremos ainda nesta unidade. ■ Sob encomenda: as características desse tipo de operação é a baixa demanda e baixo volume de produção, alta flexibilidade e variedade de produto. Já que é necessário a realização de um projeto específico para atender as necessidades especiais e espe- cíficas de cada cliente, acaba-se gerando um lead time produtivo altíssimo. Como exemplos, citamos a construção de navio, avião e usinas hidrelétricas. Os escritórios de advocacia e agências de publicidade são exemplos de prestadoras de serviços. 5. Natureza do produto: é o resultado do sistema produtivo. Esse resul- tado nada mais é do que: um bem material (produto), quando há a transformação de algo tangível, ou um serviço, quando há a transfor- mação de algo intangível. Caro(a) aluno(a), agora é a sua vez, vá até as atividades propostas no final da uni- dade e preencha a tabela diferenciando os tipos de operações quanto a alguns fatores e dê outros exemplos. ©shutterstock Sistemas de Informação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO Caro(a) aluno(a), como vimos anteriormente, para que haja a aplicação do Planejamento e Controle da Produção, é necessário obtermos informações gerais e específicas sobre o nosso sistema produtivo. É muita informação que deve ser analisada, concorda? Então, precisaremos de uma ajuda. Por isso, é necessário estudarmos os con- ceitos e práticas dos sistemas de informação que auxiliam o PCP e que integram com os demais setores. O sistema de informação é um conjunto de recursos de dados, pessoas, sof- twares, hardwares e redes de comunicação que se organizam para realizar as atividades de coleta, transformação e disseminação de informações para um setor específico ou para a organização de um modo geral, segundo Lustosa et. al. (2008). Diante do alto volume de informações que uma organização recebe e emite, é importante que essas informações sejam agrupadas. De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2009), o setor PCP deve informar as decisões do SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 planejamento e controle, por exemplo: quando uma atividade precisa ser reali- zada, em qual local, se existe uma capacidade definida, quem executará, entre outras informações relevantes. Para isso, apresento a vocês o Planejamento de Recursos da Empresa, mais conhe- cido como ERP - Enterprise Resource Planning. Lustosa et. al. (2008) definem o ERP como um sistema que consegue rea- lizar as seguintes atividades: receber, controlar e processar dados relacionados aos processos de negócios internos de uma organização. São realizados de forma estruturada e on-line, integrando todas as áreas da empresa em uma única base de dados, permitindo, assim, a troca de informações e a interação dos setores. Martins e Laugeni (2005) afirmam que oERP é um modelo de gestão cor- porativo tendo como base o sistema de informação, em que há a integração entre processos da organização e o fornecimento de dados para a tomada de O programa Teoria & Prática apresentou uma entrevista sobre o assunto Sis- temas de Informação nas Empresas com os professores Rogério Cardoso e Adalberto Zorzo. Nessa entrevista, apresenta-se o seguinte: O sistema de informação é um processo de captação e de transformação de dados em informações. Antigamente, os dados eram apenas guardados no setor “Arquivo” e a emissão de relatórios eram por meio de processos simples e básicos. Atualmente, esses dados são registrados em sistemas de informações. Na prática, é importante que as pessoas alimentem os dados corretamente e saibam interpretar os relatórios que o sistema emite. Essa interpretação é importante, pois é a partir dela que as decisões serão tomadas. Assista na íntegra no link: <https://www.youtube.com/watch?v=5Rn2HF- dGNWY>. Fonte: os autores. Sistemas de Informação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 decisão estratégica. Ainda citam que o ERP surgiu a partir da evolução dos sis- temas MRP e MRPII. E, agora, o que são esses sistemas MRP e MRPII? Na década de 1970, com a utilização de computadores nos setores de produção das empresas, houve, também, a necessidade de utilizar os sistemas computa- cionais. Devido a necessidade de manipulação e controle de lista de materiais, surgiu o MRP (Material Requirement Planning). O Material Requirement Planning é um sistema que realiza o planejamento das necessidades de materiais, o qual integra os planos da produção com o estoque. Na década de 1980, o MRP passou por uma evolução e tornou-se o MRPII (Material Resource Planning). O Material Resource Planning é um sistema de planejamento dos recursos da manufatura, ou seja, segundo Chiavenato (2008) esse sistema funciona a partir do plano mestre em que são definidos os estoques e lista de materiais, mão de obra e equipamentos disponíveis para, então, obter informações como as ordens de compra e de produção O MRPII foi desenvolvido para também atender a demanda dos setores de engenharia, vendas, finanças, suprimentos e recursos humanos, pois, nessas áreas, há as funções de previsão de vendas, controle e acompanhamento da produção, contabilização de custos, compras, manutenção da infraestrutura de informação industrial e planejamentos: empresarial, dos recursos produtivos, da produção e das necessidades de produção. Segundo Hollmann et al. (2013), a partir do MRPII, houve a necessidade de incluir o plano de vendas, haja vista que, na época, alguns artigos acabavam referindo o S&OP ao Plano de Produção Agregado. S&OP (Sales and Operations Planning): conhecido também como Planejamento de Vendas e Operações, o S&OP é um método que tem como objetivo balan- cear a oferta e a demanda de determinada empresa, fazendo a interligação do planejamento estratégico com o planejamento operacional. Assim, será possí- vel verificar e analisar os desempenhos e propor melhorias. Vocês ouvirão falar, também, de dois métodos do caminho crítico que são um conjunto de técnicas utilizadas para o gerenciamento de tempos, custos e avaliação dos níveis de recursos necessários para o desenvolvimento de um pro- jeto. De acordo com Martins e Laugeni (2005), são eles: SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 PERT (Program Evaluation and Review Technique): na prática, sua utiliza- ção é bastante restrita e os seus resultados podem não ser muito corretos. Para cada atividade, deve ser atribuída três durações distintas (A - otimista, M - mais provável e B - pessimista). Aplicando-se a um algoritmo, determina-se a dura- ção média da atividade por meio da equação: (1) T = [(A + 4) . (M + B)] ______________ 6 A determinação desse cálculo leva em consideração a hipótese de que a dura- ção não é fixa, mas sim uma variável aleatória. • CPM (Critical Path Method): nesse método, é necessário determinar apenas uma única duração para cada atividade e, a partir disso, aplicar o algoritmo do caminho certo. Temos, também, os sistemas em que os computadores são as peças centrais e fun- damentais para a sua execução. Segundo Martins e Laugeni (2005) são: • CIM (Computer Integrated Manufacturing): chamado de manufatura integrada por computador, é um software que possui um sistema com- putadorizado que comanda os equipamentos de armazenagem e coleta. • CAD (Computer Aided Design): chamado de projeto auxiliado por com- putador, é um software que oferece suporte à função de projeto, ou seja, os arquivos técnicos de desenho são armazenados por meio eletrônico, podendo ser impressos por meio de plotters ou impressoras convencio- nais, ou ainda enviados para locais distantes por meio da transferência de dados. • CAM (Computer Aided Manufacturing): chamado de manufatura auxi- liado por computador, é um sistema que permite que os equipamentos realizem operações de acordo com instruções de atividades já determina- das no computador. Por meio de dispositivos, o computador determina Sistemas de Informação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 e controla a velocidade, realiza medição dimensional, informa a profun- didade de corte, quantidade de força aplicada, entre outros. Existem três tipos de máquinas: ■ Controle Numérico: quando os dados são armazenados em fitas ou cartões perfurados. ■ CNC (Computer Numerically Controlled): quando os dados são armazenados em chips ou outro meio eletrônico e, conforme a necessidade, podem ser programados e reprogramados, pois cada equipamento possui seu próprio computador. ■ DNC (Direct Numerically Controlled): quando os equipamentos são controlados por um computador central. Corrêa e Gianesi (1993) explicam outras técnicas, conforme a seguir: • OPT (Optimized Production Technology): é uma técnica de gestão da pro- dução baseada em procedimentos heurísticos. De acordo com o termo, a tradução seria Tecnologia de Produção Otimizada, mas não é uma téc- nica otimizante literalmente, já que, após sua aplicação, não é possível garantir que as soluções ótimas serão efetivamente atingidas. O objetivo de maximização dos lucros leva em consideração três elementos: fluxo de materiais, estoque e despesas operacionais, pois esses elementos melhoram o desempenho da empresa no objetivo de aumentar o lucro líquido, o retorno de investimentos e do fluxo de caixa. • JIT (Just in Time): é considerado mais como uma filosofia do que como um conjunto de técnicas de administração da produção. Surgiu no Japão, na década de 70, e tem como objetivo fundamental a melhoria contí- nua dos processos. Atualmente, os três principais sistemas de planejamento e controle da produção utilizados são: Just in Time (JIT), Manufacturing Resources Planning (MRPII) e Optimized Production Technology (OPT). Esses assuntos serão abordados em outras unidades também. SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 O PCP NO CONTEXTO ESTRATÉGICO E OS NÍVEIS HIERÁRQUICOS DE PLANEJAMENTO Caro(a) aluno(a), dando continuidade ao nosso estudo sobre os sistemas produ- tivos e sua relação com o planejamento e controle da produção, vamosapresentar neste tópico como o PCP apoia a empresa em sua estratégia competitiva. No Brasil, a partir dos anos 90, as empresas começaram a sentir fortemente os impactos da globalização na sua competitividade. Assim, foi imperativo que tais empresas reagissem e melhorassem seu desempenho em 5 áreas: qualidade, confiabilidade, flexibilidade, velocidade e custos (LUTOSA et al., 2008). Quadro 1 - Objetivos de desempenho QUALIDADE A empresa deve buscar atender os requisitos dos clientes e eli- minar os defeitos de produtos. CONFIABILIDADE A empresa deve ter processos confiáveis. Maior confiabilidade proporciona o atendimento de pedidos dentro do prazo e a redução de estoques. FLEXIBILIDADE A empresa deve ser flexível para responder às variações. Existe a flexibilidade de expansão, flexibilidade de volume, flexibili- dade de processos, flexibilidade de operações, flexibilidade de roteamento, flexibilidade de produto, flexibilidade de mix de produção e flexibilidade de maquinário. © sh ut te rs to ck O PCP no Contexto Estratégico e os Níveis Hierárquicos de Planejamento Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 VELOCIDADE A empresa deve ter um processamento veloz, reduzindo tem- pos de entrega (lead time) e custos com material em processo. CUSTOS Esse objetivo é influenciado pelos quatro objetivos anteriores. A empresa perceberá o resultado da melhoria nos demais ob- jetivos pela minimização de custos. Fonte: adaptado de Lustosa et al. (2008). Para a empresa atingir e priorizar esses objetivos, é preciso que ela defina sua estratégia produtiva. Por exemplo, caro(a) aluno(a), pense no caso de uma rede de fast-food. O obje- tivo de desempenho velocidade é realmente importante e impacta diretamente na competitividade de um restaurante fast-food. Já para um fabricante de reló- gios, a qualidade e ausência de defeitos dos produtos pode ser o fator chave para o destaque da empresa no mercado de relógios. Na elaboração da estratégia organizacional, deve-se identificar os fatores críticos de sucesso, listando as variáveis internas e externas que influenciam na competitividade. Pode-se usar a técnica denominada SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats), também chamada de FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas, Ameaças). Fonte: Lustosa et al. (2008). Por que uma maior confiabilidade proporciona a redução de estoques? SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 Assim, ao elaborar uma estratégia produtiva, a organização deve pensar em uma série de questões referente a fatores externos e internos, conforme as carac- terísitcas de seu mercado de atuação. A título de exemplo, listamos os seguintes fatores: • Fatores externos: ■ Quais são as exigências legais? ■ Qual é a situação política atual? ■ Qual é a disponibilidade dos recursos que serão necessários nas operações? • Fatores internos: ■ Quais são os custos operacionais? ■ Qual é a capacidade da planta? ■ Como capacitar e qualificar a mão de obra? Como o PCP troca informações com diversos departamentos e atua como media- dor de interesses, proporcionando o atendimento das necessidades dos clientes com a melhor utilização dos recursos (humanos, físicos e financeiros), os pro- fissionais que atuam nesse setor, como Assistentes de PCP, Analistas de PCP e Supervisores de PCP, precisam fazer essa integração com os outros departamentos. Essa integração permite que a empresa seja competitiva no mercado global e local. Por meio das técnicas de planejamento e controle, o PCP apoia a empresa no alcance dos objetivos de desempenho. Como ocorre o planejamento e controle ao longo do tempo? O PCP planeja em basicamente três horizontes de tempo: longo prazo, médio prazo e curto prazo. O PCP no Contexto Estratégico e os Níveis Hierárquicos de Planejamento Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 Planejamento de longo prazo Planejamento de médio prazo Planejamento de curto prazo Planejamento de curtíssimo prazo Execução e Controle • Planejamento Agregado: plano de produção agregado • Planejamento Mestre da Produção • Planejamento da Capacidade - RCCP • Planejamento das Necessidades de Materiais (MRP) • Plano detalhado de materiais e capacidade - CRP • Programação detalhada da produção • Programa detalhado de fabricação e montagem • Compras - Programa de recebimento de fornecedores • Fabricação - Controle de Chão de Fábrica • Distribuição - Programa detalhado de distribuição Marketing e vendas: - Previsão de demanda - Previsão de demanda desagregada -Pedidos �rmes Planejamento estratégico - Políticas de estoque, políticas de atendimento a demanda, políticas de mão de obra, política de investimento Gestão de estoques - Estoque de produtos acabados -Registro de estoques Projeto de produto/Projeto de processo - Desenhos de produtos e especi�- cações, lista técnica (BOM), roteiros e tempos de fabricação, lista de centros produtivos Figura 5 - O PCP no contexto da empresa e os níveis de planejamento Fonte: adaptado de Lustosa et al. (2008). Assim, podemos afirmar que há uma hierarquia nas atividades do PCP que irão sustentar a estratégia produtiva da empresa. O PCP toma decisões no horizonte de longo prazo que irão impactar nas decisões de médio prazo e que, por sua vez, irão refletir nas decisões de curto prazo. Podemos destacar uma série de perguntas que são respondidas pelo PCP, auxiliado pelas informações de outros departamentos da empresa, dentro de cada nível hierárquico da estratégia de produção: • No nível estratégico: ■ Qual é a demanda do mercado? ■ Qual será a capacidade da planta instalada para atender essa demanda? ■ Quais recursos tecnológicos, humanos, financeiros e materiais serão necessários? SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 • No nível tático: ■ Qual é a política de produção? Volume constante, variação da mão de obra, minimização de estoques, aceitação de atrasos, aceitação de vendas perdidas? ■ Quais serão os nossos fornecedores? ■ Como implementar processo de inovação? • No nível operacional: ■ Qual será o tamanho dos lotes? ■ Quando deve ser produzido? ■ Em qual máquina produzir? Assim, por meio do PCP, a empresa poderá sustentar uma vantagem competi- tiva no mercado. ©shutterstock Operações Enxutas e Just-In-Time Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 OPERAÇÕES ENXUTAS E JUST-IN-TIME Caro(a) aluno(a), a forma que o sistema de produção é gerenciado irá influen- ciar em seu desempenho, por exemplo, gerando desperdícios de tempo, material e trabalho humano. Iremos estudar as técnicas de planejamento e controle da produção para justamente evitar tais desperdícios e gerar um programa de produção com resul- tados satisfatórios. No entanto, antes de entrarmos nas técnicas de planejamento e controle da produção, é preciso entender as duas formas de produção possí- veis: produção empurrada e produção puxada. Classicamente, na produção em massa realizada pela Ford Motor Company noinício do século XX, a produção seguia a ideia de empurrar a quantidade produ- zida para o mercado absorver. A produção empurrada, gerando altos volumes de estoque tanto final como entre as estações de trabalho, obteve resultados positivos. Contudo, conforme observado ao longo dos anos, a necessidade por pro- dutos diversificados e o poder do mercado regular o preço das mercadorias fizeram com que a produção empurrada não obtivesse mais resultados posi- tivos. Assim, com esse problema e outros advindos da escassez de recursos, a SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 empresa japonesa Toyota Motor Company, em meados da década de 70, come- çou a desenvolver uma filosofia de produção diferenciada. Era preciso produzir conforme a necessidade do mercado, evitando estoques e modificar o tipo de produção: de empurrada para a puxada. A produção puxada é diferente, pois produz-se somente o necessário para o momento, evitando a formação de estoques. Para realizar a produção puxada é necessário que a empresa desenvolva os conceitos da produção enxuta. Conforme o próprio nome sugere, a produção enxuta busca trabalhar somente com o neces- sário, combatendo os desperdícios no processo produtivo. Os desperdícios podem ser ocultados pelos estoques. Altos níveis de estoque com baixo giro são, muitas vezes, consequências de problemas não resolvidos. Por exemplo, quando um produto passa pelas esta- ções de trabalho A e B e observamos uma pilha de estoques a ser processada na estação B, poderíamos avaliar que:a) A estação B possui uma alta taxa de defei- tos, portanto a estação A necessita produzir uma quantidade extra para cobrir a deficiência causada pelos defeitos. b) A estação A não consegue produzir lotes econômicos menores, portanto é menos flexível. c) A estação B está com capacidade abaixo do necessário para gerar um fluxo constante na produção. d) A estação B sofre paradas constantes para manutenção etc. Assim, em meados da década de 70, começou-se a conceituar as técnicas JIT, Just-in-Time. Você se lembra que já introduzimos esse termo lá no início da unidade? Esse termo significa “na hora certa”, “oportuno”. Por meio da JIT, redu- z-se estoques e elimina-se os desperdícios. Você pode estar se perguntando: se tal filosofia proporciona tantos resul- tados possíveis, por que todas as empresas não a adotam? Bem, para praticar a filosofia JIT, é preciso que as empresas atendam alguns pressupostos básicos, conforme mostra o Quadro 2. Operações Enxutas e Just-In-Time Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 Quadro 2 - Pressupostos básicos do JIT Redução dos tempos de preparação Padronização das operações Reorganização dos layouts da fábrica Força de trabalho altamente capacitada Fonte: adaptado de Lustosa et al. (2008). Quando falamos na filosofia JIT e, consequentemente, no conceito de operações enxuta e empresa enxuta, há princípios fundamentais que precisam ser conside- rados, conforme apresenta o Quadro 3. SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E38 Quadro 3 - Princípios fundamentais para implantação da JIT PRINCÍPIO DESCRIÇÃO Priorização do mercado A empresa enxuta produz apenas para atender a necessidade do momento sendo que produções adicionais são consideradas desperdício. Garantia da qualidade A falta de qualidade é um problema grave e deve ser severamente combatido. Minimização de estoques Estoques tendem a ser usados como pro- teção das incertezas do sistema produtivo. Eles devem ser reduzidos ou até zerados. Ao reduzirmos os estoques, conseguimos identificar problemas ocultos. Redução dos tempos de setup Devemos produzir lotes cada vez menores e, para isso, é preciso reduzir os tempos de preparação de máquinas. Com lotes reduzi- dos, reduzimos os volumes de estoque e a empresa se torna mais flexível. Trabalhador multifuncional A mão de obra deve ser altamente capacita-da para operar máquinas diversas. Manutenção produtiva total Um sistema de produção é saudável quan-do não há paradas e atrasos. Desenvolvimento de fornecedores É preciso eliminar incertezas na cadeia de produção, melhorando a qualidade e a pre- visão de demanda com fornecedores mais confiáveis. Padronização de operações É preciso aproveitar-se dos ganhos de eficiência obtidos pela padronização de operações. Layout do posto de trabalho É preciso minimizar os tempos de transpor-te e movimentos desnecessários. Fonte: adaptado de Lustosa et al. (2008). Operações Enxutas e Just-In-Time Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 A produção enxuta busca a eliminação de sete desperdícios (LUSTOSA et al., 2008): superprodução, estoque desnecessário, transporte excessivo, movimentação desnecessária, espera e produtos defeituosos. Com a eliminação dos desperdí- cios, a empresa ganha em termos de qualidade, flexibilidade e entregas rápidas. A produção enxuta apoia o trabalho de qualidade, personalizado e o uso de trabalhadores polivalentes conforme o modelo de produção artesanal. E, por outro lado, as operações enxutas buscam a padronização de produtos, a organi- zação de layout e busca a automatização de algumas operações. Para o Planejamento e Controle da Produção, as operações enxutas trarão novas ferramentas e técnicas de controle, como o Kanban, formação de super- mercados de mercadorias entre etapas do sistema produtivo, mapeamento do fluxo de valor, Kaizen e layout celular. Para finalizar nosso estudo sobre a produção enxuta, apresentamos o Quadro 4 que resume alguns dos benefícios da produção enxuta. Quadro 4 - A produção enxuta em termos de “mais” e “menos” LEAN PRODUCTION EM TERMOS DE “MAIS” E “MENOS” MAIS MENOS Mais delegação de poderes para os funcionários Menos desperdício Mais flexibilidade Menor tempo de projeto Mais capacidade produtiva Menos níveis hierárquicos Maior qualidade Menor quantidade de fornecedores Fonte: os autores. SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E40 PREVISÃO DE DEMANDA Caro(a) aluno(a), para você, o que é a demanda? Podemos conceituar a demanda como sendo a disposição que os clientes têm para consumir determinado pro- duto ou serviço. Como podemos saber qual é essa disposição dos clientes? A demanda é influenciada por uma série de fatores, como disponibilidade de crédito, promo- ções, publicidade, preço, disponibilidade, ações da concorrência etc. Além disso, na visão de uma empresa, a demanda pode seguir determinados padrões, con- forme ilustrado pela figura a seguir. Padrões de demanda Pontual Repetitiva Dependentes Independentes Ciclo de vida do produto Sazonalidade Matéria prima, componentes Maturidade: estacionária Declínio: estacionária Crescimento: tendência © sh ut te rs to ck Figura 6 - Padrões de demanda Fonte: os autores. Previsão de Demanda Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 41 Basicamente, para a empresa, a demandapode ser pontual ou repetitiva. Demandas pontuais são aquelas que ocorrem esporadicamente. Por exemplo, para uma nova vacina, haverá um período de alta demanda pontual e, depois, a demanda redu- zirá drasticamente. Já as demandas repetitivas ocorrem regularmente ao longo dos dias, meses e anos. Podemos, ainda, visualizar essas demandas repetitivas em dois grupos: as demandas dependentes e independentes. Quando dizemos que uma demanda é dependente significa que o seu valor depende da demanda de outro produto. Por exemplo, se uma fábrica de bicicle- tas tem uma demanda de 20 bicicletas por dia, a demanda de pneus será de 40 unidades, pois a demanda de pneus depende do número de bicicletas a serem produzidas. Por outro lado, temos a demanda independente. Essa é geralmente a demanda dos produtos acabados. Essa demanda é influenciada pelo ciclo de vida do pro- duto, ou seja, um produto possui um ciclo de vida em que sua demanda se comporta de forma diferente conforme sua fase que pode ser: introdução, cres- cimento, maturidade e declínio. Portanto, considerando os fatores apresentados no parágrafo anterior, pode- mos concluir que prever a demanda pode ser uma atividade complexa. Porém, por meio de um modelo de previsão adequado, podemos obter previsões que irão gerar resultados úteis. Antes de explicarmos como elaborar um modelo de previsão de demanda, é importante entender o porquê de precisarmos da previsão de demanda. Pense nas seguintes questões: ao iniciar uma empresa, como saber quantas máqui- nas serão necessárias para atender todos os clientes de forma satisfatória, sem atrasos e sem subutilização de recursos? Quantos funcionários devemos contra- tar? Qual é a quantia de dinheiro necessária para o fluxo de caixa da empresa? Qual é o espaço necessário para estocar produtos acabados, intermediários e matéria-prima? SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E42 Caro(a) aluno(a), observe que as perguntas anteriores estão relacionadas com a demanda, pois a resposta dependerá da demanda pelo seu produto e/ou serviço. Assim, fica fácil concluir que precisamos da previsão da demanda, pois não sabemos exatamente qual será o seu comportamento, contudo se tivermos com a previsão adequada, minimizaremos os erros de planejamento e de pro- dução (em excesso ou em falta). Assim, dada a importância da previsão de demanda, vamos entender o que é um modelo de previsão de demanda. Esse modelo é ilustrado pela figura a seguir. 1. Identi�car o objetivo de deman- da 2. Coletar dados (série histórica e eventos) 3. Construir grá�cos para identi�car padrões 6. Avaliar o precisão com uma ou mais medidas de erro 7. A precisão está adequada ao propósito da revisão 5. Gerar previsões para um período determinado da série 8b. Veri�car parâmetros do modelo utilizado ou selecionar outro modelo 4. Selecionar um método adequadro de previsão 8a. Gerar as previsões para o horizonte de planejamento 9. Ajustar previsões com base em informações qualita- tivas adicionais 10. Monitorar resultados e medi- das do erro de previsão Sim Não Figura 7 - Modelo de previsão de demanda Fonte: adaptado de Lustosa et al. (2008). Previsão de Demanda Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 43 Na etapa de identificação do objetivo da previsão de demanda, iremos estabele- cer o que iremos prever e por que iremos fazer uma previsão. Devemos definir os produtos e/ou família de produtos que terão suas demandas previstas e para que iremos utilizar os dados da previsão. Conforme o objetivo da previsão, tere- mos a necessidade de uma acurácia maior ou menor da previsão de demanda. Na segunda etapa, vamos coletar os dados disponíveis sobre a demanda dos produtos definidos no nosso objetivo. Vamos examinar os registros de venda e as solicitações de pedidos não atendidas. Devemos definir, também, conforme nosso objetivo, quais períodos de tempo iremos examinar, ou seja, se os dados passados de um ano, dois anos, três meses ou seis meses anteriores, por exemplo. Após obter a série histórica de demanda para cada produto e/ou família de produto, devemos fazer a análise desses dados para identificar padrões de demanda, ou seja, vamos estudar o comportamento da demanda. Uma ferra- menta visual muito útil para isso é o gráfico. Observe as figuras a seguir. Demanda - Água Mineral (L) 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 Figura 8 - Demanda de água mineral Fonte: os autores. SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E44 Demanda - Sorvete (L) 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 jan /15 fev /15 ma r/1 5 ab r/1 5 ma i/1 5 jun /15 jul /15 ag o/1 5 se t/1 5 ou t/1 5 no v/1 5 de z/1 5 jan /14 fev /14 ma r/1 4 ab r/1 4 ma i/1 4 jun /14 jul /14 ag o/1 4 se t/1 4 ou t/1 4 no v/1 4 de z/1 4 Figura 9 - Demanda de sorvete Fonte: os autores. Demanda - Tablet 120 100 80 60 40 20 0 jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 Figura 10 - Demanda de tablet Fonte: os autores. Previsão de Demanda Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 45 Na figura sobre a demanda de água mineral, temos os dados de demanda de um hipotético vendedor de água mineral. Pela análise do gráfico, observamos que as vendas, na maioria dos meses, estão no intervalo de 3000 a 4000 litros por mês. Porém, em agosto e setembro, houve um aumento expressivo na demanda. Como podemos entender o comportamento desse gráfico? A demanda que gira em torno de um valor médio sempre irá variar devido a dois fatores: causas aleatórias e causas não aleatórias. As causas aleatórias causam variações regu- lares em torno de um valor médio. Já as causas não aleatórias causam variações irregulares. Por exemplo, o aumento da demanda nos meses de agosto e setembro pode ter ocorrido devido à falta de água na cidade, o que obrigou mais pessoas a com- prarem água mineral naqueles meses. Esse é um exemplo de causa não aleatória. Gostaríamos de ressaltar que as vendas dos meses de agosto e setembro, realmente, não são representativas da venda média de água mineral. É importante observar isso, pois esses dois dados podem influenciar o modelo de previsão de demanda. Talvez, teríamos que desconsiderar esses dois valores, conforme nosso objetivo. Na figura sobre demanda de sorvete, temos o gráfico com os dados de demanda de sorvete por um período de dois anos. Conseguimos observar pelo gráfico que existe sazonalidade. Isso significa que, em determinados períodos do ano, a demanda de sorvete é maior ou menor do que um valor médio. A demanda cresce e decresce regularmente. Já na figura sobre a demanda de tablet, conseguimos observar que a demanda cresceu ao longo dos meses. Portanto, a demanda não variou em torno de um valor médio e também não é sazonal. Após construirmos os gráficos da demanda dos produtos e identificarmos seu padrão, partimos para a quarta etapa que consiste em selecionaro método adequado para fazer a previsão de demanda. Basicamente, temos dois tipos de técnica de previsão: a qualitativa e a quantitativa. As técnicas qualitativas estão baseadas em opinião de especialistas sobre o produto. Destacamos como técnicas qualitativas: pesquisa de mercado, método Delphi e simulação de cenários. Nosso foco será nas técnicas quantitativas. Essas técnicas estão baseadas nas seguintes premissas: SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E46 1. Considera-se que os fatores que afetam a demanda continuarão a exis- tir nos períodos de previsão. 2. As previsões não serão perfeitas, pois é impossível eliminar as causas aleatórias que afetam a demanda e sempre haverá erros de previsão. 3. Conforme aumentamos o período de previsão, perdemos a sua acurácia, pois usamos dados históricos mais distantes para prever dados futuros. 4. A previsão de demanda para produtos individuais gerará mais erros do que previsão de demanda para grupos ou famílias de produtos. Vamos apresentar as seguintes técnicas quantitativas de previsão: média móvel, previsão da tendência e previsão da sazonalidade. MÉDIA MÓVEL Na técnica da média móvel, nós conseguimos prever a demanda do próximo período, calculando a média de demanda de períodos anteriores. Pode-se basear a média em dois períodos anteriores ou três períodos anteriores ou cinco perí- odos anteriores etc. Como o próprio nome diz, a média é móvel, ou seja, cada previsão é base- ada na média de determinados períodos que vão se alterando para cada nova previsão. Para calcular a média móvel, usamos a seguinte equação: (2) Mn = ∑ni=0 Di ___________ n Em que: Mn: média móvel de n períodos. n: número de períodos. Di: demanda do período i. i: índice do período. Previsão de Demanda Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 47 Também, para calcularmos o erro de previsão, utilizamos a equação: (3) Ei = Di − Pi Em que: Ei: erro da previsão para o período i. Di: demanda real no período i. Pi: previsão da demanda para o período i. Considere a tabela a seguir que representa a demanda por água mineral de um determinado vendedor. Tabela 1 - Dados de demanda de água mineral PERÍODO DEMANDA (L) PERÍODO DEMANDA (L) 1 3300 7 4000 2 3500 8 7000 3 3200 9 5000 4 3700 10 4000 5 3400 11 3800 6 3500 12 3500 Fonte: os autores. Calculando a média móvel para 3 e 4 períodos obtemos os seguintes resultados: SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E48 Tabela 2 - Cálculo da média móvel PERÍODO DEMANDA - ÁGUA MINERAL (L) M3 ERRO M4 ERRO 1 3300 2 3500 3 3200 4 3700 3333 367 5 3400 3467 -67 3425 -25 6 3500 3433 67 3450 50 7 4000 3533 467 3450 550 8 7000 3633 3367 3650 3350 9 5000 4833 167 4475 525 10 4000 5333 -1333 4875 -875 11 3800 5333 -1533 5000 -1200 12 3500 4267 -767 4950 -1450 Erro acumulado do período 5 ao 12: 367 925 Erro absoluto médio (EAM): 971 1003 Erro percentual abso- luto médio (EPAM): 0,20 0,21 Fonte: os autores. No Quadro 6, há, também, três parâmetros que podemos usar para verificar a acurácia da técnica de previsão escolhida. O primeiro é o erro acumulado. Para calculá-lo, basta somar o erro da previsão para cada período. O segundo parâme- tro é o erro absoluto médio (EAM). Ele representa o quanto as previsões erraram na média, em termos de valores absolutos e é calculado pela seguinte equação: (4) EAM = ∑ni=0 |Di – Pi | ____________ n Previsão de Demanda Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 49 Em que: EAM: erro absoluto médio. Di: demanda real no período i. Pi: previsão da demanda para o período i. n: número de períodos considerados. O terceiro parâmetro é o erro percentual absoluto médio que representa a média de erro em termos percentuais do valor da demanda real. Ele pode ser calcu- lado pela seguinte equação: (5) Em que: EPAM: erro percentual absoluto médio. Di: demanda real no período i. Pi: previsão da demanda para o período i. n: número de períodos considerados. A partir dos resultados, observamos que a média móvel com 3 períodos apre- sentou o melhor desempenho, pois o erro acumulado e o erro absoluto médio foram menores. Utilizando a técnica da média móvel, podemos prever a demanda para o período 13. Caro(a) aluno(a), observe novamente no Quadro 6 que nós geramos as previ- sões para vários períodos da série de dados passados. Essa foi a etapa 5 do modelo de previsão. Em seguida, nós fizemos a avaliação da precisão do modelo, com- parando os três parâmetros EAM, EPAM e erro acumulado, e verificamos se a precisão está adequada ou não. Depois, podemos gerar a previsão da demanda para o período 13. Sendo assim, essas foram as etapas 6, 7 e 8 do modelo de SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E50 previsão. Em seguida, quando formos prever a demanda do período 13, pode- mos, também, ajustar a previsão com base em informações qualitativas (etapa 9). PREVISÃO DA TENDÊNCIA A existência de tendência na demanda de um produto pode ser observada grafica- mente. A tendência pode ser positiva ou negativa. A demanda cresce ou decresce expressivamente ao longo do tempo. Assim, por meio de métodos matemáti- cos adequados, podemos encontrar uma equação que descreve a demanda em função do tempo. A equação pode ser linear ou não linear (exponencial, para- bólica, logarítmica etc.). Neste subtópico, vamos apresentar um método para obter uma equação linear relacionada à variável dependente “demanda” com a variável indepen- dente “tempo”. A equação linear é da seguinte forma: (6) y = a + bx Em que: y: previsão de demanda para o período x. a: intersecção com o eixo y. b: coeficiente angular da reta. x: período para a previsão. Para encontrarmos os valores de a e b, fazemos os seguintes cálculos: Além da técnica de média móvel, pode-se fazer a previsão da demanda uti- lizando-se a técnica da média exponencial móvel. Fonte: os autores. Previsão de Demanda Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 51 Em que: n: número de períodos observados. Tais cálculos podem ser feitos manualmente ou com a ajuda de softwares. Podemos utilizar o Microsoft Excel® para calcular tais valores. A seguir, apresentamos os dados de demanda para o produto Tablet, cujo gráfico já foi apresentado anteriormente. Tabela 3 - Dados para o cálculo dos coeficientes da equação linear de tendência PERÍODO (X) DEMANDA - TABLET (Y) X² XY 1 20 1 20 2 25 4 50 3 40 9 120 4 30 16 120 5 30 25 150 6 45 36 270 7 50 49 350 8 70 64 560 9 75 81 675 10 76 100 760 11 80 121 880 12 100 144 1200 Somatórios 78 641 650 5155 Fonte: os autores. SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N ID A D E52 Calculando os valores de a e b por meio das equações 8 e 9, obtemos: (9) b = n(∑xy) – (∑x)(∑y) ______________ n(∑x2) – (∑x)2 b = 12(5155) – (78)(641) = 6,91 _________________ 12(650) – (78)2 ~ (10) Assim, a equação da previsão de demanda é dada por y = 8,48 +6,91x. Substituindo os valores de x para os períodos de 1 a 12, obtemos os seguintes dados de previsão: Tabela 4 - Previsão de demanda utilizando equação de tendência PERÍODO (X) DEMANDA - TABLET (Y) PREVISÃO ERRO 1 20 15 5 2 25 22 3 3 40 29 11 4 30 36 -6 5 30 43 -13 6 45 50 -5 7 50 57 -7 8 70 64 6 9 75 71 4 10 76 78 -2 11 80 85 -5 12 100 91 9 Erro acumulado 0 EAM 6,19 Fonte: os autores. Previsão de Demanda Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 53 A obtenção da equação de tendência gerou dados satisfatórios, tendo um baixo erro acumulado. Para verifi carmos a aderência dos dados da previsão com os dados de demanda real, podemos verifi car o valor do coefi ciente de determi- nação dados de demanda real, podemos verifi car o valor do coefi ciente de determi- . Por meio da análise de dados, por regressão, do Microsoft Excel®, calculamos o valor de . Por meio da análise de dados, por regressão, do Microsoft Excel®, e obtemos o valor de 0,92. Quanto mais próximo de 1, melhor serão os resultados do modelo de previsão. PREVISÃO DA SAZONALIDADE Não é difícil de perceber que as vendas de sorvete caem signifi cativamente na época do inverno e aumentam signifi camente na época do verão. Esse padrão se repete ano após ano. Assim, dizemos que a demanda por sorvetes possui sazo- nalidade, ou seja, conforme a época do ano, a venda é maior ou menor e esse padrão se repete em anos seguintes. Existem demandas que apresentam apenas sazonalidade e existem demandas que apresentam simultaneamente sazonalidade e tendência. Vamos ver a seguir os métodos matemáticos para prever a sazonalidade sem a tendência. SAZONALIDADE SEM TENDÊNCIA Na sazonalidade sem tendência, a demanda varia regularmente em um determi- nado período de consolidação (ano, mês ou dia, por exemplo). Ela não apresenta uma tendência de crescimento ou decrescimento ao longo dos períodos. Podemos visualizar o comportamento da demanda com sazonalidade e sem tendência na fi gura apresentada anteriormente sobre a demanda de sorvete. Observamos nessa fi gura que o ciclo de sazonalidade é de 12 períodos ou 12 meses. Isso signifi ca que, a cada 12 meses, o comportamento geral da demanda se repete. Para calcular o índice de sazonalidade de cada um desses 12 perío- dos, devemos calcular a média móvel centrada. A tabela a seguir apresenta os resultados. SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E54 Tabela 5 - Cálculo do índice de sazonalidade ÍNDICE DE SAZONALIDADE PERÍODO DEMANDA - SORVETE (L) MMC ½ MMC IS 1 3100,00 2 3200,00 3 3100,00 4 2800,00 5 2200,00 6 1500,00 2258,33 7 800,00 2254,17 0,355 2250,00 8 1000,00 2116,67 0,472 1983,33 9 1300,00 2106,25 0,617 2229,17 10 2300,00 2222,92 1,035 2216,67 11 2800,00 2210,42 1,267 2204,17 12 3000,00 2197,92 1,365 2191,67 13 3000,00 2185,42 1,373 2179,17 14 3100,00 2172,92 1,427 2166,67 15 2950,00 2160,42 1,365 2154,17 16 2650,00 2147,92 1,234 2141,67 Previsão de Demanda Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 55 17 2050,00 2135,42 0,960 2129,17 18 1350,00 2122,92 0,636 2116,67 19 650,00 20 850,00 21 1150,00 22 2150,00 23 2650,00 24 2850,00 Demanda média: 2169,44 Fonte: os autores. Na tabela anterior, primeiro calculamos a MMC ½, que é a média móvel centrada no meio do ciclo de sazonalidade de 12 períodos. Temos que calcular esse valor, uma vez que o ciclo de sazonalidade é um número par (12 períodos). Assim, a média móvel centrada é dos 6 períodos anteriores (de 1 a 6, por exemplo) e dos 6 períodos posteriores (de 7 a 12, por exemplo). Depois, calculamos a MMC, que é a média móvel centrada para cada período, fazendo a média da MMC ½ dos períodos imediatamente anteriores e posteriores a cada período considerado. Em seguida, calculamos os índices de sazonalidade de cada período, dado por: SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E56 (11) IS = D ______ MMC Em que: IS: índice de sazonalidade do período. D: demanda do período. MMC: média móvel centrada do período. Para obtermos a previsão de demanda, fazemos o seguinte cálculo: (12) Previsão = Demanda média ✳ IS Em que: Previsão: previsão de demanda do período considerado. Demanda média: demanda média dos períodos considerados na obtenção do índice de sazonalidade. IS: índice de sazonalidade do período. A tabela a seguir apresenta os resultados. Previsão de Demanda Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 57 Tabela 6 - Previsão da demanda com sazonalidade PERÍODO DEMANDA MÉDIA IS PREVISÃO DEMANDA REAL ERRO 1 2169,44 1,3727359 2978,074 3100 121,926 2 2169,44 1,4266539 3095,046 3200 104,954 3 2169,44 1,3654773 2962,327 3100 137,673 4 2169,44 1,2337536 2676,56 2800 123,440 5 2169,44 0,96 2082,667 2200 117,333 6 2169,44 0,6359176 1379,588 1500 120,412 7 2169,44 0,3548983 769,9322 800 30,068 8 2169,44 0,4724409 1024,934 1000 -24,934 9 2169,44 0,6172107 1339,004 1300 -39,004 10 2169,44 1,0346767 2244,674 2300 55,326 11 2169,44 1,2667295 2748,099 2800 51,901 12 2169,44 1,3649289 2961,137 3000 38,863 13 2169,44 1,3727359 2978,074 3000 21,926 14 2169,44 1,4266539 3095,046 3100 4,954 15 2169,44 1,3654773 2962,327 2950 -12,327 16 2169,44 1,2337536 2676,56 2650 -26,560 17 2169,44 0,96 2082,667 2050 -32,667 18 2169,44 0,6359176 1379,588 1350 -29,588 19 2169,44 0,3548983 769,9322 650 -119,932 20 2169,44 0,4724409 1024,934 850 -174,934 21 2169,44 0,6172107 1339,004 1150 -189,004 22 2169,44 1,0346767 2244,674 2150 -94,674 23 2169,44 1,2667295 2748,099 2650 -98,099 24 2169,44 1,3649289 2961,137 2850 -111,137 Erro acumulado: -24,087 EAM: 78,401 Fonte: os autores. SISTEMAS PRODUTIVOS E A NATUREZA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E58 MONITORAMENTO DO MODELO DE PREVISÃO Caro(a) aluno(a), após escolhermos a técnica de previsão de demanda mais adequada para o padrão de demanda que estamos prevendo e para realizar as previsões, devemos realizar a etapa 10 do modelo de previsão, que consiste em monitorar os resultados e medidas do erro de previsão. Devemos fazer isso pois pode ocorrer: 1. Mudança no padrão da demanda. 2. Causas não aleatórias que estão alterando a demanda radicalmente. 3. Mudança nas causas aleatórias. 4. Ações da concorrência que estão diminuindo ou até aumentando a demanda. O monitoramento consiste em verificar se os erros são
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