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Modelo Ação de Indenização por Dano Moral

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CIVEL DA COMARCA DE ALTONIA - PR
JOÃO DA SILVA, brasileiro, casado, do comércio, inscrito no CPF sob nº 120.120.450-67 e portador da C.I. RG. n.º 2.764.856-8 SSP-PR, e-mail joaosilva42@hotmail.com, residente e domiciliado à Rua 10, nº 27, na cidade de São Jorge do Patrocínio-PR, por seu advogado, (Nome), regularmente inscrito na OAB/UF sob nº__, com escritório profissional sito à (endereço), e-mail, onde recebe intimações, conforme procuração anexa, doc. 01, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos art. 6; 8; 12; 13; 14; 18 e 27 do Código de Defesa do Consumidor, art. 186 e 927 do Código Civil e art. 319 e 322, propor a presente:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE DAMO MORAL
Em face de,
MONDELEZ BRASIL LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ: 31.042.022/0001-42, com sede na Av. Juscelino Kubitschek de Oliveira, nº. 1124, Curitiba-PR, e-mail: mondelez@mondelez.com.br, doravante denominada 1ª Ré, bem como em face de HIPERMERCADO MALOTE LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ: 07.040.210/0001-38, com sede na rua Rua Manoel Ribas, 2012 – centro, em Paranavaí-Pr., email: malote@malote.com.br, doravante denominada 2ª Ré, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir aduzidos:
1 – DOS FATOS
O Autor adquiriu, do dia 14/30/2013, junto ao estabelecimento da 2ª Ré, uma caixa de chocolates Bis, produzidos pela 1ª Ré, lote nº 123456789-0, com nota fiscal nº 230, da compra, doc. 02.  Porém, enquanto ingeria, percebeu que o produto estava infestado de larvas vivas, o que lhe causou ânsias de vômito e extremo mal estar.
Tal fato foi comprovado por laudo de sanitarista, doc. 03, fotografias do produto, doc. 04, testemunhas (Rol), além da nota fiscal n.º 230 (doc. 02), de aquisição do produto e da própria caixa, com a embalagem, doc. 05.
Diante de tais fatos, o Autor sentiu-se lesado, uma vez que houve a ruptura da relação de confiança, aspecto fundamental que leva um consumidor a utilizar os produtos de determinado fabricante e ou fornecedor, o que resultou na sensação inquietante de medo e receio, sem mencionar o extremo mal estar e constrangimento causado ao Autor ao ingerir produto impróprio ao consumo.
2 – DOS FUNDAMENTOS
Dos fatos narrados restou satisfatoriamente demonstrado o fato constitutivo do direito do Autor em obter uma justa compensação por danos morais.
O Código de Defesa do Consumidor dispõe: 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; [...]. VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; [...].
 
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.
 
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
 
Art. 18 [...]§ 6° São impróprios ao uso e consumo: [...] II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação; III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:[...] III – não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
 
O estabelecimento que oferece à venda alimento impróprio para o consumo, não observa seu dever de garantir a qualidade e segurança do produto, e responde objetivamente pelos danos advindos de sua conduta.
O Autor foi seriamente constrangido, o que está transparente no fato de ter adquirido uma caixa do produto de fabricação da 1ª Ré e, enquanto ingeria, percebeu que o produto estava infestado de larvas, o que lhe causou ânsias de vômito e extremo mal estar.
Dos fatos narrados é certo afirmar que houve a concretização dos danos morais, uma vez que a presença de larvas no produto causou constrangimentos para o Autor.
Resta comprovado que o Autor ingeriu substância imprópria para consumo, contaminada com larvas, o que causa grande repugnância e dá ensejo ao pagamento de indenização por danos morais pelas Rés.
Outrossim, a confiança nos fornecedores é um aspecto fundamental na utilização de seus produtos, uma vez que, em geral, os consumidores não dispõem de conhecimento técnico ou científico que lhes permita avaliar a qualidade dos produtos que adquirem. A partir da ruptura dessa relação de confiança, advém a sensação inquietante de medo e impotência, porque se tornou impossível, principalmente nos centros urbanos, a manutenção das pessoas sem o uso constante de produtos industrializados, o que também dá ensejo à indenização por danos morais.
Danos morais são lesões sofridas pelas pessoas em certos aspectos de sua personalidade que, em razão de investidas injustas de outrem, atingem, pois, a esfera íntima e valorativa do lesado e são suscetíveis de gerar reparação, na órbita civil, dentro da teoria da responsabilidade civil.
O dano moral restou configurado em razão do mal-estar sofrido pelo Autor ao encontrar larvas no alimento que estava consumindo, fornecido pela empresa da 1ª Ré e comercializado pela 2ª Ré.
Os danos morais sofridos estão representados pela repugnância, falsa expectativa, constrangimento e insegurança que o Autor sofreu ao encontrar larvas em um produto de uma marca extremamente conhecida no mercado.
Assim, é patente a ocorrência de dano moral a ensejar indenização frente o visível desgaste emocional a que o Autor foi submetido:
 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. ACIDENTE DE CONSUMO. FATO DO PRODUTO. BOMBOM COM LARVAS. DEVER DE QUALIDADE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANO MORAL IN RE IPSA. 1. Agravo retido. Decadência. Rejeição. 2. Bombom contendo larvas, detectadas quando o consumidor retirou a embalagem do chocolate, configura acidente de consumo por defeito do produto, uma vez que não ofereceu a segurança que dele podia legitimamente se esperar. Dever de qualidade, o qual se impõe nas relações de consumo, descumprido por parte do fornecedor.  Caso em que se impõe a responsabilização do fornecedor na forma objetiva, o que significa a dispensa da prova de culpa para restar evidenciado o dever de indenizar, bastando a existência do dano e do nexo de causalidade. 2. Não há falar da prova do dano moral no caso em comento, uma vez que este não se comprova através dos mesmos meios utilizados para verificação do dano material. Basta, para tanto, apenas a prova da existência do ato ilícito. O dano moral existe in re ipsa. Provada a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral. 3. Caracterizado o dano moral, há de ser fixada a indenização em valor consentâneo com a gravidade da lesão, observados posição familiar, cultura, política, social e econômico financeira do ofendido e as condições econômicas e o grau de culpa do lesante de modo que a indenização se consiga trazer uma satisfação para o ofendido, sem configurar enriquecimento sem causa, e, ainda, uma sanção para o ofensor. Quantificação adequada. Ajuste, apenas, do termo inicial de incidência dos juros de mora. Apelação parcialmente provida. [1]
 
No mesmo sentido:
 
EMENTA: DANO MORAL. PRODUTO COMERCIALIZADO IMPRÓPRIO PARA CONSUMO. ALIMENTO
QUE FOI INGERIDO PELO CONSUMIDOR. OCORRÊNCIA DO RESULTADO LESIVO. FATO DO PRODUTO COM FORÇA GERADORA DO DEVER DE INDENIZAR. 1. A aquisição de alimento contaminado por larvas, que além de provocar sensação desagradável ao consumidor, demonstra a não observação das regras de segurança pelos envolvidos na disposição do produto no mercado, caracterizando dano moral passível de reparação civil, na medida em que ingerido e causou mal estar ao postulante da reparação extrapatrimonial. 2. Ante as peculiaridades do caso concreto, majora-se o quantum indenizatório para o valor de R$ 10.000,00, privilegiando-se os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. 3. Sentença parcialmente reformada. 4. Apelação da autora provida, recurso adesivo da ré não provido. [2]
 
EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL. Dano moral. Autora que encontrou corpo estranho (lesma) em lanche fabricado pela fornecedora. Revelia. Incontroversa existência de ato ilícito. Art. 12, § 3º, II e III, do CDC. Estimativa. Hipótese em que é possível elevar a reparação moral à R$ 8.000,00, segundo os critérios regularmente adotados nesta Câmara e no STJ. Correção monetária a partir de quando o valor foi primeiramente definido. Mera adequação numérica do decreto condenatório nesta instância. Juros de mora (1% a.m.) da citação. Art. 405 do CC. Honorários de 10% sobre a condenação. Recurso provido em parte. [3]
 
EMENTA: RECURSO INOMINADO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ALIMENTO ADQUIRIDO COM PRESENÇA DE LARVAS. CONJUNTO PROBATÓRIO QUE COMPROVA AS ALEGAÇÕES DO AUTOR. PRODUTO IMPRÓPRIO PARA CONSUMO. DANO MORAL CONFIGURADO. ENUNCIADO 8.2 DAS TURMAS RECURSAIS DO ESTADO DO PARANÁ. SENSAÇÃO DE INSEGURANÇA QUE ULTRAPASSA A ESFERA DO MERO DISSABOR COTIDIANO. DEVER DE INDENIZAR. PEDIDO DE MINORAÇÃO AFASTADO. SENTENÇA MANTIDA. Recurso conhecido e desprovido. [4]
 
 
Diante dos fatos apresentados, as Rés devem ser condenadas a compensar os danos morais experimentados pelo Autor.
Por ser o abalo moral pessoal, o autor entende que um valor razoável a ser imputado a título de compensação para lhe satisfazer e punir as Rés seja uma quantia mínima de R$ 10,000 (Dez mil reais), tendo em vista que uma quantia inferior poderá se tornar irrisória diante das condições financeiras das Rés, que se tratam de uma grande fabricante de produtos derivados do cacau e de chocolates, extremamente conhecida no mercado, tanto nacional quanto internacional, e a outra uma grande rede de Hipermercados, com abrangência nacional, sendo que uma condenação inferior à indicada pelo Autor poderá ser insuficiente para atender a finalidade da responsabilização civil.
Entretanto, o autor confia na sensibilidade do(a) Magistrado(a) à determinação da quantia devida, uma vez que o contato com a realidade fática e processual lhe permite aferir o valor adequado à situação concreta.
3 – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Vige-se no processo comum o princípio segundo o qual o ônus da prova incumbe a quem alega. Todavia, nos casos previstos no Código de Defesa do Consumidor, o juiz deverá promover a inversão do ônus de provar, impondo-a ao fornecedor. 
Trata-se de mais um efeito da pretensão legislativa consistente em minimizar os ônus processuais do consumidor, que reputa vulnerável, e maximizar os deveres probatórios do fornecedor, como expediente necessário ao estabelecimento de uma equivalência real entre ambos. 
A inversão do ônus da prova, prevista no artigo 6º, inciso VIII, da Lei nº 8.078/1990, é aplicável ao caso em questão, já que a alegação autoral é verossímil, sobretudo diante do laudo de sanitarista, que confirmou, por escrito, a presença de intensa atividade de larvas no produto, senão vejamos:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: [...]VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
Dessa forma, o requerente faz jus à inversão do ônus probatório.
4 – DOS PEDIDOS
Diante do acima exposto é a presente para PEDIR digne-se Vossa Excelência à julgar totalmente procedente a ação para o fim de:
1 – Condenar as Rés ao pagamento dos danos morais experimentados pelo Autor, em valor a ser arbitrado por este Juízo, conforme fundamentação apresentada;
2 – Por consequência, a condenação das Rés ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios de sucumbência;
5 – DOS REQUERIMENTOS
1 - A citação das Rés para, querendo, responderem aos termos da presente demanda, sob pena de revelia e confissão;
2 – A inversão do ônus da prova.
6 – DAS PROVAS
Protesta provar o alegado pelas provas ora juntadas, quais sejam:
1 – Nota fiscal nº 230, emitida no estabelecimento da 2ª Ré (doc. 02);
2 – Laudo de Sanitarista (doc. 03);
3 – Fotografias do produto (doc. 04);
4 – Produto com a embalagem (doc. 05);
Bem como por todos os meios de prova em direito admitidos.
7 – DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (Dez mil reais).
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Paranavaí, 30 de março de 2017.
	
(ASSINATURA)
__________________________________
Nome do Advogado – OAB/UF nº_____
ROL DE DOCUMENTOS:
Doc. 01 – Procuração;
Doc. 02 – Nota fiscal nº 230, emitida no estabelecimento da 2ª Ré;
Doc. 03 – Laudo de Sanitarista;
Doc. 04 – Fotografias do produto;
Doc. 05 – Produto com a embalagem.

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