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O Direito Português e sua influência no Direito Brasileiro.
*Em reportagem recentemente publicada, importante veículo de comunicação afirmou que, de acordo com especialistas, a Lava-Jato inventou não um novo direito penal, mas sim uma nova maneira de conduzir o processo penal. Entendem tais juristas que as novidades não se limitam apenas à velo cidade acelerada dos processos, mas também implementou novidades que são mais comuns no sistema anglo -saxão (o denominado sistema de common law) as não na tradição romano-germânica, na qual se filia o sistema jurídico brasileiro. Cita, então, como tais novidades os acordos de delação e os acordos de leniência. Em (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/11/1936497-lava-jato-acelerou-processos-mas-direito-penal-decuritiba-e-criticado.shtml) Neste sentido, pesquise e responda:
 I) Quais as características fundamentais que diferenciam os sistemas romano-germânico do sistema denominado de common law? 
Romano Gemâni co -> a construção do d i rei to é re ali z ada pelo po de r legi sl ativo. 
Romano Gemâni co -> a construção do d i rei to é re ali z ada pelo po de r legi sl ativo. 
Romano Gemâni co -> a construção do d i rei to é re ali z ada pelo po de r legi sl ativo. 
Romano Gemâni co -> a construção do d i rei to é re ali z ada pelo po de r legi sl ativo. 
ROMANO GERMÂNICO - A CONSTRUÇÃO DO DIREITO É REALIZADA PELO PODER LEGISLATIVO.
II) Por que razão o Brasil acabou adotando o sistema jurídico românico-germânico em detrimento do sistema de common law?
Commom Law -> é consti tui d o atrave s de normas gerai s q ue se b as ei am e m de ci soe s j udi ci ai s prof e ri d as 
e m casos i n di vi d uai s
Commom Law -> é consti tui d o atrave s de normas gerai s q ue se b as ei am e m de ci soe s j udi ci ai s prof e ri d as 
e m casos i n di vi d uai s
Commom Law -> é consti tui d o atrave s de normas gerai s q ue se b as ei am e m de ci soe s j udi ci ai s prof e ri d as 
Commom Law -> é consti tui d o atrave s de normas gerai s q ue se b as ei am e m de ci soe s j udi ci ai s prof e ri d as 
COMMOM LAW: É CONSTITUIDO ATRAVES DE NORMAS GERAIS QUE SE BASEIAM EM DECISÕES JUDICIAIS PROFERIDAS EM CASOS INDIVIDUAIS.
PLANO 2: O Processo de Colonização e Organização Jurídico Institucional da América Portuguesa.
A chegada dos portugueses: Neste ponto será ressaltado o pouco interesse inicialmente despertado pelas terras brasileiras, atrelando este fato ao lucrativo comércio de Portugal com o Oriente. É de se observar que atividade extrativista foi a única explorada neste período, principalmente no que se re fere ao pau-brasil, cuja madeira era tida como mercadoria valiosa em razão da tinta dela extraível. Neste período foi utilizado o sistema de escambo com os indígenas autóctones, no qual os mesmos carregavam os navios com pau-brasil e recebiam em troca mercadorias sem valor para os padrões europeus do período. Administração Colonial Capitanias Hereditárias. A criação do Governo Geral: Neste ponto, teremos a oportunidade de analisar os métodos utilizados por Portugal para administrar a terras descobertas, primeiramente por intermédio do sistema de Capitanias Hereditárias. Faz-se importante compreender o que é uma Capitania Hereditária, bem como os motivos que levaram à sua ineficácia no decorrer desta fase da colonização. Posteriormente, indo um pouco mais adiante, é necessário que se enfrente a temática relacionada à forma como se deu a organização administrativa por meio da criação do chamado ?Governo-Geral, que tinha por propósito coordenar a defesa da Colônia, explorar o sertão e auxiliar as Capitanias que permaneciam estruturadas. Seguindo o entendimento da estrutura administrativa estabelecida pelo Governo-Geral, iremos constatar que a justiça portuguesa, instalada na colônia brasileira, organizou-se de maneira a permitir o controle do fluxo de informações ligadas ao poder judiciário, com a distribuição de funções como juízes, ouvidores e corregedores. A escravidão e a economia colonial ? Aqui se terá a oportunidade de se constatar que o trabalho escravo forneceu as bases para a construção da economia colonial. Deve-se observar, no entanto, que embora tenham sido os escravos negros os pés e as mãos da produção da riqueza no Brasil Colônia, a eles não foi concedida qualquer possibilidade de participação no resultado econômico, bem como qualquer voz no plano político. Como consequência, restou-lhes o exercício de papel social de subalternidade associado à pobreza material e ao analfabetismo, em um contexto no qual eram classificados como propriedade e não reconhecidos como pessoas. Carta de doação, Forais e Sesmarias Analisaremos alguns institutos jurídicos portugueses que tiveram elevada importância na implantação do sistema de Capitanias Hereditárias e no próprio processo de organização político-jurídico da Colônia: a Carta de Doação (como documento da Coroa Portuguesa pelo qual fazia a concessão de uma capitania a um capitão donatário), a Carta Foral (que fixava os direitos e deveres do capitão donatário e formava a base do estabelecimento das vilas e das cidades) e a Sesmaria (que normatizava a distribuição de terras destinadas à produção de alimento, já que os donatários - não possuindo capacidade e para cultivar toda a terra recebida - legavam parte dessas a particulares, com o objetivo de impulsionar o progresso das capitanias).
 Aplicação Prática Teórica
 O Foral de Olinda de 1537 é o documento histórico mais antigo relativo à cidade e elevou o povoado de Olinda à condição de Vila, estabelecendo seu patrimônio público, bem como um plano de ocupação territorial. Foi produzido pelo primeiro capitão donatário de Pernambuco (Duarte Coelho) aos povoadores e moradores, cedendo o direito de uso da terra, mas sem transferir sua propriedade. Ainda hoje a Prefeitura Municipal se utiliza do documento para fundamentar a cobrança de ?foro anual e também de ?laudêmio?. Inconformado, José, morador em terreno passível de cobrança, afirma que no Brasil não se reconhece um documento com quase cinco séculos de existência, além do que os forais não possuem força jurídica.
 Diante da informação acima, pesquise e responda:
 a) o que é uma Carta Foral?
UMA CARTA DE FORAL É UM DOCUMENTO CONCEDIDO POR UM REI OU POR UM SENHORIO A UMA POVOAÇÃO 
ONDE SE ESTABELECEM AS NORMAS DE RELACIONAMENTO DOS SEUS HABITANTES, ENTRE SI E COM O SENHOR 
QUE LHES OUTORGOU O DOCUMENTO. É CONCEDIDO COMO UMA CARTA DE PRIVILÉGIO, CONCEDENDO AOS 
MORADORES DA TERRA QUE A RECEBE UM ESTATUTO PRIVILEGIADO OU DE EXCEPÇÃO. 
POR QUE, AINDA HOJE, UM DOCUMENTO DO PERÍODO COLONIAL - O FORAL DE OLINDA - É CAPAZ DE PRODUZIR 
EFEITOS DE NATUREZA ARRECADATÓRIA, COMO POR EXEMPLO, A COBRANÇA FOREIRA SOBRE O QUANTITATIVO DE 
IMÓVEIS
- POR QUE, AINDA HOJE, UM DOCUMENTO DO PERÍODO COLONIAL - O FORAL DE 
OLINDA - É CAPAZ DE PRODUZIR EFEITOS DE NATUREZA ARRECADATÓRIA, 
COMO POR EXEMPLO, A COBRANÇA FOREIRA SOBRE O QUANTITATIVO DE 
IMÓVEIS DESCRITO NA MATÉRIA APRESENTADA ACIMA? 
É ASSEGURADO PELO PRINCÍPIO DO DIREITO DE PROPRIEDADE, PELA IRRETRO ATIVIDADE DAS LEIS, PELO ATO JURÍDICO 
PERFEITO E ACABAD O, PELA IRREVOGABILIDADE DO DIREITO ADQUIRIDO, PELA R ELEVÂNCIA DA INSCRIÇÃO DO FO RAL DE 
OLINDA E DOS CONTRATOS D E AFORAMENTOS NO REGISTRO IMOBILIÁRIO, OU SEJ A, POR TER EMBASAMENTO J URÍDICO 
INQUESTIONÁVEL, TENDO VIGÊNCIA ATE OS DIAS D E HOJE, POR ISSO QUE ATE O S DIAS DE HOJE FIGURA A CAR TA FORAL.
 b) Com que fundamento o Município de Olinda continua cobrando o foro anual e laudêmio?
PLANO 3: O contexto do período pré-independência:
Mineração: a "Era do ouro". Embora a descoberta de ouro desde sempre tivesse sido um objetivo de Portugal, a Chamada Era do Ouro acabou por ser uma consequência indireta da crise vivenciada pela economia açucareira brasileira. A prosperidade dos engenhos açucareiros, nas colônias holandesas, francesas e inglesas, da América Central levaram à crise do sistema açucareiro brasileiro e issoalterou bastante o panorama do processo colonizador e, por consequência do panorama socioeconômico da colônia, conforme será analisado no decorrer da aula. Porém, já adiantamos algumas dessas mudanças: o enorme crescimento demográfico do país, principalmente nas regiões auríferas; o estabelecimento de um comércio/mercado interno, uma vez que os produtos produzidos na colônia não eram mais apenas para exportação como ocorria com o açúcar e o tabaco do nordeste, mas também para suprir as necessidades dos novos habitantes; o desenvolvimento de uma classe média composta por artesãos, artistas, poetas e intelectuais que contribuíram para o grande desenvolvimento cultural do Brasil naquela época;
 a questão dos impostos (abusivos) cobrados pela Metrópole no âmbito da produção aurífera que, se por um lado equilibra as combalidas finanças portuguesas, por outro lado, propiciará inúmeros conflitos entre metrópole e colônia. Os movimentos de rebelião e a aplicação do Livro V das Ordenações Filipinas (matéria penal). Alguns movimentos evidenciaram a existência de fissuras na relação colônia/metrópole, principalmente a partir do final do Século XVII. Essas rebeliões eram geralmente motivadas por questões de ordem econômica, mas expressavam um descontentamento da população da colônia em razão do excessivo controle da metrópole sobre as províncias coloniais. Nessa linha, encontram -se a Revolta de Beckman (1684) no Maranhão, a Guerra dos Emboabas (1708) em Pernambuco; Guerra dos Mascates (1707) em Pernambuco, Revolta de Felipe dos Santos (1720) em Vi la Rica, mas principalmente, e com maior destaque, pela importância que tiveram, a Conjuração Mineira de 1789 e a Conjuração Baiana de 1798 (também conhecida como Conjuração dos Alfaiates). Em todos esses movimentos explicita -se a crise na relação entre colônia e metrópole e um crescente sentimento de identificação e pertencimento dos habitantes com seus núcleos coloniais. A transferência da corte portuguesa para as Américas, ou o início do processo de ?interiorização da metrópole?. No contexto específico da Conjuração Mineira, ficou historicamente evidenciada para as gerações posteriores o grau de rigor e brutalidade das regras contidas no Livro V das Ordenações Filipinas, sendo considerada a sentença de morte a que se submeteu Tiradentes, um dos marcos mais contundentes desta evidência.
A administração pombalina e a Lei da Boa Razão Figura importante na história portuguesa, o Marques de Pombal influenciou a administração do Brasil e teve importante papel na reformulação da estrutura judiciária, tanto na metrópole quanto na colônia. Entre seus feitos estão a criação de Companhias de comércio do Maranhão e Grão Pará e a de Pernambuco e Paraíba aproveitando-se do momento econômico mundial favorável, na esteira da Revolução industrial inglesa, para dinamizar a produção e o comércio de açúcar e algodão. No plano jurídico instituiu o Tribunal da Relação no Rio de Janeiro. A Lei da Boa Razão, criada por ele, possuía um caráter modernizador que restringia o uso do direito romano e das interpretações dadas a este pel os juristas medievais, como Acúrsio e Bartolo. A chegada da Família Real ao Brasil - A chegada da Corte portuguesa ao Brasil, no contexto de disputa pela hegemonia europeia entre a França napoleônica e a Inglaterra, gerou consequências incontornáveis no status da colônia. A instalação da Corte no Rio de Janeiro teve por consequência imediata a abertura dos portos às nações amigas, o que significou a quebra do pacto colonial, que sobrevivera por mais de 300 anos. Além disso, as muitas realizações de promovidas por D. João (criação do Banco do Brasil, Jardim Botânico, Teatro Real, Imprensa Régia, Escola Médica, etc.) foram configurando um novo perfil à antiga cidade colonial, que buscava, assim, o status de cidade imperial.
Aplicação Prática Teórica
Frequentemente o apoio à pena de morte é destaque na mídia brasileira. Recentemente, mais especificamente o mês de janeiro de 2018, pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha apontou que 57% da população brasileira são favoráveis à pena de morte. Na verdade tal número representou um aumento de 10 pontos percentuais em relação à última pesquisa, realizada no ano de 2008, quando a quantidade de pessoas que apoiavam este tipo de punição era de 47%. Ao menos em relação ao tema pena de morte, parece que a visão da população brasileira parece estar indo de encontro com as ideias preconizadas por Cesare Beccaria, um grande iluminista italiano, contemporâneo de Tiradentes.
Agora que você leu o texto acima, faça uma pesquisa e responda as seguintes perguntas:
a) Com base em que legislação Tiradentes foi, no Século XVIII, condenado à pena de morte?
 b) A condenação e a pena aplicadas a Tiradentes foram influenciadas pelas ideias de Cesare Beccaria? Justifique. 
c) Nos dias de hoje, é possível haver condenação a pena de morte no Brasil? Justifique.
PLANO 4: O Brasil Independente:
A Independência e o processo constituinte. A separação política era uma possibilidade levada em consideração pela dinastia Bragança como forma de não perder o controle sobre o Brasil. Com a concretização do processo de independência, em plena era da emergê ncia do paradigma constitucionalista, fez-se necessária a elaboração de uma constituição, que expressasse as condições de modernidade almejada pelas elites brasileiras. Nestas circunstâncias devem ser ressaltados dois pontos importantes:
a relação entre a dissolução da Assembleia Nacional Constituinte e as pretensões absolutistas de D. Pedro I; e
o pouco apreço por parte elites políticas brasileiras por um verdadeiro projeto liberal (em clara contradição ao discurso oficial), já que a Assembleia Nacional Constituinte previra no anteprojeto (conhecido como ?Constituição da Mandioca?) não só o voto censitário por renda, mas também a manutenção da escravidão.
A Constituição de 1824 e suas repercussões. As principais características que identificam a Constituição brasileira de 1824 são:
 adoção de um regime político monárquico; divisão em quatro poderes: executivo, legislativo, judiciário e moderador, sendo este último determinante para a instauração de um regime semiabsolutista;
voto censitário baseado na renda, o que auxiliava na manutenção dos interesses da aristocracia; estabelecimento do Catolicismo como religião oficial do Brasil, sendo a Igreja subordinada ao Estado; instituição de um rol de garantias e direitos individuais que, do ponto de vista textualformal, adequava-se à modernidade propagada pelas elites europeias.
O Código Criminal de 1830. As características presentes nas regras do Código Criminal de 1830, que representaram um grande avanço em relação às violentas e extemporâneas regras estabelecidas pelas Ordenações Filipinas. Nesta linha, importa ressaltar: a ideia de proporcionalidade entre o crime e a pena; a impossibilidade da pena ultrapassar a pessoa do infrator; a humanização da pena de morte, sem a tortura; a proibição das penas cruéis, sem enforcamentos e decapitações, embora ainda tenham persistido algumas penas previstas pelas Ordenações Filipinas. Importa ressaltar que alguns dos princípios norteadores do referido Código já encontram -se presentes na própria Carta de 1824.
Aplicação Prática Teórica
Sabe-se que a Constituição Imperial foi a única da história do Brasil que adotou a "divisã o" do poder por quatro Poderes. Porém, em mensagem transmitida na abertura do ano judiciário de 2018, a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, afirmou que o Poder Judiciário precisa ser um poder suficientemente forte para enfrentar constantemente as pressões de toda ordem, além de poder fazer face a uma das suas principais características, que é a de um poder moderador ? isto é, capaz de efetivar o seu controle externo sobre os atos dos demais poderes públicos, quando for necessário.
Pergunta-se:
O que caracterizou o chamado Poder Moderador no âmbito do Primeiro Império?
Relacione a fala da Ministra com a críticade que a atuação do Poder Judiciário como um poder moderador acaba desaguando em uma judicialização da política.
PLANO 5: Do Período Regencial a Maior Idade de D. Pedro II
A nova ordem jurídica como consequência da crise pela abdicação de D. Pedro I. Neste ponto, cabe apresentar os motivos pelos quais o Primeiro Reinado foi, paulatinamente, se enfraquecendo até o momento da abdicação de Pedro I, enfatizando três motivos principais: -
autoritarismo de que era acusado o monarca; o suposto privilégio que o mesmo estaria concedendo aos interesses portugueses em detrimento dos interesses "brasileiros"; a crise econômica por que passava o país, em razão dos gastos com guerras (especialmente, Cisplatina e a repressão à Confederação do Equador).
Uma importante consequência imediata da abdicação de D. Pedro I foi a necessidade de criar condições jurídico-políticas para o exercício do poder sem a legitimidade de um membro da Família Real. Assim, dá-se a criação da chamada Guarda Nacional, instituição que daria origem a um fenômeno posteriormente denominado coronelismo e que, a partir de então, teria profunda importância no processo sócio-político brasileiro. Também é necessário se reportar ao primeiro Código Processual Criminal brasileiro de 1832. O mesmo, adaptando-se a uma nova visão (seguindo a linha do Código Penal,
considerado liberal para a época), ofereceu muitas garantias de defesa aos acusados e, principalmente, valorizou o papel do magistrado, conferindo-lhe importantes funções.
O Ato Adicional de 1834 e a alteração no Texto Constitucional. A única reforma formal da Constituição de 1824 foi aquela promovida pelo Ato Adicional de 1834 que institucionalizou, de forma mais aprofundada, o processo de descentralização do Poder em razão da ausência da figura do Imperador. Houve quem considerasse que o Estado unitário do Império somente não teria se transformado em uma forma de Estado plenamente federal pelo fato dos presidentes de províncias terem continuado a ser indicados pelo Poder central. De qualquer forma, este é um dos marcos jurídicos fundamentais do período. Porém, mesmo com a descentralização, é necessário informar ter havido, no período, um surto de revoltas como consequência do baixo reconhecimento de autoridade dos governos regenciais.
Aplicação Prática Teórica
(Udesc 2017 - adaptada)
A abdicação de Dom Pedro I, em 1831, foi seguida por anos turbulentos, nos quais diferentes grupos políticos defendiam distintos projetos para os destinos da nação. Neste período ? que, até a coroação de Dom Pedro II, é conhecido como ?Período Regencial? diversas revoltas eclodiram nas províncias e reivindicavam, especialmente, autonomia em relação ao poder central
Assim, responda brevemente por que razão o Período Regencial (1831-1840) é considerado um período de transição na história da formação do Estado brasileiro.
PLANO6: : O Direito no Segundo Reinado
A maioridade de D. Pedro II e a estabilização do processo político- neste ponto será analisado o processo de declaração da maioridade de Pedro II (o chamado "Golpe da Maioridade") como decorrência da necessidade política de restaurar a confiança e a legitimidade do poder, de forma a dar fim às disputas políticas que abalavam o Brasil (principalmente em razão das revoltas deflagradas pelo país afora). No plano político, o Segundo Reinado se caracterizou pelo compartilhamento do poder entre liberais e conservadores, sendo que o Imperador, blindado pelos direitos a ele concedidos pelo Poder Moderador, surgia como "intermediário imparcial" destas disputas políticas, gerando um clima de estabilidade, antes desconhecido.
O Código Comercial e a Lei de Terras: em busca da modernização - Esses dois diplomas normativos, de grande importância no período, passaram a ter vigência no ano de 1850, no contexto de busca por uma modernização do quadro jurídico-econômico e jurídico social brasileiro. No que se refere ao Código Comercial de 1850, a sua longevidade foi grande e mesmo tendo grande parte de suas regras revogadas pelo Código Civil de 2002, ainda hoje se mantém vigente no que se refere a matérias concernentes ao direito marítimo. Já no que se refere à Lei de Terras, foi a primeira iniciativa no sentido de organizar a propriedade privada no Brasil. Até então, não havia nenhum documento que regulamentasse a posse de terras e com as modificações sociais e econômicas pelas quais passava o país (chegada de imigrantes e temor da extinção da escravatura) os grandes proprietários pressionaram pela sua elaboração de forma a manter a estrutura latifundiária vigente.
O Escravagismo e as Leis Abolicionistas - ao longo do Século XIX a legislação escravista no Brasil sofreu inúmeras mudanças como consequência das pressões internacionais e dos movimentos sociais abolicionistas. A primeira alteração relevante na legislação ocorreu em 1850, quando foi decretada a Lei Eusébio de Queirós, que, diferentemente daquela de 1831 (referida na Aula 5 ), realmente visava a extinção do tráfico negreiro no país, como resposta às constantes pressões e ameaças da Inglaterra, determinada esta a dar cabo, de forma definitiva, ao tráfico negreiro. Em 1871, foi decretada a Lei Visconde do Rio Branco, conhecida também como a Lei do Ventre Livre. Estabelecia esta, que a partir de 1871 todos os filhos de escravos seriam considerados livres. Também outra Lei bastante importante no período seria a "Lei dos Sexagenários", de 1885, que concedia liberdade aos escravos com idade igual ou superior a 65 anos. Porém, importa ressaltar, que mecanismos normativos presentes nestas duas leis demonstravam que os escravocratas manobravam de forma eficiente no sentido de adiar ao máximo a abolição definitiva da escravatura. Por iss o, foi necessário um documento autônomo, específico (Lei Áurea de 1888) que pusesse fim ao incivilizado e desumano sistema escravocrata.
A crise e o fim do Império do Brasil (1870-1889) - a crise do Império, no Brasil, foi marcada por um conjunto de crises parciais e localizadas, que acabaram por favorecer a Proclamação da República. Em geral, podemos considerar as seguintes: a propagação das ideias republicanas; a crise entre Igreja e Estado (Questão Religiosa), que determinou o não engajamento da primeira na defesa do Império no momento em que se deu o movimento republicano; a abolição da escravidão, que tirou o apoio dos senhores de escravos ao regime imperial, principalmente por não terem recebido as indenizações do governo, a que achavam fazer jus; a chamada Questão Militar, que representou uma série de conflitos entre oficiais do Exército Brasileiro e a monarquia, no período 1884 e 1887 e que acarretou no fortalecimento da campanha republicana entre os militares.
Aplicação Prática Teórica
A questão agrária no Brasil, tão atual e discutida por diversos setores de nossa sociedade, remonta um longo processo histórico que assinala o problema da concentração de terras em nosso país. Durante o Segundo Reinado, destacamos um dos mais importantes m arcos desse processo no momento em que o poder imperial estabelece a Lei de Terras de 1850. Sendo um fruto de seu tempo, essa lei assinalou o predomínio dos grandes proprietários de terra no cenário político do século XIX. Essa lei surgiu em uma época de intensas transformações sociais e políticas do Império. Naquele mesmo ano, duas semanas antes da aprovação da Lei de Terras, o governo imperial criminalizou o tráfico negreiro no Brasil por meio da aprovação da Lei Euzébio de Queiroz. De fato, essas duas leis estavam intimamente ligadas, pois o fim da importação de escravos seria substituído por ações que incentivavam a utilização da mão de obra assalariada dos imigrantes europeus. (texto adaptado - disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/lei-terras-1850.htm)
Responda as questões abaixo:
O texto acima faz referência à Lei Euzébio de Queiroz. No âmbito do processo de Abolição da Escravatura no Brasil, as leis abolicionistas que se seguiram à referida Lei podemser consideradas fruto do amadurecimento humanístico de nossas elites?
Considerando o texto, estabeleça relações entre Lei de Terras, Imigração Subvencionada e Abolição da Escravatura.
PLANO 7: O Direito na Primeira República:
A República da Espada: do Governo Provisório ao governo do Marechal Floriano. A República da Espada, ocorrida entre os anos de 1889 a 1894, foi por muitos considerado o primeiro período ditatorial ocorrido no Brasil. Durante este período, o Brasil foi governado pelos Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, sendo que os levantes populares e a repressão a focos de resistência à República, composto por simpatizantes do Imperador Dom Pedro II, foram violentamente reprimidos, consolidando a República proclamada em 1889. O período consagra a concepção de um regime republicano centralizador, o que delineava um quadro contrário à vontade das oligarquias rurais e dos grandes cafeicultores paulistas, que pregavam a implantação de um regime republicano descentralizado.
O Código Penal de 1890. Com a abolição da escravidão em 1888, tornou-se incontestável para as elites do período, a necessidade de adaptação das leis vigentes. Isso fica claro com, por exemplo, a proibição da prática de capoeira em espaços públicos pelo Código Penal de 1890, o segundo Código Penal no Brasil, o primeiro da República, que viria a substituir o de 1830. O novo texto, elaborado às pressas, com pouca discussão e reflexão, foi criticadon por sua por sua falta de técnica, tendo, por isso sofrido interferência de inúmeras leis modificativas, até sua efetiva derrocada, em 14 de dezembro de 1932 (embora só fossemos ter um novo Código em 1940).
A primeira Constituição Republicana de 1891. A Constituição de 1891 - inspirada na Constituição norte-americana de 1787 ? teve como principais traços, os seguintes:
Adoção da forma republicana de governo (República Federativa, sob a denominação de República dos Estados Unidos do Brasil); Previsão da existência de três poderes independentes e harmônicos entre si (com a supressão do Poder Moderador, típico traço do Império brasileiro); Eleição para escolha do Presidente da República e dos membros do poder Legislativo por meio do sufrágio direto, universal masculino (mas com voto aberto, propiciador do voto de cabresto) e proibição de voto aos analfabetos, menores de 21 anos, mulheres, monges regulares, praças das Forças Armadas e mendigos; Estabelecimento de um Estado laico, extinguindo-se o Padroado; Ampla autonomia para os estados (federalismo forte); Previsão de controle da constitucionalidade dos atos normativos pelo Poder Judiciário.
Aplicação Prática Teórica
Embora a charge acima apresente um tom intencionalmente irônico, há alguns questionamentos que podem ser feitos.
No que se refere a ignorância dos personagem no terceiro quadro acerca da Proclamação da República, teria ela alguma conexão com o situação ocorrida em 1891?
No que se refere ao segundo quadro, apesar do estabelecido no Art. 72 da Constituição de 1891 (direitos fundamentais), a presença dos militares no comando da Proclamação propiciaram maior grau de liberdade aos cidadãos brasileiros?
PLANO 8: A República: o período Oligárquico
O café com leite: a política na República Oligárquica. A partir da presidência de Campos Sales, o Partido Republicano Paulista, conhecido como PRP (São Paulo era a maior força política e econômica do Brasil), se une ao Partido Republicano Mineiro - PRM (Minas Gerais era o estado com a maior população e o maior número de eleitores) inaugurando a denominada política do Café-com-Leite. Nesta, as oligarquias paulista e mineira passaram a se articular de forma a escolher os presidentes da República, recolhendo para suas oligarquias os benefícios das políticas por estes implementadas. Pode -se dizer que, embora essa política tenha estado em crise em alguns momentos no decorrer do período, faz sentido afirmar que sua derrocada definitiva se dá no ano de 1930, quando a crise econômica pôs fim à Velha República. Importante ressaltar, neste contexto, a relação entre a "política do Café-com-Leite" e o fenômeno do "coronelismo".
Movimentos sociais. Analisaremos alguns movimentos sociais emblemáticos da República Velha. Costuma-se subdividir os movimentos sociais em rurais e urbanos. Os rurais se caracterizaram pelo "messianismo", termo usado para denominar os movimentos em áreas rurais pobres atingidas pela miséria, sendo seus principais componentes a religiosidade popular do sertanejo e o sentimento de revolta. Canudos e Contestado são seus principais exemplos. Já os movimentos sociais urbanos estão igualmente ligados à pobreza, mas com a adição de um componente específico: o preconceito racial. O fim do Século XIX trazia a lógica da mestiçagem como símbolo do fracasso nacional. Dois exemplos paradigmáticos desses movimentos utilizados pelos historiadores são a Revolta da Vacina e a Revolta da Chibata e que serão analisadas no decorrer da aula.
Economia cafeeira e primeiras indústrias. No período se deu o surgimento de diversas indústrias, a partir do capital gerado, principalmente, pela lavoura cafeeira. Estão relacionados a este fenômeno não só o aumento da renda da população, que gerou a demanda de produtos de consumo não duráveis e a política de incentivo à imigração, que aumentou o quadro de trabalhadores no país (possibilitando a exploração da mão-de-obra a baixo custo). Também a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914, por diversos fatores, levou à necessidade de diminuição das importações, criando, com isso, a necessidade de produção nacional de artigos industrializados.
O Código Civil de 1916 e suas origens. Embora no ano de 1899 o jurista Clóvis Beviláqua tivesse apresentado o projeto de Código Civil, somente após dezesseis anos de debate viria o mesmo a se transformar no Código Civil Brasileiro, promulgado em 1º de janeiro de 1916. De toda forma, a verdade é que a sua estruturação e muitas das teorizações ali abraçadas já estavam presentes em formulações encomendadas a vários grandes juristas - destacando-se a figura de Teixeira de Freitas (mais especificamente nas obras "Consolidação das Leis Civis" e "Esboço do Código Civil") - desde os anos 50 do Século XIX. O nosso intuito é mostrar que o perfil do Código, por um lado liberal (na perspectiva negocial-contratual), por um lado conservador (na perspectiva social) não deixa de retratar a sociedade brasileira da época, sendo relevante lembrar que boa parte de sua normatização sobreviveu até 2003, quando foi revogado pelo novo Código Civil atualmente vigente.
Movimento importantes. Aqui a ideia é apontar a riqueza de alguns dos movimentos que entraram para a história brasileira, enfatizando as consequências que causaram nas esferas social, artística, econômica, política e ideológica. Devem ser sinteticamente apresentados:
o movimento operário, a partir de algumas de suas vertentes (anarquismo, sindicalismo, anarco - sindicalismo, comunismo, etc.) apontando as circunstâncias e consequências de suas ações;
a) o movimento operário, a partir de algumas de suas vertentes (anarquismo, sindicalismo, anarco - sindicalismo, comunismo, etc.) apontando as circunstâncias e consequências de suas ações;
c) o Tenentismo, como movimento profundamente crítico por parte da nova oficialidade que considerou que o Exército traíra os ideais que o haviam levado a assumir um papel de protagonismo na República, submetendo-se aos interesses dos grandes proprietários rurais. Esse movimento exerceria um papel de grande importância nos acontecimentos históricos das décadas seguintes.
A crise da oligarquia. O objetivo deste tópico é apontar a crise do sistema oligárquico, não apenas em razão da deterioração do contexto político interno que se expressa na insatisfação de grupos regionais alijados de participação no poder (o que conduziu à Emenda Constitucional de 1926), mas também mostrar como o contexto de crise econômica internacional colocou aoligarquia paulista em xeque. Isto se dá não apenas no âmbito econômico, mas também no âmbito político. É interessante que se complemente o conteúdo desta aula com uma pesquisa na internet na qual se deverá buscar saber um pouco mais sobre alguns marcos jurídicos importantes do período, conforme acima mencionado, tais como: o Código Civil de 1916 (valendo a pena saber um pouco mais também sobre a Consolidação das Leis Civis de Teixeira de Freitas de 1857) e a Emenda Constitucional de 1926.
Aplicação Prática Teórica
As eleições são de fundamental importância, pois além de representar um ato de cidadania, possibilitam a escolha de representantes e governantes que fazem e executam leis que interferem diretamente em nossas vidas. Escolher um mau governante pode representar uma queda na qualidade em nossas vidas.
Analise a figura abaixo e, depois, responda as seguintes questões:
Quais as características do processo eleitoral estabelecidos pela Constituição brasileira de 1891?
Explique a relação entre a charge e o chamado voto aberto.
PLANO 9: O Direito na Era Vargas
 Relacionar a Revolução de 1930 com a crise política vivenciada na Primeira República a partirda ascensão de uma nova elite de poder e os novos atores políticosociais no contexto da decadência da oligarquia paulista; ;Relacionar o advento da Era Vargas como marco do processo de reordenamento do Estado brasileiro; Apontar as características fundamentais do Código Eleitoral de 1932; Analisar a Constituição de 1934, correlacionando-a ao reconhecimento de direitos fundamentais sociais no Brasil.
A Revolução de 30: Apresentação do contexto histórico e as circunstâncias do movimento de revolta armada ocorrida no Brasil, em 1930, que, por meio de um golpe de Estado apoiado por militares, afastou do poder o presidente Washington Luiz (afastando definitivamente a oligarquia paulista do poder), elevando ao comando do país, na condição de Presidente da República, Getúlio Vargas.
O Período do Governo Provisório - de 1930 a 1934: O governo provisório de Getúlio Vargas caracterizou-se pela centralização do poder, eliminando os órgãos legislativos (federal, estadual e municipal) e concedendo ampliado papel aos tenentistas. Estes tiveram acesso aos principais cargos do governo como forma de anular a ação dos antigos coronéis e sua influência na política regional. Esta situação, como decorrência natural, resultou em contínua tensão entre as velhas oligarqu ias e os militares interventores. É neste contexto que se deu a chamada Revolução Constitucionalista de 1932, que, mesmo vencida, obrigou politicamente a que Vargas convocasse a Assembleia Constituinte.
O Código Eleitoral de 1932: O Código Eleitoral de 1932 foi um dos grandes marcos jurídicos do período, criando a Justiça Eleitoral e regulando em todo o País as eleições federais, estaduais e municipais. Entre as principais novidades, o Código introduziu o voto secreto e o voto feminino. Algumas críticas dirigidas a este Código levaram, em 1935, à promulgação de um segundo Código (por meio da Lei nº 48) que, embora tenha substituído aquele, não alterou suas conquistas.
A Constituição de 1934 e o advento dos direitos fundamentais sociais: A emblemática Constituição de 1934 apresentou como principais características: a) a recepção do constitucionalismo social de Weimar (Constituição Alemã de 1919), fixando em nosso ordenamento jurídico os direitos sociais; b) a proposição de um Estado um pouco mais liberal e um pouco menos centralizado do que desejava Vargas. No entanto, estabeleceu-se um regime federativo com menor autonomia financeira dos estados; c) a manutenção da divisão tripartite dos poderes, mas com um Executivo hipertrofiado; d) a c riação do mandado de segurança no âmbito constitucional; e) a manutenção de um Legislativo bicameral, apesar de um certo esvaziamento das prerrogativas do Senado Federal em matéria legislativa; f) a fixação da obrigatoriedade do alistamento eleitoral e do voto para os homens maiores de 18 anos e para as mulheres maiores de 18 anos exercentes de função pública remunerada; g) maior intervencionismo do Estado em temas de natureza econômica e social.
O Período do Governo Constitucional - de 1934 a 1937: No curto período democrático, a ascensão de dois grandes movimentos políticos - a Ação Integralista Brasileira (AIB) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL) - concedeu a Vargas os motivos que o mesmo utilizou para levar o país à ditadura. O primeiro defendia o fim das liberdades democráticas, a perseguição dos movimentos comunistas e a intervenção máxima do Estado na economia; já o segundo, do qual faziam parte os comunistas brasileiros, era favorável à reforma agrária, à luta contra o imperialismo e à revolução por meio da luta de classes. O processo político se tornou tumultuado e, apesar da chamada ?Intentona Comunista? ter sido facilmente controlada pelo governo, Getúlio Vargas utilizou-se do episódio para declarar estado de sítio e ampliar seus poderes políticos. Diante de uma suposta (ou mais, propriamente forjada) tentativa de golpe comunista (Plano Cohen), Vargas inviabilizou a nova eleição presidencial que deveria acontecer em 1937, conduzindo o país à ditadura e afastando o sonho democrático.
Aplicação Prática Teórica
(ENEM, 2013 - Adaptada) Na imagem, da década de 1930, há uma crítica à conquista de um direito pelas mulheres. Relacione o representado na imagem com o conteúdo da aula.
PLANO 10: O Direito no Estado Novo
O Período da ditadura do Estado Novo (de 1937 a 1945). Neste ponto será analisado o advento do Estado Novo sem desvinculá-lo de outros regimes ditatoriais vivenciados na Europa, no m esmo período. Cabe apontar que, se na área econômica o país fez alguns avanços com a modernização industrial, investimentos e infraestrutura e com conquistas para a classe trabalhadora, por outro lado, caracterizouse pela: centralização administrativa do Estado; pela censura aos meios de comunicação (rádios, revistas e jornais) e às manifestações artísticas (teatro, cinema e música, por exemplo); pela criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) para fins de promoção e divulgação das realizações do governo; pela perseguição e, em alguns casos, prisão de opositores e inimigos políticos; pela repressão às manifestações políticas e sociais (protestos, greves, passeatas); e também pelo controle dos sindicatos.
A Constituição de 1937 (A Polaca). A principal característica dessa carta política seria a de conceder poderes amplos a Vargas com reforço do Poder Executivo, embora nunca tenha sido a mesma aplicada em alguns de seus principais pontos. Tal fato reforça o caráter ditatorial do Estado Novo. A decomposição dos órgãos legislativos e a sua índole centralizadora converteram -na em um texto inerte em vários dispositivos. Embora previsse um ?plebiscito? (na verdade, um referendo) para sua
confirmação, esse jamais foi realizado. Porém, dentre as principais características ali previstas, podem ser citadas como mais importantes as seguintes: concentração de poderes ao chefe do Executivo; eleições indiretas para presidente, cujo mandato seria de seis anos; o Senado Federal passaria a ser denominado por Conselho Federal; mitigação da autonomia dos Estados -Membros; criação da técnica do estado de emergência e sua utilização permanente; previsão de pena de morte; retirada do direito de greve do trabalhador; possibilidade de exclusão de funcionários opositores do regime; extinção dos partidos políticos e redução drástica da liberdade de imprensa, passando a vigorar a censura prévia; forte restrição aos direitos individuais, com perda do caráter constitucional dos institutos da ação popular e do mandado de segurança. Na esfera eleitoral, extinguiu a Justiça Eleitoral, aboliu os partidos políticos e suspendeu as eleições livres.
Os Códigos Penal (1940) e de Processo Penal (1941). Embora estabelecidos na ditadura, não foram consideradas obras arbitrárias.Ambos os códigos foram passando, ao longo dos anos, por diversas modificações a fim de torná-los compatíveis com as características da sociedade que regulavam. De qualquer forma, o Código Penal Brasileiro, bem como o Código de Processo Penal, não podem conter normas que se oponham à atual Constituição do País, sendo que suas interpretações, da mesma forma, devem ser compatíveis com a inteligência das normas da Constituição de 1988.
A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). A criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em 1943, deu-se no âmbito da expansão dos direitos sociais, garantindo inúmeros benefícios aos trabalhadores do país. Entre os direitos podemos citar: carteira de trabalho, jornada de trabalho e período de férias, proteção do trabalho da mulher, contratos individuais, medicina, justiça e fiscalização do trabalho, entre outros. Trata-se de marco jurídico de grande importância para o país até s dias atuais.
O enfraquecimento e a derrocada do Estado Novo. Com o final da 2ª Guerra Mundial (1945) e a derrota do bloco nazifascista, e a vitória das tropas aliadas com o apoio do Brasil, a opinião pública começou a contestar o regime ditatorial varguista. Intelectuais, artistas, profissionais liberais e grande parcela do povo queriam a volta da democracia ao país. Embora o movimento ?queremista? (movimento no qual Vargas parecia buscar apoio para se manter no poder) pedisse pela manutenção do ditador, a pressão para sua renúncia foi aumentando e, em outubro de 1945, um movimento militar - liderado pelos Generais Dutra e Góis Monteiro - derrubou de vez o regime varguista.
APLICAÇÃO PRATICA:
Leia atentamente os Artigos 178 e 187 da Constituição de 1937, abaixo descritos:	
?(...) Art. 178 - São dissolvidos nesta data a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, as Assembleias Legislativas dos Estados e as Câmaras Municipais. As eleições ao Parlamento nacional serão marcadas pelo Presidente da República, depois de realizado o plebiscito a que se refere o art. 187. (...)
Art. 187 - Esta Constituição entrará em vigor na sua data e será submetida ao plebiscito nacional na forma regulada em decreto do Presidente da República. (...)
Como se vê, em razão de ter sido a Carta de 1937 outorgada, o seu Art. 178 previu a submissão da mesma a um plebiscito nacional, na forma regulada em decreto pelo próprio Presidente da República, a fim de que o povo a legitimasse. Neste sentido, pergunta-se:
O Presidente obteve a legitimação da Carta de 1937 por via do referido ?plebiscito nacional? constitucionalmente previsto?
O Congresso Nacional foi atuante no decorrer do Estado Novo varguista?
PLANO 11: O Direito no Brasil do Pós-Guerra
A Constituição Democrática de 1946. A nova Carta assume-se como democrática apresentando como principais características, as seguintes: - o bicameralismo é reinstituído e os poderes são reequilibrados; - há o reestabelecimento do cargo de Vice-Presidente da República; - é estabelecido o mandato presidencial de cinco anos (quinquenal); - é prevista a proteção da propriedade privada e do latifúndio; - é garantido o direito à greve e à livre associação sindical; - é assegurada a liberdade de expressão e opinião; (re)constitucionaliza o mandado de segurança para proteger direito líquido e certo não amparado por habeas corpus e a ação popular e passa a haver previsão de desapropriação por interesse social.
O segundo Governo de Getúlio Vargas. Eleito presidente da República em 1950, retornou ao poder pelas vias democráticas, permanecendo fiel a uma política nacionalista, cuja consequência mais evidente foi a criação da Petrobrás. No ano de 1954, o clima político é extremamente tenso, sendo forte a oposição de parte da imprensa e dos militares que consideravam que seu governo começou a se alinhar a posições esquerdistas. Concomitantemente, a situação econômica ruim diminuía-lhe o apoio popular, com que sempre contara. O atentado a Carlos Lacerda tornou insustentável sua situação, com grande a pressão para sua renúncia. Porém, Vargas suicidou-se e passou a ser considerado uma das figuras míticas da política nacional.
O governo JK e a linha desenvolvimentista. A política econômica desenvolvimentista de Juscelino marcou época no país. Se por um lado a entrada de multinacionais gerou emprego e desenvolvimento, por outro lado deixou nosso país mais dependente do capital externo. O investimento na industrialização deixou de lado a zona rural o que acelerou o processo de inversão na ocupação do país. O Brasil ganhou uma nova capital, Brasília, o que contribuiu para que ocorresse grande desenvolvimento na região centro - oeste. Todavia, a dívida externa contraída para a realização do projeto aumentou significativamente no período, repercutindo na economia.
O curto Governo Jânio Quadros e o começo do golpe. Considerado um dos grandes representantes do populismo, em seu brevíssimo mandato, Jânio Quadros buscou agir de forma firme contra a inflação e contra os maus resultados da burocracia. Criticou de forma enfática o governo de Kubitschek responsabilizando-o pela inflação, pela má administração pública, bem como pela grande dívida externa que o país contraíra. Tornou-se polêmico pela política internacional assumida (aproximação com Cuba) e pelos factoides criados em torno de temas desimportantes como a proibição de uso de lança-perfume, o uso de biquíni em concursos de miss transmitidos pela televisão e ainda pelas brigas de galo. Em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros renunciou ao poder. Ainda hoje se especula se tal renúncia não seria apenas um tipo de jogo de cena para que o Parlamento lhe oferecesse liberdade governamental ampla, além do apoio do exército brasileiro, que nunca chegaram. Fato é que o vácuo político deixado contribuiu para um dos períodos mais negros da história do país
Em comparação com as constituições anteriores, A Constituição de 1946 possibilitou a heterogeneidade político-ideológica com o pluripartidarismo, sendo que mesmo seu texto já foi escrito por deputados e senadores eleitos por nove diferentes partidos, ou seja, representativos de todo o espectro político e donos de diferentes trajetórias políticas até aquele momento. Além disso, a Carta de 1946 trouxe algumas características importantes no âmbito político-eleitoral, tanto em relação à eleição do Presidente e Vicepresidente, como em relação ao voto feminino. Agora, veja a charge abaixo e, depois responda as perguntas que seguem:
Nesse sentido:
No que se refere aos direitos eleitorais da mulher, quais as diretrizes seguidas pela Constituição de 1946 que a distinguem das Cartas anteriores?
Sabe-se que a nossa atual Constituição (1988) exige que os candidatos a Presidente e Vice-Presidente se elejam por uma mesma chapa. Como foi tratato esse tema na Constituição de 1946?
Que crítica está sendo formulada pelo cartunista, na charge acima, mais precisamente no que se refere à forma como os políticos brasileiros se posicionam em face do sistema pluripartidarista?
PLANO 12: O Direito nos Atos Institucionais:
O Golpe Militar de 1964 e a instalação do regime autoritário
João Goulart e o golpe militar de 1964. Trata-se de apresentar um quadro acerca do conturbado período em que João Goulart assumiu o governo do país. A ocorrência de greves e manifestações políticas e sociais, o alto custo de vida enfrentado pela população, somado à promessa de fazer a Reforma de Base (mudanças radicais na agricultura, economia e educação) levaram a um quadro de instabilidade política. O temor de que o socialismo fosse implantado no Brasil em um contexto internacional de Guerra Fria, levou a que significativa parte da classe média, a Igreja Católica, os setores conservadores da sociedade e os Estados Unidos apoiassem o golpe evado à cabo pelos militares.
Os atos institucionais como anomalias do Estado de Direito. O golpe militar buscava uma solução jurídica que o legitimasse. Tendo por referência que a Constituição é tradicionalmenteconsiderada a norma de maior hierarquia no sistema, a ?criação? dos ?atos institucionais? configuram uma anomalia do Estado de Direito, pois não há previsão de sua existência pela Constituição. Pelo contrário, a técnica usada pelos juristas apoiadores do golpe foi a de estabelecer os atos institucionais como atos revolucionários e, por isso, hierarquicamente superiores à própria Constituição de 1946.
A Constituição de 1967. Com a intenção de legitimar o regime militar, a autoritária Constituição de 1967 incorporou todas as decisões desde 1964 e foi considerada uma Carta Constituinte s emioutorgada, já que um Congresso mutilado apenas confirmou uma decisão interna previamente definida pelos militares. A Carta hipertrofiou as atribuições do Poder Executivo (principalmente concedendo-lhe poderes especiais em relação à Segurança Nacional) e enfraqueceu o princípio federativo, reduzindo a autonomia política dos Estados e municípios. Deu azo a um retrocesso no processo democrático e estabeleceu restrição ou mesmo suspensão de direitos políticos.
No âmbito das liberdades, o governo empreendeu a criação de mecanismos capazes de controlar os meios de comunicação e qualquer outra manifestação ligada à vida cultural do país por meio da criação da Lei de Imprensa e da Lei de Segurança Nacional. Também se retirou qualquer direito dos trabalhadores de promoverem greves ou organizarem sindicatos, lançando as bases para que outras leis instituíssem a censura e o banimento dos cidadãos brasileiros. O Ato Institucional n° 5 e a institucionalização da violência O Ato Institucional n° 5 (ou simplesmente o AI-5) deve ser visto como uma das mais violentas facetas da ditadura militar. Foi um diploma normativo que concedeu poderes especiais ao presidente, que poderia, na esfera da autonomia pública, estabelecer recesso por tempo indeterminado do Congresso Nacional e de qualquer outro órgão legislativo em esfera estadual e municipal, cassar mandatos, bem como suspender os direitos políticos de qualquer cidadão por dez anos. Além disso, poderia ser realizado o confisco dos bens daqueles que fossem incriminados por corrupção. No que diz respeito às garantias individuais (esfera da autonomia privada), o AI-5, poderia suspendê-las, não reconhecendo o habeas corpus como remédio constitucional apto a conceder liberdade ambulatorial em caso de crimes políticos contra a segurança nacional, contra a ordem econômica e social e também contra a economia popular. A partir de então, autoridades militares puderam prender e coagir os cidadãos de forma arbitrária e violenta, havendo consenso de que o regime, indo adiante, se utilizou da tortura como método para obtenção de objetivos. Logo após a publicação dos doze artigos do AI-5, vários cidadãos foram lançados na cadeia, dando início ao chamado ?anos de chumbo?, a época mais cruel da ditadura.
A Emenda Constitucional nº01/69 e o recrudescimento do regime. A EC nº 1, também conhecida como "Constituição de 1969", foi uma alteração feita pela Junta Governativa Provisória de 1969 na Constituição de 1967. Ela se caracterizou por institucionalizar os AI além de promover três alterações (estabelecimento de eleições indiretas para o cargo de Governador de Estado, ampliação do mandato presidencial para cinco anos e extinção das imunidades parlamentares), apontando para o endurecimento da ditadura, sob o viés jurídico. Embora haja quem defenda tratar-se de uma nova Constituição, a maior parte de historiadores e juristas consideram -na mera emenda à Carta de 1967.
APLICAÇÃO PRATICA:
No Brasil, entre 1964 e 1968, foram implementadas diversas medidas legais que interromperam o regime político democrático que havia se estabelecido em 1946. Assim, entre o Golpe de 1964 e a decretação do Ato Institucional nº 5, decretado em 13 de dezembro de 1968, inaugurou um novo momento político da ditadura militar no Brasil, que durou até meados da década de 1970. Sobre esse período da história política brasileira, responda o que se pede a seguir.
Pesquise e cite ao menos duas disposições do AI-5 que favoreceram o recrudescimento da repressão política promovida pela ditadura militar.
A Constituição de um Estado Democrático de Direito pode veicular normas que reproduzam o teor das normas do Ato Institucional nº 5?
Explique a importância desse surto econômico para o regime militar.
PLANO 13: Da distensão lenta e gradual do regime autoritário ao processo de redemocratização
A abertura lenta e gradual do governo Geisel. O lento processo de transição rumo à abertura começa em 1974 sob a presidência de Ernesto Geisel. Seu governo coincide com o fim do milagre econômico e com o início de período de crise do petróleo e de recessão mundial que interferem na economia brasileira e geram insatisfações internas. Essa situação gerou efeitos no processo político com a paulatina supremacia da oposição nas urnas o que leva ao chamado Pacote de Abril (1977), composto por uma emenda constitucional (EC nº 8/77) e seis decretos -leis, alterando as regras das eleições de 1978. Com isso criou-se a figura do ?senador biônico?, que estabelecia que um terço da composição do senado seria eleita pela via indireta, o que garantiria ao governo militar a supremacia na Casa Alta do Parlamento.
Além disso, estabeleceu-se que o mandato presidencial passaria a ser de 6 anos. A sinalização efetiva que o país caminhava realmente para a abertura política deu-se em 1978, quando por intermédio da Emenda Constitucional nº 11/78, extinguiu-se o AI-5 e restaurou-se o habeas-corpus. A insatisfação dos militares de linha-dura com o processo de reabertura promovido por Geisel torna-se patente com constantes ataques clandestinos aos membros da esquerda, como nos famosos casos de assassinato do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho.
A continuidade do processo de abertura no governo João Figueiredo. A Lei de Anistia decretada pelo Presidente João Baptista Figueiredo acaba por determinar mais um passo em direção à democracia. Retornam ao Brasil políticos, artistas e demais brasileiros exilados e condenados por crimes políticos. Porém, casos emblemáticos no período (cartas -bomba colocadas em órgãos da imprensa e da OAB e, principalmente, o caso do Rio-Centro) demonstravam que os militares de linha-dura mantinham forte oposição ao processo de abertura. De toda sorte, a lenta abertura foi se consolidando também com o restabelecimento do pluripartidarismo. Em 1979, a ARENA, partido do governo, passou a se chamar PDS, o MDB, partido de oposição, passou a ser chamado de PMDB, enquanto foram s criados outros partidos, como, por exemplo, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT).
As Diretas Já e a aceleração em direção à normalidade democrática. O ponto de maior relevo no período da redemocratização foi sem dúvida o movimento pelas Diretas -Já. A campanha mobilizou milhões de brasileiros no final do mandato do presidente João Figueiredo, de forma a exercer pressão sobre o Poder Legislativo para que o mesmo aprovasse a chamada Emenda Dante de Oliveira, que restituiria o voto direto para presidente da República. Embora a mesma não tenha sido aprovada, o candidato com grande apoio popular, Tancredo Neves, venceria as eleições indiretas, mesmo que sem o apoio da esquerda (PT e PCB), marcando o fim da Ditadura Militar. Porém, em situação geradora de grande frustração, morreria antes de assumir o cargo. Em seu lugar, assumiu seu vice, José Sarney, político originário da ARENA, e que apoiou o Regime Militar. Mas eram outros os tempos, e deu-se continuidade ao processo de democratização
Era Sarney democratização e fracasso econômico. Procurando desvincular-se das posições assumidas no passado, Sarney buscou demonstrar seu compromisso com a redemocratização do país. Para tanto, foram tomadas várias medidas no decorrer de seu período na presidência, tais como: apoio à legalização de partidos políticos que estavam na clandestinidade, retirada gradual dos obstáculosà ampliação das liberdades (de imprensa, de expressão, de manifestação, entre outras); abertura de maior espaço para debates (inclusive com a promoção de algumas ações) para questões até então marginalizadas, como, entre outras, reforma agrária, cultura, política urbana e meio ambiente. Porém, na área econômica, o governo Sarney, por intermédio de uma série de malfadados planos, acumulou fracassos em duas frentes ingratas: combater uma inflação crescente e atenuar a situação caótica da dívida externa.
A Constituinte e o exercício da cidadania - entre a esquerda e a direita. O Congresso Nacional foi palco de um embate inédito. Mobilizaram -se trabalhadores, empresários, ruralistas, camponeses magistrados, religiosos (em suas várias vertentes), índios, mulheres, militares, homossexuais, estuda ntes e tantos outros grupos, que buscavam defender seus interesses específicos no corpo do texto constitucional, reforçando ainda mais a tese daqueles que alegam uma participação popular sem precedentes na história política brasileira. Apesar da maioria conservadora, a Constituinte foi marcada por uma profunda polarização ideológica. Os intensos embates ocorridos entre a ala progressista e o Centrão não permitiram que a Constituição assumisse uma ideologia única (mais socialista ou mesmo mais liberal), o que repercutiria no texto final.
Aplicação Prática Teórica
Os direitos humanos têm uma posição bidimensional, pois por um lado tem um ideal a atingir, que é a conciliação entre os direitos do indivíduo e os da sociedade; e por outro lado, assegurar um campo legítimo para a democracia. Já os Direitos Fundamentais , que são uma projeção destes, são definidos como conjunto de direitos e garantias que estão localizados dentro da Constituição e cuja finalidade principal é o respeito a sua dignidade, com proteção ao poder estatal e a garantia das condições mínimas de vida e desenvolvimento do ser humano. Assim ele visa a garantir ao ser humano, o respeito à vida, à liberdade, à igualdade e a dignidade, para o pleno desenvolvimento de sua personalidade.
A partir desta visão, pergunta-se:
a) A Constituição de 1988 retrocedeu, permaneceu estagnada ou avançou no que se refere aos direitos fundamentais em relação à Constituição de 1967? 
b) Cite direitos estabelecidos pela Constituição de 1988 que pela primeira vez tiveram reconhecimento jurídico pela via constitucional.
PLAN 14: Os novos tempos sob a luz da Constituição de 1988
As características da Constituição de 1988, a denominada "Constituição Cidadã" A Constituição de 1988 representou, em várias áreas, grande avanço em relação às Constituições brasileiras anteriores. Não apenas reestabeleceu as liberdades públicas, ampliando-as em relação às Constituições anteriores, como avançou de forma bastante intensa nas áreas sociais.
Entre outras conquistas introduzidas pela Constituição de 1988, é possível destacar as seguintes:	
Amplo rol de direitos e garantias fundamentais; Reconfiguração da organização do Estado direcionada à garantia do Estado democrático de Direito; Maiores garantias para a Magistratura e Ministério Público; fim da censura a emissoras de rádio e TV, filmes, peças de teatro, jornais e revistas, etc., instituição do habeas data e do mandado de injunção como garantias fundamentais; direito de voto para os analfabetos e jovens com mais de 16 anos, criação do Sistema Único de Saúde (SUS), reconhecimento da fundamentalidade dos direitos ao meio ambiente sadio e do consumidor;
maior autonomia para os municípios e reconhecimento dos mesmos como ente federativo; reconhecimento da necessária função social da propriedade.
Também na área trabalhista houve avanços: reconhecimento do direito à greve, liberdade sindical, diminuição da jornada de trabalho máxima, abono de férias com acréscimo 1/3 do valor do salário, décimo terceiro salário para aposentados, seguro desemprego, garantia de aposentadoria para trabalhadores rurais.
As eleições de 1989 e o início do Governo Collor - a polarização das forças e a solução conservadora. Os setores conservadores, enfraquecidos pelos sucessivos insucessos da política econômica do Governo Sarney, depois de tentar encontrar um nome que os representassem acabaram por definir seu apoio ao então jovem Governador do Estado de Alagoas, Fernando Collor de Melo, que prometia modernizar a economia promovendo políticas de cunho neoliberal. Por outro lado, dois partidos mais identificados com ideais de esquerda viriam a lançar duas influentes figuras políticas para a disputa daquela eleição: Luís Inácio Lula da Silva, representando o Partido dos Trabalhadores (PT) e Leonel Brizola, filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Em disputa acirrada entre os quatro primeiros candidatos, Collor venceu o primeiro turno, mas longe de conseguir a maioria absoluta dos votos, o que determinou a necessidade de um segundo turno contra Lula, segundo colocado, e agora apoiado pela esquerda e pela forças progressistas. O fato é que mesmo tendo uma militância atuante e entusiasmada durante seus comícios e campanha, as ideias de esquerda ainda assustavam não somente as elites, mas também boa parte das classes média e proletária mais conservadoras.
Por outro lado, o discurso simultaneamente "modernizante" e "moralista" de Collor, embora contraditório, obteve adesões em todas as classes sociais e venceu as eleições com uma diferença de mais de quatro milhões de votos, atingindo 53% dos votos válidos.- A "República das Alagoas": a crise econômica e moral do Governo Collor Tem início a breve Era Collor (ou "República das Alagoas", expressão utilizada pela mídia para se referir ao Governo Collor). Iniciou-se o governo com uma medida de bloqueio de contas correntes e poupanças dos cidadãos e empresas, pelo prazo de 18 meses que não surtiu resultado e gerou um clima de desconfiança muito grande por parte das elites e das camadas médias da população. O governo Collor tentou trilhar uma tendência neoliberal, dando gênese ao processo de privatização de empresas estatais e sua política de redução das tarifas alfandegárias, por um lado incentivou a grande indústria nacional a produzir com maior eficiência e a menores custos, por o utro lado, gerou uma onda de falências nas empresas de pequeno e médio porte, que não tinham como, rapidamente, se adequar à nova política econômica e, portanto, competir com os produtos importados. O insucesso econômico veio acompanhado de denúncias de es quemas de corrupção que envolvia o próprio Presidente, dando gênese a uma situação de crise insustentável.
Os jovens voltaram a ter voz política. Collor tentou salvar seu mandato, pedindo, em discurso em rede nacional, que os brasileiros fossem às ruas ves tidos de verde e amarelo, em gesto de apoio ao seu Governo. A juventude, em significativa participação cidadã, realmente foi às ruas, porém vestida de preto, com o rosto pintado, e exigindo o impeachment do Presidente. Esse movimento foi muito festejado pe lo seu caráter simbólico. Após tantos anos de ditadura, em que sempre houve repressão à liberdade de expressão política aos jovens, era a primeira vez que estes promoviam um movimento político tão engajado, demonstrando que as novas gerações não estavam alienadas da realidade política. O movimento se espalhou e diversas manifestações ocorreram em todo o país. Foi o começo do fim da Era Collor, cujo impeachment seria posteriormente confirmado.
Aplicação Prática Teórica
Os direitos humanos têm uma posição bidimensional, pois por um lado tem um ideal a atingir, que é a conciliação entre os direitos do indivíduo e os da sociedade; e por outro lado, assegurar um campo legítimo para a democracia. Já os Direitos Fundamentais , que são uma projeção destes, são definidos como conjunto de direitos e garantias que estão localizados dentro da Constituição e cuja finalidade principal é o respeito a sua dignidade, com proteção ao poder estatal e a garantia das condições mínimas de vida e desenvolvimento do ser humano. Assim elevisa a garantir ao ser humano, o respeito à vida, à liberdade, à igualdade e a dignidade, para o pleno desenvolvimento de sua personalidade.
A partir desta visão, pergunta-se:
a) A Constituição de 1988 retrocedeu, permaneceu estagnada ou avançou no que se refere aos direitos fundamentais em relação à Constituição de 1967?
 b) Cite direitos estabelecidos pela Constituição de 1988 que pela primeira vez tiveram reconhecimento jurídico pela via constitucional.
PLANO 15: A construção de uma tradição jurídica irradiada pela Constituição de 1988 
A Era Lula: desenvolvimento econômico, expansão da classe média, mas também o mensalão... Após a desconfiança inicial do empresariado nacional e dos investidores internacionais com o passado esquerdista de Lula, seu governo, iniciado em 2003, conseguiu fazer o país alcançar uma boa situação econômica, se comparada aos períodos anteriores. A capacidade de mediar os interesses antagônicos dos diversos setores da complexa sociedade brasileira, além de fazer reviver a ideia do Brasil como país do futuro elevaram a autoestima do povo brasileiro e levaram Lula à reeleição para um novo mandato (2007-2010). Isso ocorreu apesar dos escândalos do ?Mensalão? terem deixado, em parte, arranhada a figura histórica do ex-sindicalista e mais ainda a reputação de partido ético construída pelo PT, no decorrer da sua história. Embora fatos recentes como o impeachment da ex-Presidente Dilma Roussef tornem ainda mais complexa tal análise, o fato é que o ex-Presidente ainda mantém grande popularidade junto à parte da população, sendo um dos personagens mais controversos e carismáticos da história política brasileira.
O direito brasileiro na contemporaneidade: breves notas. A Constituição foi ganhando novas atribuições: não apenas organiza o Estado e estabelece garantias fundamentais aos cidadãos brasileiros, mas passou a ser considerada um amplificador de valores constitucionais que são irradiados por toda a ordem jurídica.
A esse fenômeno, denominado "constitucionalização do direito", deve-se o fato de que as normas da legislação anterior à constituição passem, cada vez mais, a ser interpretadas segundo sua visão, seus valores (principalmente, liberdade, igualdade e solidariedade) e seu regime (democrático).
Novas e avançadas legislações são produzidas de forma a concretizar, ainda mais, a democracia brasileira, a cidadania plena e os direitos de liberdade e igualdade exigíveis a um verdadeiro Estado Democrático de Direito.
Aplicação Prática Teórica
Como tivemos a oportunidade de analisar, a história do Brasil é repleta de permanências e rupturas. O direito não deixa de ser um instrumento de solidificação de algumas permanências (já que o direito também tem por função conceder estabilidade social), mas também pode ser visto como agente de transformação (introduzindo normas que aceleram o processo de mudanças sociais e mentais no seio social). Neste sentido:
O caso do "mensalão" pode ser considerado um fato isolado em nossa história ou representa uma permanência indesejável de nossa cultura política?
b) O reconhecimento da união estável entre pessoas do mesmo sexo pode ser explicado pela tradição jurídica e mental do povo brasileiro ou representa uma ruptura com um tipo de mentalidade vigente em nosso país cuja superação foi acelerada pelo Direito?

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