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Desenvolvimento Sócio-Econômico P2 (Franklin)

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[p2] 6. No modelo de Lewis qual seria o impacto sobre o crescimento de:1
	a) um aumento da produtividade do setor de subsistência
	b) um aumento na produtividade do setor capitalista moderno
2 [p2] 5. Em um modelo de acumulação onde a poupança potencial determina o investimento e o salário real é exógeno, qual é o efeito sobre o nível de emprego de:
	a) Um aumento da produtividade do trabalho
	b) Um aumento da relação Capital-Produto2
[Prova 2 Antiga.pdf] 1. (mesmo enunciado)
	c) Uma redução da produtividade do trabalho
	d) Uma redução do tamanho do estoque de capital
	e) uma redução da relação capital-produto
	f) qual é a relação entre a taxa de lucro e a taxa de crescimento da economia?
Em um modelo de acumulação onde a poupança potencial determina o investimento e o salário real é exógeno temos as seguintes equações: Primeiramente, temos que o produto potencial dessa economia é dado pelo menor valor entre o produto de pleno emprego do trabalho e o produto de pleno emprego do capital – Y* = mín{YL,Yk) –, porém temos a suposição de uma mão de obra abundante (L<N, onde L é a força de trabalho e N é o nível populacional), o que implica que Yk<YL, assim temos que Y*=Yk=R.K ou Y*=K/v, com R sendo a relação produto-capital e v o seu inverso – relação capital-produto. Dessa forma, qualquer alteração em R, K ou v afeta o produto potencial.
Em relação ao nível de emprego, temos que L=l.Y*, ou seja, L=l.(R.K) ou L=l(K/v) – com l sendo o coeficiente de MDO que é o inverso da produtividade do trabalho (B).
a) Um aumento da produtividade do trabalho:
Um aumento de B implica numa queda de l – pois este é o inverso daquele – o que significa que o nível de L cairá
b) Um aumento da relação Capital-Produto:
Um aumento de v implica na queda da relação K/v, o que por sua vez implica na queda de Y*, o que gera uma queda de L
c) Uma redução da produtividade do trabalho: 
Uma redução de B implica num aumento de l o que gera um aumento de L
d) Uma redução do tamanho do estoque do capital: 
Uma redução de K implica numa queda de relação K/v o que implica numa queda de Y*, o que diminui L
e) Uma redução da relação capital-produto: 
Uma redução de v implica num aumento da razão K/v o que gera um aumento de Y*, o que implica num aumento de L
f) qual é a relação entre a taxa de lucro e a taxa de crescimento da economia: 
A taxa de lucro é ditada pela parcela dos lucros – 1-w, onde w é o salário real – multiplicada por R – produtividade do capital –, o que nos dá a equação r=(1-w).R (1)
O produto potencial se dá em função da plena utilização do estoque de capital. Como sua variação é igual ao investimento (ΔK=I), temos que g=(I/Y*)/v, o que nos dá, através da validade da lei de Say, g=s/v.
Reescrevendo (1) em função da taxa de lucro, temos gk=sk(1-w)/v o que nos dá gk=sk(1-w).R e por fim gk=sk.r, ou seja, a relação entre a taxa de lucro e a de crescimento da economia é direta
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[Respostas p2.pdf] 13. As visões da CEPAL I, CEPAL II, e Kalecki sobre a relação entre o consumo das elites, a distribuição de renda e o crescimento econômico.
A CEPAL I, ao aceitar a validade da Lei de Say, acaba condenando o gasto improdutivo – consumo de luxo das elites – como prejudicial ao crescimento doméstico. Pela falta de poupança interna ser tida como um severo empecilho ao crescimento da periferia, o consumo de luxo prejudica o Investimento e o crescimento – algebricamente temos Investimento = (produto x parcela dos lucros) - gasto improdutivo –, ou seja, para o melhor crescimento, sobretudo dos países latino-americanos, deve haver um combate ativo a esse gasto. Ademais, esse consumo de luxo atrapalha a distribuição de renda em favor das classes mais favorecidas, por tais produtos, em geral importados, serem mais intensivos em capital que os consumidos pelo resto do povo.
A validade dessa lei começa a ser questionada no âmbito da CEPAL II, o que põe o consumo de luxo das elites em melhores lençóis que anteriormente. Existem duas visões pós-keynesianas que englobam o mecanismo de geração de poupança via investimento: Cambridge e Oxford. A primeira – representada pela equação parcela dos lucros = (Investimento + gasto improdutivo)/produto – crê numa restrição forte pelo lado da demanda, que faz com que, em situações em que a demanda supera a capacidade, ocorra uma forte inflação de demanda que faz elevar os preços dos produtos acima dos salários dos trabalhadores, transferindo renda deles para os capitalistas, que seria a classe poupadora. Esse mecanismo – chamado de poupança forçada dos trabalhadores – exprime uma forma de ajuste via distribuição, com um claro fluxo de renda para os capitalistas, o que pioraria a distribuição, embora não atrapalhe nem ajude o crescimento. A segunda visão – Oxford – aumentos no gasto improdutivo aumentam o produto e, devido a existência de mecanismos do tipo multiplicador e acelerador, essa maior demanda efetiva gera aumentos mais que efetivos, não alterando a distribuição, de acordo com esta visão.
Entretanto, Kalecki muito utiliza a visão de Oxford ao tratar de economias maduras, já ao tratar de economias em desenvolvimento – “mistas”, segundo ele – ele insistia no ataque ao gasto improdutivo, acreditando em uma piora da distribuição através da poupança forçada do trabalhador graças ao consumo de luxo e que ele seria um empecilho ao crescimento das economias mistas.
[p2 2013-1] 1. Os efeitos negativos do consumo de luxo das elites de acordo com a visão da UNCTAD (Palma) e da CEPAL II (Anibal Pinto, Lessa).4
[p2] 7. O impacto de uma redução do consumo de luxo sobre a economia subdesenvolvida para Furtado
[Prova 2 Antiga.pdf] 3.Qual seria o impacto sobre a economia para Prebisch e Furtado de uma queda do consumo de luxo das elites?
Palma, no âmbito da UNCTAD, critica o consumo de luxo das elites, pregando que esse gasto improdutivo traz sérios problemas, assim como a CEPAL I (Furtado, Prebisch), não só ao crescimento como a distribuição. Ao comparar o crescimento e a inflação asiáticas com as latino-americanas, ele vê o consumo de luxo das elites – que ele têm como muito maior na América Latina, dizendo que na Ásia as elites tem cestas de consumo razoavelmente próximas ao do resto da população – como motivo para a Ásia ter crescido muito mais que a América Latina nos anos 80 e 90 do século XX e com uma inflação muito menor também. Dessa forma, na visão da UNCTAD, Palma vê o consumo de luxo das elites como um empecilho ao crescimento e como elemento que piora a distribuição de renda, inclusive via inflação.
Já a segunda visão cepalina se utiliza da corrente pós-keynesiana de Cambridge, onde o gasto improdutivo não é em si um problema ao crescimento, porém é um problema em relação à distribuição. Ao darem crédito a visão de Cambridge, que possui a equação parcela dos lucros = (Investimento + Gasto Improdutivo) / produto, confirmamos que o consumo de luxo não traz em si nenhum problema ao crescimento. Porém, essa visão advoga pela existência de um mecanismo redistribuidor de renda chamado de “Poupança forçada dos trabalhadores”: supondo uma forte restrição pelo lado da oferta, no caso da demanda superar a capacidade, isso levaria a uma forte inflação de demanda que, elevando os preços acima dos salários, redistribuiria a renda em direção a classe poupadora – capitalistas – fazendo com que o Investimento gerasse poupança, porém, piorando a situação distributiva do país. 
Furtado, assim como outros autores no âmbito da CEPAL, tem uma visão pessimista em relação ao gasto improdutivo – consumo de luxo das elites. Este é visto como um empecilho ao crescimento, sobretudo ao termos em mente a determinada equação: Investimento = (produto x parcela dos lucros) - gasto improdutivo. Nela fica claro que esse consumo de luxo atrapalha o investimento, pois, acreditando na Lei de Say, como Furtado crê, o gasto improdutivo é um uso estéril de um excedente que, caso não fosse esbanjado dessa forma, se reverteria em investimento e, portanto em crescimento. Analisando uma
economia periférica, essa situação é ainda mais grave, pois esta se trata de um país com sérios problemas de poupança interna no qual as elites procuram manter um padrão de consumo digno das elites das economias mais avançadas. Dessa forma, um combate ao gasto improdutivo resultaria numa melhora do investimento, que gera um maior crescimento e pode livrar o país dessa situação de subdesenvolvimento.
Furtado e Prebisch, no âmbito da CEPAL, criticam o consumo de luxo das elites como um empecilho efetivo ao crescimento. Se utilizando da equação Investimento = (produto x parcela dos lucros) - gasto improdutivo, onde o gasto improdutivo é o consumo de luxo, vemos claramente como ele atrapalha a economia. Ademais, por ambos acreditarem na validade da Lei de Say, esse gasto é um desperdício, pois, caso não ocorresse, eventualmente seria revertido em investimento e assim em crescimento. Prebisch também acredita na necessidade de um aumento da acumulação do capital e Furtado se preocupa com problemas relacionados a falta de poupança interna das nações latino-americanas. Dessa forma, uma queda no consumo das elites gera um aumento de poupança e, portanto de investimento, através da equação já descrita e via validade da Lei de Say, o que leva a um crescimento no longo prazo da capacidade produtiva e da economia como um todo.
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 [Prova 2 Antiga.pdf] 13. As duas visões alternativas dos economistas da CEPAL sobre a relação entre o consumo das elites, a distribuição de renda e o crescimento econômico.
A CEPAL nunca teve um consenso sobre a relação entre consumo de luxo das elites, distribuição de renda e crescimento, assim é possível, no mínimo separar a visão cepalina em duas correntes: CEPAL I e CEPAL II. Essa divisão, entretanto, não implica numa uniformização do pensamento dos autores contidos nelas, essa espécie de homogeneidade não era comum, com debates e discussões sendo mais comuns que consensos gerais.
A CEPAL I via uma relação negativa entre o crescimento econômico e o gasto improdutivo. Embora nem todos seguissem essa equação, esta é uma boa formalização desse pensamento: Investimento = (produto x parcela dos lucros) - gasto improdutivo. Nela fica claro como o gasto improdutivo atrapalha o Investimento. Ademais, por acreditarem em geral na Lei de Say, isso é um problema, pois as economias subdesenvolvidas já sofreriam de uma séria escassez de poupança, o que o consumo de luxo só viria a piorar por dois motivos: essa poupança iria para fora, pois dificilmente os artigos de luxo são nacionais; e, válida a Lei de Say, uma contração nesse consumo faria ele, eventualmente, se transformar em investimento, e este em crescimento. Dessa forma, o gasto improdutivo impacta negativamente o crescimento nacional. Em relação a distribuição, ele também é altamente concentrador de renda. Prebisch, via o gasto improdutivo como reduzindo a poupança e a partir daí o investimento e o crescimento à longo prazo da capacidade produtiva nas economias latino americanas, já para Furtado, os recursos disponíveis para investimento tenderão a ser absorvidos na diversificação do consumo da referida minoria, em prejuízo do referido processo de difusão.
A visão da CEPAL II já desacredita da Lei de Say, preferindo as noções heterodoxas de geração de poupança através do crescimento. Existem duas visões pós-keynesianas que englobam o mecanismo de geração de poupança via investimento: Cambridge e Oxford. A primeira – representada pela equação parcela dos lucros = (Investimento + gasto improdutivo)/produto – crê numa restrição forte pelo lado da demanda, que faz com que, em situações em que a demanda supera a capacidade, ocorra uma forte inflação de demanda que faz elevar os preços dos produtos acima dos salários dos trabalhadores, transferindo renda deles para os capitalistas, que seria a classe poupadora. Esse mecanismo – chamado de poupança forçada dos trabalhadores – exprime uma forma de ajuste via distribuição, com um claro fluxo de renda para os capitalistas, o que pioraria a distribuição, embora não atrapalhe nem ajude o crescimento. A segunda visão – Oxford – aumentos no gasto improdutivo aumentam o produto e, devido a existência de mecanismos do tipo multiplicador e acelerador, essa maior demanda efetiva gera aumentos mais que efetivos, não alterando a distribuição, de acordo com esta visão. A CEPAL II dá preferência a análise de Cambridge, o que significa que o gasto improdutivo, apesar de não impactar negativamente o produto, pois o investimento é determinado independentemente – ao contrário de na CEPAL I – ainda gera problemas de distribuição, sobretudo via funcionamento da poupança forçada dos trabalhadores.
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[Prova 2 Antiga.pdf] 11. Os mecanismos que tornam a taxa natural de crescimento endógena.
A taxa natural de crescimento é ditada pela equação gn = n + h, em que os termos representam a taxa natural de crescimento, o crescimento da força de trabalho e o crescimento da produtividade do trabalho, respectivamente. Os mecanismos que a tornam endógena tornam, portanto n e h endógenos.
Entender o crescimento da força de trabalho como endógeno é aceitar a noção de uma adaptação parcial do tamanho da força de trabalho às oportunidades de emprego disponíveis. Apesar do nível do tamanho da força de trabalho seja sempre maior que o emprego efetivo – L<N, com N sendo o tamanho da população e L o tamanho da população empregada –, o desemprego aberto – (N-L)/n – não se altera muito. O tamanho da força de trabalho se adapta às oportunidades de emprego via: participação de diferentes grupos sociais, migração, setor informal, etc., fazendo com que n=g-h. Por esse processo ser lento, parte do ajustamento incide em h.
Entender o crescimento da produtividade do trabalho como endógeno implica aceitar o progresso técnico como endógeno, com a presença de economias de escala e aprendizado, e também aceitar a noção do desemprego disfarçado: o mesmo número de horas de trabalho é diluído em mais trabalhadores, apesar do progresso técnico aumentar, a produtividade e o produto por trabalhador diminui.
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[p2 2013-1] 2. O problema da instabilidade fundamental de Harrod
[Prova 2 Antiga.pdf] 14. As causas do problema da instabilidade fundamental de Harrod.
Harrod escreve que a taxa de crescimento garantido (gw) é igual à propensão média a poupar (s) sobre o inverso da relação capital-produto (v) multiplicado pelo grau efetivo de utilização da capacidade (u). Ademais, ele também supõe a inexistência de um investimento (I) autônomo, ou seja, ele considera o I como induzido. Ao fazer isso ele considera um s e v exógenos.
Dessa forma, se incorremos em uma taxa de crescimento (g) superior à de crescimento garantido (g>gw), isso implica em um aumento da demanda maior que a capacidade (u>1). Por sua vez, isso gera um aumento do investimento das empresas de forma conjunta (ΔI>0), o que inicialmente afeta a demanda efetiva e depois o estoque de K. Ao afetar o estoque de capital, temos a reativação do ciclo via aumento do u, que gera um afastamento ainda maior da taxa efetiva de crescimento da taxa natural de crescimento (dada pelo aumento da população e pelo avanço técnico), sendo que essa discrepância cresce conforme cada nova rodada de investimentos se desenrola. O inverso, com u<1 gera o efeito inverso, incorrendo em g<gw a cada nova rodada, incentivando cada vez menos novos investimentos
Portanto, a instabilidade fundamental de Harrod diz respeito ao fato que, supondo u≠1, incorreremos em discrepâncias crônicas entre a g e gw. Uma forma de eliminar essa instabilidade é supor u=1, entretanto isso é uma validação da Lei de Say, a qual Harrod não dava crédito, i.e., ele não acreditava em nenhum mecanismo que levasse o u a se aproximar de 1 de forma garantida.
A instabilidade fundamental de Harrod diz respeito ao fato que descasamentos entre a demanda e a capacidade geram discrepâncias maiores entre as duas conforme novas rodadas de investimento se desenrolam. Isso decorre do fato da taxa de crescimento do estoque de capital
(gk) ser igual a propensão média a poupar (s) sobre o inverso da relação capital-produto (v) vezes o grau efetivo de utilização da capacidade. Ademais, a taxa de crescimento do investimento (gI) é igual a taxa de crescimento por Harrod ignorar a existência de investimento (I) autônomo, ou seja, por ele supor todo I como induzido.
Disso retiramos que quando u difere de 1, ou seja g≠gw (taxa de crescimento e taxa de crescimento efetiva, respectivamente), pelo investimento ser induzido, ele responde completamente a essa discrepância. Assim, temos o aumento de gI impacta a demanda efetiva e depois o estoque de K, o que impõe um aumento crônico de g e gw, tanto para baixo (I enfraquecendo a cada rodada) quanto para cima (I explosivo).
Uma forma de resolver a instabilidade fundamental de Harrod é, portanto, supor u=1, entretanto, ao fazê-lo, estamos literalmente validando a Lei de Say (g=s/v), o que vai contra os alicerces do pensamento dele.
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 [p2 2013-1] 3. As semelhanças e diferenças entre o modelo de crescimento de Cambridge e o Neokaleckiano (Oxford)
Entre as semelhanças entre os dois modelos, podemos citar: 
(1) não pressupõem a validade da Lei de Say, sendo os gastos em investimento que geram um montante agregado equivalente de poupança efetiva; 
(2) em ambas as visões o investimento é tido como autônomo; 
(3) assim como no modelo de Harrod, o consumo ainda é visto como totalmente induzido. 
Entre as diferenças entre os dois modelos, podemos citar: 
(1) o foco do modelo de Cambridge está na existência de uma restrição estrutural do lado da oferta, enquanto em Oxford o foco está na expansão da Demanda Efetiva; 
(2) a forma de resposta da economia a um descompasso entre o crescimento da demanda e o da capacidade: em Cambridge, ocorre um ajuste via preços e mudanças na distribuição (sob o efeito da poupança forçado), enquanto em Oxford, a resposta ocorre via produção (com variação no grau de utilização); 
(3) os gastos improdutivos não afetam negativamente a acumulação no modelo de Cambridge, mas representam Demanda Efetiva no modelo de Oxford, o que aumenta o produto e o investimento à longo prazo; 
(4) as hipóteses sobre o grau de utilização da capacidade instalada são distintos nas duas visões: em Cambrigde, postula-se que existiria uma tendência de longo prazo de utilização normal da capacidade (u = 1), enquanto em Oxford o grau de utilização varia, podendo estabilizar-se muito abaixo do nível normal (de modo que, u ≠ 1); 
(5) a diferença nos ajustes está baseada na visão distinta que as duas escolas tem sobre as estruturas de mercado, em Oxford, os mercados são predominantemente oligopolizados, enquanto Cambridge trabalha com a ideia de mercados competitivos; e 
(6) o modelo de Cambridge, ao supor que u = 1, postula a existência de um ajuste entre demanda e capacidade, que ocorre essencialmente via preços, porém, no modelo de Oxford, isso não existe, de modo que é possível que haja um equilíbrio de longo prazo com grau de utilização baixo. 
[Prova 2 Antiga.pdf] 5. As duas formas pela qual o investimento pode gerar poupança.9
As duas formas pela qual o investimento (I) pode gerar poupança (S) são as seguintes: (1) via mudanças na distribuição; ou (2) via mudanças no produto.
A primeira supõe uma situação de fortes restrições pelo lado da oferta – o que engloba, mas não se limita ao pleno emprego – em que a S é gerada pela inflação que acaba por alterar a distribuição funcional da renda. Essa inflação seria de demanda, pois as restrições já discutidas fazem com que os gastos de I não alterem a renda real, desequilibrando oferta e demanda e alterando a distribuição de renda em prol das classes que mais poupam, no caso os capitalistas. Isso acontece pois os preços aumentariam em relação aos salários nominais. A isso se dá o nome de “poupança forçada dos trabalhadores”
Já na segunda a distribuição não precisa se alterar automaticamente, o que implica no produto e na renda real serem as variáveis de ajuste. A economia capitalista seria capaz de responder, bem mais no longo prazo que no curto, a estímulos de demanda, ou seja, através de variações no produto o I gera S. Dessa forma, ao contrário da visão anterior, consumo e investimento possuem uma relação positiva a longo prazo.
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[p2] 8. As principais críticas à teoria da distribuição de Cambridge.
Existem alguns problemas, tanto de ordem teórica quanto empírica, para sustentar essa visão: (1) o mecanismo de ajuste teria que funcionar simetricamente tanto para situações de excesso de demanda agregada (que levaria a concentração de renda), quanto em situações em que se parte uma posição na qual a demanda agregada está abaixo do produto potencial (e que deveria levar a uma queda de preços em relação aos salários e diminuição da parcela de lucros na renda). No caso de subutilização da capacidade, o mecanismo pressupõe perfeita flexibilidade para baixo dos preços e margens de lucro mesmo no longo prazo, porém, é mais razoável supor que os capitalistas, mesmo em condições competitivas, preservam uma margem de lucro mínima e diminuem sua produção diante da queda da demanda, principalmente a longo prazo. (2) O caso de excesso de demanda agregada a longo prazo, por sua vez, é também implausível. Isso porque a teoria não explica porque o efeito de criação de capacidade do investimento nunca é capaz de eliminar a restrição de oferta e há sempre um excesso de demanda agregado crônico no longo prazo. (3) Além disso, a teoria de Cambridge implica que haja uma relação inversa entre os níveis de investimento e consumo a longo prazo, coisa que não se observa empiricamente. 
[p2 2013-1] 4. As diferenças entre o modelo de crescimento liderado pela demanda com investimento autônomo e o com investimento induzido11
[Prova 2 Antiga.pdf] 6. As duas visões sobre a determinação do investimento nas teorias de crescimento liderado pela demanda.
Os modelos de crescimento liderados pela demanda podem possuir investimento (I) autônomo ou induzido. Há diferenças fundamentais entre eles: (1) Considerando o I autônomo, temos que, dada a relação técnica entre investimento e criação de capacidade, necessariamente a evolução da capacidade produtiva será uma mera consequência das decisões de investir, ao passo que, considerando o I induzido, este será influenciado pela evolução esperada da demanda, através de mecanismos como o acelerador e o multiplicador; (2) teorias que utilizam I autônomo sofrem com as dificuldades relacionadas à criação de capacidade, pois, nesse caso, ela é apenas resultado de anteriores decisões autônomas de I, ou seja, o I não reage a desajustes entre capacidade produtiva e demanda efetiva, ao contrário das teorias que utilizam I induzido; entretanto, (3) sabemos que I induzido e um Consumo (C) Induzido acabam por nos levar aos problemas da instabilidade fundamental de Harrod, e para contorna-la devemos supor C autônomo.
As duas visões sobre a determinação do Investimento (I) se dividem pela forma como elas o consideram: autônomo ou induzido.
Sendo o I uma variável independente (I autônomo), ele é fruto de decisões passadas de investir, relacionado primariamente ao progresso técnico. Entretanto, aqui consideramos que o investimento não reage a discrepâncias entre capacidade produtiva e demanda efetiva, i.e., as firmas seriam indiferentes em relação à utilização ou não das capacidades produtivas que criam ao investir, o que é evidentemente uma proposição totalmente irrealista.
Já no caso de um I como variável dependente (I induzido), resolvemos esse problema anteriormente descrito, pois agora as decisões de investir advém não de decisões passadas de investir, mas da forma como a demanda agregada induz o I para ser suprida. Nesse caso, mecanismo do tipo acelerador, multiplicador ou ajuste de capital tem um papel central na determinação do nível de I e na sua evolução, pois é a evolução da demanda efetiva que determinada o ritmo de expansão da capacidade produtiva e, portanto de I.
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[segunda
prova desenvolvimento I.pdf] 5. As diferenças e semelhanças entre os modelos de crescimento de Oxford (kaleckianos) e o do supermultiplicador.
Podemos citar algumas semelhanças entre os dois modelos, como: (1) os fatos de ambos trabalharem com a noção de demanda efetiva e sem utilizar a Lei de Say; (2) os dois serem essencialmente estáveis no longo prazo; (3) existência de efeitos multiplicadores e aceleradores; (4) nenhum deles demoniza o gasto improdutivo como elemento que tolhe o crescimento.
Da mesma forma, também é possível enumerar algumas diferenças essenciais: (i) em relação ao ponto (2), enquanto o modelo do Oxford aceita equilíbrios de longo prazo muito abaixo do nível normal de utilização da capacidade, o modelo do supermultiplicador possui mecanismos – como o acelerador flexível, Δh/h=x(ut-1-1), com h sendo a taxa de investimento induzido, u o grau de utilização da capacidade e x um parâmetro suficientemente pequeno – que impedem que isso ocorra – no caso o mecanismo impede flutuações muito além de u≠1 –; (ii) o modelo do supermultiplicador insere a noção de alguns gastos autônomos, o que não existe no de Oxford; sendo que neste (iii) temos o investimento como primariamente autônomo no longo prazo, ao contrário do supermultiplicador que o considera como induzido, ou seja, reagindo efetivamente à variações na capacidade e na demanda.
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[p2 2013-2] 3. Os efeitos de uma redução da propensão marginal a poupar sobre o produto e sobre a taxa de crescimento a longo prazo no modelo do supermutiplicador
No modelo de supermultiplicador, temos que Y = Z/(s-h), onde Z é o gasto autônomo, s a propensão marginal a poupar e h é a taxa de investimento. De forma simples podemos observar que uma redução de s eleva o produto, uma vez que isso significa uma maior parcela da renda disponível para consumo, ou seja, demanda agregada. Embora no curto prazo não haja efeito de uma queda na propensão marginal a poupar sobre a taxa de crescimento do produto, que é determinada pela taxa de crescimento dos gastos autônomos, z. No longo prazo, o aumento de consumo proporcionado pela redução em s, pressiona o grau de utilização da capacidade para cima. Entretanto, se encararmos o ajuste na taxa de investimento como Δh/h = x*(ut-1 - 1), podemos observar que isso implicará numa aceleração do investimento (cujo grau de intensidade dependerá de x), de tal forma que, no longo prazo, via C e h, uma redução na taxa de poupança eleva a taxa de crescimento do produto. 
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[p2 2013-1] 5. A necessidade de industrialização de acordo com Prebisch
Para Prebisch, se a periferia seguisse o ideal das “vantagens comparativas”, se especializando em exportar produtos agrícolas de baixa elasticidade-renda e importar produtos industriais de alta elasticidade, o país irá ter dificuldades de fechar suas contas externas a longo prazo e irá crescer a taxas menores que os países industrializados a longo prazo. A diferença das elasticidades-renda fazia com que houvesse uma tendência estrutural das importações se acelerarem em relação às exportações. Uma solução seria desenvolver a economia adequando o nível de importações ao de exportações. Era preciso importar bens de capital para uma industrialização que possibilitaria o desenvolvimento do mercado interno por produtos industrializados que também aumentaria a capacidade de exportações e consequentemente aumentaria a “capacidade de importar”.
[p2 2013-2] 5. O processo de substituição de importações15
[Prova 2 Antiga.pdf] 15. A substituição de importações e o crescimento liderado pelas exportações.
[p2 2013-2] 6. O conceito de crescimento liderado pelas exportações (export led growth)
Prebisch escreve que a periferia está presa em um ciclo que a sentencia a taxas de crescimento menores que a taxa de crescimento global por culpa da elasticidade-renda das nossas importações e exportações: aquela é baixa enquanto esta é alta. Podemos traduzir isso algebricamente como gBP= g$ + x’ – m’ – onde gBP é a taxa de crescimento doméstica de equilíbrio na balança comercial, g$ é a taxa de crescimento da economia mundial, m’ é o crescimento da propensão a importar e x’ é o crescimento da propensão a exportar –, o que, dado que x’<m’ para o caso da periferia, nos dá gBP<g$. Essa prisão durará enquanto ela se encarcerar na análise das vantagens comparativas, se restringindo a pontuais ajustes conjunturais para o reequilíbrio do BP. Isso é desvantajoso para a periferia, pois, tendo a noção de um ciclo econômico, durante a fase ascendente não há uma “repartição” do avanço técnico e durante a fase descendente há uma queda desproporcional do preço das exportações da periferia em relação as exportações do centro.
Prebisch, bem como outros autores, prega a necessidade de industialização, i.e., ela como forma de quebrar esse ciclo. Entretanto, o processo de substituição de importações não significa o fim das importações e sim uma mudança da matriz exportadora e da cesta de importações. Ao se industrializar mudamos não só o que importamos – de produtos industrializados para máquinas, equipamentos e insumos – como também o que exportamos – de produtos primários expandimos para uma maior gama de produtos, aliando àqueles produtos manufaturados. Não haveria nenhum “fim das importações”, até porque Prebisch aceita que, num primeiro momento, o BP sofrerá com o aumento das importações, devido às necessidades crescentes de máquinas, equipamentos e até mesmo insumos importados. Teríamos a equação da elasticidade renda das exportações (em) - em=(m' + g)/g em que valores de em acima de um seriam aqueles que, dado o estágio de desenvolvimento, aumentos no nível de renda gerariam aumentos na demanda por bens estrangeiros, o que aumenta a pressão no BP por precisar de uma quantidade crescente de divisas para bancar o consumo de artigos de luxo importados. Ademais, reduções de m' estão associados com uma maior proporção de bens atendidos pela produção interna, o que é um processo composto de diversas fases, indo desde a criação de uma indústria de bens de consumo não-durável – tida como fácil – até a criação de uma indústria nacional de máquinas e equipamentos – tida como última e mais difícil etapa do processo.
A substituição de importações e o crescimento liderado pelas exportações são normalmente entendidos como duas estratégias dicotômicas para a industrialização, ou seja, ou se persegue um crescimento através do fortalecimento de um mercado interno ou através da criação de uma “plataforma exportadora”. Entretanto, esta é uma visão equivocada e rasa desses processos.
Prebisch escreve sobre crescimentos hacia dentro, baseado na expansão do mercado interno, e hacia fuera, liderado pelas exportações. Em ambos ocorre um processo de substituição de importações, não o fim do ator de importar, mas sim a troca da cesta de importações, e, desconsiderando a existência de fluxos de capitais, exportações são necessárias para se obter a divisa internacional, necessária ao processo de industrialização, por permitir a aquisição de máquinas, insumos e equipamentos.
(...) Relaxando essa suposição, i.e., aceitando a existência de fluxos internacionais de capitais, eliminamos o fato das exportações serem a única forma de se obter a moeda internacional, porém introduzimos a necessidade de analisar as possibilidades de endividamento externo.
Assim, num primeiro momento, o tamanho do mercado interno interessa para qual estratégia seguir, entretanto, efetivamente, ao longo do tempo só países em que as exportações são um componente importante do total dos gastos autônomos, ou seja, países que não conseguem formar um mercado interno significativo, como países extremamente pequenos e/ou com alta restrição de recursos e financiamento. Sobretudo através dos links que uma indústria interna de máquinas e equipamentos traz, fica difícil se restringir a ser uma mera “plataforma de exportação” caso não exista restrições estruturais fortes para isso.
O conceito de um crescimento liderado pelas exportações – export
led growth – passa pela noção da necessidade de industrialização de Prebisch. Supondo uma situação em que não há fluxo de capitais entre países, temos a seguinte equação: gBP= g$ + x’ – m’ – onde gBP é a taxa de crescimento doméstica de equilíbrio na balança comercial, g$ é a taxa de crescimento da economia mundial, m’ é a taxa de crescimento da propensão a importar e x’ é a taxa de crescimento da propensão a exportar. No caso de um país da periferia teríamos gBP<g$ devido ao fato que x’<m’ para eles. Um crescimento liderado pelas exportações pretende mudar essa situação ao alterar o x’. Embora esta variável seja entendida como definida pelo resto do mundo, um crescimento liderado pelas exportações mudaria a matriz de exportações do país, preferencialmente de produtos primários com baixa elasticidade-renda para produtos manufaturados ou industriais de maior elasticidade-renda, o que mudaria o x’ de forma estrutural. Dessa forma, dado as demais variáveis, teríamos um gBP mais próximo de g$, ou até talvez superior a ele. Ademais, a escolha por um crescimento liderado pelas exportações tem o fato adicional de prover o país – no caso muito provável deste não ser o emissor da moeda internacional – de divisas internacionais, extremamente necessárias para a sua industrialização, i.e., indispensáveis para a compra de máquinas, equipamentos e insumos industriais. No caso, supondo a inexistência de fluxos de capitais entre países, esta se configura como a única forma de obter a moeda internacional, porém, mesmo eliminando esse pressuposto, saldos positivos na balança comercial não deixam de ser fontes de liquidez externa e ainda se configuram como forma de tornar a dívida externa sustentável. 
[p2 2013-1] 6. O duplo papel das exportações para o crescimento econômico16
Num contexto de extrema restrição externa, i.e., supondo a impossibilidade de endividamento externo, temos as exportações como única forma de se obter divisas internacionais. Relaxando esse pressuposto, ou seja, eliminando esse contexto extremo, as exportações perdem esse papel único que possuíam, entretanto, não perdem a capacidade de gerar divisas – no caso de uma balança comercial superavitária – e ainda se configuram como indicador de sustentabilidade da dívida externa.
No primeiro caso, temos, através de uma manipulação na lei de Thirwall, que gBP= g$ + x’ – m’– onde gBP é a taxa de crescimento doméstica de equilíbrio na balança comercial, g$ é a taxa de crescimento da economia mundial, m’ é a taxa de crescimento propensão a importar (m”) e x’ é a taxa de crescimento da propensão a exportar (x”). Assim um alto x’ – dado as demais variáveis – propicia um gBP maior que o crescimento mundial. Ou seja, como x” = X/Y$ (com X como exportações e Y$ como renda do resto do mundo), um crescente volume de X propicia um x” elevado que dará um gBP acima do mundial (gBP>g$). Ademais, como já explicado, neste caso se faz a suposição de uma fortíssima restrição da capacidade de endividamento externo.
Aliviando esse pressuposto, temos que deliberar sobre a sustentabilidade da dívida externa. Da manipulação algébrica da equação Dt = (Mt - Xt) + ((1+i).Dt-1), onde D é a dívida externa e M e X são o volume de importações e exportações respectivamente, temos a relação YBP = (X(1+b))/m, em que b é ditado por b = fmax.[1 – ((1 + i)/(1 + gx))], com ft= (Dt/Xt), YBP sendo o produto em que há equilíbrio no balanço de pagamentos e m como a propensão a importar. Nessa última equação fica claro que ao termos i<gx teremos um b negativo, o que acarreta num YBP menor, o que nos leva a concluir que, para termos uma dívida externa sustentável, devemos ter gx estritamente maior que i, reafirmando o caráter importante das exportações, dessa vez em relação a sustentabilidade da dívida externa.
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[p2 2013-1] 7. Sob que condições o endividamento externo aumenta o nível de produto compatível com o equilíbrio da balança de pagamentos
Ao supormos a inexistência de endividamento externo, ou seja, de fluxos internacionais de capitais, temos, através de uma versão modificada da Lei de Thirwall a expressão: gBP= g$ + x’ – m’ – onde gBP é a taxa de crescimento doméstica de equilíbrio na balança comercial, g$ é a taxa de crescimento da economia mundial, m’ é a taxa de crescimento da propensão a importar e x’ é a taxa de crescimento da propensão a exportar. Aqui fica claro que para crescer de forma a manter um Balanço de Pagamentos (BP) equilibrado, o país fica restrito a manter a sua balança comercial equilibrada.
Ao relaxarmos a primeira suposição, i.e., aceitando a existência de fluxos de capitais entre países, prevemos a existência de uma dívida externa, então devemos analisar como ela pode ser sustentada. O estoque da dívida externa é igual ao déficit comercial somado aos juros em relação à dívida anterior – algebricamente Dt = (Mt - Xt) + ((1+i).Dt-1), onde D é a dívida externa, M e X são o volume de importações e exportações respectivamente e i é a taxa de juros à qual a dívida externa está submetida –, podemos manipular essa equação com esta outra: Xt=(1+gx)Xt-1 – onde gx é a taxa de crescimento das exportações – o que nós dará a equação (Dt/Xt) = (Mt/Xt) - 1 + ((1+i)/(1+gx)).(Dt-1/Xt-1). Nesta última equação, para garantirmos estabilidade precisamos ter uma taxa de crescimento das exportações estritamente superior a taxa de juros externa. Para simplificar podemos fazer ft= (Dt/Xt), o que por fim nós dará ft = (Mt/Xt) - 1 + ((1+i)/(1+gx)).ft-1.
O próximo passo da análise é analisar até onde podemos levar f, ou seja, achar seu máximo. Tomando fmáx = f teremos: YBP = (X(1+b))/m – com m sendo a propensão a importar –, em que b é ditado por b = fmax.[1 – ((1 + i)/(1 + gx))]. Dessa forma temos que os fluxos de K geram somente um efeito nível, não afetando a taxa de crescimento, ou seja, o endividamento tem efeito apenas sobre o nível do produto que equilibra as contas externas, sendo que a restrição de longo prazo ao crescimento é que as importações não cresçam mais que as exportações e, para termos um efeito positivo advindo desse endividamento, que a taxa de crescimento das exportações seja superior à taxa de juros internacional ao qual a dívida externa está submetida.
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[p2 2013-1] 8. Os fluxos de capital e as crises de liquidez externa
Crises de liquidez externa ocorrem quando os credores internacionais se recusam a renegociar ou refinanciar uma dívida. Isso está relaciona com a liquidez da dívida externa, determinada pelo prazo de vencimentos das dívidas. Elas em geral são crises súbitas – sudden stops – que fazem com que o total de estoque de empréstimos não renovados apareça como um fluxo bruto de “saída” de capital que pode rapidamente esgotar as reservas externas do país, levando a uma possível crise. A liquidez depende, portanto do volume do passivo externo prestes a vencer em relação às reservas externas do país.
Em relação ao fluxo de capitais, este possui um efeito positivo sobre o YBP – produto com equilíbrio do balanço de pagamentos (BP) – quanto F – tal que F= Dt - Dt-1, com D sendo o estoque da dívida externa – é maior que a renda líquida enviada ao exterior (RLEE). Podemos formalizar isso como: YBP = (X + F - RLEE)/m, onde X é o volume de exportações, e m vem da equação M=m.Y, em quem é o volume de importações, m é a propensão a importar e Y é a renda doméstica. 
Também podemos analisar a sustentabilidade da dívida externa. Da manipulação algébrica da equação Dt = (Mt - Xt) + ((1+i).Dt-1) - onde D é a dívida externa, M e X são o volume de importações e exportações respectivamente e i é a taxa de juros internacional ao qual a dívida está submetida – temos a relação YBP = (X(1+b))/m, em que b é ditado por b = fmax.[1 – ((1 + i)/(1 + gx))], com ft= (Dt/Xt). Nessa última equação fica claro que ao termos i<gx teremos um b negativo, o que acarreta num YBP menor, corroborando a conclusão de que, para termos uma dívida externa sustentável, devemos ter gx estritamente maior que i.
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[p2 2013-2] 7. O efeito de aumentos da poupança externa
sobre os níveis da poupança agregada e do investimento
Cai?
[P2 desenvolvimento.pdf]
http://franklinserrano.files.wordpress.com/2013/04/a-soma-das-poupancas.pdf
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[Prova 2 Antiga.pdf] 10. A sustentabilidade e a liquidez dos passivos externos.
A importância de se analisar a questão da sustentabilidade de uma trajetória de crescimento com déficit externo é observar se as condições do crescimento dos passivos externos da economia estão relativamente controlados. 
A questão da sustentabilidade de uma trajetória de crescimento com déficits em conta-corrente é determinada pela evolução da relação entre passivo externo líquido e as exportações. Como passivo externo líquido cresce naturalmente à taxa de juros efetivamente paga sobre ele, a relação para a sustentabilidade com endividamento é dada pela diferença entre a taxa de crescimento do valor das exportações e a taxa de juros. 
Pela dificuldade prática de discriminar as taxas de retorno dos diversos tipos de passivos externo, um indicador adequado da situação da sustentabilidade de uma trajetória de crescimento com déficit externo é a evolução da razão déficit em conta corrente/ exportações. 
A crise de liquidez externa em geral ocorre apenas quando subitamente os credores externos se recusam a refinanciar os compromissos externos que vencem num determinado período, o que faz o total do estoque de empréstimos não renovados aparecer como um fluxo bruto de “saída” de capital que pode rapidamente esgotar as reservas externas do país, levando a uma possível crise. 
Desta forma, as condições relevantes para a ocorrência de crise de liquidez externa, dependem do volume dos passivos externos que estão para vencer em relação às reservas externas do país.

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