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Tricomoníase: Agente, Biologia, Epidemiologia e Tratamento

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TRICOMONÍASE
Trichomonas vaginalis
A) Agente Etiológico
A tricomoníase é uma Doença Sexualmente Transmissível (DST) causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. 
B) Biologia
Protozoário eucariótico flagelado.
Forma globular amebóide
10-30μ de comprimento
Núcleo excêntrico, piriniforme.
Cinco flagelos móveis, sendo quatro livres e um aderente (membrana ondulante).
Citoplasma rico em glicogênio.
Apresenta divisão binária
Pode apresentar vacúolos com bactérias e hemácias.
Parasita extracelular.
Microanaerófilo.
pH 5,5 a 5,8
Sensível ao calor superior a 60ºC
Papa 40x – Halos perinucleares – Célula intermediária com falsa eosinofilia e halo perinuclear. É uma alteração celular inflamatório geralmente associada a tricomoníase
C) Epidemiologia
OMS 141 milhões de casos novos anualmente.
MS 7,5 Milhões de casos
PREVALÊNCIA GERAL
Feminina: 
a. Assintomáticos (Nível Mundial): 
3.4 a 15.0 % 
b. Sintomáticos (Nível Mundial): 
23.3 a 72.6%
c. Não apresentando Atividade Sexual Aparente:
Geral: 0.1 a 1.9%
Recém-natos: 0.1 a 4.8%
0 a 1 ano: 0.07 a 0.1% 
2 a 9 anos: 0.005 a 0.008% 
9 a 14 anos: 0.003 a 0.3%
d. Apresentando Atividade Sexual Aparente: 
28 a 35% 
e. Prostitutas: 16 a 73%
Masculina
a. Distribuição etária: 
13 a 20 anos: 0.01 a 18% 
21 a 25 anos: 8 a 48% 
26 a 30 anos: 6 a 26%
b. Origem do Material de Exame: 
Sem massagem prostática: 2 a 5% 
Com Massagem prostática: 8 a 10%
D) Formas de Infecção
A tricomoníase é transmitida durante sexo vaginal. Não parece ser possível a transmissão através de sexo oral ou anal.
PATOGENIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
MECANISMOS DE DEFESA DO TRATO GENITAL
FEMININO (Vulvo-vagino-cervicais) : 
Integridade perineal;
 espessura de mucosa; 
microbiota residente onde predominam bacilos de Döderlein que são os principais responsáveis pela manutenção do pH entre 3.8 a 4.5;
 tampão mucoso; 
sistema imune local ( principalmente por IgA sec e LT); 
reação inflamatória local.
a Fases vitais/Condições Desfavoráveis para os Bacilos de Döderlein: 
Infância, 
menopausa,
 menopausa cirúrgica, 
deficiência ovariana,
 fases: pré-menstrual imediata, menstrual, e pós menstrual imediata, 
rupturas e prolapsos genitais.
MASCULINO: 
presença de esfíncter em uretra posterior, 
meio uretral pouco propicio à multiplicação de T. vaginalis, 
resposta imune (principalmente por IgA sec) 
e reações inflamatórias locais. 
MECANISMOS GERAIS DE AGRESSÃO: 
As principais lesões determinadas por este protozoário são explicadas principalmente por:
irritação da mucosa local, causada pelos metabólitos eliminados do parasita (química/antigênica)
fixação a este epitélio, que em conjunto geram resposta inflamatória ao parasitismo e as lesões celulares diretas e indiretas dele decorrentes. 
Outro aspecto é a possibilidade de sensibilização do organismo do hospedeiro por Ag deT. vaginalis e conseqüente hipersensibilidade tipo I em nível local ou a distância.
E) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 10-30 dias.
Mulheres:
Vaginite: Corrimento não purulento, abundante, amarelo-esverdado ou cinzento, bolhoso, que pode ter um cheiro desagradável. 
Quando o corrimento é purulento sugere multietiologia
Ardor na ou em volta da vagina
Em algumas situações dor pélvica
Dor ou ardor ao urinar
Disúria
Ao exame clínico, a vulva apresenta eritema difuso e escoriações; em alguns casos, pode haver edema dos pequenos e grandes lábios. 
O corrimento vaginal não é aderente e flui espontaneamente para o exterior.
Secreção branca, bolhosa; hiperemia da mucosa vaginal. Colposcopia evidenciando secreção com grande quantidade de bolhas e epitélio vaginal hiperemiado.
Homens: 
 
Normalmente não têm sintomas e não sabem que estão infectados 
 Podem ter desconforto e raramente corrimento. 
Raramente dor ou ardor ao urinar 
Balonopostite ocorre com freqüência em não circuncidados e com higiene precária.
Na glande podem aparecer lesões isoladas ou confluentes, dolorosas acompanhadas ou não de infecções secundárias purulentas.
Constitui um risco para a perda da mobilidade dos espermatozóides.
Pode ocorrer cura espontânea.
Crianças:
Podem ser infectadas durante o trabalho de parto
F) Diagnóstico Laboratorial:
Exame direto (40X)
Cultura (praticamente não é usado)
G) TRATAMENTO
 O tratamento é simples e eficaz :
(1) metronidazol: 2g via oral, dose única ou alternativamente 500mg 12/12 h, sete dias.
- Os parceiros também devem ser tratados mesmo que não tenham sintomas. 
- No caso de estar grávida informe o seu médico. 
- Não deve beber álcool 24 antes e depois do tratamento (efeito antabus).
(2) tinidazol: 4 comprimidos de 500 mg de uma vez, depois da refeição.
 H) Prevenção
Evite o contato com as secreções do doente.
Evite parceiros que exalam mau cheiro do corpo ou genitais, isso é um dos sinais de descuido com a saúde e higiene.
Evite múltiplos parceiros.
Desconfie de qualquer secreção ou corrimento incomuns dos seus genitais e do seu parceiro.
Aborte o ato sexual caso perceba erupções no corpo do seu parceiro, além de manchas, feridas ou cortes nos genitais. Lembre-se a abstenção de relações sexuais com pessoas infectadas é o único meio 100% seguro de evitar o contágio por transmissão sexual.
Utilize preservativo, mas lembre-se que a camisinha ajuda a reduzir, mas não elimina totalmente o risco de contágio sexual.
Tome banho ou pelo menos lave os genitais com água e sabão após cada ato sexual.
Urine imediatamente após o ato sexual.

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