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Fundamentos Legais e Normativos da Educação

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Fisiologia 
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Fundamentos Legais e 
Normativos da Educação 
Líbia Maria Serpa Aquino 
Ruth Ramiro 
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DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira 
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva 
 
FICHA TÉCNICA 
Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado 
Texto: Líbia Maria Serpa Aquino 
Revisão do Conteúdo: Ruth Ramiro 
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes 
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado 
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfi ca elaborada pela Biblioteca Universo - Campus Niterói 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliotecária: 
 
 
Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC 
pelo conteúdo do texto formulado. 
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a 
da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
 Palavra da Reitora 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa 
modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes 
nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e 
gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável 
pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo 
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de 
nossa plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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 Sumário 
Apresentação da disciplina ...................................................................................................... 7 
Plano da Disciplina ..................................................................................................................... 8 
Unidade 1 - Conceitos Básicos das Normativas da Educação........................................ 11 
Unidade 2 - Políticas e Reformas Educacionais a Luz da LDB 9394/96........................ 27 
Unidade 3 - LDB 9394/96: Os Fins da Educação Nacional e Os Níveis da Educação 
no Brasil ............................................................................................................... 47 
Unidade 4 - Ensino Fundamental e Ensino Médio na Educação Básica ...................... 71 
Considerações finais ................................................................................................................ 93 
Conhecendo a autora .............................................................................................................. 94 
Anexos......................................................................................................................................... 99 
 
 
 
 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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 Apresentação da disciplina 
A disciplina de Fundamentos Legais e Normativos da Educação integra um 
conjunto de estudos e atividades que constituem a chamada formação 
pedagógica. Nela estudam-se os conceitos básicos do direito para entender a 
hierarquia das normas jurídicas e o emaranhado legislativo que cerca a educação, 
isto é, a legislação educacional, seu histórico no Brasil, a educação nas 
constituições passadas e na Constituição Federal de 1988, desembocando na lei 
que rege a educação no Brasil. 
O conteúdo dessa disciplina visa proporcionar aos futuros professores uma 
visão global do funcionamento do sistema educacional brasileiro, analisando-o de 
forma crítica nos seus aspectos pedagógicos e administrativos. 
Dessa forma serão analisadas as mudanças que foram incorporadas à educação 
a partir da promulgação da Constituição Federativa de 1988 e da implantação da 
nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). 
Esta obra está organizada em quatro unidades, cada uma delas estruturadas, a 
partir da introdução, do desenvolvimento e do ponto final em que consta o 
fechamento da unidade com atividades de fixação do conteúdo nele apresentado. 
 
Bons estudos! 
 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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 Plano da Disciplina 
Unidde 1 – Conceitos Básicos das Normativas da Educação 
Nesta unidade estudaremos os conceitos básicos das normativas da Educação 
para entender a hierarquia das normas jurídicas e o emaranhado legislativo que 
cerca a educação. Isto é, a legislação educacional, seu histórico no Brasil, a 
educação nas constituições passa- das e na atual Constituição Federal de 1988, que 
origina a lei que rege a educação no Brasil. 
Objetivo da unidade: 
O objetivo desta unidade inicial é apresentar o significado dos termos legais 
utilizados comumente na área do direito educacional, tanto nos textos específicos 
como na aplicação cotidiana, sempre que houver necessidade. 
Unidade 2 – Políticas e Reformas Educacionais a luz da LDB 9394/96 
Esta unidade traz informações para a análise compreensiva das políticas 
educacionais em seus aspectos sociopolíticos e históricos. Nela são abordados 
aspectos como qualidade versus quantidade na educação brasileira; as reformas 
educacionais que aconteceram em nosso país; o Plano Nacional de Educação e 
seus diferentes aspectos. 
Objetivo
da unidade: 
Esta unidade tem o objetivo de apresentar as Políticas Educacionais, as 
reformas de ensino decorrentes da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
Lei nº 9394/96, bem como os Planos e Diretrizes Nacionais para a Educação 
Brasileira. 
 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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Unidade 3 - LDB 9394/96: Os Fins da Educação Nacional e os níveis da 
Educação no Brasil 
Esta unidade aborda os fins da educação nacional que se encontram no artigo 
segundo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, com o seguinte teor: 
“a educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e 
nos ideais de solidariedade humana, considerando o desenvolvimento da pessoa, 
seu preparo para o exercício da cidadania, sua qualificação para o trabalho”. A 
ênfase está na educação básica, com destaque para temas relevantes, como a 
evasão escolar, os órgãos administradores e normatizadores que se ocupam em 
gestar e legislar para a educação, com destaque para os diferentes sistemas de 
ensino. 
Objetivo da unidade: 
O objetivo desta unidade é explorar os aspectos legais que trazem em seu 
interior diferentes abordagens explicativas sobre os fins da educação nacional, sob 
o olhar de diferentes autores reconhecidos. 
Unidade 4 – Ensino Fundamental e Ensino Médio na Educação Básica 
Nesta unidade estão contidas informações sobre o Ensino Fundamental, 
segunda etapa da educação básica, sua definição e as Diretrizes Curriculares 
Nacionais que orientam esta etapa de ensino. Aborda, também, o Ensino Médio 
com a nova Lei 13.415/17, que faz alterações nas Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, o Plano Nacional de Educação, o Plano de Desenvolvimento da Educação, 
as Diretrizes Curriculares Nacionais do ensino Fundamental e as respectivas 
implicações destes instrumentos orientadores, com o Ensino Fundamental. 
Objetivo da unidade: 
Esta unidade objetiva centrar sua atenção na segunda etapa da educação 
básica: O Ensino Fundamental e as atuais alterações do Ensino Médio com a nova 
Lei 13.415/17 que faz alterações nas Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
Vamos buscar na legislação da educação os fins e os objetivos dessa etapa de 
ensino. As Diretrizes Curriculares Nacionais que direcionam o ensino fundamental e 
as últimas orientações legais sobre o mesmo. 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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1 Conceitos Básicos das Normativas da Educação 
 
 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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Nesta unidade, estudaremos os conceitos básicos do direito para entender a 
hierarquia das normas jurídicas e o emaranhado legislativo que cerca a educação. 
Isto é, a legislação educacional, seu histórico no Brasil, a educação nas constituições 
passadas e na atual Constituição Federal de 1988, que origina a lei que rege a 
educação no Brasil. 
 
Objetivo da unidade: 
O objetivo desta unidade inicial é apresentar o significado dos termos legais 
utilizados comumente na área do direito educacional, tanto nos textos específicos 
como na aplicação cotidiana, sempre que houver necessidade. 
Plano da unidade: 
 Noções Fundamentais Hierarquia das Normas Jurídicas Constituição 
Federal de 1988 
 
Bem-vindo à primeira unidade! 
 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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Inicialmente, estudaremos alguns conceitos básicos do direito para entender a 
hierarquia das normas jurídicas suas especificidades, direitos e deveres, embates 
legislativos acerca da educação. Assim, torna-se importante entendermos como a 
legislação educacional no Brasil se organiza, pois, a partir da constituição federal de 
1988 e das leis em vigor, temos os diplomas normativos que regem atualmente a 
educação brasileira.  
Entretanto, uma lei não se encontra apartada das questões sociais, políticas e 
econômicas de um país. Para a interpretação e a aplicação das leis, obedecendo a 
uma estrutura hierárquica para o cumprimento do ordenamento jurídico. 
 
 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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O Ordenamento jurídico é composto de conjunto de normas de um Estado 
expressas em lei. São através desse ordenamento jurídico que as leis são criadas e 
estabelecidas no país. Dessa forma, a Educação baseia todas as suas orientações, 
organizações estruturais fundamentadas no que está firmado pela Constituição Federal. 
Portanto, todos os documentos elaborados oficialmente pela educação, 
publicados como portarias, resoluções e atos normativos, devem estar de acordo 
com as leis e decretos publicados, que estão subordinados à Constituição. 
Vamos refletir! 
Essa pirâmide está relacionada à Teoria Pura do Direito para Hans 
Kelsen consistia em estudar o direito na essência, privado dos valores, ou seja, sem ser 
o Direito comunista, o nazista, o fascista, o espanhol ou o capitalista. 
Cada local tem sua lei. Se eu quero estudar o Direito de cada um – pensou Kelsen – 
então afastarei desse Direito o valor, como o valor humano que as Ciências políticas, 
morais e econômicas estudam. Buscarei, ao mesmo tempo, afastar os fatos. Na 
corrente de pensamento anterior, o que regia o estudo do Direito era o fato social. 
Logo, afastarei a Sociologia e a Psicologia de todo o meu pensamento. 
Só restou, para Kelsen, a lei, já que ela existe em todos os países. A partir daí, ele 
elaborou dois conceitos: um de norma fundamental e um de norma jurídica. 
Cada país deveria ter seu próprio ordenamento jurídico. O Código de Napoleão, 
por exemplo, era a identidade da França. Cada pais busca sua identidade por 
organizar o seu próprio ordenamento jurídico. 
Norma fundamental e a Pirâmide de Kelsen: no Brasil de hoje, temos uma norma 
fundamental: a Constituição Federal. A partir dessa vem uma série de novas normas 
que organizam o país. Dessa ideia vem o conceito de pirâmide jurídica. Apesar de 
fundamental, a norma maior, a Constituição, por ser apenas uma, ocupa o topo da 
pirâmide. 
Disponível: http://notasdeaula.org/dir1/ied_08-05-08.html 
Indicação de leitura: Teoria Pura do Direito 
Disponível: www.direito.ufmg.br/revista/index.php/revista/article/viewFile/487/456 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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A Legislação no âmbito educacional: Noções Fundamentais 
Compreender algumas noções fundamentais da legislação 
educacional envolve conhecer o significado da Norma Jurídica, 
das Fontes do Direito, da Hierarquia das Normas Jurídicas e o 
Arcabouço Legal da educação brasileira. Este primeiro encontro, 
portanto, tem o objetivo de apresentar o significado dos termos 
legais utilizados comumente na área do direito educacional, 
tanto nos textos específicos da educação como na aplicação 
cotidiana da vida escolar. 
Assim, você na escola enquanto docente ou gestor, torna-se imprescindível 
obter conhecimentos básicos sobre a legislação educacional para reflexão e no 
debate político pedagógico dos direitos e deveres de todos na sociedade. 
Portanto, a legislação educacional traduz um conjunto de preceitos legais sobre 
temas relacionados às questões da Educação. Dessa forma, ao usarmos a expressão 
legislação educacional, direito educacional ou legislação da educação estaremos 
nos referindo à legislação que trata da educação escolar em seus níveis e 
modalidades em contorno abrangente, à educação básica (educação infantil, 
ensino fundamental e ensino médio) e à educação superior. 
Norma Jurídica 
Vamos à definição de Norma Jurídica. Conforme esclarece Paulo Dourado de 
Gusmão, norma jurídica é a proposição normativa inserida em uma ordem jurídica 
garantida pelo poder público, que pode disciplinar condutas e atos sendo 
coercitiva e provida
de sanção, tendo como princípio basilar garantir a ordem e a 
paz social e internacional. 
A norma jurídica decorre de um ato do poder público, podendo ser poder cons- 
tituinte, legislativo, judiciário, executivo etc. Ressalta-se que nem todo poder é 
estatal, pois quaisquer instituições podem criar normas, além das normas gerais. 
Considera-se como norma geral de um país a Constituição Federal. 
À medida que o objeto em estudo pela instituição exige uma lei específica, 
esta pode vir a ser criada. Como exemplo, pode-se tomar uma instituição escolar 
que, frente à determinada situação, recorre ao estabelecido em seu regimento 
escolar, nesse caso, considera-se norma, além da norma geral da educação que é a 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). 
 
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Direito Educacional 
Cabe também esclarecer o conceito do Direito Educacional, considerando o 
utilizado por Renato Alberto Teodoro Di Dio, precursor do Direito Educacional 
Brasileiro, que afirma que o mais apropriado seria dizer Direito da Educação, Direito 
Educacional ou Direito Educativo. Os puristas optariam por Direito Educativo. Por 
outro lado, na linguagem comum, o termo educativo carrega a conotação de algo 
que educa, ao passo que educacional seria o direito que trata da educação. 
Norma Jurídica 
Vamos à definição de Norma Jurídica. Conforme esclarece Paulo Dourado de 
Gusmão, norma jurídica é a proposição normativa inserida em uma ordem jurídica 
garantida pelo poder público, que pode disciplinar condutas e atos sendo 
coercitiva e provida de sanção, tendo como princípio basilar garantir a ordem e a 
paz social e internacional. 
A norma jurídica decorre de um ato do poder público, podendo ser poder cons- 
tituinte, legislativo, judiciário, executivo etc. Ressalta-se que nem todo poder é 
estatal, pois quaisquer instituições podem criar normas, além das normas gerais. 
Considera-se como norma geral de um país a Constituição Federal. 
À medida que o objeto em estudo pela instituição exige uma lei específica, 
esta pode vir a ser criada. Como exemplo, pode-se tomar uma instituição escolar 
que, frente à determinada situação, recorre ao estabelecido em seu regimento 
escolar, nesse caso, considera-se norma, além da norma geral da educação que é a 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). 
Fontes do direito 
As fontes do direito são os meios pelos quais se formam as regras jurídicas. 
Como exemplo de fonte direta do direito, pode-se citar a lei e o costume; as 
indiretas são a doutrina e a jurisprudência. Podemos definir Lei como sendo a 
principal norma jurídica escrita e a fonte do direito. 
 
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Costume 
Já o Costume é a reiteração constante de uma conduta, na convicção de ser a 
mesma, obrigatória, isto é, uma prática aceita como sendo direito, caso não exista 
lei sobre determinado assunto, pode o juiz decidir a questão conforme o costume. 
Doutrina 
Doutrina é a interpretação da lei realizada pelos estudiosos do assunto, 
tecendo comentários, tratados, pareceres, monografias. 
Jurisprudência 
A Jurisprudência, por sua vez, é a interpretação da lei feita pelos juízes e 
tribunais nas suas decisões. A jurisprudência está firmada quando uma questão já 
foi julgada e decidida reiteradamente. 
 Hierarquia das Normas Jurídicas 
Há uma hierarquia das normas jurídicas. Foi visto que a norma jurídica é a 
proposição normativa inserida em uma ordem jurídica garantida pelo poder 
público, que pode disciplinar condutas e atos como coercitiva e provida de sanção, 
tendo como princípio basilar garantir a ordem e a paz social e internacional. 
Destaca-se ao ordenamento hierárquico das normas jurídicas organizadas 
como se uma fosse pirâmide, a qual possui na base os atos normativos; no centro, as 
leis; e no topo a Constituição Federal. 
Assim, pela ordem de importância, classificam-se conforme a seguir: 
 
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 Constituição Federal 
Constituição Federal, também conhecida como Carta Magna ou Carta Maior, é 
a lei fundamental do Estado. Contém o conjunto de normas básicas que compõem 
a estrutura jurídica, política, social e econômica do Estado. É a sua lei máxima. 
 Lei 
Lei, segundo Paulo Nader, é a norma editada pelo Poder Legislativo. É a forma 
ju- rídica escrita emanada do Poder Público. Ou seja, é a norma escrita, elaborada 
por órgão competente, com forma estabelecida, por meio da qual as regras 
jurídicas são criadas, modificadas ou extintas. O autor esclarece, ainda, que as leis 
podem ser clas- sificadas como: 
Leis complementares 
No direito, a lei complementar tem como propósito acrescer, explicar, adicionar 
algo à Constituição. Ela diferencia-se da lei ordinária somente pelo quórum 
necessário para sua aprovação e possui seu âmbito material predeterminado pelo 
constituinte. 
Leis Ordinárias 
Leis ordinárias são leis comuns, formuladas pelo Congresso Nacional (área 
federal), pela Assembleia Legislativa (área estadual) ou pela Câmara de Vereadores 
(área municipal). 
Durante sua elaboração, a lei ordinária passa por cinco fases: 
 Iniciativa, 
 Aprovação, 
 Sanção, 
 Promulgação e 
 Publicação e exige apenas maioria simples de votos para ser aceita. 
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Leis delegadas 
Já com relação às Leis delegadas, nos artigos 59 e 68 da Constituição Federal, 
ficou estabelecido que elas sejam um ato normativo elaborado pelo Presidente da 
República, com a autorização do Congresso Nacional Brasileiro, para casos de 
relevância e urgência, quando a produção de uma lei ordinária levaria muito tempo 
para dar uma resposta à situação. 
Atos Administrativos Normativos 
Os Atos Administrativos Normativos contêm um comando geral do Executivo, 
visando à correta aplicação da lei. Têm por objetivo explicar a norma legal a ser 
observada pela Administração e pelos administrados. Eles expressam 
minuciosamente o mandamento abstrato da lei, têm a mesma normatividade da 
regra legislativa e a ela se equiparam para fins de controle judicial. 
Por outro lado, distinguem-se substancialmente das regras legislativas por 
estarem a elas submetidos, uma vez que estão em uma escala hierárquica inferior. 
Em hipótese alguma podem os atos administrativos normativos contrariar a regra 
legislativa ou sequer ir além dela. Vamos conhecer alguns exemplos de atos 
administrativos normativos, baseando-nos em Paulo Nader. 
Decreto 
É o ato do Poder Executivo (Presidente da República, Governador, Prefeito) que 
pode conter normas gerais dirigidas para todos que se encontrem na mesma 
situação ou dirigir-se à pessoa ou grupo de pessoas determinadas. 
O decreto também pode estabelecer as condições e a maneira como a lei deve 
ser cumprida ou fixar medida administrativa. No auge da Ditadura Militar, havia, 
ainda, o decreto-lei que foi abolido e, no seu lugar, passou-se a adotar as medidas 
provisórias que têm força de lei de acordo com o acordo com o artigo 62, da 
Constituição Federal. 
 
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Medida Provisória 
No direito constitucional brasileiro, a Medida Provisória (MP) é adotada pela 
Presidência da República, mediante ato unipessoal, sem a participação do Poder 
Legislativo, que somente será chamado a discuti-la em momento posterior. Este 
tema merece de nossa parte uma volta às ruas. A Medida Provisória, assim, embora 
tenha força de lei, não é verdadeiramente uma lei, no sentido técnico estrito deste 
termo, visto que não existiu processo legislativo prévio à sua formação. 
Portaria 
Já a Portaria é o
ato normativo ou administrativo emanado de autoridade, que 
disciplina o funcionamento da administração e normatiza a conduta de seus 
agentes. Podem ter conteúdo individual ou geral, aprovando instruções, 
determinando providências, nomeando, demitindo, aplicando punições. 
Para Helly Lopes Meirelles, as portarias são atos administrativos internos, pelos 
quais os chefes de órgãos, repartições e serviços expedem determinações gerais ou 
especiais a seus subordinados, ou designam servidores para funções e cargos 
secundários. 
Parecer 
O Parecer é o ato pelo qual os órgãos consultivos da administração emitem 
uma opinião diante da análise de um caso sobre assuntos técnicos ou jurídicos de 
sua competência. É uma apropriação oriunda de uma ou mais pessoas, quando se 
pronunciam sobre dado assunto submetido a seu exame. 
O parecer serve de orientação sobre determinado assunto, podendo ser 
facultativo, isto é, fica a critério da Administração solicitá-lo ou não, sendo 
obrigatório quando a lei exigir como pressuposto para o ato final, mesmo não 
havendo obrigatoriedade de acolhimento por parte da autoridade ou ainda pode 
ser vinculante. Ou seja, quando a Administração é obrigada a solicitá-lo e acatar 
sua decisão. Esse é o caso dos pareceres que são lavrados pelos conselhos de 
educação. 
 
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Regulamento 
O Regulamento é o conjunto de regras destinadas a especificar, esclarecer e 
completar o texto da lei para facilitar sua execução. 
Estatuto e Regimento 
O Estatuto contém normas e explicações para o funcionamento de determinada 
organização ou instituição. O Regimento, por sua vez, é o ato administrativo 
normatizador de situação interna de um órgão ou instituição, isto é, tem como 
objetivo regular o funcionamento de determinado órgão. Em se tratando de 
educação, cada estabelecimento de ensino deve ter o seu próprio regimento. 
Por outro lado, o regimento interno regula o funcionamento e o serviço interno 
das câmaras legislativas, dos tribunais, dos órgãos da administração pública e, por 
vezes, de instituições ou organizações particulares. 
A educação brasileira, portanto, tem seu arcabouço na Constituição Federal de 
1988, que exige uma lei complementar que estabeleça diretrizes e bases para a 
educação nacional. Dessa forma, surge a LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO 
NACIONAL (LDBEN), exarada em 20 de dezembro de 1996, e que leva o número 
9394/96. A partir da LDBEN, são elaboradas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) pelo 
Conselho Nacional de Educação (CNE), para todos os níveis e modalidades de ensino. 
 
Leitura complementar 
MOTTA, Elias de Oliveira. Direito educacional e educação no século XXI 
incluindo comentários à nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e 
Legislação Conexa e Complementar. Brasília: UNESCO, 1997. 
PERES, José Augusto de Souza. O direito educacional: de suas origens remotas a uma 
tentativa de sistematização. Salamanca: Universidade Pontifícia de Salamanca, 1997. 
É hora de se avaliar 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
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 Exercícios – Unidade 1 
1. Podemos citar como fontes do Direito: 
a) Fontes diretas são a lei e o costume; indiretas são a doutrina e a 
jurisprudência. 
b) A doutrina e a jurisprudência. 
c) A doutrina e o costume. 
d) A jurisprudência e o costume. 
e) Exclusivamente os costumes. 
 
2. A educação brasileira, tem seu arcabouço na Constituição Federal de 1988. 
Assim, a lei que estabelece os fins, os objetivos e diretrizes para educação: 
a) LDBEN. 
b) LDCN. 
c) PNE. 
d) PME. 
e) Constituição Federal. 
 
3. O Ato administrativo normatizador de situação interna da escola que tem 
como objetivo regular o funcionamento: 
a) Proposta Pedagógica. 
b) Livro de Atas. 
c) Diário de Classe. 
d) Diretrizes Curriculares. 
e) Regimento. 
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4. O Estatuto contém normas e explicações para o funcionamento de 
determinada organização ou instituição. EXCETO: 
a) Conjunto normas jurídicas. 
b) Regulamenta o funcionamento de uma pessoa jurídica. 
c) Normatiza uma associação ou uma fundação. 
d) Organiza um conjunto de leis do estado. 
e) Comum a todo o tipo de órgãos colegiados, incluindo entidades sem 
personalidade jurídica. 
5. Com base nos conceitos de norma fundamental e da pirâmide de Kelsen, foi 
constituída a pirâmide jurídica brasileira. Partindo topo para a base, organize a 
estrutura hierárquica do ordenamento jurídico no Brasil. 
I - Leis, Decretos e Jurisprudência; 
II - Atos Normativos, Portaria, Resoluções, Portarias etc.; 
III - Constituição Federal; 
IV - Contratos, Sentenças Judiciais, Atos e Negócios Jurídicos. 
a) II, I, IV e III. 
b) I, II, III e IV. 
c) III, I, II e IV. 
d) IV, II, III e I. 
e) II, III, IV e I. 
6. Segundo Paulo Dourado de Gusmão, a norma jurídica tem como princípio 
basilar garantir: 
a) O fim da fome e injustiça social. 
b) A ordem e o fim de conflitos étnicos. 
c) O desarmamento e uma moeda única. 
d) O fim das barreiras alfandegárias e a paz. 
e) A ordem e a paz social e internacional. 
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7. Segundo o texto, uma das fontes diretas do direito é a jurisprudência. 
Marque a melhor definição desse termo. 
a) Análise de casos internacionais julgados pela Corte Interamericana de 
Direitos Humanos. 
b) Veredito do juiz tomando como base seu conhecimento pessoal; 
c) Interpretação da lei feita pelos juízes e tribunais nas suas decisões. 
d) Prática aceita como sendo direito, caso não exista lei sobre determinado 
assunto. 
e) Parecer realizado pelos estudiosos do assunto. 
 
8. As Leis Ordinárias podem ser formuladas por órgãos de três instâncias. Esses 
são: 
a) Ministério Público, Congresso Nacional e Câmara do Vereadores. 
b) Congresso Nacional, Assembleia Legislativa e Secretaria de Educação. 
c) Congresso Nacional, Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores. 
d) Câmara de Vereadores, Congresso Nacional e Ministério da Fazenda. 
e) Assembleia Legislativa, Ministério do Trabalho e Câmara de Vereadores. 
9. Para que serve um parecer? Traga um exemplo de parecer. 
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10. Traga um exemplo de Estatuto na Educação. 
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Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
27 
 
2 Políticas e Reformas Educacionais a Luz da LDB 9394/96 
 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
28 
Esta unidade traz informações para a análise compreensiva das políticas 
educacionais em seus aspectos sociopolíticos e históricos. Nela, são abordados 
aspectos como qualidade versus quantidade na educação brasileira; as reformas 
educacionais que aconteceram em nosso país; o Plano Nacional de Educação e 
seus diferentes aspectos. 
 
Objetivo da unidade: 
Esta unidade tem o objetivo de apresentar as Políticas Educacionais, as 
reformas de ensino decorrentes da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
Lei nº 9394/96, bem como os Planos e Diretrizes Nacionais para a Educação 
Brasileira. 
Plano da disciplina 
 
 Políticas Educacionais 
 Qualidade x quantidade na educação brasileira 
 Reformas Educacionais 
 Diretrizes de Ensino 
 
Bem-vindo à segunda unidade! 
 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
29 
 Políticas Educacionais 
Nos dez primeiros anos que se seguiram, houve um desenvolvimento do 
ensino ja- mais registrado no país. A centralização/descentralização são categorias 
que estão vinculadas à questão do exercício do poder político, mesmo porque, 
desde o final do século XX, a descentralização vem atrelada aos interesses 
neoliberais de diminuir gastos sociais do Estado. Isso ficou evidente após a 
promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei nº 9394/96 
que centraliza no âmbito federal as decisões sobre currículo e sobre avaliação e 
repassa à sociedade responsabilidades estatais. 
Esta unidade tem o objetivo de apresentar as Políticas Educacionais, as 
reformas de ensino decorrentes da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
Lei nº 9394/96, bem como Plano Nacional da Educação e Diretrizes Nacionais para 
a educação brasileira. 
Para abordar o tema Políticas Educacionais faz-se necessária uma análise das 
reformas educacionais em curso no mundo que constatam a existência de pontos 
comuns nas políticas educacionais, como a gestão da educação, o financiamento, o 
currículo, a avaliação e a formação de professores. Todavia, há aspectos que 
impregnam esses pontos e que, historicamente, caracterizam as políticas de 
educação, como sendo unicamente algo centrado entre o público e o privado, 
entre o ensino superior e a educação básica. 
Para a autora Regina Vinhaes Gracindo, no contexto atual, as políticas educacionais 
podem ser observadas pelas inúmeras contradições instituídas, resultantes de uma 
forma de pensar a sociedade, o Estado e a gestão da educação. Para vários 
pesquisadores na área das políticas educacionais, as consequências da inversão de 
prioridades estariam, por exemplo, no abandono da democratização do acesso e da 
permanência de todos na escola básica em nome da qualidade do ensino. 
Portanto, nas políticas educacionais são impressos alguns jargões progressistas, 
como a qualidade do ensino para diminuição dos altos índices de evasão e 
repetência, mas não consegue incluir efetivamente todas as crianças e os jovens na 
vida escolar. Outra consequência diz respeito ao descompromisso do Estado ao 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
30 
descentralizar ações para a comunidade, desobrigando-se de manter políticas 
públicas, especialmente as sociais, e repassando encargos para outras instâncias 
administrativas institucionais, porém sem poder decisório. Exemplos disso são as 
ações assumidas pelo voluntariado em questões de responsabilidade do Estado. 
Pode-se usar como exemplo o Programa Amigos da Escola, que nada mais é do 
que passar adiante uma tarefa que é do Estado. 
Na busca de implantar sua política, o discurso neoliberal argumenta que a 
esfera privada é detentora de maior eficiência, enfraquecendo, assim, os serviços 
públicos e levando à privatização desenfreada de serviços educacionais, 
principalmente no ensino superior. Devido a essa prática, há uma redução de 
investimentos públicos na educação superior pública ocorrendo uma inserção 
maior de investimentos no Ensino Fundamental. 
O estudo do histórico das políticas educacionais possibilita identificar tais 
elementos de análise nos diferentes momentos da história da educação brasileira. 
De forma suscinta vamos abordar três aspectos importantes categorias 
importantes para o entendimento desse movimento histórico nas políticas 
educacionais que resultam em propostas atuais: 
Começamos pela centralização/descentralização que, na organização da 
educação brasileira, tem como fato histórico e marcante e que auxilia na 
compreensão deste primeiro item, a representação que obteve a Revolução de 
1930. Ela representou a consolidação do capitalismo industrial no Brasil e foi 
determinante para o consequente aparecimento de novas exigências educacionais. 
Nos dez primeiros anos que se seguiram, houve um desenvolvimento do 
ensino jamais registrado no país. A centralização/descentralização são categorias 
que estão vinculadas à questão do exercício do poder político, mesmo porque, 
desde o final do século XX, a descentralização vem atrelada aos interesses 
Dica de Vídeo! 
Para aprofundar o conhecimento 
Assista o vídeo: Pablo Gentili – Políticas Neoliberais 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=oTimRbPmh-E 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
31 
neoliberais de diminuir gastos sociais do Estado. Isso ficou evidente após a 
promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Lei nº 9394/96 
que centraliza no âmbito federal as decisões sobre currículo e sobre avaliação e 
repassa à sociedade responsabilidades estatais. 
 Qualidade x Quantidade na Educação Brasileira 
Sobre a qualidade da educação e do ensino, os educadores têm caracterizado o 
termo qualidade com os adjetivos social e cidadã, isto é, qualidade social, 
qualidade cidadã, para diferenciar o sentido que as políticas dão ao termo. 
Salienta-se, assim, que qualidade social da educação significa não apenas 
diminuições da evasão e da repetência como entendem os neoliberais, mas refere-
se à condição de exercício da cidadania que a escola deve promover. 
O embate entre defensores da escola pública e privatistas na educação 
brasileira significa que, compreender a educação pública no Brasil, supõe conhecer 
como se deu, historicamente, o embate com as forças privatista presentes em toda 
a história educacional brasileira, ora se apresentando com maior ou menor 
expressão, ora adquirindo características diferenciadas. 
Destacamos que na elaboração da Constituição de 1988, evidencia-se o 
favorecimento das instituições educacionais privadas, sinaliza Bonamino,2003, 
p.258, que: 
A nova Constituição adota uma concepção ampla de setor privado. Como 
observa Cury (1992), no art. 213, que trata da transferência de recursos e da 
liberdade de ensino, há uma inovação constitucional. Pela primeira vez, um texto 
legal faz distinção clara entre o público e o privado e entre diferentes modalidades 
de escola privada, com implicações diretas para as diferentes maneiras de qualificar 
os possíveis beneficiários dos recursos públicos. 
Assim, durante o processo de elaboração da Constituição de 1988, verificou-se
novamente o confronto entre publicistas e privatistas. 
A partir de meados da década de 80, com a crise econômica internacional e o 
desemprego estrutural que levaram ao arrocho salarial, a classe média, pressionada 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
32 
pelo custo de vida, buscou retirar do orçamento familiar o gasto com mensalidades 
escolares e foi à procura da escola pública. A inadimplência cresceu nas escolas 
particulares e nova ofensiva apresentou-se: a ideia do público não estatal. 
O público passou a ser entendido como tudo o que se faz na sociedade e nela 
interfere. Nessa perspectiva, haveria o público estatal e o público privado, 
definindo a gratuidade do ensino apenas em estabelecimentos oficiais, como 
assegurava o artigo 206 da Constituição Federal de 1988. Tal concepção deve-se à 
política neoliberal, que prega o Estado mínimo, ou Estado garantia, incluindo até 
mesmo a privatização ou a minimização da oferta de serviços sociais. 
 Reformas Educacionais 
Ao abordar as reformas educacionais, pressupõe entender os multiplos 
sentidos que levaram a criação de certas legislações. Isso significa que deve ser 
constatada a existência de determinado problema para, então, buscar soluções 
para ele, formular uma política e um plano de implementação. Ocorre que um 
problema nacional, como problema governamental, só existe com uma percepção 
coletiva. Não basta, assim, somente algumas pessoas terem consciência do 
problema; é preciso que existam pressões sociais coletivas para que determinado 
aspecto da realidade seja considerado. 
Sobre isso, José Mário Pires Azanha afirma que somente quando essa 
consciência se generaliza e se difunde amplamente na sociedade é que se pode 
falar de um problema em termos nacionais e de governo. 
Para Shiroma (2004, p. 9) compreender o sentido de uma política pública 
demandaria conhecer e entender o significado do projeto social do Estado. Assim, 
para tornar compreensível o que seja uma política educacional, três perguntas são 
fundamentais: 
Qual é o projeto? 
Quem defende? 
Que política foi adotada? 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
33 
Poderíamos também acrescentar mais uma: A quem interessa a efetivação de uma 
política educacional? Assim, torna-se importante lembrarmos que ao longo da história 
da Educação vários programas e projetos foram instituídos como forma de organização 
das politicas educativas, atendendo sempre ao projeto social do Estado. 
Manifesto dos pioneiros da Educação Nova 
Em 1932, um grupo de educadores apresentou o projeto educativo Manifesto 
dos pioneiros da Educação Nova, ligado à nova corrente da época, lançado nos 
Estados Unidos, que conquistava seguidores no Brasil. Esse documento pode ser 
considerado a primeira tentativa de elaboração de um plano de educação para o 
país. Atualmente, estaria existindo novamente essa consciência nacional, pela 
presença, constante, nos diferentes discursos, da importância da educação em um 
mundo competitivo, em uma sociedade em que o conhecimento é fundamental e 
o fantasma do desemprego só se combate com a educação. Essa consciência teria 
provocado, no final do século XX, a aprovação e implementação de reformas no 
ensino brasileiro por meio da LDBEN nº 9394/96 e, consequentemente, os Planos e 
Diretrizes por ela apontadas. Vejamos no quadro a seguir as tentativas feitas nos 
últimos 85 anos em relação à educação do nosso país. 
 
 
ANO/PERÍODO OBJETO DA POLÍTICA EDUCACIONAL REPRESENTANTES 
1932 Introdução da racionalidade científica Escolanovistas 
1937 Controle político-ideológico 
Governo Getúlio 
Vargas – Estado 
Novo 
1961 
Lei 4024/61 - LDBEN Instrumento de distribuição de 
recursos para os diferentes níveis de ensino 
Governo João Goulart 
1964 Racionalidade tecnocrática na educação Ditadura Militar 
1986 Racionalidade democrática Governo Sarney 
1991- 1995 
Programa Setorial de Ação do Governo a meta era 
inserir o país na nova revolução tecnológica 
Collor na área de 
Educação 
 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
34 
 
Em 1932, o objetivo do plano era o da introdução da racionalidade científica 
com os autores da tendência escolanovista. Em 1937, o objeto do plano era de 
controle politicoideológico, durante o Governo Vargas – Estado Novo. 
Em 1961, temos a Lei nº 4024, LDBEN, cujo objeto era o do Instrumento de 
distri- buição de recursos para os diferentes níveis de ensino. Em 1964, durante a 
Ditadura Militar, temos a racionalidade democrática. E, por fim, em 1990 até os dias 
de hoje, observamos a Racionalidade Financeira. 
 
ANO/PERÍODO OBJETO DA POLÍTICA EDUCACIONAL REPRESENTANTES 
1992-1994 
Plano Decenal de Educação para Todos 1993-2003 
desdobramento da participação do Brasil na 
Conferência de Educação para Todos, em 1990, em 
Jomtien, na Tailândia, promovida pela UNESCO, pelo 
UNICEF e pelo BIRD. 
Itamar Franco 
1996 
LDB 9394/96 Organiza a educação brasileira e as 
instituições de ensino e pesquisa. 
Fernando Henrique 
Cardoso (Presidente) 
Paulo Renato Souza 
(Ministro da E ducação) 
2001- 2010 
LEI N° 10172, DE 9 DE JANEIRO DE 2001. Aprova o 
Plano Nacional de Educação - PNE elevação global 
do nível de escolaridade da população; melhoria da 
qualidade do ensino em todos os níveis; a redução 
das desigualdades sociais e regionais no tocante ao 
acesso e à permanência, com sucesso, na educação 
pública e democratização da gestão do ensino 
público. 
Aprovada pelo 
Congresso Nacional 
sancionada pelo 
Presidente da 
República 
2014-2024 
Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o 
Plano Nacional de Educação (PNE) I − erradicação do 
analfabetismo; II − universalização do atendimento 
escolar; III − superação das desigualdades 
educacionais, com ênfase na promoção da cidadania 
e na erradicação de todas as formas de 
discriminação; IV − melhoria da qualidade da 
educação; V − formação para o trabalho e para a 
cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em
que se fundamenta a sociedade; VI − promoção do 
princípio da gestão democrática da educação 
pública; 
Decretada pelo 
Congresso Nacional 
sancionada pelo 
Presidente da 
República 
Dilma Russef 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
35 
Ao observar a planilha, a seguir, podemos perceber que a criação do diferentes 
projetos educativos são bem distintos, ocorrem a partir das mudanças sociais e 
econômicas do país e do mundo. Vejamos: 
ANO/PERÍODO PNE OBSERVAÇÕES 
1962 
1º Plano Nacional de Educação. Com vigência de dois 
anos, interrompido pela ditadura militar 
Oriundo da Constituição de 
1946 e da LDBEN 4024/61. 
Sofreu duas alterações. A 
primeira em 1965 (salário – 
educação). A s e g u n d a 
e m 1966 (orientação para o 
tra- balho) 
1993 Plano Decenal de Educação para Todos 
Não saiu do papel 
sendo abandonado em 
1995 
2001-2010 
2º Plano Nacional de Educação 
Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE elevação 
global do nível de escolaridade da população; 
melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis; a 
redução das desigualdades sociais e 
regionais no tocante ao acesso e à permanência, com 
sucesso, na educação pública e democratização da 
gestão do ensino público. 
Lei 10.172/01 
Aprovada pelo Congresso 
Nacional sancionada pelo 
Presidente da República 
2014-2024 
3º Plano Nacional de Educação 
Aprova o Plano Nacional de Educação (PNE)  I − 
erradicação do analfabetismo; II − universalização do 
atendimento escolar; III − superação das 
desigualdades educacionais, com ênfase na promoção 
da cidadania e na erradicação de todas as formas de 
discriminação; IV − melhoria da qualidade da 
educação; V − formação
para o trabalho e para a 
cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em 
que se fundamenta a sociedade; VI − promoção do 
princípio da gestão democrática da educação pública; 
Lei nº 13.005, de 25 de 
junho de 2014 
Aprovada pelo Congresso 
Nacional sancionada pelo 
Presidente da República 
Dilma Rousseff 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
36 
Este segundo quadro trata da real aplicação de cada um dos Planos, inclusive 
reconhece a existência e aplicabilidade de apenas três deles. Em 1962, temos o 1° 
Plano Nacional de Educação. Em 1993, temos o Plano Decenal de Educação para 
todos, que não saiu do papel, sendo abandonado em 1995. E, em 2001, por meio 
da Lei n°10.172, tivemos outra versão do Plano Nacional de Educação. Atualmente, 
temos o PNE referente ao período 2014-2024 aprovado pela Lei nº 13.005, de 25 de 
junho de 2014 
Plano Nacional de Educação. O que é? 
Afirma Bordignon (2014, p.33) que se pode definir plano como a descrição, o 
desenho, o projeto do caminho a seguir, nele estão as metas e ações para ser 
alcançado um futuro desejado. Trata-se de um documento formal que consolida as 
decisões tomadas no processo de um planejamento. Assim, o plano é um registro 
escrito, sob a forma de um documento aprovado, na instância própria de 
competência legal. 
Neste sentido, O Plano Nacional de Educação sempre será aprovado pelo 
Congresso Nacional e transforma- do em Lei com uma duração prevista para dez 
anos. Em consequência, os Estados, o Distrito Federal e os municípios devem 
elaborar também seus Planos Decenais correspondentes para se adequarem às 
especificidades locais. 
O Plano Nacional de Educação, portanto, se refere a todos os níveis e 
modalidades de ensino, e é o primeiro a ser submetido à aprovação do Congresso 
Nacional, tanto por exigência da Constituição Federal de 1988, que o institui, 
quanto pelo artigo 9º da LDBEN nº 9394/96. É importante esclarecer que, por ter 
sido instituído pela Constituição Federal de 1988, o PNE é autônomo em relação ao 
que estabelece a LDBEN de 1996. 
Quais são os planos? Pne 
A Constituição brasileira, em seu Art 214, previu a implantação legal do Plano 
Nacional de Educação Plano (PNE). Entretanto, a Emenda Constitucional (EC) nº 
59/2009 melhor qualificou o papel do PNE, ao estabelecer sua duração como 
decenal – no texto anterior, no plano era plurianual – e ao aperfeiçoar seu objetivo: 
articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
37 
diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a 
manutenção e desenvolvimento do ensino, em seus diversos níveis, etapas e 
modalidades, por meio de ações integradas das diferentes esferas federativas. 
Assim, destacamos no PNE 2014- 2024: 
Art. 2º São diretrizes do PNE: I − erradicação do analfabetismo; II − 
universalização do atendimento escolar; III − superação das desigualdades 
educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as 
formas de discriminação; IV − melhoria da qualidade da educação; V − formação 
para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que 
se fundamenta a sociedade; VI − promoção do princípio da gestão democrática da 
educação pública; VII − promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do 
país; VIII − estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em 
educação como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), que assegure 
atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade; 
IX − valorização dos(as) profissionais da educação; X − promoção dos princípios do 
respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. 
(Lei 13.005 2014). 
Fonte: http://educacaouniverso.blogspot.com.br/2014/06/ja-conhece-o-novo-plano-nacional-de.html 
 
A introdução do Plano inclui, entre as prioridades maiores, a erradicação do 
analfabetismo; universalização do atendimento escolar; superação das 
desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na 
erradicação de todas as formas de discriminação. Assim, a Constituição 1988 e a 
LDB 9394/96 atribuem responsabilidades específicas à União, aos estados e aos 
municípios, determinando que cada instância organize o respectivo sistema de 
ensino em regime de colaboração com as demais, cooperando entre si para 
garantir o ensino obrigatório. Neste sentido, a alfabetização e o ensino 
fundamental de jovens e adultos compõem esse campo de responsabilidades 
compartilhadas, que exigem a colaboração dos municípios, estados e da União, 
cabendo ao governo federal as funções de coordenação das políticas nacionais, de 
articulação e apoio técnico e financeiro às demais instâncias. 
   
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
38 
Na segunda metade do século passado, Dermeval Saviani, um teórico brasileiro, 
já destacava as diferentes racionalidades existentes nas muitas tentativas de 
elabora ção e de implementação de um Plano Nacional de Educação. A CONAE – 
Conferência Nacional de Educação ocorreu entre 28 de março e 1º de abril de 2010. 
Foi um espaço de discussão sobre a educação brasileira em que o tema principal foi 
a construção do sistema nacional articulado e o Plano Nacional de Educação. 
 
 Diretrizes de Ensino 
As Diretrizes Nacionais de Ensino têm sua origem no artigo 9º da LDBEN e se 
constitui incumbência da União. Elas são elaboradas pelo Conselho Nacional de 
Educação e, em virtude das inúmeras mudanças política, econômicas e sociais no 
Brasil, elas são consequentemente alteradas, dependendo das intencionalidades e 
aspirações sociais ou, na maioria das vezes, da agenda política e dos interesses da 
classe dominante. Após aprovação e publicação oficial devem ser cumpridas em 
todo o território nacional. Atualmente, já foram elaboradas e aprovadas as 
Diretrizes que tratam dos níveis e modalidades da educação nacional estando 
constituídas conforme o quadro que veremos a seguir: 
 
Dica! 
Pesquise sobre as 20 metas do plano nacional de educação 2014-2024 
Fonte: http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conecendo_20_metas.pdf 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
39 
DIRETRIZ NACIONAL ASSUNTO 
Parecer CNE/CEB nº 7/2010, 
aprovado em 7 de abril de 
2010. 
Resolução CNE/CEB nº 4, de 13 
de julho de 2010 
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. 
Parecer *CEB nº 04/98 
Ensino Fundamental (alterado pela Res.CEB nº 03/2005 e Res. CNE/CEB nº 
01/2010) 
CEB nº 03/2005 e Res. CNE/CEB nº 01/2010). 
Parecer CEB nº 15/98 Ensino Médio (atualizadas pela Res. CNE/CEBnº 01/2005 e Res CNE/CEB nº 
04/2005). 
Parecer CEB nº 22/98 Educação Infantil (atualizadas pela Res. CNE/CEB nº 05/2009). 
Parecer CEB nº 01/99 Formação d e P r o f e s s o r e s n a modalidade Normal em nível médio. 
Parecer CEB nº 14/99 Educação em Escolas Indígenas. 
Parecer CEB nº 16/99 
Educação Profissional de Nível 
Técnico(atualizadas pela Res. CNE/CEB nº01/2005 e Res. CNE/CEB nº 
04/2005). 
Parecer CEB nº 04/2000 Diretrizes Operacionais para a Ed.Infantil. 
Parecer CNE/CEB nº 17/2012, 
aprovado em 6 de junho de 
2012. 
Orientações sobre a organização e o funcionamento da Educação Infantil, 
inclusive sobre a formação docente, em consonância com as Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. 
Parecer CEB nº 11/2000 Educação de Jovens e Adultos. 
Parecer CEB nº 17/2001 Educação Especial na Educação Básica. 
Parecer CEB nº 36/2001 Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. 
Parecer CNE/CEB nº 02/2008 
Estabelece Diretrizes complementares, normas e princípios para o 
desenvolvimento
de políticas públicas de atendimento da Educação 
Básica do Campo. 
CNE/CEB nº 02/2009 
Fixa as Diretrizes Nacionais para os Planos de Carreira e Remuneração 
dos Profissionais do Magistério da Educação Básica Pública, em 
conformidade com o artigo 6º da lei nº11.738/2008, e com base nos 
artigos 206 e 211 da CF/88, nos art. 8º, parágrafo 1º, e 
67 da Lei nº 9394/96, e no art. 40 da Lei nº11.494/2007. 
CNE/CEB nº 04/2009 
Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional 
Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial da 
Educação Básica, modalidade Educação Especial. 
Parecer CNE/CEB nº 5/2011, 
aprovado em 5 de maio de 
2011 
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
40 
À medida que as instituições privadas e os conselhos estaduais de educação 
encaminham consultas referentes a temas ligados aos níveis e modalidades de 
ensino, o Conselho Nacional de Educação, por meio de suas Câmaras 
constituídas, se manifesta. 
Enfim, esses documentos são marcos regulatórios vigentes para além de uma 
letra fria da lei configura-se com um imenso desafio aos educadores 
comprometidos com a qualidade do ensino. Não há dúvidas que a legislação 
cumpre um papel fundamental de assegurar direitos conquistados. Assim, torna-se 
necessário considerar as constantes transformações sociais e avançar na 
compreensão do papel social da escola. 
Dica! 
Para você obter todas as publicações atualizadas referentes às 
legislações brasileiras, acesse o Portal do MEC. 
http://portal.mec.gov.br/pnaes/323-secretarias-112877938/orgaos-vinculados-
82187207/12992-diretrizes-para-a-educacao-basica 
Leitura complementar 
 
MENESES, João Gualberto de Carvalho et.al. Estrutura e funcionamento da 
educação básica: leituras. São Paulo: Pioneira, 1998. 
A obra trata sobre a educação nacional, sua estrutura e funcionamento a 
partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacinal 9394/96. 
SOUZA, Paulo Nathanael Pereira; SILVA, Eurides Brito. Como entender e 
aplicar a nova LDB. São Paulo: Pioneira Thomson Learnin, 2002. 
Nesta obra os autores apresentam com clareza a nova legislação da 
educação na- cional e sua aplicabilidade no chão da escola. 
BRZEZINSKi, Iria. (org.) LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam. 4 
ed. são paulo: cortez editora, 2000. 
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41 
Esta obra foi elaborada a partir do conjunto de 13 textos de diferentes autores 
que abordam de forma interpretativa a lei de diretrizes e bases da educação 
nacional de 1996, revelando suas possibilidades de aplicação. 
 
Estamos encerrando a unidade. Sempre que tiver uma dúvida entre em contato 
com seu tutor virtual através do ambiente virtual de aprendizagem e consulte 
sempre a biblioteca do seu polo. 
 
 
É hora de se avaliar 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
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42 
 Exercícios – Unidade 1 
1.Partindo da sua pesquisa sobre as 20 metas do plano nacional de educação 
2014-2024, responda: 
A Meta 6 do PNE 2014-2024, trata: 
a) Educação Infantil. 
b) Educação em tempo integral. 
c) Educação Indígena. 
d) Alfabetização. 
e) Educação na integralidade. 
 
2. A meta 20 discute sobre o Financiamento da Educação, no sentido de 
ampliar o investimento público na educação. Assim, para o final do decênio o PNE 
2014-2024 indica o valor mínimo de investimento equivalente a um percentual do 
PIB, de: 
a) 2% do PIB. 
b) 7% do PIB. 
c) 12% do PIB. 
d) 15% do PIB. 
e) 10% do PIB. 
 
3.Meta 7 do PNE 2014-2024 trata 7 - Aprendizado adequado na idade 
certa. Assim, são afirmações incorretas: 
a) Estimular a qualidade da educação básica em todas etapas e 
modalidades. 
b) Melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem. 
c) Atingir melhores médias nacionais para o IDEB. 
d) Priorizar os aspectos qualitativos sobre os aspectos quantitativos. 
e) Estimular a qualidade da educação básica nas modalidades de ensino. 
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4. Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% 
até 2015 e, até o final da vigência do PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e 
reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional. Estamos falando da: 
a) Meta 8. 
b) Meta 7. 
c) Meta 9. 
d) Meta 5. 
e) Meta 6. 
 
5. Que documento pode ser considerado a primeira tentativa de elaboração de 
um plano de educação para o País. 
a) A Constituição Federal de 1988. 
b) O Manifesto dos Pioneiros da Educação. 
c) O Plano Decenal de Educação para Todos. 
d) A Lei nº 4024/1961. 
e) A Lei nº 9394/96. 
 
6. De modo geral, como os educadores têm caracterizado a qualidade da 
educação e do ensino? 
a) diminuições da evasão e da repetência. 
b) atividades extracurriculares e ingresso na universidade. 
c) inserção no mercado de trabalho e aumento da renda. 
d) filiação partidária e permanência escolar. 
e) qualidade social e qualidade cidadã. 
 
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7. A qual instância do poder público o Plano Nacional de Educação 
apresentado para aprovação? 
a) Câmara dos Vereadores. 
b) Congresso Nacional. 
c) Assembleia Legislativa. 
d) Secretaria de Educação. 
e) Ministério da Fazenda. 
 
8. Diferentes Diretrizes Educacionais já foram elaboradas e aprovadas, tratando 
dos níveis e modalidades da educação nacional. O Parecer CEB nº 11/2000 garantiu 
avanço em qual tema relacionado ao ensino? 
a) Educação em Escolas Indígenas. 
b) Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. 
c) Educação de Jovens e Adultos. 
d) Educação Infantil. 
e) Formação de Professores na modalidade Normal em nível médio. 
 
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9. Após a leitura da unidade 2, provavelmente surgiram questionamentos do 
tipo: como toda essa legislação chega até à escola? Como os professores veem a 
legislação e sua relação com as Políticas Públicas? Faça uma saída de campo até uma 
escola pública ou privada de qualquer nível ou modalidade de ensino e tente 
encontrar essas respostas. Converse com a equipe diretiva da escola e, na 
sequência, transcreva e apresente suas conclusões para seus colegas, de forma 
virtual ou presencial, antes do próximo capítulo. 
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10. De acordo com as questões apontadas e discutidas sobre qualidade nesta 
unidade. Conceitue qualidade na educação. 
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3 LDB 9394/96: Os Fins da Educação Nacional e os Níveis da 
Educação no Brasil 
 
Fundamentos
Legais e Normativos daEducação 
 
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Esta unidade aborda os fins da educação nacional que se encontram no artigo 
segundo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, com o seguinte teor: “a 
educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos 
ideais de solidariedade humana, considerando o desenvolvimento da pessoa, seu 
preparo para o exercício da cidadania, sua qualificação para o trabalho”. A ênfase 
está na educação básica, com destaque para temas relevantes, como a evasão 
escolar, os órgãos administradores e normatizadores que se ocupam em gestar e 
legislar para a educação, com destaque para os diferentes sistemas de ensino. 
 
Objetivo da unidade: 
O objetivo desta unidade é explorar os aspectos legais que trazem em seu 
interior diferentes abordagens explicativas sobre os fins da educação nacional, sob 
o olhar de diferentes autores reconhecidos. 
 
Plano da unidade: 
 Níveis de ensino da educação básica Ministério da Educação 
 Conselho Nacional de Educação Sistema Federal de Ensino Sistema 
Estadual de Ensino Sistema Municipal de Ensino 
 
Bem-vindo à terceira unidade! 
 
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A Constituição do Brasil, também chamada de Carta Magna, é a base da 
organização da sociedade brasileira em todos os seus aspectos. Assim, todos os 
direitos e deveres do cidadão estão contidos na nossa Constituição. 
O que a Constituição Brasileira, promulgada em 1988, estabelece em relação à 
educação nacional, além dos direitos e deveres do cidadão. Esses direitos e deveres 
estão explicitados no artigo 205 da Constituição Federal. O que diz o artigo? 
O que diz o artigo? 
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e 
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento 
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o 
trabalho.” 
Percebemos que a educação não é um processo solidário. Não adianta só o 
Estado brasileiro querer. Há que haver cumplicidade entre o poder federal, o 
estadual, o municipal e o do Distrito Federal. Mas isso não é o suficiente. É 
necessário, também, que a família se faça presente, que os diversos segmentos da 
sociedade também colaborem, participando, refletindo, reivindicando por 
melhorias na educação. 
Além dos direitos e deveres do cidadão quanto à educação, a Carta Magna, 
estabelece os princípios em que o ensino deve basear-se. Conhecer e pôr em 
prática esses princípios é de vital importância para todos os profissionais da 
educação. Esses princípios também precisam ser conhecidos e respeitados pelos 
responsáveis pela formulação e execução das políticas públicas para a educação, 
ou seja, os membros do Poder Executivo (Presidente, Ministros de Estado, 
Governadores, Secretários, Prefeitos, Diretores de Escolas etc.). 
Nesse sentido, torna-se importante a leitura da LDB 9394/96, feita em seus 
nove títulos, e de 92 artigos. A Lei inicia-se pela conceitualização (art. 1°), coloca 
princípios e fins da educação nacional (arts. 2° - 7°). 
 
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Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na 
vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e 
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas 
manifestações culturais. 
§ 1º Esta lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, 
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. 
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática 
social. 
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de 
liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno 
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho. 
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o 
pensamento, a arte e o saber; 
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; 
IV – respeito à liberdade e apreço à tolerância; 
V – coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
VII – valorização do profissional da educação escolar; 
VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação 
dos sistemas de ensino; 
IX – garantia de padrão de qualidade; 
X – valorização da experiência extraescolar; 
XI – vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. (Incluído pela Lei nº 12.796, 
de 2013) 
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Os princípios constitucionais para a educação asseguram a coexistência 
pacífica de escolas públicas e privadas, sendo que as públicas têm que oferecer um 
ensino gratuito, ou seja, sem cobranças, pois, na verdade, elas são mantidas pelos 
impostos dos cidadãos. Os profissionais da educação devem ser valorizados, 
admitidos por concurso público e amparados por um plano de carreira específico 
para o magistério; as políticas públicas devem estabelecer os padrões de qualidade 
para desenvolvimento educacional mais igualitário. 
Nesse processo, torna-se necessário à organização escolar com uma gestão 
democrática, pois se trata de uma exigência constitucional, que incluem 
importantes movimentos como a eleição direta do diretor na escola, a construção 
do Projeto Político Pedagógico da escola com participação coletiva de todo 
comunidade escolar, visando a uma gestão participativa. 
 Níveis de educação no Brasil 
A abordagem sobre a organização do ensino brasileiro se alicerça na Lei de 
Diretrizes e Bases 9394/96 e está organizada em dois níveis: educação básica e 
educação superior. Sendo, respectivamente, chamados de primeiro nível e 
segundo nível da educação nacional. 
Nos cursos de Licenciaturas aborda-se, especificamente, o primeiro nível, 
educação básica, sendo que o segundo nível, educação superior – que possui entre 
suas finalidades estimular a criação cultural e do desenvolvimento do espírito 
científico e do pensamento reflexivo – é abordado e aprofundado em nível de pós-
graduação. 
Educação básica 
A educação básica organiza-se em três etapas ou níveis, a saber: Educação 
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. A educação básica tem como 
objetivo assegurar a todos os cidadãos brasileiros a formação comum 
indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes os meios para a 
progressão no trabalho e em estudos posteriores conforme o: 
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Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado 
mediante a garantia de ((Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)): 
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) 
anos de idade, organizada da seguinte forma: 
a) pré-escola; 
b) ensino fundamental; 
c) ensino médio; 
II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; 
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, 
preferencialmente na rede regular de ensino; 
IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os 
que não os concluíram na idade própria; 
VIII - atendimento ao educando,
em todas as etapas da educação básica, por 
meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, 
alimentação e assistência à saúde; 
Enfim, torna-se importante que a lei seja ajustada, na sua aplicação, a situações 
reais, que envolvem: o funcionamento das redes escolares, a formação dos 
especialistas e docentes, as condições de matrícula, aproveitamento da 
aprendizagem e promoção de alunos, os recursos financeiros, materiais, técnicos e 
humanos para o desenvolvimento do ensino, a participação do poder público e da 
iniciativa particular no esforço educacional como sugere o texto de Brito. 
 
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Leitura Complementar 
CONCEITO DE LDB 
SOUZA, Paulo Nathanael & SILVA, Eurides Brito 
“Os princípios que regem a educação nacional, enunciados no texto 
constitucional devem ser ajustados, na sua aplicação, a situações reais, que envolvem: 
o funcionamento das redes escolares, a formação dos especialistas e docentes, as 
condições de matrícula, aproveitamento da aprendizagem e promoção de alunos, os 
recursos financeiros, materiais, técnicos e humanos para o desenvolvimento do 
ensino, a participação do poder público e da iniciativa particular no esforço 
educacional, a superior administração dos sistemas de ensino, as peculiaridades que 
caracterizam a ação didática nas diversas regiões do país etc. São esses ajustamentos, 
essas diretrizes nascidas das bases inscritas na Carta Magna, que se constituem 
matéria-prima de uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
Da ação conjunta do texto constitucional e do contexto da Lei de Diretrizes e 
Bases nascem a política e o planejamento educacionais, e depende o dia-a-dia do 
funcionamento das redes escolares de todos os graus de ensino. Ambos esses códigos 
legais funcionam harmônica e interdependentemente, como cara e coroa da mesma 
moeda, que, no caso é a educação nacional. 
“Essa integração normativa com a Constituição gera, para a Lei de Diretrizes e 
Bases, algumas limitações e características, que serão destacadas a seguir: 
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1) A LDB não pode divergir filosófica e doutrinariamente do que estatui a 
Constituição, no que diz respeito aos princípios reguladores da educação brasileira. 
2) A LDB não pode, nem acrescentar, nem omitir, no seu texto, algo não 
consagrado expressamente na Constituição. 
3) A LDB não pode conter minúcias, nem normas de regulamentação casuísta, 
devendo sua linguagem primar pela clareza, pela generalidade e pela síntese. Não 
fora ela uma lei de diretrizes! 
Sendo, como é, uma lei de âmbito nacional e compondo-se, como se compõe 
o Brasil, de uma variedade incontestável de situações as mais diversas e 
contrastantes, se não for genérica e abrangente nas regras que contém, não servirá 
a todos os sistemas de ensino do País, como é do seu dever. Ademais, estando à 
educação sujeita, o tempo todo, a mutações dinâmicas e sucessivas, se o texto de 
sua lei básica não for sintético e amplo, com vistas à estabilidade normativa, a lei de 
hoje poderá ser inútil amanhã.”1 
4) A LDB deve regular a vida das redes escolares, no que diz respeito ao ensino 
formal, ficando fora de seu alcance todas as manifestações livres e aquele tipo de 
curso que não funciona sob a supervisão de outros órgãos, que não os da 
administração superior dos sistemas de ensino. 
Como você pôde ver, para um país com a dimensão do Brasil, uma lei nacional 
da educação é importante, imprescindível, até mesmo para assegurar a identidade 
nacional de Norte a Sul, de Leste a Oeste deste país que, por sua imensa extensão 
territorial, é chamado de país-continente. A LDB trata das diretrizes e bases gerais 
da educação brasileira, deixando aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal, 
detalhamentos que protegerão as peculiaridades regionais e locais. 
 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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Normas comuns para a educação básica, de acordo com a LDBEN nº 9394/96: 
A classificação do aluno em qualquer serie ou etapa, exceto a primeira do 
Ensino Fundamental, poderá ser feita por promoção, por transferência ou, ainda, 
independente de escolarização anterior. Poderão organizar-se classes ou turmas, 
com alunos de séries distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na 
matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes 
curriculares. 
Outro elemento importante a ser abordado é a frequência que fica a cargo da 
escola, conforme o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema 
de ensino, exigindo a frequência mínima de 75% do total de horas letivas para 
aprovação. 
A carga horária mínima anual é de 800 horas distribuídas pelo mínimo de 200 
dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, 
quando houver. Novos artigos foram incluídos na Lei de Diretrizes e Bases 9394;96, 
ao longo dos útimos anos, como resultado de demandas da sociedade. Destaca-se 
a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos e o ingresso da criança neste 
nível de ensino aos seis anos de idade. 
A oferta obrigatória do ensino sobre história e cultura afro-brasileira e indígena, 
no âmbito de todo o currículo escolar. 
Quanto à avaliação da aprendizagem, constitui-se um grande desafio para 
todos os profissionais da educação, pois seus resultados condicionaram os alunos à 
continu- ação dos estudos. 
Evasão Escolar 
No Brasil, temos um elevado índice de evasão e muito se deve à reprovação de 
alu- nos. A avaliação é um processo importante na relação ensino-aprendizagem, 
pois é por meio dela que o professor vai poder observar ou não o desenvolvimento 
do seu aluno, verificando se os objetivos foram alcançados. No seu artigo 24, ,a 
LDBEN 9394/96 preceitua que: 
 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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“Nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o regimento 
escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que preservada a 
sequência do currículo, observadas as normas do respectivo sistema de ensino”. 
Essa figura que aparece na Lei – progressão parcial – significa a redução da 
retenção do aluno na série ou ano, pois permite que ele avance para o próximo 
ano/série, e a escola encontre mecanismos de oferta em turno inverso dos conteúdos 
que não foram atingidos, nas respectivas disciplinas. Também fica a critério de cada 
escola estabelecer o número de disciplinas em que o aluno poderá ficar em 
progressão parcial, essa orientação será estabelecida no Regimento Escolar. 
Níveis de ensino da educação básica 
Educação Infantil 
A primeira etapa da educação básica é a Educação Infantil. 
Seus dois objetivos principais são: desenvolver a criança de 0 a 5 anos de forma 
integral e ser uma ação complementar à ação da família. Está organizada em 
creche e pré-escola. 
É fundamental abordar a distribuição das faixas etárias nas etapas de ensino. 
Com as alterações propostas pela Emenda Constitucional nº 53 de 2006 – que 
garante assistência gratuita do Estado às crianças de 0 a 5 anos, em creches e pré-
escolas – houve alterações tanto na duração de algumas etapas como nas idades 
de ingresso e saída. 
A creche atende crianças de 0 a 3 anos; a pré-escola atende crianças de 4 a 5 
anos. A avaliação, na Educação Infantil, tem como finalidade acompanhar e 
registrar o desenvolvimento da criança, sendo vedada para fins de promoção ao 
Ensino Fundamental. 
 
Fundamentos Legais e Normativos daEducação 
 
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A Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013 altera a LDB n. 9394/96, diz que as 
crianças com 4 anos devem ser matriculadas na Educação Infantil. 
Com isso,

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