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Bankart e Hill Sachs

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BANKART
Definição:
 A instabilidade anterior traumática do ombro é uma enfermidade ortopédica comum que acomete, principalmente, indivíduos jovens e/ou atletas. A Lesão de Bankart é definida pela desinserção do lábio glenoidal da borda ântero-inferior da glenóide, é apontada como o principal fator da instabilidade do ombro. (Guerra et al.,2010, p.175). 
Diagnóstico: 
Lech (2005) cita que o diagnóstico consiste em abordagem clássica como a obtenção da historia clínica e em seguida o exame físico. Todas as manobras clínicas que demonstrem instabilidade devem ser utilizadas: teste de gaveta anterior e posterior; teste de preensão anterior e posterior; teste do sulco; teste do fulcro, teste de recolocação e teste de Fukuda. Para a confirmação da suspeita clínica são utilizados exames de imagem.
Segundo Honda e colaboradores (2006) a avaliação por imagem deve ser iniciada por exame radiológico convencional, seguido por artro-ressonância, tendo como métodos alternativos a RM convencional e a artro-tomografia . Para estudo das estruturas do complexo do ombro, a artrografia é o primeiro utilizado. A distensão da cápsula articular permite avaliar melhor sua morfologia, bem como do lábio glenoidal, dos ligamentos glenoumerais, do intervalo dos rotadores, da face articular do manguito rotador, de acompanhamento pós-operatório da articulação glenoumeral e do manguito rotador. A análise mais precisa pode ser realiada por artro-ressonância magnética pois este exame contribiu para a definição da conduta cirúrgica. A ressonância magnética convencional pode demonstrar precisamente a lesão labral resultante do deslocamento glenoumeral, durante a fase aguda, devido à presença de derrame articular que promove distensão capsular e contraste natural.
 A artrotomografia é um método alternativo, nos casos em que o paciente está impedido de realizar RM ou artroressonância (claustrofóbicos, portadores de marca-passo e/ou próteses metálicas).
TÉCNICA DE ARTRO-RESSONÂNCIA Tradicionalmente, a realização desta é feita através da fluoroscopia por acesso anterior, como fora descrito por Schneider et al(8). Esta técnica utiliza agulha 22 gauge que é introduzida verticalmente na junção dos terços médio/inferior da articulação glenoumeral. Pode-se, ainda, realizar a punção pela abordagem posterior(11) ou através do intervalo dos rotadores(12, 13). A introdução de contraste pode ser feita através de fluoroscopia, ultra-sonografia (US)(14) ou tomografia computadorizada (TC)(15) e o exame de RM deve ser iniciado até 30 minutos após a injeção, evitando a perda da distensão capsular e absorção do meio de contraste
Tratamento: 
O tratamento conservador dessa instabilidade tem uma taxa de insucesso elevado (Guerra et al., 2010 apud Uhorchak JM et al., 2000) e o tratamento cirúrgico é comumente indicado, visto que há evidências de que, uma vez ocorrida a lesão, não ocorrerá mais a cicatrização espontânea (Guerra et al., 2010 apud Nicoletti S, 1998).
Em 1938, Bankart descreveu sua técnica cirúrgica para o tratamento da instabilidade do ombro para corrigir alterações na inserção capsular com reparo, suturando a lesão do lábio glenoidal no rebordo da glenoide.
Steinbeck e Jerosh (1998) citado por Guerra(2010) concluíram em seu estudo, aplicando a técnica aberta com o uso de âncoras, que esse procedimento é seguro e produz ótimos resultados em pacientes jovens. Além disso, proporcionam resultados satisfatórios no retorno às praticas esportivas. A cirúrgica aberta é a técnica mais segura e a que traz melhor resultado, em comparação às outras técnicas aplicadas em pacientes desportistas (Guerra et al., 2010 apud Rhee et al., 2006)
Segundo Guerra, a estabilização artroscópica oferece vantagens atrativas sobre a cirurgia aberta, como identificar lesões associadas, menor dor pós-operatória, menor rigidez após a cirurgia e reabilitação mais rápida. Segundo esses autores, o reparo artroscópico é menos efetivo e com maior probabilidade de recidiva em jovens, em pacientes com frouxidão ligamentar e em esportistas que praticam atividades de contato.
	
HILL SACHS
Definição
Segundo Herbert (2016) a lesão de Hill Sachs é o afundamento do osso cortical do canto supero-lateral da cabeça do úmero, quando o braço é deslocado em abdução e rotação externa. O osso cortical da cabeça do úmero é impactado contra o muito condensado da glenóide anterior.
Diagnóstico
Para Herbert (2016) a avaliação de traumas de ombro inicia com exames de imagem pela radiografia, sendo como uma das incidências a Antero-possterior com rotação interna e externa que permite avaliar a lesão de Hill Sachs. Investigação radiológica especializada, exame sobre anestesia ou diagnóstico artroscopico também são utilizados. A artrorressonancia magnética é superior a TC nas avaliações das lesões labrais e ligamentares, enquanto a TC com reconstrução 3D e com supressão da cabeça umeral favorece maior informação a respeito da perda óssea na glenóide e da Lesão de Hill-Sachs
Tratamento
Para a Lesão de Hill Sachs é recomendado o tratamento cirurgico aberto quando esta for extensa. É realizada a técnica de “remplissage” que consiste na tenodese do infraespinha junto ao defeito ósseo da cabeça umeral.
Referências
1- Guerra, Maria Isabel Pozzi et al.
2- HEBERT, S. K. et al. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016
3 - Honda, Eduardo. Aihara, André Yui et al. Artro-ressonância do Ombro na Instabilidade Anterior. Rev Bras Reumatol, v. 46, n.3, p. 214-218, mai/jun, 2006
4- Lech. O. Fundamentos em Cirurgia do Ombro. 2º ed. São Paulo: Harbra, 2005.

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