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AVALIAÇÃO LABORATORIAL DOS HORMÔNIOS SEXUAIS AVALIAÇÃO LABORATORIAL DOS HORMÔNIOS SEXUAIS Marcelo Cidade Batista Laboratório de Hormônios LIM/42 Disciplina de Endocrinologia Divisão de Laboratório Central LIM/03 Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina da USP Quais são os hormônios sexuais? Quais são os hormônios sexuais? Hormônios SexuaisHormônios Sexuais • Andrógenos • Estrógenos • Progestágenos AndrógenosAndrógenos • Testosterona – Andrógeno mais potente e abundante – Secretada pelas células de Leydig dos testículos • Andrógenos menos potentes ?Dehidroepiandrosterona ?Dehidroepiandrosterona-sulfato ?Androstenediona AndrógenosAndrógenos Funções • Diferenciação da genitália externa masculina na vida fetal • Maturação sexual de meninos na puberdade • Início e manutenção da espermatogênese • Controle do comportamento sexual mascu- lino na vida adulta EstrógenosEstrógenos • Estradiol –Estrógeno mais potente e abundante –Secretado pelas células da granulosa dos folículos ovarianos e também pelo corpo lúteo • Estrógenos menos potentes ?Estrona ?Estriol EstrógenosEstrógenos Funções • Indução de caracteres sexuais secun- dários em meninas na puberdade • Crescimento do útero • Proliferação do endométrio na 1.a metade do ciclo menstrual • Espessamento da mucosa vaginal • Produção de muco cervical aquoso ProgestágenosProgestágenos • Progesterona – Principal progestágeno secretado pelo cor- po lúteo dos ovários e pela placenta • Progestágenos menos importantes ?Pregnenolona ?17-hidroxiprogesterona ProgestágenosProgestágenos Funções • Indução da secreção e decidualização do endométrio • Implantação do ovo e manutenção da gravidez • Inibição das contrações uterinas • Desenvolvimento glandular das mamas Como é feito o controle da secreção dos hormônios sexuais? Como é feito o controle da secreção dos hormônios sexuais? Controle da SecreçãoControle da Secreção Hormônios envolvidos • Hormônio luteinizante (LH) • Hormônio folículo-estimulante (FSH) • Prolactina • Gonadotrofina coriônica humana (hCG) • Inibina • Ativina • Folistatina ou foliculostatina Secreção em Homens Secreção em Homens Hipotálamo Hipófise Testículo Cels. Leydig Túbulos sem. T Esperma- tozóides Inibina Ativina HipotálamoGnRH GnRH Hipófise Ativ Inib Folist FSH LH LH FSH Folí- culo Ovula- ção Corpo lúteo E2E2 E2 P Órgão alvo Secreção em Mulheres Secreção em Mulheres Que cuidados devem ser tomados na coleta dos hormônios sexuais? Que cuidados devem ser tomados na coleta dos hormônios sexuais? Dados do PacienteDados do Paciente • Data da última menstruação • Medicamentos em uso ?Clomifene ?Fenotiazínicos, sulpiride, haloperidol, tricíclicos, cimetidina, metil-dopa, metoclopramida ?Estrógenos conjugados ?Anabolizantes ?Derivados da testosterona ColetaColeta • Período – Colher nos primeiros 7 dias do ciclo menstrual (fase folicular) ou no 21° dia (fase lútea) • Preparo – Jejum de 4 horas – Repouso antes da coleta: recomendado em alguns casos de dosagem de prolactina • Material – Soro: 25 µL para cada dosagem AutoDELFIA Quais são os métodos utilizados para dosagem dos hormônios sexuais? Quais são os métodos utilizados para dosagem dos hormônios sexuais? DosagemDosagem • Métodos manuais ?Radioimunoensaio ?Enzimaimunoensaio • Métodos automatizados ?Fluorimetria por tempo resolvido (AutoDELFIA) ?Quimioluminescência ?Enzimaimunoensaio AutoDELFIA hLH SpecAutoDELFIA hLH Spec • Método – Ensaio imunofluorométrico não competi- tivo com dois anticorpos monoclonais anti- βLH • Características ?Sensibilidade: 0,6 U/L ?Variação intra-ensaio: < 3,5% ?Variação inter-ensaio: < 3,8% ?Reação cruzada com hCG em níveis elevados (gravidez) AutoDELFIA hLH SpecAutoDELFIA hLH Spec Anti-βLH LH 1° incubação Anti-βLH 2° incubação Solução reveladora Eu Sinal fluorescente Eu Microplaca Eu Eu AutoDELFIA hFSHAutoDELFIA hFSH • Método – Ensaio imunofluorométrico não competitivo com anticorpos monoclonais anti-αFSH e anti-βFSH • Características ?Sensibilidade: 1,0 U/L ?Variação intra-ensaio: < 1,9% ?Variação inter-ensaio: < 4,2% ?Reação cruzada com hCG em níveis elevados (gravidez) AutoDELFIA hFSHAutoDELFIA hFSH Anti-βFSH FSH 1° incubação Anti-αFSH Eu 2° incubação Solução reveladora Eu Sinal fluorescente Microplaca Eu Eu Teste de Estímulo com GnRHTeste de Estímulo com GnRH • Objetivo ?Avaliar reserva hipofisária de gonado- trofinas ?Investigar padrão de secreção de gona- dotrofinas (pré-puberal ou puberal) • Procedimento ?GnRH (LHRH) 100 µg EV no tempo 0 ?dosagens de LH e FSH nos tempos 0, 15, 30, 45 e 60 min após GnRH Teste de Estímulo com GnRHTeste de Estímulo com GnRH • Interpretação ?incremento de LH e FSH após GnRH: –sugere reserva hipofisária de gona- dotrofinas ?pico de LH > 9,6 U/L (meninos) ou > 6,9 U/L (meninas), principalmente se asso- ciada a uma resposta do LH > FSH após GnRH: –sugere padrão puberal de secreção de gonadotrofinas AutoDELFIA ProlactinAutoDELFIA Prolactin • Método – Ensaio imunofluorométrico não competitivo com dois anticorpos monoclonais anti- prolactina • Características ?Sensibilidade: 0,2 ng/mL ?Variação intra-ensaio: < 1,0% ?Variação inter-ensaio: < 6,4% ?Possível efeito gancho em amostras com prolactina > 2500 ng/mL AutoDELFIA Prolactin Microplaca Anti-PRL PRL Eu Anti-PRL 1° incubação + lavagem 2° incubação Eu Solução reveladora Sinal fluorescente PRL PRL PRL PRL PRL Eu Eu AutoDELFIA Prolactin Efeito Gancho AutoDELFIA Prolactin Efeito Gancho • Pode ocorrer em amostras com prolactina > 2500 ng/mL em ensaios AutoDELFIA. • Resulta em valores falsamente baixos de prolactina em ensaios com apenas uma incubação. • Pode ser evitado incluindo-se uma incubação e lavagem adicional antes de se acrescentar o anticorpo marcado com Eu. AutoDELFIA Prolactin Efeito Gancho AutoDELFIA Prolactin Efeito Gancho Dosagens de prolactina realizadas em ensaios AutoDELFIA em um paciente com grande tumor hipofisário produtor de prolactina 16.700 ng/mL 16.000 ng/mL > 250 ng/mL 2 incubações e lavagem 16.600 ng/mL 15.600 ng/mL 126 ng/mL 1 incubação e lavagem Amostra dil. 1:200 Amostra dil. 1:100 Amostra não diluída Ensaio MacroprolactinaMacroprolactina • Formas circulantes de prolactina – forma predominante e biologicamente ativa: monômero 23-kDa – outras formas circulantes mas sem atividade biológica: ?dímero 50-kDa (big prolactin) ?macroprolactina 150-170 k-Da (big-big prolactin) • Hiperprolactinemia assintomática pode ser devido à presença de macroprolactina Macroprolactina Pesquisa Macroprolactina Pesquisa • Método de triagem – Precipitação com polietilenoglicol 6000 – Dosagem de prolactina antes e após precipitação (sobrenadante) – Razão (%) entre os 2 valores de prolactina: < 30%: presença de macroprolactina 30-65%: inconclusivo > 65%: ausência de macroprolactina • Método definitivo − Filtração em gel de Sephacryl AutoDELFIA hCGAutoDELFIA hCG • Método – Ensaio imunofluorométrico não competitivo com anticorpos monoclonais anti-αhCG e anti-βhCG • Características ?Sensibilidade: 3,0 U/L ?Variação intra-ensaio: < 2,0% ?Variação inter-ensaio: < 4,4% ?Possível efeito gancho em amostras com hCG > 1.000.000 U/L AutoDELFIA hCGAutoDELFIAhCG Microplaca Anti-βhCG Anti-αhCG 1° incubação 2° incubação Solução reveladora Eu Sinal fluorescenteEu Eu Eu AutoDELFIA hCGAutoDELFIA hCG Particularidades • Ensaio realizado todo em duplicata devido à possibilidade de “carry-over” • Todo paciente com hCG entre 3 e 20 U/L deve repetir o teste em 2 dias para demonstrar a elevação do hormônio e confirmar o diagnóstico de gravidez AutoDELFIAAutoDELFIA • Método – Fluoroimunoensaio competitivo com anticorpos policlonais anti-testosterona, anti-estradiol ou anti-progesterona • Características Testosterona Estradiol Progesterona Testosterona Estradiol Progesterona < 7,0%< 6,0%0,3 ng/mLProgesterona < 7,0%< 4,9%14 pg/mLEstradiol < 9,3%< 3,5%14 ng/dLTestosterona V. inter-ensaioV. intra-ensaioSensibilidadeHormônio AutoDELFIAAutoDELFIA Microplaca Anti-IgG de coelho Eu Eu T, E2 ou P Traçador Anti-T, E2 ou P (IgG de coelho) Eu Eu Incubação + lavagem Eu Eu Solução reveladora Sinal fluorescente Testosterona Estradiol Progesterona Testosterona Estradiol Progesterona Interferentes – Ocorrem principalmente em ensaios de testosterona. – Podem resultar em valores falsamente elevados de testosterona em mulheres e crianças. – Podem ser proteínas ligantes de hormônios sexuais, outros esteróides relacionados à testosterona presentes na amostra ou fatores não esclarecidos. AutoDELFIAAutoDELFIA Testosterona Estradiol Progesterona Testosterona Estradiol Progesterona Testosterona Dosada em 10 Imunoensaios e por Cromatografia Gasosa-Espectrometria de Massa (Taieb J et al, Clinical Chemistry 2003;49:1381-95) Testosterona Dosada em 10 Imunoensaios e por Cromatografia Gasosa-Espectrometria de Massa (Taieb J et al, Clinical Chemistry 2003;49:1381-95) AutoDELFIA Immulite 2000 Architect i2000 ACS 180 Mulheres Homens Valor imunoensaio/crom gas-esp massa Crom gas-espect massa (nmol/L) Testosterona Dosada em 10 Imunoensaios e por Cromatografia Gasosa-Espectometria de Massa (Taieb J et al, Clinical Chemistry 2003;49:1381-95) Testosterona Dosada em 10 Imunoensaios e por Cromatografia Gasosa-Espectometria de Massa (Taieb J et al, Clinical Chemistry 2003;49:1381-95) Elecsys 2010 Vitros Eci Vidas RIA Immunotech RIA DPC Mulheres Homens Crom gas-esp massa (nmol/L) Valor imunoensaio/crom gas-esp massa Como se comportam os hormônios sexuais em indivíduos normais? Como se comportam os hormônios sexuais em indivíduos normais? Secreção em CriançasSecreção em Crianças • Secreção de hormônios sexuais suprimida até o início da puberdade ?LH < 0,7 U/L (ambos sexos) ?FSH < 3,0 U/L (ambos sexos) ?testosterona < 19 ng/dL (meninos) ?estradiol < 21 pg/mL (meninas) ?progesterona < 0,3 ng/mL (meninas) (valores AutoDELFIA) Sexo FemininoSexo Feminino O v á r i o Fase folicular Ovulação Fase lútea E n d o m é t r i o N í v e i s s é r i c o s Fase proliferativa Fase secretória Menstruação Dia do ciclo menstrual inh Sexo MasculinoSexo Masculino T e s t o s t e r o n a s é r i c a ( n g / d L ) 500 P r o d u ç ã o d e e s p e r m a ( % ) - - - - - - 100 Feto Neonato Púbere Adulto Idoso Gestação 3m 6m Anos Em que pacientes estão indicadas as dosagens de hormônios sexuais? Em que pacientes estão indicadas as dosagens de hormônios sexuais? Distúrbios da Função Gonadal Distúrbios da Função Gonadal • Hiperfunção ?Puberdade precoce (crianças) ?Hiperandrogenismo (adultos) • Hipofunção ?Puberdade retardada (adolescentes) ?Hipogonadismo (adultos) Puberdade PrecocePuberdade Precoce • Níveis puberais de testosterona ou estradiol: – testosterona >19 ng/dL em meninos < 9 anos – estradiol > 21 pg/mL em meninas < 8 anos • LH basal > 0,7 U/L e pico pós-GnRH > 9,6 U/L (meninos) ou 6,9 U/L (meninas): – sugerem distúrbio hipotalâmico ou hipofisário levando a ativação do eixo hipotálamo-hipófise- gonadal • LH basal ou pós-GnRH < 0,6 U/L: – sugerem distúrbio adrenal ou gonadal levando a produção excessiva de hormônios sexuais HiperandrogenismoHiperandrogenismo • Testosterona ↑ em mulheres (total > 84 ng/dL e livre > 47 pmol/L) • Testosterona pouco ↑ (total: 85-150 ng/dL), razão LH/FSH > 3 e androstenediona pouco ↑ (3-5 ng/mL): – sugerem síndrome dos ovários policísticos • Testosterona muito ↑ (total > 200 ng/dL) e LH/FSH ↓ (< 0,6 U/L e < 1,0 U/L): – sugerem síndrome virilizante: ?tumor adrenal (dehidroep-sulf > 10.000 ng/mL) ?tumor ovariano Puberdade RetardadaPuberdade Retardada • Níveis suprimidos de testosterona ou estradiol: – testosterona < 14 ng/dL em meninos >14 anos – estradiol < 14 pg/mL em meninas > 13 anos • LH basal < 0,7 U/L e pico pós-GnRH < 9,6 U/L (meninos) ou < 6,9 U/L (meninas) sugerem: – retardo constitucional de crescimento e puberdade – hipogonadismo de origem hipotalâmica-hipofisária (se não houver incremento de LH/FSH após GnRH) • LH e FSH basais ↑ (> 10 U/L): – sugerem hipogonadismo primário (distúrbio testi- cular ou ovariano) HipogonadismoHipogonadismo • Níveis diminuídos de hormônios sexuais: – testosterona ↓ (< 250 ng/dL em homens) – estradiol ↓ (< 14 pg/mL em mulheres) • LH e FSH ↓ (< 0,6 U/L e < 1,0 U/L): – sugerem hipogonadismo de origem hipotalâmica ou hipofisária – incremento do LH e FSH após estímulo com GnRH: sugere distúrbio hipotalâmico – prolactina ↑: sugere microprolactinoma (50-200 ng/mL) ou macroprolactinoma (> 200 ng/mL) • LH e FSH ↑ (> 10 U/L): – sugerem hipogonadismo primário (falência testicular ou ovariana, menopausa)
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