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MARIANA MARQUES – T29 INTRODUÇÃO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO: • O sistema reprodutor feminino é formado por ovários, tubas uterinas, vagina e vulva e tem como funções a produção de células sexuais femininas (gametas), chamadas óvulos, responsáveis pela reprodução e a produção de hormônios. SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO: • O sistema reprodutor masculino é formado por uretra, pênis, vesícula seminal, próstata, canais deferentes, epidídimo e testículos e tem como funções a produção dos espermatozoides e a transferência desses gametas. FARMACOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR: • A farmacologia do sistema reprodutor pode ser dividida em três classes de fármacos distintas: HORMÔNIOS E ANÁLOGOS HORMONAIS: • Estrógeno, progesterona, testosterona. • Estrogênios, progestinas e andrógenos. INIBIDORES DA SÍNTESE HORMONAL: • Agonistas e antagonistas do GnRH. • Inibidores da aromatase. • Inibidores da 5α-redutase. MODULADORES SELETIVOS DOS RECEPTORES: • Moduladores seletivos para receptores de estrógeno. • Moduladores seletivos para receptores de progesterona. • Moduladores seletivos para receptores de andrógenos. SÍNTESE DOS HORMÔNIOS ESTERÓIDES • Esteróides são hormônios produzidos pelo córtex da suprarrenal ou pelas gônadas (testículos e ovários) responsáveis por diversas funções no organismo, tais como controle metabólico ou características sexuais. ▪ Corticosteroides: produzidos no córtex adrenal; ▪ Esteroides sexuais: sintetizados nas gônadas. • Dentro dessas duas classes existem cinco tipos de acordo com os receptores aos quais eles se ligam: ▪ Glicocorticoide: regula o metabolismo da glicose (exemplo: cortisol). ▪ Mineralocorticoide: responsável por regular o equilíbrio hidroeletrolítico (exemplo.: Aldosterona). ▪ Androgênio: faz a regulação do desenvolvimento e manutenção das características masculinas (exemplo: Testosterona). ▪ Estrogênio: regula o desenvolvimento e manutenção das características femininas (exemplo: Estradiol). ▪ Progestogênio: em mulheres, regula o ciclo menstrual e gravidez e nos homens, regula a produção de espermatozoides e síntese de testosterona (exemplo: Progesterona). • Os esteróides anabólicos androgênicos são derivados da testosterona. FARMACOLOGIA DO Sistema Reprodutor MARIANA MARQUES – T29 • A esteroidogênese é o processo biológico pelo qual os hormônios esteroides são sintetizados a partir do colesterol, essa produção acontece nas glândulas adrenais e nas gônadas (testículos e ovários). • Eles ligam-se a receptores, geralmente, intracelulares, iniciando a transdução de sinais. • Os hormônios esteroides são transportados no plasma por proteínas carreadoras específicas como a globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG), a albumina e a transcortina (CBG). CONTROLE HORMONAL DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO – CICLO MENSTRUAL • O ciclo menstrual é dividido em três fases principais: FASE FOLICULAR: • Começa no primeiro dia do ciclo (primeiro dia de sangramento menstrual). • No início dessa fase, a concentração de estrogênio e progesterona é baixa, o que leva à produção do hormônio foliculoestimulante (FSH), que age estimulando o desenvolvimento de folículos nos ovários, responsáveis por aumentar a produção de estrogênio, que chega a seu nível máximo antes da ovulação. • O estrogênio estimula a produção de um muco transparente nas glândulas do colo do útero, facilitando a passagem de espermatozóides para a cavidade uterina e faz a espessura do endométrio aumentar, criando um ambiente favorável à implantação do embrião. • Essa fase dura em torno de 14 dias, terminando com o aumento do hormônio luteinizante (LH), o que dá início à próxima fase: a ovulação. FASE OVULATÓRIA: • A ovulação começa a partir do aumento súbito do hormônio luteinizante (LH), que estimula o rompimento do folículo ovariano para que o óvulo seja liberado. • Essa fase é curta (cerca de 16 a 32 horas) e termina após o óvulo ser liberado. FASE LÚTEA: • Começa após a ovulação, o folículo rompido forma um tecido chamado de corpo lúteo que, além de estrogênio, produz maior quantidade de progesterona (responsável por provocar modificações no endométrio mantém uma possível gravidez até a placenta se desenvolver). • Quando a gestação não acontece, o corpo lúteo regride, interrompe a produção de hormônios e é absorvido, os níveis de estrogênio e progesterona diminuem e o endométrio se descama, dando início à menstruação. • Dura até 14 dias e termina com o início do sangramento menstrual, que marca o começo de um novo ciclo. CONTROLE HORMONAL DO SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO • Os hormônios do hipotálamo, da adeno-hipófise e das gônadas controlam o sistema reprodutor masculino. • O FSH é responsável pela integridade dos túbulos seminíferos e, após a puberdade, é importante na gametogênese por sua ação nas células de Sertoli, que sustentam o desenvolvimento dos espermatozoides. • O LH, também chamado de hormônio estimulante de célula intersticial (ICSH), estimula as células intersticiais a secretarem andrógenos (testosterona). • A secreção desses hormônios começa na puberdade, e a secreção consequente de testosterona causa a maturação dos órgãos reprodutores e o desenvolvimento das características sexuais secundárias. • Após essa maturação, a função primária da testosterona é a manutenção da espermatogênese, sendo importante também na maturação dos espermatozoides quando eles passam através do epidídimo e do ducto deferente. MARIANA MARQUES – T29 FARMACOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR HORMÔNIOS E ANÁLOGOS HORMONAIS: ESTROGÊNIOS E PROGESTÁGENOS ESTRÓGENOS: • Informações gerais: são sintetizados através do colesterol pelo ovário, placenta e, em pequenas quantidades, pelos testículos e pelo córtex da suprarrenal. • Principais hormônios: há três estrógenos endógenos principais (estradiol, estrona e estriol). ▪ Estradiol: mais potente. ▪ Estrona: circulante após menopausa. ▪ Estriol: menos potente; produzido pela placenta durante a gestação. • Mecanismo de ação: atuam junto com a progesterona, induzindo a síntese de receptores de progesterona no útero, vagina, adeno-hipófise e hipotálamo e agem ligando-se à receptores nucleares, como outros hormônios esteroides. Existem dois tipos adicionais de receptores para estrógenos, chamados de ERα (útero, glândula mamária, hipotálamo, ossos, vasos) e ERβ (próstata, célula granulosa, intestino, pulmão, leucócitos), além disso, alguns efeitos estrogênicos (ações vasculares rápidas), são iniciados pela interação com receptores de membrana, incluindo o receptor de estrógeno acoplado à proteína G ▪ Receptores nucleares de estrógeno ERα e ERβ: HE + proteínas receptoras nucleares específicas - síntese de RNA hormônio específico. ▪ Receptores de membrana acoplados à proteína G: células endoteliais e hipotalâmicas. Nas endoteliais aumenta NO e PGI (dilatação de artérias coronarianas). • Usos clínicos: reposição hormonal (síndrome de turner e menopausa), contracepção e câncer de próstata e de mama. • Efeitos genitais: responsável pelo desenvolvimento da puberdade e das mamas e, no útero gera proliferação celular e vascularização do endométrio. • Efeitos extra-genitais: causa o fechamento das epífises, ajudam a manter massa óssea, realiza efeito inotrópico positivo, aumentam HDL e reduzem LDL e colesterol total. • Estrogênios naturais exógenos: sulfato de estrona, equilina, cipionato ou enantato de estradiol. São usados na reposição hormonal e absorvidos pelo TGI, pele e mucosas e biotransformado (e parcialmente inativado) pelas CYPs (transdérmico, intravaginal ou injetável). • Estrogênios sintéticos: etinilestradiol e valerato de estradiol. Possuem ação prolongada e maior potência, são usados na contracepçãocom progestinas. • Efeitos adversos: variam desde os comuns até aos mais raros, podendo causar sensibilidade da mama, náuseas, vômito, anorexia, retenção de sal e água (edema) e risco aumentado de tromboembolia. PROGESTÁGENOS: • Informações gerais: o hormônio progestacional natural é a progesterona, sintetizada pela suprarrenal em ambos os sexos. Nas mulheres é secretada pelo corpo lúteo na segunda parte do ciclo menstrual e pela placenta durante a gravidez e nos homens é secretada pelos testículos. • Principais hormônios: ▪ Progesterona e derivados (hidroxiprogesterona e medroxiprogesterona): podem ser administrados via oral, intramuscular, subcutânea, via vaginal ou retal ▪ Derivados - testosterona: noretisterona, norgestrel, levonorgestrel, etonogestrel, drospirenona, desogestrel e gestodeno, podem ser administrados oralmente. • Mecanismo de ação: agem, como outros hormônios esteroidais, em receptores nucleares. • Usos clínicos: são usados na contracepção, na terapia de reposição de estrógenos (combinado com estrógenos para prevenção de hiperplasia endometrial e carcinoma), na endometriose, no carcinoma endometrial e em várias doenças menstruais (usos menos validados). • Efeitos adversos: incluem poucas ações androgênicas, acne, retenção de líquido, mudança no peso, depressão, mudança na libido, desconforto na mama, sintomas pré- menstruais, ciclos menstruais irregulares e sangramento inesperado. CONTRACEPÇÃO HORMONAL • São métodos para prevenção da gravidez à base de formas sintéticas de hormônios femininos: o estrogênio e a progesterona, podendo combinar os dois hormônios, ou ter apenas progesterona. TAXA DE FALHA DOS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS METODO CONTRACEPTIVO TAXA DE FALHA Esterilização Masculina - 0,02% Feminina – 0,13% Contraceptivos orais Estrogênio + progesterona - 0,25% Apenas progesterona - 1,20% Implantes de estonogestrel Menos de 0,1% DIU 1,4% Diafragma 1,9% Preservativo 3,6% Interrupção 6,7% Espermicida 11,9% Ritmo 15,5% MARIANA MARQUES – T29 CONTRACEPTIVOS COMBINADOS: • Formado por etinilestradiol ou valerato de estradiol + noretisterona; norgestrel; drospirenona; levonorgestrel; gestodeno ou desogestrel. • Mecanismo de ação: são responsáveis por impedir a ovulação, alterar o endométrio de forma a desencorajar a implantação, alterar o muco (mais viscoso), impedindo a penetrabilidade e motilidade dos espermatozóides e aumentam contratilidade uterina e a motilidade e secreção das tubas uterinas. • Vantagens: reduz a incidência de amenorréia, ciclos irregulares e sangramento intermenstrual, reduz a incidência de anemia ferropriva e TPM, reduz a incidência de doenças benignas da mama, fibrose uterina e cistos funcionais ovarianos, contribui para menor risco de doenças da tireoide, câncer de ovário e endometrial, contribui para a melhora da acne e possui menor taxa de falha em mulheres sexualmente ativas. • Desvantagens: pode ocorrer ganho de peso, causar alterações cutâneas, náuseas, cefaléia, retenção de líquido, rubor, vertigem, depressão ou irritabilidade, pode causar amenorréia e infertilidade temporária, hiperplasia endocervical e candidíase vaginal e contribui para o aumento do risco de venoso, tromboflebite, AVE, IAM (risco 3x maior). • Interações medicamentosas: ▪ Antibióticos, anticonvulsivantes, analgésicos e tranquilizantes: indutores enzimáticos podem diminuir a eficácia dos anticoncepcionais orais bem como aumentar a incidência de sangramento. ▪ Medicamentos hepatotóxicos podem aumentar o risco de hepatotoxicidade dos estrogênios. ▪ O hábito de fumar aumenta o risco de graves efeitos adversos cardiovasculares e trombóticos. ▪ Diminuem as concentrações de ácido fólico e de ácido ascórbico. • Formas de administração: ORAIS: ▪ Formulação: etinilestradiol ou valerato de estradiol + Noretisterona, norgestrel, drospirenona, levonorgestrel, gestodeno ou desogestrel. ▪ Tempo de duração: 21 dias + 7 dias placebo, 24 dias + 4 dias placebo, 84 dias + 7 dias placebo ou 28 dias sem placebo. ▪ Tipos: monofásica (dose constante de E+P), bifásica (doses crescentes de P) ou trifásica (constante, E na metade e P na 2ª metade). ADESIVOS TRANSDÉRMICOS: ▪ Formulação: etinilestradiol + Noretisterona. ▪ Tempo de duração: deve-se usar um adesivo por semana ou a cada três semanas, podendo ser colado no abdome, dorso superior ou nádegas. ANÉIS VAGINAIS: ▪ Formulação: etinilestradiol + Etonogestrel. ▪ Tempo de duração: deve permanecer na vagina por três semanas e realizar uma semana de pausa. INJETÁVEIS: ▪ Formulação: - Enantato de estradiol; cipionato de estradiol; valerato de estradiol. - Enantato de noretisterona, algestona acetofenida, acetato de medroxiprogesterona. ▪ Tempo de duração: deve aplicar uma ampola intramuscular entre o 7 e 10 dia após o inicio da menstruação. CONTRACEPTIVOS DE PROGESTINAS: • Orais: são minipílulas com noretisterona, norgestrel ou desogestrel usadas por mulheres na amamentação, intolerantes ao estrogênio e fumantes. • Injetáveis: são medroxiprogesterona intramuscular ou subcutânea que deve ser aplicada a cada 3 meses, podendo causar aumento da massa corporal, amenorréia, perda óssea e demora no retorno da fertilidade. • Implantes: feitos de etonogestrel e aplicados de forma subcutânea, possui duração de 3 anos e pode causar menstruação irregular e cefaléia. • Intra-uterino (DIU): feito com o hormônio levonorgestrel, tem sua duração de 3 a 5 anos e são indicados para efeito prolongado ou quando estrogênios são contraindicados. Evita casos prévios de gravidez ectópica. CONTRACEPÇÃO PÓS-COITAL LEVONORGESTREL: • É considerada um tipo de contracepção de emergência, deve ser usada o mais breve possível, preferencialmente antes de 72h. • Mecanismo de ação: varia com a fase do ciclo em que se encontra a paciente podendo inibir ou retardar a ovulação, alterar a motilidade tubária dificultando a passagem do óvulo ou espermatozóide e alterar o muco cervical dificultando a penetração do espermatozóide e a nidação. ULIPRISTAL (ANTIPROGESTINA): • É uma alternativa dentro de 5 dias após o coito. MARIANA MARQUES – T29 REPOSIÇÃO HORMONAL MENOPAUSA: • Na menopausa, natural ou induzida cirurgicamente, a função ovariana diminui e os níveis de estrógenos caem. • A menopausa ocorre geralmente após os 51 anos e fatores como histórico familiar, obesidade, tabagismo e quimioterapia podem antecipar esse tempo. • A terapia de reposição hormonal envolve a administração cíclica ou contínua de doses reduzidas de um ou mais estrógenos, com ou sem um progestágeno. • Benefícios da reposição hormonal: melhora dos sintomas causados pelos estrógenos reduzidos (calor excessivo e ressecamento vaginal) e auxilia no controle de sintomas vasomotores, atrofia genital, osteoporose, prevenção de infartos e AVE (produção de NO e PGI2). • Tratamento apenas com estrogênios: cipionato ou enantato de estradiol, sulfato de estrona, equilina, estrógeno equino ou estrogênios associados (mulheres histerectomizadas). • Tratamento combinado: estrógeno e progestágeno (mulheres com útero preservado). • Efeitos adversos da reposição hormonal: mastalgia, tromboembolismo, náuseas, edema periférico, hipertensão e IAM. FARMACOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR HORMÔNIOS E ANÁLOGOS HORMONAIS: ANDRÓGENOS ANDRÓGENOS: • Aplicações terapêuticas: usados em casos de perda muscular, hipogonadismo (devido a doenças hipofisárias ou testiculares), masculinização de indivíduos trans, andropausa, impotência sexual e hipossesualidade em mulheres seguida de ovariectomia. • Ação: na puberdade, atuam na maturação dos órgãos reprodutores, desenvolvimento dos caracteres sexuais,aumento da força muscular e ganho de altura e nos adultos, causa efeitos anabólicos (retenção de água e íons), causa espessamento e escurecimento da pele, maior ativação de glândulas sebáceas (acne), aumento de peso e massa muscular, sensação de bem-estar e vigor físico e aumento da libido e da agressividade. TESTOSTERONA: • Fármacos: Cipionato, decanoato de testosterona. • Ação: atua diretamente em diversas ações do corpo masculino, tais como testículos e próstata, crescimento de pelos e aprofundamento da voz. • Pode ser administrada por via oral (possui rápida metabolização no fígado), intramuscular, adesivos transdérmicos, pellets subcutâneos (nádegas), géis tópicos e spray nasal. • Metabólitos são mais lentamente metabolizados e alguns excretados inalterados na urina. CONTRACEPTIVOS MASCULINOS: • Formulações: • Enantato de testosterona (IM) + levonorgestrel (VO) • Undecanoato de testosterona (IM) + acetato de medroxiprogesterona. • Enantato ou cipionato de testosterona (IM). • Ainda não existe uma pílula anticoncepcional masculina, isso porque enquanto a mulher libera um óvulo por mês, o homem produz milhões de espermatozoides por dia, sendo, portanto, um grande desafio médico. ESTERÓIDES ANABÓLICOS: • Informações gerais: são andrógenos modificados quimicamente para privilegiar efeito anabolizante, aumentando a síntese proteica e o desenvolvimento muscular. • Uso clínico: não é recomendado e costuma ser usado em abuso por atletas. • Efeitos adversos gerais: icterícia colestática, tumores hepáticos e renais, risco aumentado de doença coronarianas, acne, depressão e agressividade. • Efeitos adversos nos homens: ginecomastia, inibição da espermatogênese, redução da fertilidade, atrofia testicular, alteração da libido e câncer de próstata. • Efeitos adversos nas mulheres: calvície, hirsutismo, voz grossa, diminuição do seio e aumento do clitóris. • Principais fármacos: cipionato de testosterona (depo- testosterone), enantato de testosterona (testenat depot), propionato de testosterona (testex), decanoato de nandrolona (deca-Durabolin), metiltestosterona (testred), oxandrolona (anavar - cápsula), oximetolona (anadrol - cápsula), estanozolol (winstrol - cápsula) e etandrostenolona (dianabol - cápsula). CRESCIMENTO INAPROPRIADO EM TECIDOS DEPENDENTES DE HORMÔNIOS • Câncer de mama: crescimento mamário depende de estrógeno, progesterona, andrógenos, prolactina, fatores de crescimento. Muitos cânceres expressam ER e tem crescimento estimulado por estrógeno. • Hiperplasia prostática benigna e câncer de próstata: testosterona em diidrotestosterona pela 5 α-redutase; antiandrógenos. • Endometriose: pílulas, agonistas e antagonistas de GnRH. • SOP: pílulas combinadas, antagonistas andrógenos e antagonistas de GnRH. MARIANA MARQUES – T29 FARMACOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR INIBIDORES DA SÍNTESE DE HORMÔNIOS • O hormônio liberador de gonadotrofinas controla a secreção do FSH e LH pela adeno-hipófise. • A secreção de GnRH é controlada por impulsos neurais de outras partes do cérebro, apesar da retroalimentação negativa pelos esteroides sexuais. • Os andrógenos exógenos, estrógenos e progestágenos inibem a secreção de GnRH, mas apenas os progestágenos exercem esse efeito em doses que não têm ações hormonais acentuadas nos tecidos periféricos, pois os receptores de progesterona no trato reprodutor são raros. AGONISTAS DO GNRH: • Principais: leuprorrelina, gosserrelina (intramuscular ou subcutânea) e nafarrelina (intranasal). • Usos clínicos: uso contínuo - câncer de próstata e de mama, endometriose, SOP e fibrose uterina avançada e uso em pulso – infertilidade. • Efeitos adversos: se usado de forma contínua pode causar inibição da espermatogênese e ovulação. ANTAGONISTAS DO GNRH: • Principais: cetrorrelix e ganirrelix (subcutâneo). • Usos clínicos: endometriose, câncer de próstata (estrogênio dependente) e infertilidade (suprimem o pico prematuro do LH prevenindo a ovulação prematura em protocolos de ovulação assistida). INIBIDORES DA AROMATASE: • Principais: anastrozol letrozol, exemestano e formestano. • Mecanismo de ação: inibem a formação de estradiol e estrona. • Usos clínicos: usados no tratamento do câncer de mama. INIBIDOR SELETIVO DA 5 Α-REDUTASE: • Principais: Finasterida e dutasterida. • Usos clínicos: endometriose, câncer de próstata (estrogênio dependente) e infertilidade (suprimem o pico prematuro do LH prevenindo a ovulação prematura em protocolos de ovulação assistida). FARMACOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR MODULADORES E ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES MODULADORES SELETIVOS DOS RECEPTORES DE ESTRÓGENO: • Agonistas parciais ou antagonistas seletivos dependendo do tipo de tecido: • Tamoxifeno (VO): antagonista mamário, agonista nos ossos, metabolismo lipídico e endométrio (pré-disposição ao câncer endometrial). • Raloxifeno (VO): antagonista na mama e endométrio e agonista nos ossos, metabolismo lipídico e coagulação. • Toremifeno (VO): antagonista mamário. • Fulvestranto (IM): supressão dos receptores alfa de estrogênio. • Clomifeno (VO): antagonista do feedback negativo na adeno-hipófise, gera aumento do GnRH e do estrógeno, induzindo ovulação. • Usos clínicos: • Tamoxifeno: câncer de mama ou adjuvante após mastectomia ou radiação. Suprarregula TGF-β que retarda malignidade (uso não deve ultrapassar 5 anos). • Toremifeno, fulvestranto: câncer de mama. • Raloxifeno: osteoporose pós-menopausa por diminuir reabsorção óssea. • Clomifeno: infertilidade associada a ciclos anovulatórios, ovulação para congelamento de óvulos. • Efeitos adversos: náuseas, fogachos, câimbras, hiperplasia e malignidades no endométrio (tamoxifeno), trombose venosa (raloxifeno), embolia pulmonar e gravidez de múltiplos (clomifeno). MODULADORES SELETIVOS DE RECEPTORES DE PROGESTERONA: MIFEPRISTONA (ABORTIVO): • Antagonista da progesterona com atividade agonista parcial. • Interferência nos níveis de progesterona no início da gravidez resulta em aborto. • Combinada com misoprostol para induzir contrações uterinas. ULIPRISTAL: • Agonista/antagonista da progesterona. • Inibe crescimento de tecido endometrial e do miométrio. • Atrasa a ovulação em até 5 dias. • Uso clínico: mioma e contracepção pós-coital. MODULADORES SELETIVOS DOS RECEPTORES DE ANDRÓGENOS: FLUTAMIDA, BICALUTAMIDA, ENZALUTAMIDA, NILUTAMIDA – ANTAGONISTAS: • Uso clínico: usado com GnRH no tratamento de câncer de próstata e no tratamento da hiperplasia prostática benigna e hipersexualidade. MARIANA MARQUES – T29 CIPROTERONA – DERIVADO DE PROGESTERONA, AGONISTA PARCIAL DE RECEPTORES ANDRÓGENOS • Uso clínico: usado na contracepção feminina, acne, hirsutismo (SOP), puberdade precoce, alopécia, no tratamento de virilização e da hipersexualidade. ESPIRONOLACTONA – ANTAGONISTA DE RECEPTOR DE ALDOSTERONA COM ATIVIDADE ANTAGONISTA EM RECEPTOR DE ANDRÓGENOS: • Uso clínico: usado na calvície, acne e hirsutismo (SOP). ENDOMETRIOSE • É uma doença inflamatória provocada por células do endométrio (tecido que reveste o útero) que, em vez de serem expelidas durante a menstruação, se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar. • Afeta mulheres em idade reprodutiva, pós-menopausa e adolescentes com anormalidades uterinas. • Causas: genéticas, imunológicas, hormonais e fatores ambientais. • Sinais e sintomas: dismenorréia, dispaneuria, dores crônicas associadas a menstruação e infertilidade. • Fármacos utilizados no tratamento: AINEs (dor) ou corticóides (para suprimir recrutamento de células inflamatórias e angiogênese), pílulas combinadas, progestinas ou DIU e agonistas e antagonistas do GnRH. SINDROME DO OVÁRIOPOLICÍSTICO (SOP) • É um distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários que fazem com que eles aumentem de tamanho. • É uma doença caracterizada pela menstruação irregular, alta produção do hormônio masculino (testosterona) e presença de micro cistos nos ovários. • Tratamento: • Metformina: gera perda de peso, reduz resistência à insulina e aumenta ovulação. • Clomifeno: ovulação • Pílulas combinadas: causa sintomas androgênicos (acne e hirsutismo). • Anti-androgênicos: espironolactona, ciproterona, flutamida, finasterida – causa hirsutismo grave. • Agonistas GnRH de ação prolongada (leuprorrelina) + estrogênio – causa hiperandrogenismo.
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