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Introdução ao Manuseio de Aeronaves em Solo SEST – Serviço Social do Transporte SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte ead.sestsenat.org.br CDU 629.73:656.71 79 p. :il. – (EaD) Curso on-line – Introdução ao Manuseio de Aeronaves em Solo – Brasília: SEST/SENAT, 2016. 1. Aeronave - procedimentos de pista. 2. Aeronave - segurança. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título. 3 Sumário Apresentação 7 Unidade 1 | Partida no Motor 8 1 Partida nos Motores Convencionais 9 1.1 Procedimentos Anteriores à Partida nos Motores Convencionais 9 1.1.1 Procedimentos de Partida nos Motores Convencionais 10 1.1.2 Giro de Motor 11 1.1.3 Partida Manual 12 1.1.4 Extinção de Fogo no Motor 12 1.2 Partida nos Motores Turboélice 13 1.2.1 Procedimentos Anteriores à Partida 13 1.2.2 Procedimento de Partida 13 1.2.3 Procedimentos de Partida de um Motor no Solo 13 1.3 Partidas nos Motores Turbojato 14 1.3.1 Operação de Pré-Voo 14 1.3.2 Procedimento de Partida 16 1.3.3 Partidas Problemáticas em Turbojato 17 Glossário 19 Atividades 20 Referências 21 Unidade 2 | Operações no Solo 22 1 Equipamentos de Apoio em Solo 23 1.1 Unidades de Força Elétrica 24 1.2 Unidades de Força Hidráulica 26 1.3 Unidades de Ar-Condicionado e de Aquecimento 26 1.4 Fonte de Partida Pneumática 27 4 2 Equipamentos Contra o Fogo 28 2.1 Tipos de Incêndio e Extinção de Incêndio 28 2.2 Tipos de Incêndio versus Agente Extintor 30 2.3 Verificação Periódica dos Extintores de Incêndio 30 2.4 Identificação dos Agentes Extintores 31 2.5 Usando o Extintor 32 3 Abastecimento de Ar/Nitrogênio, Óleo e Fluidos 33 4 Abastecimento de Sistema de Oxigênio 34 4.1 Os Perigos do Oxigênio 34 5 Abastecimento e Destanqueio de Combustível 35 Glossário 38 Atividades 39 Referências 40 Unidade 3 | Movimentação de Aeronaves 41 1 Reboque de Aeronaves 42 2 Sinais de Táxi 43 3 Taxiando a Aeronave 44 Glossário 46 Atividades 47 Referências 48 Unidade 4 | Serviço de Amarração de Aeronave 49 1 Procedimento Normal de Ancoragem 50 2 Pontos para Amarração 51 3 Cabos de Ancoragem 51 4 Cordas de Amarração 51 5 Correntes de Amarração 52 5 6 Ancoragem de Aeronaves Leves 52 7 Segurança de Aeronaves Pesadas 53 8 Ancoragem de Aeronaves em Condições de Tempestade 53 9 Segurança de Aeronaves Multimotoras 54 10 Segurança de Helicópteros 54 11 Segurança de Hidroavião e de Aeronaves com Esqui 55 12 Travamento de Comando e Superfícies de Controle de Voo 56 Glossário 57 Atividades 58 Referências 59 Unidade 5 | Identificação dos Riscos Típicos Durante as Operações no Solo 60 1 Risco na Manutenção 61 1.1 Faixa de Segurança 61 1.2 Fio de Força Elétricos 61 1.3 Sistemas de Ar Comprimido 62 1.4 Poças de Óleo e Graxa 63 1.5 Montagem de Pneus de Aeronaves 63 1.6 Soldagem 64 1.7 Máquinas/Ferramentas 65 2 Riscos na Área Operacional 65 2.1 Proteção Auricular 66 2.2 Danos com Objetos Estranhos (FOD) 66 2.3 Atendimentos a Aeronaves de Asa Fixa 67 2.4 Atendimento a Aeronaves de Asa Rotativa 68 2.5 Fogo 68 Glossário 69 6 Atividades 70 Referências 71 Unidade 6 | Identificação e Seleção dos Combustíveis 72 1 Tipos de Combustíveis e Identificação 73 Glossário 75 Atividades 76 Referências 77 Gabarito 78 7 Apresentação Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) ao curso Introdução ao Manuseio de Aeronaves em Solo! Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e ajudar na compreensão do conteúdo. O curso possui carga horária total de 10 horas e foi organizado em 6 unidades, conforme a tabela a seguir. Fique atento! Para concluir o curso, você precisa: a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas “Aulas Interativas”; b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; c) responder à “Avaliação de Reação”; e d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado. Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat. org.br. Bons estudos! Unidades Carga Horária Unidade 1 | Partida no Motor 2h Unidade 2 | Operações no Solo 2h Unidade 3 | Movimentação de Aeronaves 2h Unidade 4 | Serviço de Amarração de Aeronave 2h Unidade 5 | Identificação dos Riscos Típicos Durante as Operações no Solo 1h Unidade 6 | Identificação e Seleção dos Combustíveis 1h 8 UNIDADE 1 | PARTIDA NO MOTOR 9 Unidade 1 | Partida no Motor Muitas vezes, ao cumprir tarefas de manutenção, será necessário dar partidas nos motores, com o intuito de verificar se os parâmetros previstos pelos manuais estão corretos. As instruções gerais têm a finalidade de reconhecer os tipos de partidas de motores convencionais, turboélices e turbojatos. Lembrando que, ao trabalhar com um tipo específico de equipamento, é necessário sempre consultar o manual do fabricante. 1 Partida nos Motores Convencionais O termo partir ou partida é habitualmente utilizado quando se quer afirmar que um motor será energizado até atingir a velocidade nominal. 1.1 Procedimentos Anteriores à Partida nos Motores Convencionais Para iniciar a partida em um motor convencional, alguns procedimentos devem ser executados antes, são eles: a) Posicionar a aeronave de proa para o vento, a fim de resfriar o motor durante a partida; b) Retirar o equipamento de reboque (garfo e trator rebocador se houver); c) Calçar a aeronave em suas rodas; d) Manter um bombeiro equipado com um extintor nos procedimentos de partida. 10 1.1.1 Procedimentos de Partida nos Motores Convencionais Após executar as ações preliminares, são realizados os procedimentos de partida do motor, quais sejam: • Deixar a área livre de qualquer material que possa ser aspirado pelo motor ou danificar a hélice; e • Usar fonte elétrica externa para poupar a bateria e, no check de cabine, desligar todos os equipamentos elétricos desnecessários até que o ciclo de partida se complete e o gerador da aeronave supra eletricamente todos os sistemas da aeronave. Nos motores do tipo radial que estiveram parados por mais de trinta minutos, é necessário verificar se a chave de ignição está desligada e dar três a quatro voltas girando o motor pela hélice para verificar se há calço hidráulico. Qualquer esforço anormal ao tentar girar o motor manualmente pela hélice é indício de acúmulo de óleo na parte de baixo do cilindro. Isso ocasionará o calço hidráulico, o qual deverá ser eliminado como prevenção de empeno da biela. Figura 1.A: Disposição dos cilindros Figura 1.B/: Aspecto externo Figura 1.C: Aeronave com motor radial Fonte: Homa, 2007. 11 Ação corretiva: retirar as velas dianteira e traseira da parte inferior e girar a hélice. Nunca se deve tentar eliminar o calço hidráulico girando o motor no sentido contrário de seu giro, pois a tendência é levar óleo para o duto de admissão. E se for feito dessa forma, esse mesmo óleo será aspirado pelo cilindro novamente na próxima partida, persistindo o problema. 1.1.2 Giro de Motor Concluídos os procedimentos preliminares e de partida do motor, resta ajustar o giro do motor. Para tanto, devem-se seguir os procedimentos listados a seguir: • Selecionar a bomba de combustível auxiliar para posição ligada; • Controlar a mistura, relação entre a massa de ar e gasolina, para a posição recomendada considerandoo tipo de carburador e motor que está sendo girado. Consultar o manual do operador; • Ligar o motor de partida e, depois que as hélices tiverem feito pelo menos duas voltas completas, ligar o interruptor de ignição. Durante o acionamento do motor de partida, não utilizá-lo por mais de um minuto para não superaquecê-lo. Entre duas tentativas de partidas sucessivas, esperar de 3 a 5 minutos, tempo necessário para o resfriamento do motor de partida, evitando queimá-lo devido ao superaquecimento; e • Ligar o interruptor de injeção intermitentemente ou injetar com 1 a 3 acionamento(s) da bomba de injeção, dependendo de como a aeronave estiver equipada. O injetor de combustível permanece ligado quando se inicia a ignição do motor, assim a manete é aberta gradualmente para haver uma operação suave. Logo que o motor estiver operando com o injetor, levar o controle de mistura para a posição máximo combustível e soltar o injetor tão logo ocorra uma queda de rpm (rotações por minuto), a qual indicará que o motor está recebendo combustível adicional do carburador. 12 1.1.3 Partida Manual Nesse caso, há a necessidade de dois operadores, os quais deverão se comunicar para a realização do ciclo de partida com o giro da hélice. O operador 1 irá girá-la e anunciar em voz alta, de forma a ser ouvido pelo operador 2 na cabine da aeronave: combustível ligado, chave de ignição desligada, manete de combustível fechada, freios aplicados. Após isso, o operador 2 checará se a configuração desses itens está de acordo e, em seguida, repetirá a frase. O operador 1, então, anunciará: contato, e o operador 2 repetirá essa palavra. Somente nesse instante a ignição será ligada. O operador 1 acionará a hélice, empurrando-a com a palma da mão, movendo-a sempre para baixo. No entanto, ele deverá tomar cuidado para evitar acidentes, mantendo-se perto da hélice apenas o tempo suficiente para girá-la e como precaução caso ocorra uma pane nos freios assim que ela for acionada pelo motor. 1.1.4 Extinção de Fogo no Motor Em todas as partidas deverá haver um bombeiro portando um extintor de CO2 posicionado de forma a direcionar o agente extintor à indução no caso de fogo. Em caso de fogo na partida, deve-se mantê-la de forma a descarregar o fogo pela exaustão. Mas caso o ciclo de partida não seja completado e o fogo não seja extinguido, é necessário interrompê-la. Assim, o bombeiro deverá realizar a ação de extinção de fogo. Figura 2: Partida Manual Fonte: https://i1.ytimg.com/vi/- Z04FfnpdsE/hqdpefault.jg 13 1.2 Partida nos Motores Turboélice Também conhecidos como turbopropulsores, nos motores turboélice, assim como nos convencionais, a partida cumpre uma sequência de procedimentos antes da partida no motor de fato. Eles estão listados a seguir. 1.2.1 Procedimentos Anteriores à Partida Realizar a inspeção visual de todas as partes acessíveis do motor e seus controles, as áreas da nacele e as janelas, analisando-as em relação ao seu estado geral, verificando se há rachaduras e falta de parafusos ou rebites nas suas fixações. É necessário examinar também todos os aparadores de óleo, verificando se há a presença de água e se todas as entradas de ar estão livres de objetos estranhos. 1.2.2 Procedimento de Partida Ao iniciar a partida em motor à turbina, deve-se prover uma adequada fonte de força para o motor de partida. No caso de motor de partida operado com ar da turbina, ele poderá ser suprido com o ar obtido por meio de um compressor de turbina a gás (gas turbine compressor – GTC), uma fonte de ar externa ou um motor operando. No solo, deve-se ter cuidado com a temperatura na entrada da turbina. Se estiver acima do especificado pelo fabricante, a partida é proibida. 1.2.3 Procedimentos de Partida de um Motor no Solo Na prática, as etapas para a partida de um motor turboélice estão detalhadas a seguir: 14 • Colocar a chave do seletor de partida para o motor desejado; • Ligar as bombas de reforço de combustível da aeronave; • Ligar a chave de combustível e ignição; • Certificar-se de que a manete de potência está na posição de partida. Se a hélice não estiver na posição, poderá haver dificuldade para completar o ciclo de partida; • Posicionar a chave de partida e, se uma injeção de combustível for necessária, comprimir o botão de injeção; • Checar a pressão e a temperatura do óleo. Manter a manete de potência na posição de partida, até que a temperatura mínima do óleo seja atingida; • Desconectar a fonte externa de força. 1.3 Partidas nos Motores Turbojato Todos os procedimentos para a partida em motores devem ser seguidos meticulosamente, principalmente em motores de grande potência, como os turbojato. 1.3.1 Operação de Pré-Voo No começo, verificar se todas as tampas protetoras das entradas da turbina foram retiradas. Como medida de segurança, a área em torno das turbinas deve estar livre, tanto de pessoal como de equipamentos soltos. As áreas de entrada de ar, indução, dos motores turbojatos, local onde ocorre forte sucção de ar; bem como as áreas de saída, o escapamento e o ponto de descarga do jato de ar em alta temperatura são as mais perigosas e, por isso, deve-se manter uma distância segura delas. 15 As áreas perigosas de entrada e as de escapamento são ilustradas na Figura 3. Figura 3: Áreas perigosas de entrada de ar e de escapamento Fonte: FAA 2008. 1.3.2 Procedimento de Partida A maior parte dos motores turbojato pode ser girado por outra turbina a ar ou por motores de partida do tipo à combustão. 16 Se um motor de partida de turbina a ar for usado, o motor da aeronave deverá girar ou acender dentro de aproximadamente 20 segundos após o combustível ter sido ligado. Caso esse intervalo de tempo seja excedido, há a indicação de que um defeito possivelmente tenha ocorrido e a partida deverá ser interrompida. Diante disso, outra partida só poderá ser realizada após inspeção e reparo do defeito. e Se um motor de partida a combustão for usado, o intervalo de 20 segundos não necessita ser observado, desde que a operação do motor de partida seja desconectada automaticamente depois de um intervalo de tempo predeterminado. Os procedimentos a seguir ilustram a sequência de eventos em uma partida de motor turbojato. • Mover o manete de potência para a posição de marcha lenta (idle); • ligar a fonte elétrica para o motor; • Ligar a chave da válvula de corte do combustível para a posição ligada; • ligar a chave da bomba de reforço; • A pressão de entrada do combustível será indicada no instrumento com 5 psi, confirmando o fluxo e o funcionamento da bomba; • Ligar a chave do motor de partida quando o motor começar a girar, verificar a subida da pressão do óleo; • Ligar a chave de ignição, depois que o motor começar a girar; • A partida do motor (ignição) é indicada pelo aumento da temperatura dos gases de escapamento; • Depois que o motor estabilizar em marcha lenta, assegurar-se de que nenhum dos limites do motor foi excedido; • Desligar a chave do motor de partida após completado o ciclo de partida do motor; e • Desligar a chave de ignição. 17 1.3.3 Partidas Problemáticas em Turbojato Durante o procedimento de partida em motores turbojato, alguns problemas podem ocorrer. Estão listadas a seguir algumas das situações mais comuns em partidas problemáticas de motores turbojato. a) Partida quente É necessário abortar a partida caso a temperatura dos gases de exaustão exceda os limites especificados nos manuais técnicos. b) Partida falsa ou interrompida É imperativo interromper o ciclo de acionamento do motor da aeronave caso haja ação insuficiente do motor de partida ou caso ele parede funcionar antes de completado esse ciclo. Isso acontece mesmo se o motor aparentar funcionamento normal, mas esteja com a rotação por minuto (rpm) num percentual abaixo do mínimo previsto para marcha lenta, posição do manete de potência correspondente à velocidade mínima. Figura 4: Manete de potência Fonte: Homa, 2007. c) O motor não completa o ciclo de partida Alguns parâmetros devem ser analisados como possíveis causas de um motor não completar seu ciclo de partida dentro do tempo limite preestabelecido, como por exemplo, carência de combustível para o motor, força elétrica insuficiente ou nenhuma, ou mau funcionamento no sistema de ignição. Se o tempo estabelecido para partida for ultrapassado, torna-se necessário interromper imediatamente o processo. 18 A ação de desligar a ignição e o combustível caso o motor de partida não opere corretamente deve ser executada, como também continuar girando o compressor por aproximadamente 15 segundos para retirar o acúmulo de combustível do motor. No caso de incapacidade de giro do motor pelo motor de arranque, deve-se aguardar 30 segundos para o combustível ser drenado antes de tentar uma nova partida. Resumindo Nesta unidade foi visto que, ao cumprir tarefas de manutenção, algumas vezes será necessário dar partidas nos motores, com a finalidade de verificar se os parâmetros previstos pelos manuais estão corretos. Assim, os procedimentos previstos antes, durante e após as partidas dos motores convencionais, turboélice e turbojato devem ser rigorosamente seguidos conforme o manual técnico. Ademais, tais procedimentos devem ser aliados às ações de prevenção e extinção de incêndio dos motores, bem como aos cuidados com as áreas perigosas de um motor a jato em acionamento ou com o ciclo de partida completado de forma a identificar os tipos de partidas problemáticas em motores turbojato e as ações corretivas. 19 Glossário Calço hidráulico: travamento abrupto, que ocorre em motores a pistão, ocasionado por acúmulo de óleo no interior da câmara de combustão, restringindo o pistão de comprimir a mistura, ocasionando o empeno das bielas. Check: verificar, testar, ter a certeza que todos os sistemas da aeronave estão operando corretamente. Garfo: equipamento de apoio ao solo, destinado a mover o avião de forma prática ou segura, podendo ser utilizado manualmente ou por carro rebocador. Indução: área de entrada de ar dos motores aeronáuticos. Manete: alavanca que acelera o motor. Nacele: suporte que fixa o motor à aeronave. Proa: frente. 20 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Na partida de motores convencionais, deve-se tentar eliminar o calço hidráulico girando o motor no sentido contrário de seu giro, pois a tendência é levar óleo para o duto de admissão. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. Antes de dar a partida é necessário examinar também todos os aparadores de óleo, verificando se há a presença de água e se todas as entradas de ar estão livres de objetos estranhos. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 21 Referências BIANCH, Marcos Palharini. Motores a Reação. São Paulo: Bianchi, 2013. DAC. Subdepartamento Técnico. Mecânico de Manutenção Aeronáutica, Básico, TE-1. Seção de Tradução e Revisão, Rio de Janeiro, 2002. FAA – FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION. Aviation Maintenance Technician Handbook – Airframe. Washington, D.C.: FAA, 2012. ______. Aviation Maintenance Technician Handbook – General. Washington, D.C.: FAA, 2008. HOMA, J. M. Aeronaves e Motores – Conhecimentos Técnicos. 27ª ed. São Paulo: ASA, 2007. SAINTIVE, Newton Soler. Teoria de Voo: Introdução à aerodinâmica. São Paulo: ASA, 2012. SILVA, Paulo Rodrigues da. Helicóptero – conhecimentos técnicos: noções fundamentais. 3. ed. São Paulo: ASA, 2011. 22 UNIDADE 2 | OPERAÇÕES NO SOLO 23 Unidade 2 | Operações no Solo As operações e os serviços de manutenção no solo compreendem a utilização de equipamentos de apoio externos às aeronaves. É fundamental estudar, portanto, as atividades aeroportuárias utilizando unidades de solo. Dessa maneira, certamente será possível entender como se prepara uma aeronave, iniciando os seus sistemas até que se estabilizem e sejam checados pelo operador e pelo pessoal de serviço de manutenção ou pelos tripulantes. 1 Equipamentos de Apoio em Solo Os engenheiros, prevendo a necessidade de equipamentos de apoio em solo, os quais já estão disponíveis em todos os aeroportos, disponibilizaram na arquitetura da fuselagem pontos de conexão padrão e universais para apoio externo a aeronaves. Visualize-se na Figura 5 a seguir. Figura 5: Equipamentos de apoio em solo Fonte: http://cache.aeromagazine.uol.com.br/media/uploads/aero_244/infraestrutura_001_big.jpg. 24 1.1 Unidades de Força Elétrica As aeronaves precisam de energia elétrica para iluminação da cabine, mesmo depois de chegarem ao aeroporto e dos motores serem desligados. Essa energia elétrica é fornecida para a aeronave a partir da unidade de alimentação do solo, chamada de ground power unit (GPU), com ela é possível reduzir o consumo de combustível de jato e, por conseguinte, reduzir a emissão de CO2 e ruído. A GPU é uma fonte externa, destinada a oferecer energia elétrica nas partidas de aeronaves e serviços de manutenção. É uma unidade largamente usada na aviação comercial e militar como medida para poupar bateria, tanto na pista quanto nos hangares, durante a manutenção. Esse equipamento é encontrado em vários tamanhos e tipos, pode ser rebocado ou ter tração própria, sua conexão à aeronave é realizada por meio de um cabo longo e de uma tomada adaptadora, essa unidade supre a aeronave com corrente contínua DC ou corrente alternada CA. Como prevenção contra acidentes, a GPU deve ser bem posicionada para evitar uma colisão com a aeronave que está acoplada, ou outras que estejam nas proximidades, no caso de falha dos freios da fonte externa. Além disso, ela nunca deve ser removida enquanto os cabos estiverem acoplados à aeronave ou o gerador do seu sistema estiver fornecendo energia. Observam-se, a seguir, alguns tipos de unidade elétrica. a) Unidade elétrica com tração própria – caminhão e equipamento formam uma só unidade. Figura 6: Unidade elétrica com tração própria Fonte: http://www.nca.aero/e/profile/csr/images/photo_freighter06.jpg 25 b) Unidade elétrica rebocada – essa unidade precisa de um veículo para o seu deslocamento. Figura 7: Unidade elétrica rebocada Fonte: http://www.aerospecialties.com/images/detailed/3/Used_Hobart_JetEx5D_GPU c) Unidade elétrica portátil – equipamento de fácil remoção, podendo ser movimentado manualmente. Figura 8: Unidade elétrica portátil Fonte: http://www.hobartgpu.com/GPU-400-600-V1.jpg 26 1.2 Unidades de Força Hidráulica Esta unidade de apoio ao solo fornece energia e força (pressão) aos componentes, sistemas e subsistemas da aeronave, para checá-los em teste durante as inspeções. Também pode ser usada para abastecer os reservatórios hidráulicos. É geralmente montada sobre quatro rodas para ser deslocada por tração própria, rebocada por um veículo ou empurrada e manobrada manualmente. Figura 9: Unidades de força hidráulica Fonte: http://www.savery.co.uk/skin/savery/images/static/systems/ground-support.jpg 1.3 Unidades de Ar-Condicionado e de Aquecimento Por meio deste equipamento, é possível aquecer e refrigerar as aeronaves sem ter de acionar os motores ou a Unidade Auxiliar de Partida (Auxiliary Power Unit – APU). Muitos equipamentos internos a aeronaves precisam de uma faixa de temperatura para operarem corretamente. Figura 10: Unidades de ar-condicionado e de aquecimentoFonte: http://www.guinault.com/Rub_442/ En/Military-products/Air-conditioning-Units/ Diesel-Cabin-Heater.html 27 1.4 Fonte de Partida Pneumática Esse equipamento fornece pressão de ar para partida dos motores a jato com partida pneumática. É de uso frequente nos aviões comerciais nos aeroportos. O ar comprimido é encaminhado à turbina, que é responsável para girar o compressor e a caixa de acessório. As unidades de partida a ar são unidades móveis para serem rebocadas até a aeronave ou montadas em veículos. Uma fonte de partida pneumática de ar é composta por Compressor de Turbina a Gás (GTC), bateria de alta capacidade de armazenamento, combustível necessário, óleo, sistemas elétricos, controles e linhas de ar comprimido. O compressor da turbina de gás é basicamente um compressor centrífugo de dois estágios, acoplado diretamente a uma turbina radial de fluxo interno. Além de fornecer ar para a linha de sangria, o compressor supre ar comprimido por combustão para girar o disco da turbina. O gás da combustão passa por meio da câmara de combustão para o conjunto da turbina. A força extraída pelo disco da turbina é transmitida para o compressor, seção de acessórios e componentes do sistema de controle. Figura 11: Fonte de partida pneumática Fonte: http://www.guinault.com/upload/Vign2_866_GR130-Vienne-2.jpg 28 2 Equipamentos Contra o Fogo Em razão da grande proporção de comburente presente em sua estrutura, a aeronave está sujeita a potenciais riscos de incêndio, seja no solo ou no voo. A seguir, serão apresentados possíveis tipos de incêndios envolvendo equipamentos, aeronaves e pessoas, bem como seus métodos de extinção. Figura 12: Extinção de incêndio em aeronave Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/05/aviao-de-carga-pega-fogo-em-aeroporto-da- indonesia.html 2.1 Tipos de Incêndio e Extinção de Incêndio Para haver combustão, é necessário que ocorra uma combinação entre os elementos combustível, calor e oxigênio. Esses elementos compõem o denominado triângulo do fogo, ilustrado a seguir. Os incêndios são divididos em quatro tipos básicos, a saber: Figura 13: Triângulo do fogo Fonte: http://www.fcnoticias.com.br/ qual-o-principal-comburente-para-o- fogo/ 29 a) Classe A – fogo que queima a superfície em profundidade. Ocorre em material comum, como madeira, tecido, papel, material de revestimento, borracha e plástico. A água é importante agente extintor. b) Classe B – fogo que queima em superfície nos produtos inflamáveis derivados do petróleo ou líquidos combustíveis como graxa, solventes, tintas e gases inflamáveis. Para sua extinção, é importante o efeito de supressão de oxigênio garantido pelo agente extintor. c) Classe C – fogo energizado, no qual a não condutividade do agente extintor é fator importante, de natureza elétrica e eletrônica. d) Classe D – fogo em metais combustíveis como potássio, sódio, magnésio, titânio e lítio, os quais requerem um agente extintor do tipo pó químico. Figura 14: Tipos de incêndio Fonte: http://consciencianotrabalho.blogspot.com.br/2012/07/combate-incendio.html 30 2.2 Tipos de Incêndio versus Agente Extintor Ao se visualizar a Tabela 1, é possível identificar o tipo de extintor correspondente para cada classe de fogo. Tabela 1: Tipo de extintor versus classe de fogo 2.3 Verificação Periódica dos Extintores de Incêndio Os procedimentos a seguir são muito importantes para a verificação periódica dos extintores de incêndio: • O extintor adequado no local correto; • Selos de segurança intactos; • Remover toda sujeira e ferrugem externa; • Manômetro na faixa operacional; • Checar quanto ao peso correto; e • Bico desobstruído. Agente Extintor Classe de Fogo Indica Agentes halogenados (halon) Classe A, B e C Água Classe A Dióxido de carbono – CO2 Classe B e C Pó químico Classe A, B e C Pó químico especial Classe D 31 2.4 Identificação dos Agentes Extintores Entende-se por agente extintor aquilo que pode ser utilizado para abafar ou resfriar as chamas de incêndio, extinguindo-as. Portanto, é imprescindível fazer a identificação precisa e correta dos agentes extintores. a) Agentes halogenados (Halon) Os agentes halogenados são classificados como Halon 1221, Halon 1301 e a combinação Halon 1221/1301. • Halon 1221: bromocloroditfluorometano (CBrCIF2) – indicado para espaços ocupados em aeronaves, age rapidamente como uma névoa que elimina o ar da fonte de fogo. Tem como característica a propriedade de evitar um novo incêndio. A sua pulverização, saída do agente extintor da garrafa, é semelhante ao CO2. • Halon 1301: bromotrifluorometano (CBrF3) – indicado para espaços ocupados em aeronaves em que não há ventilação forçada ou máscaras de oxigênio. O jato de vapor desse extintor é difícil de ser direcionado. h Na mesma capacidade, o halon mostra-se três vezes mais eficaz que o CO2. b) Extintores de água e agentes à base de água Pelo fato de poderem ser combinados com compostos que não congelam ou substâncias que acelerem a penetração da água, extinguem o fogo resfriando o elemento combustível e abaixando a temperatura de combustão. c) Extintores de dióxio de carbono (CO2) Esses extintores têm a propriedade de dissipar o oxigênio na área de disparo, agindo como cobertor e suprimindo o oxigênio. Apesar de estarem sendo substituídos pelos halogenados, ainda não estão proibidos. No cockpit e nas áreas ocupadas nas aeronaves, é necessário ter especial atenção, pois as descargas elevadas desse produto podem colocar em risco a vida dos tripulantes e passageiros. 32 d) Extintores de pó químico Não são indicados para a cabine de tripulantes e passageiros. Quando utilizados em locais confinados, dificultam a visibilidade e a respiração, podendo, nesse caso, comprometer a segurança de voo. e Vários tipos de extintores de pó químico têm ação corrosiva em componentes eletrônicos e deixam resíduos de difícil remoção. 2.5 Usando o Extintor É necessário certificar-se do tipo de fogo a ser apagado. Na maioria dos extintores, existe uma trava de segurança que permite ativar o comando de acionamento do agente. Portanto, deve-se afastar a uma distância segura, visando à base da chama. Após isso, é necessário apertar a alavanca de disparo e cobri-la de um lado para o outro até o fogo ser extinto. Figura 15: Uso do extintor de incêndio Fonte: http://www.dabstore.com.br 33 3 Abastecimento de Ar/Nitrogênio, Óleo e Fluidos Geralmente, em inspeções de pré-voo, verificam-se pressão de pneu e nível de óleo do motor, e, em inspeções programadas, pressão dos acumuladores hidráulicos e pneumáticos. O intuito é ter um desgaste uniforme dos pneus, um motor trabalhando em temperatura adequada e um sistema hidráulico executando tarefas sem retardo. Os limites mínimos e máximos não devem ser negligenciados, quando verificados no instrumento indicador de nível ou vareta e em manômetros. Não se deve abastecer acima do nível máximo sob pena de transbordamento devido à expansão térmica. No abastecimento de óleo, é necessário evitar que panos de limpeza, pedaços de estopa e outros materiais ou substâncias penetrem no tanque. Materiais estranhos podem produzir falhas no motor. Ao manusear o lubrificante, é preciso cuidado, pois os vapores produzidos por eles são altamente tóxicos. Ademais, deve-se ter muita atenção ao abastecer o reservatório com o fluido hidráulico, deve-se usar o óleo especificado e verificar se há contaminação produzida por matérias estranhas devido ao mau armazenamento. Nas execuções em que for utilizado nitrogênio de alta pressão, o regulador de pressão deve ser utilizado de forma correta, a fim de reduzir a pressão no interior do cilindro a uma faixa segurae necessária para o serviço. No caso de pneus, deve-se limpar a área antes de conectar a mangueira e não encher a garrafa além do permitido. Figura 16: Cilindro de gás nitrogênio Fonte: FAA, 2008. 34 4 Abastecimento de Sistema de Oxigênio Nos abastecimentos de oxigênio gasoso, o trabalho precisa ser executado por duas pessoas: uma irá controlar a válvula reguladora do carrinho de oxigênio e a outra ficará observando a pressão no sistema da aeronave. Deve haver uma comunicação coordenada entre as duas pessoas para o caso de emergência. Alguns procedimentos são necessários para aumentar a segurança, tais quais: • Evitar, no momento do abastecimento, serviços que sejam fontes de ignição; • Desligar os equipamentos elétricos e eletrônicos; • Não abastecer nem realizar o destanqueio do combustível; e • Não usar ferramentas sujas de óleo ou graxa – essa ação deve ser feita fora do hangar. e Para efetuar esse serviço, é indispensável consultar o manual de manutenção da aeronave que será abastecida. 4.1 Os Perigos do Oxigênio O oxigênio é um produto que acelera a combustão ao se combinar com outros materiais, como óleo e graxa, comuns nas aeronaves e, com isso, pode formar uma mistura explosiva. Realizar uma vistoria no equipamento abastecedor é viável para minimizar danos físicos ou falhas na garrafa, bem como minimizar perigo a humanos, outros seres vivos e materiais. Conhecido por aumentar rigorosamente a combustão, o oxigênio líquido é extremamente frio. Em contato com a pele produz grave queimadura e sua inalação pode levar à vertigem e sonolência, portanto, deverá ser usado em áreas bem ventiladas. 35 e Em todo caso, seja no abastecimento do oxigênio líquido ou gasoso, não se deve esquecer o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI). 5 Abastecimento e Destanqueio de Combustível Como precaução contra incêndios, devem ser observados, durante o processo de abastecimento e destanqueio, os seguintes cuidados: • Não é permitido fumar na aeronave ou ao seu redor, pois pode provocar centelha ou faísca; • É proibido o uso de lampiões a óleo, velas ou fósforos; • Interruptores elétricos, comutadores, dínamos ou motores, equipamentos elétricos que produzam centelhas ou qualquer material que provoque faísca não são permitidos em uma área de até 30 metros (100 pés) de uma aeronave que esteja sendo abastecida ou destanqueada; • Para a iluminação, são permitidas apenas as lâmpadas à prova de explosão, dentro do espaço de 30 metros dessas operações. Não se pode colocar lâmpadas de qualquer espécie em locais que possam promover o contato das lâmpadas com combustível derramado; • Todos os combustíveis de aeronaves, ou outros combustíveis líquidos que forem acidentalmente derramados, devem ser removidos imediatamente com jatos de água, ou cobertos com camadas de espuma, ou neutralizados por outros meios, para evitar ignição. A operação de abastecimento de uma aeronave exige responsabilidade por parte do operador e do abastecedor, pois o risco envolvido é elevadíssimo devido ao alto poder inflamável do combustível. O operador deve estar atento ao tipo de combustível usado e exigir o teste de combustível do carro abastecedor e do equipamento contra incêndio para o caso de emergência. O abastecedor deverá: • Observar o aterramento correto do carro abastecedor e da aeronave; 36 • Isolar a área com cones; • Certificar-se de que o combustível está em boa condição de uso; • Evitar que caia impurezas nos tanques e vazamentos; e • Evitar derramamento de líquidos combustíveis na pista. Em serviços de manutenção na área dos tanques, sistemas de combustível ou unidade destinada a armazenar ou conduzir líquido combustível, é necessário utilizar ferramentas que não produzam centelhas. Os filtros e o separador de água, tanto nos tanques de armazenagem quanto no carro abastecedor, eliminam sujeira e água antes do combustível seguir para a aeronave. Esse filtro e o separador devem ser sempre checados pela manhã e, 15 minutos depois de o veículo abastecedor ter sido abastecido, deve ser checado novamente quanto à presença de água. Há a possibilidade de condensação e de ferrugem em latões e tambores quando neles é armazenado combustível, o que exige um funil-coado nos abastecimentos das aeronaves. Nessa ação, não se deve usar funil de plástico ou similar e, se usar camurça, ela deve ser aterrada. Existem dois tipos de abastecimento: por pressão ou por gravidade. O primeiro é mais utilizado nas grandes aeronaves comerciais, por promover maior segurança e por permitir a transferência mais rápida de combustível. Além disso, não há proibição dessa ação em dias chuvosos, e ela ainda permite que uma só pessoa controle o abastecimento por meio de um painel de controle de reabastecimento e destanqueio. No segundo caso, abastecimento por gravidade, isso não ocorre, pois há necessidade de mais pessoas, e deve-se ter a certeza de que todos os aterramentos estão checados. Uma especial atenção deve ser direcionada à remoção e à instalação da tampa dos tanques, a fim de não danificar o revestimento da aeronave e prevenir transbordamento. É preciso reduzir a razão do fluxo de saída quando o tanque estiver quase cheio. 37 Figura 17.A: Bocal de encaixe da mangueira de pressão do carro abastecedor de combustível Figura 17.B: Janela de acesso ao bocal de encaixe da mangueira de pressão do carro abastecedor de combustível Fonte: FAA, 2008. Figura 18: Bocal de abastecimento por gravidade de combustível Fonte: FAA, 2008. 38 Entre as formas mais usadas no destanqueio, existe aquela que leva o combustível por sucção do avião ao carro abastecedor após o teste de combustível quanto à impureza e à densidade. Pode, também, ser enviado por gravidade para uma unidade de apoio em solo, onde o cuidado com a contaminação não pode ser negligenciado. Resumindo Nesta unidade foram vistos os equipamentos de apoio utilizados em solo, que auxiliam no fornecimento de energia elétrica, na pressão hidráulica para teste e nos abastecimentos dos sistemas hidráulicos. Adicionalmente, auxiliam nas unidades de ar condicionado e de aquecimento para regularizar a temperatura no interior da aeronave e no fornecimento de força pneumática para permitir o ciclo de partidas nos motores. Foram identificados os tipos de incêndios classes A, B, C e D, os meios de extinção e as marcas adequadas de extintor para cada classe de fogo, especificamente para o meio aeronáutico, e os procedimentos e as precauções exigidas durante o reabastecimento de ar comprimido, nitrogênio usado para inflar pneu, fluidos como óleo de motor, oxigênio e combustível. Glossário Agentes halogenados: agente extintor de compostos químicos. Manômetro: instrumento utilizado para medir pressão. 39 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Nos abastecimentos de oxigênio gasoso, o trabalho precisa ser executado por duas pessoas: uma irá controlar a válvula reguladora do carrinho de oxigênio e a outra ficará observando a pressão no sistema da aeronave. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. É correto dizer que o abastecimento por gravidade é o mais utilizado nas grandes aeronaves comerciais, por promover maior segurança e por permitir a transferência mais rápida de combustível. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 40 Referências BIANCH, Marcos Palharini. Motores a Reação. São Paulo: Bianchi, 2013. DAC. Subdepartamento Técnico. Mecânico de Manutenção Aeronáutica, Básico, TE-1. Seção de Tradução e Revisão, Rio de Janeiro, 2002. FAA – FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION. Aviation Maintenance Technician Handbook – Airframe. Washington, D.C.: FAA,2012. ______. Aviation Maintenance Technician Handbook – General. Washington, D.C.: FAA, 2008. HOMA, J. M. Aeronaves e Motores – Conhecimentos Técnicos. 27ª ed. São Paulo: ASA, 2007. SAINTIVE, Newton Soler. Teoria de Voo: Introdução à aerodinâmica. São Paulo: ASA, 2012. SILVA, Paulo Rodrigues da. Helicóptero – conhecimentos técnicos: noções fundamentais. 3. ed. São Paulo: ASA, 2011. 41 UNIDADE 3 | MOVIMENTAÇÃO DE AERONAVES 42 Unidade 3 | Movimentação de Aeronaves Nos aeroportos há grande complexidade operacional que eleva o risco de acidentes, especificamente na área de movimento. Ou seja, parte do aeródromo destinado ao pouso, à decolagem e ao táxi de aeronaves está integrado à área de manobras e pátios, onde existem locais destinados a abrigar as aeronaves para fins de embarque ou desembarque de passageiros ou carga, reabastecimento, estacionamento ou manutenção. 1 Reboque de Aeronaves Para o reboque de aeronave existem instruções específicas para cada modelo de aeronave, detalhadas nas instruções de manutenção do fabricante e, por motivo de segurança material e pessoal, deverão ser seguidas em todas as operações. Quando uma aeronave é rebocada, surgem alguns riscos, tais como falha no garfo de reboque ou uma possível desconexão do garfo no trator. Diante disso, antes de movimentar qualquer aeronave, é necessário que uma pessoa qualificada esteja na cabine para operar os freios e evitar possíveis danos. Os garfos de reboque – equipamentos de apoio no solo – devem ser projetados com suficiente resistência à tensão prevista para puxar as aeronaves de acordo com os tipos para os quais foram projetados. Em função disso, existem os garfos de reboque fabricados para conduzir vários tipos de aeronaves e os especiais que só podem ser usados em tipos particulares de aeronaves. Antes do reboque, o garfo deve ser conectado à aeronave e os mecanismos de engranzamento deverão ser inspecionados quanto a danos ou mau funcionamento. Figura 19: Garfo para reboque de aeronave Fonte: http://www.aerospecialties.com/images/detailed/1/001812_RX-C-130_Towbar_03.jpg 43 Durante o reboque da aeronave conduzido por um trator, este deverá manter uma velocidade moderada e todas as pessoas envolvidas na operação deverão permanecer alertas. Quando a aeronave estiver parada, além dos freios do trator, será necessário fazer o uso do freio da aeronave também. A fixação do garfo de reboque varia de acordo com os diferentes tipos de aeronaves. Nos trens de pouso tipo triciclo, a conexão do garfo de reboque ocorre no eixo da roda do nariz, o que permite que ela seja puxada ou empurrada. Dessa forma, com o garfo fixado na perna de força do nariz, é possível direcionar a aeronave. Somente pessoas qualificadas devem dirigir uma equipe de reboque de aeronave. Nessas circunstâncias: • O motorista do veículo rebocador é responsável pela operação e obedece às instruções dadas por algum membro da equipe anteriormente designado; • Haverá uma pessoa em comando e dois membros controladores das asas, que deverão permanecer um em cada ponta da asa; e • Com o intuito de operar os freios, uma pessoa qualificada deverá ocupar o assento do piloto e não deverá acionar a direção da roda do nariz, ou direcionar a própria roda, quando o garfo de reboque estiver conectado à aeronave. 2 Sinais de Táxi Os pilotos receberão orientação do sinaleiro para posicionarem corretamente a aeronave, a fim de garantir a segurança das pessoas, dos veículos e das outras aeronaves nas imediações. Por conta disso, os responsáveis pela sinalização, bem como os comandantes de aeronaves, deverão ter ciência do significado desses sinais. O sinaleiro deverá estar equipado com raquetes refletivas, no caso de ser de dia, e com lanternas, no caso de ser de noite. Em ambos os casos, o sinaleiro deverá trajar uma indumentária que o torne perfeitamente identificável e deverá se colocar de frente para aeronave que irá orientar, na posição adequada: • Numa aeronave de asa fixa, com bequilha, deve ficar adiante da extremidade esquerda e à vista do piloto; 44 • Nas aeronaves dotadas de roda de nariz, deve estar de frente para a aeronave, na direção do eixo longitudinal, a uma distância tal que possa ser visto pelo piloto; e • Nos helicópteros, deve posicionar-se na posição que melhor possa ser avistado pelo piloto. Os movimentos dos braços para sinalização deverão ser feitos de modo gradual, indicando o ritmo que deseja imprimir à rolagem, abandonando sua posição ou sua tarefa de orientação após o corte dos motores na chegada, ou quando sair do pátio. Na Figura 20.A, são apresentados os sinais padronizados para aeronaves no táxi, publicado no manual de informação pela Federal Aviation Administration (FAA); na Figura 20.B, para helicópteros. Figura 20.A: Sinais padronizados para aeronaves no táxi Figura 20.B: Sinais comuns em operação com helicópteros 3 Taxiando a Aeronave Normalmente, nos aeroportos com torre de controle, a partida dos motores da aeronave é responsabilidade da administração do aeroporto até o momento em que forem retiradas as escadas de embarque e fechadas as portas da aeronave. A partir daí, POSIÇÃO DOS SINALEIROS SINALEIRO ORIENTANDO A TRAJETÓRIA CORTE OS MOTORESPARADA DE EMERGÊNCIA SIGA EM FRENTEPARE DÊ PARTIDA NOS MOTORES RETIRE OS CALÇOS COLOQUE OS CALÇOS DEVAGAR OPERAÇÃO NOTURNAGIRE PARA A DIREITA GIRE PARA A ESQUERDA TUDO LIVRE (OK) DÊ PARTIDA NOS MOTORES ENGATAR O ROTOR PARAR O ROTOR PARE MOVA-SE A ESQUERDAMOVA-SE A DIREITAAVANCERECUE DECOLE GIRE A CAUDA PARA A DIREITA GIRE A CAUDA PARA A ESQUERDA SUBA DESÇADIREÇÃO DO POUSO O SINALEIRO COM BANDEIRA DIRIGE O PILOTO PARA O OUTRO SINALEIRO POSIÇÃO DOS SINALEIROS SINALEIRO ORIENTANDO A TRAJETÓRIA CORTE OS MOTORESPARADA DE EMERGÊNCIA SIGA EM FRENTEPARE DÊ PARTIDA NOS MOTORES RETIRE OS CALÇOS COLOQUE OS CALÇOS DEVAGAR OPERAÇÃO NOTURNAGIRE PARA A DIREITA GIRE PARA A ESQUERDA TUDO LIVRE (OK) DÊ PARTIDA NOS MOTORES ENGATAR O ROTOR PARAR O ROTOR PARE MOVA-SE A ESQUERDAMOVA-SE A DIREITAAVANCERECUE DECOLE GIRE A CAUDA PARA A DIREITA GIRE A CAUDA PARA A ESQUERDA SUBA DESÇADIREÇÃO DO POUSO O SINALEIRO COM BANDEIRA DIRIGE O PILOTO PARA O OUTRO SINALEIRO 45 o controle da continuidade da operação passa para a torre de controle. Na chegada, é responsabilidade também da torre de controle a movimentação da aeronave até o início do alinhamento para a posição de estacionamento, quando o comandante da aeronave passa a receber orientação do sinaleiro. A torre, por meio de seu controlador de voo, quando sob sua responsabilidade, passará orientações que serão seguidas pelo piloto com o uso da carta do aeródromo, que contêm regulamentos locais previstos somados aos sinais luminosos padrões de táxi. Na Tabela 2 são descritos os sinais luminosos que devem ser rigorosamente seguidos. Tabela 2: Sinais luminosos padrão de táxi para aeronave Resumindo Devido à complexidade operacional que eleva o risco de acidentes, especificamente na área de movimento dos aeroportos, nesta unidade foram citados exemplos de procedimentos para movimentação da aeronave no aeroporto, seja rebocando-a, por meio do garfo de reboque, ou taxiando-a, sob orientação do sinalizador, do controlador de voo ou dos sinais luminosos. Por meio disso, o profissional é capacitado a reconhecer os equipamentos e identificar as normas de segurança referentes às supracitadas ações. LUZES SIGNIFICADO Verde piscando Livre para o táxi Vermelha fixa Pare Vermelha piscando Livre para o táxi da pista em uso Branca piscando Retorne ao ponto de partida Vermelha alternado com verde Tenha extremo cuidado 46Glossário Aeródromo: área definida sobre a terra, água ou flutuante, destinada à chegada, partida e movimentação de aeronaves. Bequilha: trem de pouso auxiliar da aeronave. Garfo de reboque: acessório usado para unir a aeronave ao trator para deslocamentos. Garfo no trator: garfo de reboque instalado no trator. Mecanismos de engranzamento: ponto de fixação. Sinaleiro: orientador de aeronaves no solo, para o correto estacionamento. 47 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Os garfos de reboque devem ser projetados com suficiente resistência à tensão prevista para puxar as aeronaves. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. No taxiamento das aeronaves, é responsabilidade da torre de controle a movimentação da aeronave até o início do alinhamento para a posição de estacionamento, quando o comandante da aeronave passa a receber orientação do sinaleiro. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 48 Referências BIANCH, Marcos Palharini. Motores a Reação. São Paulo: Bianchi, 2013. DAC. Subdepartamento Técnico. Mecânico de Manutenção Aeronáutica, Básico, TE-1. Seção de Tradução e Revisão, Rio de Janeiro, 2002. FAA – FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION. Aviation Maintenance Technician Handbook – Airframe. Washington, D.C.: FAA, 2012. ______. Aviation Maintenance Technician Handbook – General. Washington, D.C.: FAA, 2008. HOMA, J. M. Aeronaves e Motores – Conhecimentos Técnicos. 27ª ed. São Paulo: ASA, 2007. SAINTIVE, Newton Soler. Teoria de Voo: Introdução à aerodinâmica. São Paulo: ASA, 2012. SILVA, Paulo Rodrigues da. Helicóptero – conhecimentos técnicos: noções fundamentais. 3. ed. São Paulo: ASA, 2011. 49 UNIDADE 4 | SERVIÇO DE AMARRAÇÃO DE AERONAVE 50 Unidade 4 | Serviço de Amarração de Aeronave A ancoragem é o método de amarração de aeronaves feito por intermédio da utilização de equipamentos adequados, o qual deve seguir as normas de segurança previstas nos manuais técnicos dos aviões e helicópteros. A finalidade desse método é evitar perdas materiais e humanas durante tempestades e ventos fortes, evitando não só o seu deslocamento nessa situação, como também danos físicos causados por uma fixação inadequada. 1 Procedimento Normal de Ancoragem Após o voo, a aeronave é estacionada de proa para o vento predominante, com boa folga entre as pontas de asa (Figura 21). Em seguida, ela deve ser ancorada com o intuito de evitar avarias materiais caso ocorra uma tempestade súbita. Além disso, a roda do nariz ou a bequilha deve ser calçada à frente e atrás da(s) roda(s). Os tipos de amarração dependem da previsão das condições meteorológicas, e classificam-se em: • Amarração limitada ou normal –condições normais; e • Amarração especial – notificação de tempestades. Figura 21: Diagrama das dimensões de amarração Fonte: FAA, 2008. 51 2 Pontos para Amarração Na maioria dos aeroportos, em que os pátios são concretados, as argolas para amarração são niveladas ou mantidas uma polegada acima do solo. No entanto, o tipo de pavimento – concreto, asfalto ou não pavimentado – será uma das situações que determinará a escolha do tipo de amarração. Na maioria dos casos, a localização dos pontos é indicada por marcas pintadas com as cores branca ou amarela ou, ainda, o ponto de ancoragem pode ser circundado com pedra moída. 3 Cabos de Ancoragem Comumente usados em aeronaves de grande porte, na maioria das vezes os cabos de ancoragem são feitos com algum tipo de esticador para amarração rápida e segura. Para isso, as pontas do cabo são presas ao ponto de amarração da aeronave e a outra extremidade é presa em argolas no piso do pátio. 4 Cordas de Amarração Para o uso de aeronaves pequenas, são usadas cordas capazes de suportar pelo menos 3000 libras de tração, e cabos de aço ou correntes para ancorar aeronaves de grande porte. 52 5 Correntes de Amarração Em alguns casos, um esticador e uma corrente com ganchos nas extremidades fornecem uma amarração mais satisfatória e forte para prender aeronaves com peso elevado. 6 Ancoragem de Aeronaves Leves Geralmente as aeronaves leves são ancoradas com cordas, amarradas somente numa argola localizada no dorso da asa e num ponto no solo. Em nenhuma hipótese, as cordas devem ser amarradas de maneira a levantar a estrutura, pois, na prática, pode danificá-la. O correto é ter aproximadamente 2 cm de soltura para o movimento da asa. Braceletes de amarração evitam que a corda encolha quando molhada. Pequenas oscilações são permitidas, pois acarretarão trancos suaves no ponto fixo do solo. A seguir estão os tipos comuns de nós de amarração. Figura 22.A: Nó de arco Figura 22.B: Nó quadrado 53 7 Segurança de Aeronaves Pesadas Normalmente, a segurança de aeronaves pesadas é executada com cordas ou cabos de ancoragem. O número desses itens é estabelecido pelas condições do tempo. As aeronaves de grande porte podem ser equipadas com travas para as superfícies de controle, as quais deverão ser instaladas quando a aeronave estiver estacionada. Devem ser analisadas as previsões quanto a ventos fortes, pois, se ocorrerem, poderão danificar as superfícies de controle ou os mecanismos de travamento. Nesse caso, outros tipos de trava podem ser instalados nas superfícies de comando para evitar danos. 8 Ancoragem de Aeronaves em Condições de Tempestade Danos durante uma tempestade ou vento forte podem estar relacionados a uma ancoragem inadequada ou não totalmente amarrada. Os serviços de meteorologia dos aeroportos permitem saber com relativa antecedência a aproximação de tempestades. Assim, os operadores, os responsáveis pelo pátio de estacionamento ou o pessoal de manutenção podem providenciar os equipamentos e os procedimentos de segurança com relação às aeronaves estacionadas. Dentre as opções contra danos causados por tempestades, a melhor alternativa é retirar a aeronave do local. Caso não haja tempo suficiente, outra possibilidade é a proteção em um hangar à prova de tempestades e, em último caso, uma perfeita ancoragem. Por motivo de segurança, as portas e janelas deverão ser trancadas adequadamente para proteger o interior da aeronave. As aberturas dos motores, tanto convencionais quanto à turbina, deverão ser cobertos para evitar a entrada de material estranho e os tubos pitot-estático também deverão ser cobertos para evitar danos. Os responsáveis pelos serviços devem planejar e estar familiarizados com as instruções dos fabricantes das aeronaves presentes, levando em consideração cordas de ancoragem, instalação de anéis de amarração para a fixação das cordas de ancoragem, peso das aeronaves e velocidade relativa do vento. 54 Algumas sugestões podem ser levadas em conta para minimizar danos materiais das aeronaves durante ventos fortes: • As aeronaves parcialmente desmontadas fora de abrigo deverão ser recolhidas ao hangar assim que o aviso do temporal seja recebido. As asas soltas não deverão ser amarradas contra a fuselagem, mas estocadas dentro do hangar, em local adequado; • Com a intenção de eliminar a sustentação da asa, utilizar uma fileira simples de sacos de areia devidamente amarrados ou uma prancha como spoile (de 2” x 2’) na parte superior do bordo de ataque da asa. Caso o vento tenha a velocidade maior que o de decolagem da aeronave, os sacos de areia ou a prancha deverão ocupar toda a extensão da envergadura. 9 Segurança de Aeronaves Multimotoras As aeronaves multimotoras requerem uma maior resistência de ancoragem, pois a amarração deve ser capaz de suportar uma força de 4000 libras para cada ponto. Elas devem sempre ser calçadas e, enquanto permanecerem estacionadas, as superfícies de comando deverão estar travadas paraproteger as superfícies móveis. 10 Segurança de Helicópteros Sempre que possível, os helicópteros devem ser evacuados para uma área segura, guardados no hangar, ou ainda, amarrados, desde que estejam com condições de suportar ventos de até aproximadamente 65 mph (milhas por hora, ou 104 km/h) em uma área limpa para que não sejam danificados por objetos voadores. 55 e O manual de manutenção relativo às aeronaves dará instruções precisas para a segurança e ancoragem de cada tipo de helicóptero, pois os métodos de amarração dessas aeronaves variam com as condições meteorológicas, o espaço de tempo que a aeronave deverá permanecer no solo, a localização e as suas características. Como forma de minimizar os riscos, são usados calços nas rodas, travas nos comandos, cordas para ancoragem, capas, amarrações de pás, conjuntos de ancoragem, freios de estacionamento e freios do rotor. Ademais, a seguir são listados alguns procedimentos de segurança adicionais para aeronaves. • O nariz do helicóptero deve estar de proa com o vento; • Manter maior distância do que a envergadura ou o diâmetro do rotor principal de outras aeronaves; • Colocar calços, se possuir trem de pouso, na frente e atrás de todas as rodas; caso equipado com esquis, recolher as rodas de reboque, apoiar o helicóptero nos esquis e instalar os pinos de trava das rodas; • Instalar o dispositivo de amarração na ponta da pá, alinhando a pá com o cone de cauda, prendendo a tira de amarração à estrutura do cone, deixando as tiras firmes, porém sem excesso. Em caso de chuva, é permitido um pouco de folga para evitar a possibilidade de as tiras ficarem muito apertadas; • Fixar as cordas ou os cabos de ancoragem, para frente e para trás, nos tubos atravessados do trem de pouso, prendendo-os ao solo em estacas ou argolas de amarração. 11 Segurança de Hidroavião e de Aeronaves com Esqui Essas aeronaves serão mantidas seguras quando amarradas em âncoras ou em pesos submersos na água ou no gelo. 56 Caso não seja possível voar com a aeronave para fora da área de perigo, alguns compartimentos do hidroavião poderão ser inundados, de forma a aumentar seu peso. Nos hidroaviões estacionados no solo, a possibilidade de danos será menor se os flutuadores forem abastecidos com água, além da amarração usual. Nas aeronaves equipadas com esquis, os operadores acumulam blocos de neve macia em torno dos esquis para congelá-los, prendendo-os ao solo. Esse procedimento, associado ao da amarração usual, auxilia na prevenção de danos em tempestades. 12 Travamento de Comando e Superfícies de Controle de Voo Como forma de proteção estrutural de batentes, de unidades hidráulicas ou de motores elétricos, as superfícies de controle de voo e seus comandos podem ser bloqueados mediante uma trava neles existentes, que por sua vez, imobilizam todo o sistema, podendo ser usado um bloqueio exterior quando essa trava não existir. Resumindo Nesta unidade foi visto que a ancoragem é o método de amarração de aeronaves. É, portanto, a ação mais eficaz de proteção dos aviões e helicópteros contra perdas materiais e humanas durante tempestades e ventos fortes. Foi visto também que, além da ancoragem das aeronaves com cordas ou correntes, podem ser usados sacos de areia em cima das asas caso a velocidade dos ventos esteja acima da velocidade de decolagem da aeronave estacionada. A colocação de âncora ou pesos submersos na água ou no gelo nos hidroaviões e o travamento das superfícies de comando de voo, como proteção de suas patentes limitadoras, também são métodos eficazes para proteção das aeronaves. 57 Glossário Avarias materiais: danos na aeronave ou nos equipamentos. Bequilha: trem de pouso auxiliar da aeronave. Dorso da asa: parte inferior da asa. Envergadura: distância compreendia entre as pontas das asas de uma aeronave. Hangar: área coberta destinada a abrigar aeronaves e realizar serviços de manutenção. Superfícies de controle: partes da aeronave utilizadas para produzir movimentos, exemplo: aileron, leme e profundor. Tubos pitot-estático: dispositivo que auxilia a medição da pressão estática e dinâmica. 58 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. As aeronaves leves são ancoradas com cordas, amarradas somente numa argola localizada no dorso da asa e num ponto no solo. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. É correto dizer que as aeronaves multimotoras requerem uma maior resistência de ancoragem, pois a amarração deve ser capaz de suportar uma força de 4000 libras para cada ponto. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 59 Referências BIANCH, Marcos Palharini. Motores a Reação. São Paulo: Bianchi, 2013. DAC. Subdepartamento Técnico. Mecânico de Manutenção Aeronáutica, Básico, TE-1. Seção de Tradução e Revisão, Rio de Janeiro, 2002. FAA – FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION. Aviation Maintenance Technician Handbook – Airframe. Washington, D.C.: FAA, 2012. ______. Aviation Maintenance Technician Handbook – General. Washington, D.C.: FAA, 2008. HOMA, J. M. Aeronaves e Motores – Conhecimentos Técnicos. 27ª ed. São Paulo: ASA, 2007. SAINTIVE, Newton Soler. Teoria de Voo: Introdução à aerodinâmica. São Paulo: ASA, 2012. SILVA, Paulo Rodrigues da. Helicóptero – conhecimentos técnicos: noções fundamentais. 3. ed. São Paulo: ASA, 2011. 60 UNIDADE 5 | IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS TÍPICOS DURANTE AS OPERAÇÕES NO SOLO 61 Unidade 5 | Identificação dos Riscos Típicos Durante as Operações no Solo A negligência ou falta de conhecimento durante as operações no solo dos aeroportos ou nos interiores dos hangares de manutenção eleva seriamente os riscos de acidentes causados pelos equipamentos de apoio ou pela própria aeronave. A importância do estudo desses conceitos básicos é minimizar os perigos da ocorrência de danos materiais ou humanos por desconhecimento dos sinais e das faixas de segurança e pelo não uso dos equipamentos de proteção individual. 1 Risco na Manutenção Ao entrar em um ambiente operacional ou de manutenção, é necessário conhecer métodos de prevenção usados na aviação civil para não ocorrerem acidentes por práticas equivocadas. 1.1 Faixa de Segurança No interior dos hangares, as áreas previstas para os equipamentos de apoio, os extintores de incêndio, a circulação de pedestres e o perímetro de área de manutenção são orientados por sinais horizontais, ou seja, faixas de segurança. 1.2 Fio de Força Elétricos O fio de força deve ser de material pesado tipo industrial, resistente à corrosão e ao impacto. Durante sua utilização, não se deve passá-lo sobre qualquer equipamento e, após seu uso, ele deve ser esticado, enrolado e estocado de forma apropriada. 62 Antes de conectar ou desconectar o fio de força, é necessário desligar as luzes e os equipamentos. e O não cumprimento dessas orientações pode causar explosões ou incêndios. Figura 23: Fio de força elétrico Fonte: http://www.aerospecialties.com/images/detailed/0/GPU_Cable_01.jpg 1.3 Sistemas de Ar Comprimido Esse sistema utiliza ar sob pressão como auxílio em operação de manutenção e deve estar sob controle para operar com segurança. Devem- se inspecionar os tubos quanto a entupimento, desgaste e rachadura; retirar os vazamentos nas conexões; drenar em tempos regulares o sistema para retirada de água e usar filtro para pintura com pistola para remoção de óleo e água. Figura 24: Sistemas de ar comprimido Fonte: http://tecnoart-me.com.br/img/ estrutura/13.jpg 63 1.4 Poças de Óleo e Graxa Como forma de prevenção contra incêndios e danos pessoais, é necessário posicionar bandejas de alumínio embaixo das áreas de manutenção,evitando assim derramamento de substâncias no piso das oficinas. Caso ocorra contaminação com óleo ou graxa, utilizar material absorvente como cobertura ou remover imediatamente. e O Ministério do Meio Ambiente proíbe o descarte dessas substâncias no solo, subsolo, águas interiores, mar, esgoto ou evacuação de residual. Essa ação deve ocorrer em locais previstos, evitando fogo devido aos vapores inflamáveis. 1.5 Montagem de Pneus de Aeronaves Para o serviço de montagem e desmontagem de pneus de aeronaves são necessários equipamentos que auxiliem essa manutenção como, por exemplo, macacos hidráulicos, gaiola e garrafa de alta pressão com regulador de pressão. Antes da desmontagem, deve-se retirar toda a pressão de ar acumulada no pneu e, após a montagem, como prevenção quanto a dano material e humano, inflá-lo com todo cuidado evitando excesso de pressão dentro da gaiola. Figura 25: Estouro de um pneu na gaiola Fonte: http://i.ytimg.com/vi/_3_PMhBa_-c/hqdefault.jpg 64 1.6 Soldagem Largamente usada no avião por ser um método prático de unir metais, a soldagem deve ser realizada em área destinada sob condições ambientais controladas. Equipamentos tais como mesa, ferramental e extintores de incêndio são indispensáveis para compor a oficina, que deve ser bem ventilada. Figura 26: Equipamentos para soldagem Fonte: http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/imagens/equipamentos-para-soldagem.jpg Caso seja necessário realizar uma soldagem dentro do hangar, não poderá haver contato com combustível e vapores provenientes dos sistemas e dos tanques abertos. É importante, também, evitar o processo de pintura. Outras aeronaves deverão estar a uma distância de 10 metros; a área ao redor da soldagem deverá estar limpa, devidamente identificada e demarcada. No local do serviço, deverão estar somente o soldador qualificado, o pessoal com equipamentos de extinção de incêndio, os tratoristas a postos com reboque acoplado à aeronave, mantendo os calços da roda retirados da posição, e o hangar deve estar com as portas abertas. 65 1.7 Máquinas/Ferramentas Na utilização de tornos, furadeiras, moedores e outros tipos de máquinas, existe um perigo potencial e, devido a isso, é exigido o uso de equipamento de proteção individual (EPI). A área de trabalho deve ser limpa regularmente, bem como as ferramentas devem ser verificadas quanto a rachaduras e defeitos. Esses procedimentos ajudam a reduzir o número de lesões nas pessoas encarregadas pelo serviço. Figura 27: Equipamentos de proteção individual Fonte: http://www.corbucci.com.br/wp-content/uploads/2013/10/EPI.gif 2 Riscos na Área Operacional É necessário conhecer as ações operacionais e os métodos organizados para prevenir e resguardar um provedor de serviço da aviação civil em relação ao risco de suas atividades diárias. 66 2.1 Proteção Auricular Áreas como pátio de estacionamento, linha de voo e ponto de check dos motores estão sujeitas a ruídos produzidos por motores APU, equipamentos de apoio ao solo, caminhões e tratores. Cada unidade tem a sua frequência específica cuja combinação e cujo tempo de exposição podem causar perda auditiva, situação essa que pode ser minimizada com o uso de EPI compatível – o protetor auricular. Figura 28: Protetor auricular Fonte: http://facioliepi.com.br/produtos/files/products/75_protetor_auricular_concha.jpg 2.2 Danos com Objetos Estranhos (FOD) Qualquer objeto solto pode ser atraído para os motores, podendo danificar as hélices e as partes internas dos motores a jato, ou os gases de escape podem impulsionar os objetos a longas distâncias com força suficiente para danificar os locais que atingir. Para controlar o FOD, em inglês foreign object damage, é necessário manter as áreas de operação sempre limpas. Figura 29: Ingestão de objetos estranhos pelo motor Fonte: http://www.aviationpics.de/ fod/0102_001.jpg 67 2.3 Atendimentos a Aeronaves de Asa Fixa Além do uso de EPI, é importante seguir algumas medidas de segurança listadas a seguir. a) Em motores à hélice: • Certificar-se de que a chave dos magnetos ou da ignição esteja desligada antes de girar a hélice manualmente com o motor frio; • Devido ao risco de combustão espontânea nos cilindros, nunca tentar girar a hélice manualmente, mesmo com os magnetos ou a ignição desligados; • Como segurança, as extremidades da hélice são pintadas de amarelo, para fazer um grande círculo quando estão girando; • Nas aeronaves com motores ao lado da fuselagem, está escrito perigo hélice, portanto, não passar entre o motor e a fuselagem com a hélice funcionando; • Não se aproximar pela frente da hélice em funcionamento num raio de 5 metros devido à existência de uma depressão criada por ela, ou ao deslocamento do avião; • Não empurrar ou puxar o avião pela hélice. Ela não foi projetada para esse fim. b) Em motores a jato: • Não entrar em uma aeronave a jato com os motores em funcionamento – é proibido; • Manter um raio de 30 metros do duto de escapamento para evitar queimaduras pelos gases; • Manter um raio de 8 metros do duto de admissão, pois existe uma depressão (sucção) causada pelo funcionamento do motor; • Para evitar ingestão de FOD, manter a área do motor limpa. 68 2.4 Atendimento a Aeronaves de Asa Rotativa Passageiros, tripulantes, mecânicos e atendentes de pista devem ser bem instruídos sobre os perigos que existem em aeronaves de asa rotativa. Nesse tipo de equipamento são comuns o embarque e o desembarque com os rotores principais e de cauda girando. Assim é de grande importância estabelecer regras básicas para esse tipo de operação. Algumas regras de aproximação de helicóptero devem ser seguidas impreterivelmente: • Aproximar-se e afastar-se ligeiramente abaixado na área de visão do piloto; • Em terreno inclinado, movimentar pela descida; • Colocar o cinto de segurança ao entrar no helicóptero e manter-se afivelado até ter autorização para abandonar a aeronave; • Proteger os olhos. No entanto, se for subitamente cegado por poeira ou outro objeto, abaixar e esperar auxílio de alguém. 2.5 Fogo Nas tarefas diárias de manutenção em aeronaves, utilizam-se ferramentas elétricas que podem produzir faíscas próximas de áreas com líquidos inflamáveis e explosivos e com gases. Isso torna o ambiente propenso a elevado risco de ocorrência de incêndio. Aeroportos e locais de manutenção e operação de aeronaves devem manter o pessoal treinado para atividade de segurança contra incêndios, ações como treinamento da equipe responsável pelo plano contra fogo e programas informativos de prevenção são atividades que produzem bons resultados nos hangares, nas lojas e na linha de voo. 69 Resumindo Nesta unidade foi visto que negligência ou falta de conhecimento durante as operações no solo dos aeroportos ou nos interiores dos hangares de manutenção eleva os riscos de acidentes. Nesse sentido, torna-se necessário tomar medidas de segurança as quais ajudam a evitar esses perigos. Simples ações, como reconhecer os limites de circulação em pista; ter atenção nos hangares com fios de força elétricos, observar os cuidados nos sistemas de ar comprimido, com poças de óleo e graxa, na montagem de pneu de aeronaves e na soldagem, bem como utilizar EPI ao manusear máquinas, ferramentas e ao atender aeronaves na pista, podem evitar muitas ocorrências. Foram abordadas também as consequências produzidas pelo FOD e os procedimentos de atendimentos de aeronaves de asa fixa, com os motores e hélices, e de asa rotativa, como o rotor principal e o rotor de cauda, além dos riscos relacionados aos incêndios provenientes de faíscas próximas de áreas com líquidos inflamáveis e explosivos,e gases nos aeroportos. Glossário Gaiola: equipamento de apoio à manutenção destinado somente a acondicionar o conjunto de roda e pneu ao ser inflado. Motores APU: motor que auxilia a partida dos motores da aeronave e também fornece energia elétrica. Protetor auricular: equipamento de proteção individual destinado a proteger a audição. Tornos: máquinas que permitem usinar peças. 70 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Durante sua utilização, o fio de força elétrico, não deve passar sobre qualquer equipamento e, após seu uso, ele deve ser esticado, enrolado e estocado de forma apropriada. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. Passageiros, tripulantes, mecânicos e atendentes de pista devem ser bem instruídos sobre os perigos que existem em aeronaves de asa rotativa. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 71 Referências BIANCH, Marcos Palharini. Motores a Reação. São Paulo: Bianchi, 2013. DAC. Subdepartamento Técnico. Mecânico de Manutenção Aeronáutica, Básico, TE-1. Seção de Tradução e Revisão, Rio de Janeiro, 2002. FAA – FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION. Aviation Maintenance Technician Handbook – Airframe. Washington, D.C.: FAA, 2012. ______. Aviation Maintenance Technician Handbook – General. Washington, D.C.: FAA, 2008. HOMA, J. M. Aeronaves e Motores – Conhecimentos Técnicos. 27ª ed. São Paulo: ASA, 2007. SAINTIVE, Newton Soler. Teoria de Voo: Introdução à aerodinâmica. São Paulo: ASA, 2012. SILVA, Paulo Rodrigues da. Helicóptero – conhecimentos técnicos: noções fundamentais. 3. ed. São Paulo: ASA, 2011. 72 UNIDADE 6 | IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DOS COMBUSTÍVEIS 73 Unidade 6 | Identificação e Seleção dos Combustíveis Combustível é uma substância que, ao entrar em contato com o oxigênio, queima e produz calor. Portanto, o combustível para aviação possui muitas propriedades como, por exemplo, aditivos com o propósito de reduzir o risco de congelar ou explodir quando exposto a altas temperaturas, dentre outras. Dessa forma, é imprescindível fazer uma identificação e seleção dos combustíveis a serem utilizados. 1 Tipos de Combustíveis e Identificação Os dois tipos de combustíveis de aviação mais usados são a gasolina de aviação ou, em inglês, aviation gasoline (AVGAS), e o combustível para turbina (JET A). A gasolina de aviação é usada exclusivamente em aviões de pequeno porte que possuem motores com ignição por centelha (motor convencional). O controle de contaminação desse produto inclui a drenagem diária do tanque da aeronave e das unidades abastecedoras. Denominações: GAV 100, GAV 130, GAV 100/130, Gasolina de Aviação 100/130, AVGAS. Figura 30: Identificação de combustíveis de aviação Fonte: http://www.pilotopolicial.com.br/wp-content/uploads/2013/04/Combust%C3%ADvel-CENIPA1. jpeg 74 Já a querosene de aviação é utilizada nas aeronaves com motores à turbina, seja jato puro, turboélices ou turbofans. O JET A e o JET A-1 são querosenes de aviação e o JET B é uma mistura de querosene e gasolina de aviação. Sua coloração é clara ou cor de palha. Também pode ser denominada querosene de aviação QAV-1. a) Mistura A adição de combustível de jato no AVGAS causa uma diminuição na potência do motor e pode provocar danos (por meio de detonação) e perda de vidas, por isso não se deve misturar. É permitido adicionar AVGAS no combustível de jato, embora possa causar depósitos de chumbo no motor da turbina e levar à redução da vida útil. b) Aditivos Os aditivos oferecem enormes benefícios às aeronaves à turbina e estão disponíveis nos aeroportos de todo o mundo. Suas funções anticongelante, fungicida e antiestática minimizam problemas em jatos executivos, aeronaves turboélices e em helicópteros. c) Anticongelante Os aditivos anticongelantes impossibilitam que a umidade presente no ar dentro dos tanques de combustível transforme-se em gelo durante uma operação de voo, contribuindo, assim, para um voo seguro. d) Fungicida e bactericida A formação de água dentro dos tanques cria um ambiente favorável para proliferação de bactérias e fungos. Caso não seja verificada essa proliferação pela equipe de manutenção, a aeronave pode ter sérios danos. Esse aditivo combate a proliferação e os danos decorrentes dela e é muito importante para aeronaves que operam em condições úmidas. e) Antiestático Nos voos ou no solo, as cargas de eletricidade estática podem ser produzidas com o simples movimento do combustível nos tanques e nas linhas de suprimento. Esse aditivo foi criado para dissipar a carga eletroestática antes que ela atinja níveis perigosos. 75 Resumindo Nesta unidade foram apresentados os tipos de combustíveis mais utilizados na aviação, de forma permitir o reconhecimento das principais características dos produtos disponíveis nos aeroportos nacionais e internacionais. Nesta unidade foi desenvolvido um estudo das atividades diárias de manutenção, dos apoios de equipamentos para serviços de solo, da movimentação das aeronaves e dos equipamentos de proteção individual a fim de auxiliar o mecânico a desempenhar suas atividades de manutenção e executar serviços com unidades de apoio de solo e de movimentação de aeronaves. Glossário Antiestática: substância que evita a carga eletrostática devido ao movimento do combustível. Carga eletroestática: carga elétrica em repouso. Fungicida: substância que evita a proliferação de fungo nos tanques de combustível das aeronaves. 76 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. A gasolina de aviação é usada exclusivamente em aviões de pequeno porte que possuem motores com ignição por centelha (motor convencional). Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. O aditivo antiestático foi criado para dissipar a carga eletroestática antes que ela atinja níveis perigosos. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 77 Referências BIANCH, Marcos Palharini. Motores a Reação. São Paulo: Bianchi, 2013. DAC. Subdepartamento Técnico. Mecânico de Manutenção Aeronáutica, Básico, TE-1. Seção de Tradução e Revisão, Rio de Janeiro, 2002. FAA – FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION. Aviation Maintenance Technician Handbook – Airframe. Washington, D.C.: FAA, 2012. ______. Aviation Maintenance Technician Handbook – General. Washington, D.C.: FAA, 2008. HOMA, J. M. Aeronaves e Motores – Conhecimentos Técnicos. 27ª ed. São Paulo: ASA, 2007. SAINTIVE, Newton Soler. Teoria de Voo: Introdução à aerodinâmica. São Paulo: ASA, 2012. SILVA, Paulo Rodrigues da. Helicóptero – conhecimentos técnicos: noções fundamentais. 3. ed. São Paulo: ASA, 2011. 78 Gabarito Questão 1 Questão 2 Unidade 1 F V Unidade 2 V F Unidade 3 V V Unidade 4 V V Unidade 5 V V Unidade 6 V V
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