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Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 1 pHMETRIA INTRODUÇÃO Os íons hidrogênio (H + ) e hidroxila (OH ) possuem propriedades particulares, especialmente importantes do ponto de vista biológico. Todos os fluidos corporais apresentam em sua composição grande proporção de água e, portanto, contêm H + e OH . Sendo constituintes da água, estes íons estão presentes em todas as soluções aquosas; determinam a acidez e a alcalinidade das soluções e exercem profunda influência em um grande número de funções orgânicas. A reação de uma solução depende das concentrações relativas de H + e OH que ela contém. Se a concentração de H + de uma solução aquosa for maior do que a concentração de OH , a solução terá uma reação ácida; se as concentrações de H + e OH forem idênticas, a reação será neutra (o caso da água); quando houver predominância de OH , a reação será alcalina. H+ > OH : Reação Ácida H+ = OH : Reação Neutra H+ < OH : Reação Alcalina A concentração de H + de uma solução aquosa pode ser determinada por método colorimétrico ou eletrométrico (potenciométrico). O resultado da medida é expresso por um símbolo conhecido como pH. Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 2 ORIGEM E SIGNIFICADO DO pH A concentração de H + nas soluções, geralmente, é muito pequena. Numa solução neutra, por exemplo, a concentração de H + é de aproximadamente 0,0000001 g/l. Valores desta magnitude acarretam dificuldade no seu manuseio. Por isso, a notação foi abreviada utilizando-se potências negativas. Assim, em vez de: H+ = 0,0000001 g/l expressa-se da seguinte forma: H+ = 107 g/l Uma forma ainda mais simples para expressar as concentrações de H + foi proposta por Sörensen; consiste em utilizar o logarítmo negativo destas concentrações. O valor assim expresso foi chamado de pH (potencial de hidrogênio). Portanto, Matematicamente, o pH pode ser definido pela expressão: pH = log H+ Assim, para uma solução neutra na qual: H+ = 107 pH é o logarítmo negativo da concentração do íon hidrogênio Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 3 pH = log 107 pH = ( 7) pH = 7 ELETRÓLITOS Um eletrólito apresenta como característica fundamental a capacidade de, em solução, se dissociar em partículas portadoras de carga elétrica. Tais partículas, que podem ser um átomo ou grupo de átomos, são chamadas de íons. Conforme a natureza da carga que portam, os íons podem ser positivos (+) ou negativos (). Assim, quando, por exemplo, o NaCl se dissolve numa solução produz íons Na + e Cl . Introduzindo-se dois eletrodos numa solução contendo íons, e fazendo-se passar uma corrente elétrica, os íons positivos (cátions) migrarão para o eletrodo negativo (cátodo) e os negativos (ânions) se dirigirão para o eletrodo positivo (ânodo). Isto ocorre em virtude da atração entre cargas opostas. É importante lembrar que íons de cargas opostas existem simultaneamente. Isto é, um íon positivo está sempre pareado com um íon negativo, com o qual está em equilíbrio. É impossível preparar uma solução contendo um único tipo de íon. Tanto nas soluções preparadas em laboratório, como nos líquidos biológicos, a carga positiva total é exatamente equilibrada pela carga negativa total. Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 4 Teoria de Bronsted-Lowry para ácidos e bases Ao reagir com a água, ácidos e bases exibem funções opostas. Enquanto uma molécula de ácido doa um próton, uma molécula de base recebe um próton de uma molécula de água. Este fato originou uma ampla definição de ácidos e bases, proposta por J. N. Bronsted e J. M. Lowry, em 1923. Segundo estes autores, um ácido é um doador de prótons, e uma base é um receptor de prótons; isto ficou conhecido como a definição de Bronsted- Lowry, ou simplesmente de Bronsted. Constante de ionização Todos os compostos eletrolíticos - ácidos, bases e sais - em solução aquosa, ionizam-se até um certo grau. Cada composto exibe um grau próprio de ionização. Um ácido, por exemplo, em solução, libera H + ; a tendência para a liberação de H + é uma medida da força de um ácido. Assim, um ácido forte é aquele que exibe uma forte tendência a doar prótons; analogamente, de acordo com Bronsted-Lowry, uma base forte é a que possui uma fortetendência a receber prótons. Um exemplo de ácido forte é ilustrado pelo ácido clorídrico(HCl), que tem grande facilidade para doar H + ; por sua vez, o ácido acético (CH3COOH) constitui um exemplo de ácido fraco, pois libera H + em pequena proporção. Embora as dissociações dos eletrólitos, em geral, sejam reversíveis, o sentido predominante da reação depende da afinidade dos componentes ionizáveis. Ao se dissolver um ácido em solução aquosa, há produção de H + (prótons) e A (ânions). Quando se trata de um ácido forte, a maior parte das moléculas se dissocia, formando os prótons e os ânions correspondentes; se Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 5 for um ácido fraco, grande parte das moléculas permanece na forma neutra, não dissociada (HA), sem carga elétrica, e uma pequena parte se dissocia formando os prótons (H + ) e os ânions (A ) correspondentes. HCl H + + Cl (ácido forte) CH3COOH CH3COO + H + (ácido fraco) As proporções diferentes em que os ácidos se dissociam dependem de uma qualidade intrínseca de cada ácido: a constante de ionização. A dissociação de um ácido pode ser representada pela equação geral: HA H + + A Segundo a lei de ação das massas, no equilíbrio, a relação entre os produtos das concentrações de ambos os lados da equação química é constante, para uma determinada temperatura. Assim, K HA AH ][ ]][[ Esta relação indica que, independente da quantidade da substância presente na solução, a uma determinada temperatura, o grau de dissociação é constante. Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 6 Dissociação da água Na água também se realiza o processo de ionização; a dissociação de uma molécula de água produz H + e OH , representada pela seguinte equação: H2O H + + OH A reação é reversível e a dissociação é bastante reduzida. Cada litro de água contém 10 moles/litro de H + ; como cada molécula de água se dissocia em um H + e uma OH , isto significa que haverá igual quantidade de OH e de H + . Aplicando-se a lei de ação das massas, K OH OHH ][ ]][[ 2 Como a proporção de moléculas não dissociadas é extraordinariamente grande em relação as dissociadas, pode-se considerar o valor da [H2O] constante. Assim a constante de dissociação da água será dada por: [H + ][OH ] = K De forma que [H + ][OH ] = 10 -7 x 10 -7 [H + ][OH ] = 10 -14 Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 7 Este valor permanece constante, independente das proporções relativas de H + e OH . Isto significa que aumentando a [H + ], diminui a de [OH ], de forma que o produto [H + ][OH ] permanece sempre 10 -14 . A dissociação da água pura é um exemplo clássico de reação neutra, isto é, [H + ] = [OH ]. Embora as concentrações deH + e OH estejam intimamente relacionadas, na prática se utiliza a [H + ] para se expressar a alcalinidade ou acidez das soluções. Para a água pura o pH é o seguinte: pH = - log [H + ] Como [H + ] = 10 -7 pH = - log 10 -7 pH = - (-7 log 10) pH = 7 Analogamente, pOH = 7 Na realidade, o H + não pode existir no estado livre, encontrando-se, habitualmente, hidratado, formando o íon hidrônio (H3O + ). H + + H2O H3O + No entanto, para fins práticos, costuma-se usar a forma simplificada H + . Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 8 SISTEMAS TAMPÃO Conceito Algumas soluções são capazes de impedir acentuadas variações de pH. Tais soluções, conhecidas como tampão, mantêm o pH do meio, apesar da adição de ácidos ou bases. Esta propriedade confere extrema importância às soluções tampão, tanto nos mecanismos biológicos como nos diversos processos de laboratório. Nestes últimos, os tampões são necessários em reações que exigem um pH ¨ótimo¨, como ocorre nas reações imunoenzimáticas. Nos organismos vivos, os sistemas tampão são essenciais para a manutenção da constância do meio interno, garantindo um pH adequado à realização de muitas funções. Mecanismo de ação Em geral as soluções tampão são constituídas por um ácido fraco e um sal deste ácido. Como, por exemplo, a mistura de ácido acético e acetato de sódio. Numa solução preparada com esta mistura ocorre: 1) a total ionização do sal, gerando uma alta concentração de íons acetatos: CH3COONa Na + + CH3COOH (acetato de sódio) 2) o ácido acético se dissocia, liberando H + : Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 9 CH3COOH CH3COO + H + 3) os íons acetato se combinam com os H + provenientes da dissociação do ácido acético: CH3COO + H + CH3COOH 4) o resultado final será uma mistura de acetato de sódio totalmente dissociado e ácido acético muito pouco dissociado. A adição de um ácido forte, por exemplo HCl, a uma solução tampão, como a formada por ácido acético/acetato de sódio, produzirá uma variação mínima no pH, pelo seguinte: O HCl se dissocia, liberando H + : HCl Cl + H + Os H + liberados pelo HCl se combinam com os íons acetato para formar ácido acético: H + + CH3COOH CH3COOH A equação geral da reação é a seguinte: HCl + CH3COONa NaCl + CH3COOH Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 10 Desta forma, um ácido forte, muito ionizado, é transformado em um ácido fraco, pouco ionizado. Como os H + desaparecem, captados pelo acetato, a modificação do pH é mínima. Quando se adiciona uma base forte, NaOH por exemplo, o processo é semelhante: NaOH Na + + OH Os OH provenientes da dissociação da base forte se combinam com os H + liberados pelo ácido acético para formar água: Na + + OH + CH3COOH CH3COONa + H2O Assim, os OH que poderiam modificar o pH desaparecem, e o efeito da adição da base será muito discreto. Cálculo do pH de soluções tampão Como visto anteriormente, um ácido fraco, em solução, se dissocia muito pouco. Esta dissociação é regida pela equação: ][ ]][[ HA AH K Transformando esta equação em forma logarítmica, Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 11 ][ ]][[ loglog HA AH K ou ][ ][ log]log[log HA A HK Rearranjando a equação ][ ][ loglog]log[ HA A KH Por definição, log [H+] = pH. Analogamente, log K = pK. Assim, ][ ][ log HA A pKpH Esta expressão é conhecida como equação de Henderson-Hasselbach. Levando-se em conta que, numa solução tampão quase todos os íons provêm do sal, que está totalmente dissociado, pode-se considerar, sem grande erro, que A = sal; e, como o ácido se encontra muito pouco dissociado, pode-se considerar HA = ácido. Destarte, a equação pode ser formulada de outra maneira: ácido sal pKpH log Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 12 TAMPÕES BIOLÓGICOS Nos animais superiores, a regulação do pH dos seus fluidos é feita através de dois mecanismos: fisicoquímicos e fisiológicos. Os mecanismos fisicoquímicos são representados pelos sistemas tampão e constituem a primeira defesa contra variações do pH. Um dos mais importantes tampões biológicos é o sistema constituído por ácido carbônico/bicarbonato, o principal responsável pela manutenção do pH plasmático. A mistura destas duas substâncias numa solução dá origem a um processo semelhante ao descrito para o sistema ácido acético/acetato. Alterações no equilíbrio ácido-base perturbam o sistema do ácido carbônico. O H2CO3 está em equilíbrio com o CO2 dissolvido em água, conforme a seguinte equação: H2CO3 CO2 + H2O Basta alterar o ritmo e a profundidade dos movimentos respiratórios para produzir uma modificação na concentração de H2CO3 e, consequentemente, o pH tenderá a acidez. Uma redução do CO2, por outro lado, diminuirá a concentração do H2CO3, fazendo o pH se deslocar em direção a alcalinidade. Essas variações no pH sangüíneo de acidose - acúmulo de ácido, com redução do pH - e alcalose - perda de ácido, com aumento do pH. Além dos processos fisicoquímicos, mecanismos fisiológicos, realizados pelos pulmões e pelos rins, também desempenham um papel importante na regulação do pH do meio interno. Os detalhes desses mecanismos transcendem aos propósitos deste texto. Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 13 DETERMINAÇÃO DO pH Dois métodos são comumente usados para determinar o pH de soluções: o colorimétrico e o potenciométrico ou eletrométrico. Método colorimétrico A determinação colorimétrica do pH baseia-se no uso de indicadores - substâncias que variam de cor em função da [H + ]. Constituem-se de ácidos ou bases fracas, cuja dissociação depende da [H + ]. A molécula não dissociada e o íon resultante da dissociação apresentam cores diferentes. Um indicador constituído por um ácido fraco apresenta a seguinte dissociação: HI H + + I onde I representa o íon resultante da dissociação da molécula do indicador HI. A característica fundamental de um indicador é que as formas não dissociada (HI) e a dissociada (I ) apresentam cores diferentes, podendo, inclusive, uma dessas formas ser incolor. Aplicando-se a lei de ação das massas à equação de dissociação de um indicador, obtém-se: iK HI IH ][ ]][[ Donde: Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 14 ][ ][ ][ I HI KH i Como Ki é constante, a relação cor de HI/cor de I varia em função da [H + ]. Aplicando-se a equação de Henderson-Hasselbach: ][ ][ log HI I pKpH i Esta expressão indica que diversas cores podem ser assumidas peloindicador, conseqüentes à variação no pH de uma solução. Existem, no entanto, limites na relação I /HI, que restringem a utilização de um indicador. Cada indicador só é útil dentro de uma certa faixa de pH (Quadro 1). O vermelho de fenol, por exemplo, com a forma HI amarela, e a I vermelha, só pode se utilizado para medir variações de pH compreendidas entre 6,4 e 8,4. Abaixo de 6,4 e acima de 8,4 a solução apresentar-se-á, respectivamente, amarela ou intensamente vermelha, não sendo possível apreciar diferentes tonalidades. INDICADOR NÃO DISSOCIADO DISSOCIADO FAIXA ÚTIL (pH) Azul de Timol Vermelho Amarelo 1,2 a 2,8 Vermelho de Metila Vermelho Amarelo 4,3 a 6,1 Azul de Bromo Timol Amarelo Azul 6,0 a 7,6 Vermelho de Fenol Amarelo Vermelho 6,4 a 8,4 Fenolftaleína Incolor Vermelho 8,2 a 10,0 Quadro 1. Alguns indicadores mais usados. Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 15 Os indicadores podem se encontrar embebidos em papéis ou na forma de soluções. No caso do papel indicador, a coloração produzida pelo contato com a solução deve ser comparada com uma escala de cores padrão para que se possa identificar a cor igual ou a mais parecida. Pelo método das soluções, um indicador é adicionado a várias soluções de pH conhecido, de maneira a formar uma escala de cores; o mesmo indicador é adicionado à solução de pH desconhecido, e a cor assumida por esta solução é comparada com a escala de cores formada pelas soluções de pH conhecido. Método eletrométrico ou potenciométrico A determinação eletrométrica do pH é feita através de aparelhos chamados pHmetros ou potenciômetros, constituindo-se num método mais preciso do que o colorimétrico. Baseia-se o método eletrométrico na formação de potenciais elétricos entre duas soluções com concentrações (ou atividades) iônicas diferentes. Neste caso em particular, a espécie iônica de interesse é o H + . Um elemento importante deste método é o eletrodo, que pode ser de vários tipos. Entre os mais usados encontram-se os de calomelano, de hidrogênio e o de vidro. O funcionamento do eletrodo de vidro tem como base a diferença de potencial elétrico (ddp) entre duas soluções separadas por uma membrana de vidro especial, com concentrações de H + diferentes. Desta forma, o eletrodo funciona como pilhas de concentração, cuja diferença de potencial é dada pela equação de Nernst: Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 16 , ln C C zF RT E onde: E = diferença de potencial elétrico n = valência do íon F = número de Faraday (96500 Coulomb/mol) R = constante dos gases perfeitos (8,3143 J/(K.mol) T = temperatura absoluta (K) C = concentração de H + no interior do eletrodo C= concentração de H+ na solução Substituindo os símbolos pelos valores correspondentes, para um íon monovalente, a 25 C (298 K), temos: , ln 96500 2983143,8 C Cx E , ln026,0 C C E Convertendo ln em log (0,0256 x 2,3): , log059,0 C C E Fazendo C = 1 e substituindo C por [H+]: H E 1 log059,0 Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 17 Como pH H 1 log Então a relação entre o potencial elétrico(E) e o pH se dá atavés da equação pHE 059,0 em volts ou pHE 59 (em milivolts, mV) Desta forma, é possível obter o pH a partir do potencial elétrico, e vice-versa. O eletrodo detecta a diferença de potencial elétrico e o potenciômetro calcula e converte o valor em pH. Assim, por exemplo, um pH = 7,0 corresponde a uma ddp = 413 mV, pois, E = 59 7,0 E = 413 mV Não obstante, alguns aparelhos fornecem os dois valores, facilitando ainda mais a tarefa do usuário que necessite de ambos. Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 18 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL CALIBRAÇÃO DO POTENCIÔMETRO Antes de sua utilização o potenciômetro precisa ser calibrado. Este procedimento, portanto, é obrigatório, pois, objetiva deixar o aparelho em condições de realizar, com precisão, medidas de pH. Para tanto, faz-se uso de soluções tampão de pH conhecido, que servirão de referencial para o aparelho. Material necessário a) Equipamento: - Potenciômetro b) Vidraria: - tubos de ensaio - beckers c) Soluções: - solução tampão padrão pH = 7,0 - solução tampão padrão pH = 4,0 d) Outros: - estante para tubos de ensaio - papel absorvente - pisseta com água destilada Descrição do procedimento Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 19 1) Ligue o aparelho e verifique se o mesmo se encontra no modo “stand by”; caso não esteja, coloque-o no referido modo; 2) Coloque as soluções de calibração (pH=7,0 e pH=4,0) em tubos de ensaio devidamente identificados; NÃO É PRECISO PIPETAR, BASTA DESPEJAR UM POUCO DA SOLUÇÃO ATÉ, APROXIMADAMENTE, A METADE DO TUBO DE ENSAIO; 3) Retire o eletrodo do becker com água destilada e enxugue-o delicadamente; 4) Coloque o eletrodo no tubo de ensaio contendo a solução de pH=7,0; 5) Ponha o aparelho no modo de leitura de pH; 6) Ajuste o controle de calibração até que o valor apresentado no visor do aparelho coincida com o pH da solução (7,0); 7) Coloque o aparelho no modo “stand by”; 8) Lave o eletrodo com o auxílio de uma pisseta e enxugue-o com papel absorvente; 9) Coloque o eletrodo no tubo de ensaio contendo a solução de pH=4,0; 10) Coloque o aparelho no modo de leitura de pH; 11) Ajuste o controle de sensibilidade até que o aparelho apresente no visor o valor 4,0; 12) Coloque o aparelho no modo “stand by” e retire, cuidadosamente, o eletrodo do tubo de ensaio; 13) Lave e enxugue o eletrodo (item 08); 14) Repita os itens 04 e 05 e leia o pH; caso a leitura seja diferente do pH especificado, repita o item 06; Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 20 15) Repita os itens 08 a 10; caso a leitura seja diferente do pH especificado, repita o item 11; 16) Coloque o aparelho no modo “stand by”, retire cuidadosamente o eletrodo do tubo de ensaio, lave-o e deixe-o parcialmente imerso num becker com água destilada; 17) Devolva as soluções de calibração aos seus respectivos frascos. DETERMINAÇÃO POTENCIOMÉTRICA DO pH Este procedimento visa medir o pH de soluções utilizando o potenciômetro. Material necessário a) Equipamento: - Potenciômetro b) Vidraria: - 8 tubos de ensaio - 1 pipeta de 05 ml - 1 pipeta de 10 ml - 2 beckers de 125 ml c) Soluções: - fosfato ácio de sódio (NaHPO4) 25 mM - fosfato básico de sódio (NaH2PO4) 25 mM d) Outros: - estante para tubos de ensaio - papel absorvente - pisseta com água destilada Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 21 Descrição do procedimento Preparação das soluções Duas soluções, designadas A (fosfato ácido de Sódio) e B (fosfato básico de sódio), devem ser misturadas da maneira abaixo descrita: 1) Separe numa estante oito tubos de ensaio e numere-os de 1 a 8; 2) Pipete em cada tubo as duas soluções nas proporções indicadas no quadro a seguir; 3) Agite os tubos para homogeneizar as soluções; 4) Faça a leitura do pH. Tubos Soluções 1 2 3 4 5 67 8 A (ml) 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,5 B (ml) 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 9,5 Leitura do pH 1) Certifique-se de que o potenciômetro está calibrado (item 1.0) 2) Retire o eletrodo do becker com água destilada, enxugue-o cuidadosamente e mergulhe-o na solução contida no tubo 1; 3) Coloque o aparelho no modo de leitura de pH; 4) Observe o valor indicado no visor e anote-o; este será o pH da solução 1; 5) Ponha o aparelho no modo “stand by”, retire cuidadosamente o eletrodo do tubo 1, lave-o, enxugue-o e coloque-o no tubo 2; Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 22 6) Repita estes procedimentos para todos os tubos, anotando os respectivos valores de pH observados; 7) Ao terminar as leituras, lave o eletrodo e deixe-o novamente no becker com água destilada. Cálculo do pH A determinação matemática do pH é feita através da equação de Henderson-Hasselbach. Para tanto, é necessário conhecer as concentrações e a constante de dissociação (pK) dos constituintes da solução. Adotaremos como referencial as soluções preparadas, a partir da mistura das soluções A e B. Para simplificar a tarefa, estas soluções (A e B), apresentam igual concentração (25mM); assim, quaisquer variações serão decorrentes da variação do volume. Desta forma, podemos usar os valores relativos ao volume (constante do quadro anterior). ][ ][ log A B pKpH Equação de Henderson-Hasselbach Exemplo: cálculo do pH da solução do tubo 3 Dados: [A] = 5,0 ml [B] = 5,0 ml pK = 6,8 Assim Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 23 0,5 0,5 log8,6pH 0,1log8,6 pH 8,6pH Isto indica que, quando as concentrações são equivalentes, o pH=pK. Usando a equação de Henderson-Hasselbach, calcule o pH teórico das demais soluções. Organize uma tabela contendo os valores experimental e teórico do pH, relacionando-os com as respectivas soluções. Construção de uma escala / Determinação colorimétrica do pH Colorimetricamente, o pH pode ser determinado usando papel indicador ou através de soluções. Adicionando-se um indicador a várias soluções de pH conhecido forma-se uma escala de cores. 1) Às soluções preparadas anteriormente, adicione duas gotas do vermelho de fenol (indicador); 2) Agite os tubos para homogeneizar as soluções; 3) Identifique as cores obtidas, dando-lhes nomes ou códigos, de forma a configurar uma escala. 4) Adicione o mesmo indicador a uma solução de pH desconhecido; homogeneize a solução; 5) Compare a cor assumida pela solução de pH desconhecido com as soluções coloridas de pH conhecido; 6) Determine o pH. Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 24 EFEITO DA ADIÇÃO DO CO SOBRE O pH DE UMA SOLUÇÃO DE BICARBONATO DE SÓDIO: DETERMINAÇÃO COLORIMÉTRICA E ELETROMÉTRICA DO pH Neste procedimento será verificado o efeito que o CO2 do ar expirado produz numa solução de bicarbonato de sódio. Os dois métodos de determinação do pH - colorimétrico e potenciométrico - serão utilizados. Material necessário a) Equipamento: - Potenciômetro b) Vidraria: - tubos de ensaio - beckers - pipeta de 10 ml - tubo de ensaio grande c) Soluções: - bicarbonato de sódio (NaHCO3) 25 mM - soluções com indicador (item 2.2.4) - vermelho de fenol d) Outros: - estante para tubos de ensaio - papel absorvente - pisseta com água destilada Descrição do procedimento Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 25 1) Num recipiente apropriado (um tubo de ensaio grande), coloque 15 ml de uma solução de bicarbonato de sódio (NaHCO3) 25 mM; 2) Adicione quatro gotas de vermelho de fenol à solução; 3) Agite o tubo para homogeneizar a solução; 4) Determine o pH utilizando mo potenciômetro; anote o valor observado; 5) Com o auxílio de uma pipeta, borbulhe exaustivamente o ar expirado até mudar a cor da solução; 6) Determine, colorimetricamente, o pH da solução após a mudança de cor: compare com as soluções da escala colorimétrica construída anteriormente; 7) Faça a leitura potenciométrica do pH. Elabore uma explicação para a mudança de cor da solução de bicarbonato de sódio após o borbulhamento do ar expirado. BIBLIOGRAFIA Prof. Doutor Abel Vieira Neto, Janeiro de 2002 26 Arnow, L. E. Introduction to Physiological and Pathological Chemistry. 9 a Ed. Mosby, St. Louis, 1976. Campbell, J. M. & Campbell, J. B. Matemática de Laboratório. 3 a Ed. Roca, São Paulo, 1986. Garcia-Blanco, J. Manual de Química Fisiológica. Editorial Pubul, Barcelona, 1940. Carneiro-Leão, M. A. Práticas de Biofísica. 2 a Ed. Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 1971. Hargreaves, A. B. Métodos Físicos de Análises (Fotocolorimetria e pHmetria). Livraria Atheneu, Rio de Janeiro, 1979. Hargreaves, A. B.; Caldas, L. C.; Cole, C.; Castro, G. O.; Elias, C. A.; Penna- Franca, E.; Martins-Ferreira, H.; Hasson, A.; Lobo, L. Ç.; Moreira, M. F. & Pereira, L. R. Manual de Biofísica (Parte Prática). Instituto de Biofísica, Rio de Janeiro, 1960. Laguna, J. Bioquímica. 2 a Ed. La Prensa Medica Mexicana, Mexico, 1967. 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