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FEP2195 - F´ısica Geral e Experimental para Engenharia I Prova P3 - Gabarito m l l m m O ω1. Treˆs part´ıculas de massa m esta˜o presas em uma haste fina e r´ıgida de massa desprez´ıvel e comprimento 2l. O conjunto assim formado gira sem atrito sobre um plano horizontal, com velocidade angular ω ao redor de um eixo vertical fixo que passa pelo ponto O. (a) (0,5) Calcule o momento de ine´rcia do sistema em relac¸a˜o ao eixo de rotac¸a˜o vertical que passa pelo ponto O. (b) (0,5) Expresse a energia cine´tica total do sistema em termos de m, l, e ω. (c) (1,0) Suponha agora que a cola que mantinha as part´ıculas presas ao centro da haste e ao ponto O se deteriorou, fazendo com que estas duas part´ıculas escorregem ao longo da haste ate´ a extremidade onde se encontra a terceira part´ıcula (considere que as treˆs part´ıculas estejam agora superpostas). Determine a velocidade angular do sistema nesta nova configurac¸a˜o. (d) (0,5) A energia cine´tica do sistema permaneceu constante nesta nova configurac¸a˜o? Justifique sua resposta. SOLUC¸A˜O: (a) Calcule o momento de ine´rcia do sistema em relac¸a˜o ao eixo de rotac¸a˜o vertical que passa pelo ponto O. O momento de ine´rcia em relac¸a˜o a O e´ dado por: Ii = m · 0 +m · l2 +m · (2l)2 Ii = 5ml 2 (b) Expresse a energia cine´tica total do sistema em termos de m, l, e ω. A energia cine´tica de rotac¸a˜o e´ dada por: Ti = 1 2 Iiω 2 1 Ti = 5 2 ml2ω2 (c) Suponha agora que a cola que mantinha as part´ıculas presas ao centro da haste e ao ponto O se deteriorou, fazendo com que estas duas part´ıculas escorregem ao longo da haste ate´ a extremidade onde se encontra a terceira part´ıcula (considere que as treˆs part´ıculas estejam agora superpostas). Determine a velocidade angular do sistema nesta nova configurac¸a˜o. O momento de ine´rcia na nova configurac¸a˜o e´ dado por: If = 3 ·m · (2l)2 = 12ml2 Como na˜o ha´ torque externo resultante, o momento angular se conserva: Li = Lf ⇒ Iiω = Ifωf ωf = Ii If ω = 5ml2 12ml2 ω ωf = 5 12 ω (d) A energia cine´tica do sistema permaneceu constante nesta nova configurac¸a˜o? Justifique sua resposta. A energia cine´tica na nova configurac¸a˜o e´ dada por: Tf = 1 2 Ifω 2 f = 1 2 · 12ml2 · ( 5 12 ω )2 = 25 24 ml2ω2 Tf = 5 12 Ti A energia cine´tica na˜o se mantem constante, sendo menor na nova configurac¸a˜o (Tf < Ti). Parte da energia cine´tica inicial foi utilizada no trabalho realizado para mover as part´ıculas. 2 h y x 2. Um alc¸apa˜o uniforme de massa M , com a forma de uma placa retangular de largura h e comprimento l, gira sem atrito em torno de um eixo horizontal que passa por suas dobradic¸as conforme a figura. O alc¸apa˜o e´ solto do repouso na vertical (eixo y), de modo que ele gire para baixo sob a ac¸a˜o da gravidade. O momento de ine´rcia da placa em relac¸a˜o a um eixo passando pelo seu centro de massa e paralelo ao comprimento l e´ ICM = 1 12 Mh2. No instante em que o alc¸apa˜o esta´ na horizontal (eixo x) determine, em func¸a˜o de M , h, l e g: (a) (0,5) O momento de ine´rcia do alc¸apa˜o em relac¸a˜o ao eixo relevante para o problema. (b) (0,5) A velocidade angular do alc¸apa˜o. (c) (0,5) O mo´dulo da acelerac¸a˜o angular do alc¸apa˜o. (d) (0,5) As componentes x e y da acelerac¸a˜o do seu centro de massa. (e) (0,5) As componentes da forc¸a de reac¸a˜o na dobradic¸a. SOLUC¸A˜O: (a) O momento de ine´rcia do alc¸apa˜o em relac¸a˜o ao eixo relevante para o problema. Para determinar o momento de ine´rcia do sistema utilizamos o teorema dos eixos paralelos: I = ICM +M · ( h 2 )2 = 1 12 Mh2 + 1 4 Mh2 I = 1 3 Mh2 (b) A velocidade angular do alc¸apa˜o. Como na˜o existem forc¸as dissipativas agindo sobre o sistema, utilizamos a con- servac¸a˜o da energia mecaˆnica para determinar a sua velocidade angular: Ei = Ef ⇒ Mgh 2 = 1 2 Iω2 ω = √ Mgh I = √ Mgh · 3 Mh2 3 ω = √ 3g h (c) O mo´dulo da acelerac¸a˜o angular do alc¸apa˜o. A acelerac¸a˜o angular do sistema e´ produzida pelo torque da forc¸a peso: τ = Iα α = τ I = Mg h 2 · 3 Mh2 α = 3g 2h (d) As componentes x e y da acelerac¸a˜o do seu centro de massa. A componente x da acelerac¸a˜o do centro de massa do sistema, quando o alc¸apa˜o esta´ na horizontal, e´ dada pela acelerac¸a˜o radial (acelerac¸a˜o centr´ıpeta) do sistema, ou seja: ax = ar = ω 2 · h 2 = 3g h · h 2 ax = 3 2 g apontando no sentido negativo do eixo x A componente y da acelerac¸a˜o do centro de massa do sistema, quando o alc¸apa˜o esta´ na horizontal, e´ dada pela acelerac¸a˜o tangencial do sistema, ou seja: ay = aθ = α · h 2 = 3g 2h · h 2 ay = 3 4 g apontando no sentido negativo do eixo y (e) As componentes da forc¸a de reac¸a˜o na dobradic¸a. Para que a dobradic¸a permanec¸a em equil´ıbrio, a forc¸a exercida por ela sobre o alc¸apa˜o e´ a forc¸a de reac¸a˜o a` que o alc¸apa˜o exerce sobre ela. Assim, na direc¸a˜o x temos: 4 Fx = 3 2 Mg apontando no sentido positivo do eixo x Na direc¸a˜o y, a segunda lei de Newton nos da´: Fy −Mg = May ⇒ Fy = Mg −M · 3 4 g = 1 4 Mg Assim, sobre a dobradic¸a, na direc¸a˜o y temos Fy = 1 4 Mg apontando no sentido negativo do eixo y M m 3. Uma corda leve de massa desprez´ıvel esta´ enrolada num disco uniforme de raio R = 0, 2m e massaM = 0, 3 kg. A corda sustenta um bloco de massa m = 0, 1 kg, conforme a figura. Considerando- se que o momento de ine´rcia de um disco em relac¸a˜o a um eixo passando pelo seu centro de massa e perpendicular ao plano do disco e´ ICM = 1 2 MR2 e que o bloco inicia seu movimento para baixo a partir do repouso, determine: (a) (1,0) A acelerac¸a˜o do corpo de massa m. (b) (0,5) A tensa˜o T na corda e a acelerac¸a˜o angular α do disco. (c) (1,0) O trabalho realizado pelo torque aplicado sobre o disco desde t = 0 ate´ t = 2 s e a variac¸a˜o de energia cine´tica total do sistema neste mesmo intervalo de tempo. SOLUC¸A˜O: (a) A acelerac¸a˜o do corpo de massa m. Movimento de translac¸a˜o do bloco de massa m: mg − T = ma Movimento de rotac¸a˜o do disco: τ = ICMα ⇒ TR = 1 2 MR2 · a R T = 1 2 Ma Resolvendo o sistema constitu´ıdo por estas duas equac¸o˜es obte´m-se: a = 2m M + 2m g = 2 · 0, 1 0, 3 + 2 · 0, 110 5 a = 4 m/s2 (b) A tensa˜o T na corda e a acelerac¸a˜o angular α do disco. Tensa˜o na corda: T = 1 2 Ma = 1 2 · 0, 3 · 4 T = 0, 6 N Acelerac¸a˜o angular do disco: α = a R = 4 0, 2 α = 20 rad/s2 (c) O trabalho realizado pelo torque aplicado sobre o disco desde t = 0 ate´ t = 2 s e a variac¸a˜o de energia cine´tica total do sistema neste mesmo intervalo de tempo. O torque aplicado e´ constante e portanto sua acelerac¸a˜o angular tambe´m e´ contante. Desta forma o trabalho realizado pelo torque pode ser escrito como: Wτ = τ ∆θ onde ∆θ e´ o deslocamento angular do disco ∆θ = θ(tf )− θ(ti) = θ0 + ω0tf + 1 2 αt2f − θ0 − ω0ti − 1 2 αt2i = 1 2 α ( t2f − t2i ) ja´ que ω0 = 0, pois o sistema parte do repouso. Assim: Wτ = TR · 1 2 α ( t2f − t2i ) = 0, 6 · 0, 2 · 1 2 · 20 · (2)2 Wτ = 4, 8 J A variac¸a˜o da energia cine´tica total do sistema e´ dada pela variac¸a˜o da energia cine´tica de rotac¸a˜o do disco mais a variac¸a˜o da energia cine´tica de translac¸a˜o do bloco: ∆T = ∆TR +∆TT 6 Pelo teorema trabalho-energia cine´tica, a variac¸a˜o da energia cine´tica de rotac¸a˜o do disco e´ igual ao trabalho total realizado sobre ele, ou seja: ∆TR = Wτ = 4, 8 J A variac¸a˜o da energia cine´tica de translac¸a˜o do bloco e´ dada por:∆TT = 1 2 mv2(tf )− 1 2 mv2(ti) v(ti) = v0 = 0, pois o sistema parte do repouso. Assim v(tf ) = v0 + atf = atf = 4 · 2 = 8 m/s ∆TT = 1 2 · 0, 1 · (8)2 = 3, 2 J Assim, ∆T = 4, 8 + 3, 2 ∆T = 8 J v → M d 2R 4. Treˆs discos de massa M e raio R ocupam 3 dos 4 ve´rtices de uma armac¸a˜o quadrada formada por quatro barras r´ıgidas de comprimento d = 4R e massa desprez´ıvel. O conjunto esta´ sobre uma mesa horizontal sobre a qual pode se deslocar sem atrito. Um quarto disco, ideˆntico aos outros, desliza sem atrito com velocidade ~v, como indicado na figura, e vem se encaixar no quarto ve´rtice da armac¸a˜o, ficando la´ grudado. O momento de ine´rcia de um disco em relac¸a˜o a um eixo passando pelo seu centro de massa e perpendicular ao plano do disco e´ ICM = 1 2 MR2. (a) (0,2) Explique, qualitativamente, o que vai acontecer apo´s a colisa˜o. (b) (0,5) Calcule o momento de ine´rcia do sistema em relac¸a˜o ao eixo relevante para o problema. (c) (1,8) Descreva completamente o movimento subsequ¨ente do sistema em func¸a˜o de M , R e v (com mo´dulos, direc¸o˜es e sentidos). SOLUC¸A˜O: (a) Explique, qualitativamente, o que vai acontecer apo´s a colisa˜o. 7 O centro de massa do sistema vai realizar uma translac¸a˜o descrita pela velocidade do centro de massa (vCM) enquanto que o sistema vai girar em torno do eixo que passa pelo seu centro de massa (o centro do quadrado, com o eixo de rotac¸a˜o perpendicular ao plano do quadrado) com velocidade angular ω (b) Calcule o momento de ine´rcia do sistema em relac¸a˜o ao eixo relevante para o problema. O eixo relevante para o problema e´ o eixo que passa pelo centro de massa do sistema depois que o quarto disco se encaixar nele, ou seja, o eixo passando pelo centro do quadrado, perpendicularmente ao seu plano. O momento de ine´rcia com relac¸a˜o a esse eixo sera´ dado por: I = 4 ( ICM +Mx 2 ) onde x e´ a distaˆncia do ve´rtice ao centro do quadrado x = √ 2 2 d = 2 √ 2R I = 4 ( 1 2 MR2 + 8MR2 ) I = 34MR2 (c) Descreva completamente o movimento subsequ¨ente do sistema em func¸a˜o de M , R e v (com mo´dulos, direc¸o˜es e sentidos). Como a resultante das forc¸as externas agindo sobre o sistema e´ nula, o momento linear se conserva durante a colisa˜o. Assim M~v = 4M~vCM A velocidade do centro de massa apo´s o choque sera´: ~vCM = 1 4 ~v Como tambe´m na˜o existem torques externos agindo sobre o sistema o momento angular em torno do eixo passando pelo centro de massa tambe´m se conserva. Assim, Mvx = Iω 8 ω = Mvx I = Mv2 √ 2R 34MR2 ω = √ 2 17 v R com rotac¸a˜o no sentido hora´rio O sistema vai girar em torno do centro de massa (o centro do quadrado, com o eixo de rotac¸a˜o perpendicular ao plano do quadrado) com ω = √ 2 17 v R , no sentido hora´rio, e o centro de massa vai se deslocar com translac¸a˜o em linha reta com velocidade constante ~vCM = 1 4 ~v, ou seja, na mesma direc¸a˜o da velocidade ~v e com o mesmo sentido. 9
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