Psicologia Do Desenvolvimento E Teoria Da Aprendizagem

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
Curso de Psicologia
Psicologia Do Desenvolvimento E Teoria Da Aprendizagem
Alexia Moreira Nascimento – RA: C626ED-1
Welder Rodrigo do Nascimento – RA: C6249F-8
Prof.ª Inês De Campos Gomes.
Goiânia
Setembro de 2015
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
Curso de Psicologia
Alexia Moreira Nascimento – RA: C626ED-1
Welder Rodrigo do Nascimento – RA: C6249F-8
Prof.ª Inês De Campos Gomes.
Trabalho apresentado na disciplina de Psicologia Do
 Desenvolvimento E Teoria Da Aprendizagem do curso 
de Psicologia da Universidade Paulista sob a orientação 
da professora Inês De Campos Gomes.
Goiânia
Setembro de 2015
Introdução
A historia do Pinóquio é conhecida por quase todo o mundo, é referencial para vários assuntos e não seria diferente na Psicologia. Entretanto, não falamos do Pinóquio convencional, o de madeira, criado por Gepeto que vive se metendo em confusões – do circo até a barriga de uma baleia, o Pinóquio que vai a escola para ser alguém. Neste trabalho abordamos os meninos que são apenas meninos e tornam-se Pinóquios, antes do método educacional são pessoas com desejos e depois da escola são somente alunos com um objetivo especifico. 
 “De repente, aconteceu. Gepeto tinha agora seu filho, feito por ele, moldado com madeira.” Considerada como uma das grandes obras da Disney, adaptada do livro As Aventuras de Pinóquio do italiano Carlo Collodi, Pinóquio é uma publicação destinada ao publico infantil, que descreve as aventuras de um boneco de madeira logo após ganhar vida. Pinóquio é um garotinho travesso, curioso, teimoso e, sobretudo ingênuo. Com um dom nato em meter-se em confusão, uma atrás da outra. Nesta obra retiramos lições de comportamento e obediência, isto é, quando ele mente seu nariz de madeira cresce, quando ele não vai a escola torna-se um burro. Essas lições são tratadas no discorrer do livro.
Diferentemente de As Aventuras de Pinóquio, Pinóquio às Avessas não é um livro destinado ao publico infantil, observamos esse aspecto já no começo do livro quando Rubem Alves refere-se ao livro como um mundo de faz de conta, isto é, implica que essa “estórinha” é na verdade uma historia, sendo, portanto realidade e não mera ficção. Ele também cita que os pais e professores devem ler o livro, mesmo que ele seja indicado para crianças. Mas o que isso quer dizer?
Pinóquio às Avessas conta a historia de um garotinho, Felipe, que assim com o Pinóquio é curioso e ingênuo, descobrindo o que era o mundo e quem ele era no mundo. A curiosidade de Felipe era enorme sobre todas as coisas, “por quês” e “pra quês” faziam constantemente parte de seu vocábulo. Sua curiosidade ora era sanada pela mãe, ora pelo pai, quando lhe faltavam as respostas, Felipe ouvia que aprenderia na escola, pois na escola as crianças aprendem o que é o conhecimento verdadeiro, isto é, tudo aprendido fora da escola seria corriqueiro, esse conhecimento aprendido na escola o levaria até a faculdade. Na faculdade ele definiria o que seria para o resto da vida. O garotinho tinha particularidades como qualquer criança, além de sua curiosidade, Felipe era apaixonado por pássaros e tinha constantes sonhos sobre o futuro e a vida.
O autor nos presenteia com vários pormenores, onde entendemos a historia aos poucos e assim podemos chegar ao objetivo central: o esclarecimento sobre o ensino pedagógico. Abordamos primeiramente a noção que imposta primeiramente a Felipe, a abordagem tradicional. Essa abordagem é caracterizada por ser muito rígida e centrada no professor onde o aluno apenas escuta as prescrições que lhes são fornecidas por autoridades exteriores (Mizukami, p.8). Essa abordagem faz do aluno apenas um receptor, absorvendo a matéria e acumulando – para o vestibular. Não existe a critica ou o questionamento. 
Durante o decorrer da historia vemos que a abordagem tradicional está completamente enraizada no conceito de seus pais, que acabam ignorando o maior desejo de seu filho – ser um “cuidador de pássaros”. Felipe demonstra mais tarde num sonho sua frustração em “ser apagado”, seus desejos, seus sonhos e seu futuro seria todo reconstruído de forma diferente do que havia imaginado.
 Ele passa por uma “metamorfose às avessas”. O processo é feito de forma inversa ao conto original – Gepeto fabrica um boneco de madeira que ganha vida e vai à escola para ser alguém de verdade, pois é lá que ocorre esta transformação. Já Felipe é uma criança "de verdade", cheia de curiosidade e ânsia de conhecimento, mas que aos poucos vai sendo petrificada pelo processo educacional.
O autor também aborda outros tipos ensino: comportamental e humanista. No que se refere à noção comportamentalista vemos o ensino bem planejado, com objetivos, com materiais instrucionais programados e controlados; “Aprendi que na escola há hora certa para pensar sobre as coisas (...) Professor de geografia só sabe geografia (...) Tocava uma campainha. Entrava a professora de geografia (...) Aí tocava outra campainha. Entrava outro professor, o de estória (...) Pensar as coisas certas nas horas certas, ao aperto de um botão".
Felipe é condicionado a adquirir comportamentos desejados, moldados segundo necessidades sociais. Esse condicionamento gera novamente desencantamento; o garoto se distrai na sala e é mandado a psicóloga do colégio para “aprender a prestar atenção”, seus pais dizem que ele ficará burro e consequentemente não será ninguém na vida. Felipe atende que não pode ser motivo de vergonha para ninguém e daí por diante é condicionado ao comportamento, decorava a matéria e acumulava, até o dia do vestibular. O garoto tem uma ótima colocação e aparece até em outdoors da cidade, tendo, portanto o objeito do ensino até ai estava concluído: a faculdade. 
O autor utiliza de grande sarcasmo sobre a profissão de Felipe, pois o garoto que adorava pássaros e queria ser um “cuidador”, vira o dono de um grande frigorifico, tornando-se um grande especialista em frangos de corte. Felipe nesta altura mal se lembrava dos pássaros, mas antes da sua formatura tem um sonho com uma grande fabrica de “fazer pessoas”. Esse sonho assusta Felipe, mas não o impede de se formar e tornar-se um Ph. D. com dinheiro e reconhecimento. 
Deste modo, observamos a abordagem tradicional e comportamental formando alunos como pequenos robôs, condicionando-os a infelicidade profissional, dificultando a alteridade, a saúde biopsicossocial e o prazer da realização. Felipe é frustrado por essas duas abordagens e entra num labirinto psicológico. Apesar de possuir tudo o que a sociedade diz ser felicidade, ele não se sente feliz. 
Pensamos, a partir da critica a essas abordagens, o quão importante é o quesito educação, é necessário uma abordagem que faça o aluno um ser completo e não só mais um aluno. A escola humanista tem a pretensão de ensinar o valor ao aluno, que mantêm a relação afetiva, que não deixa de ter o conteúdo, mas entende que o aluno não é somente o diploma. Seria então a abordagem humanista a melhor e/ou mais indicada? Cada abordagem assimila-se com a sociedade que está inserida, não existe de fato uma melhor ou pior, mas é inegável a necessidade de “des-robotizar” as pessoas, lembrando-as ou ensinando-as sobre respeito, liberdade, emoções e inteligência. 
Felipe deitado no divã de seu psicanalista, anos depois já com os cabelos grisalhos, consegue lembrar-se da felicidade com as memórias da sua infância de seus pequenos pássaros, em especial um pássaro azul que faz Felipe se lembrar de como é ser um garotinho, com sonhos e vontades suas e não adquiridas por imposições alheias. Rubem Alves nos faz, portanto, analisarmos os métodos de ensino e a sociedade, procurando além do tradicional e do comportamento. 
Referencias Bibliográficas 
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. (Temas básicos da educação e ensino)
ALVES, Rubem. Pinóquio às avessas. Verus Editora, 2010.