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Artigos científicos para auxilo de TCC - Mecanica dos solos

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Estudo da Resistência Mecânica do Solo Condicionado pelo Lodo 
de Esgoto Calcinado 
 
Camila Daiane Cancelier 
UNIOESTE, Cascavel, Brasil, camilacancelier@yahoo.com.br 
 
Simone Minuzzo 
UNIOESTE, Cascavel, Brasil, siminuzzo_ecivil@hotmail.com 
 
Décio Lopes Cardoso 
UNIOESTE, Cascavel, Brasil, deciolc@gmail.com 
 
Guilherme Irineu Venson 
UNIOESTE, Cascavel, Brasil, guilhermeivenson@hotmail.com 
 
Gabriel Orquizas Mattielo Pedroso 
UNIOESTE, Cascavel, Brasil, gabpedroso@hotmail.com 
 
Simone Tolomeotti Beal 
UNIOESTE, Cascavel, Brasil, simone.beal@pr.senai.br 
 
RESUMO: O crescimento das implantações de projetos de esgotamento sanitário contribui de forma 
consistente para o bem estar da população, porém além dos benefícios, gera problemas como altas 
taxas de poluição devido aos resíduos gerados ao final do tratamento de esgoto. Com isso tem-se a 
necessidade da realização de estudos que apontem soluções com o intuito de minimizar ou até 
mesmo eliminar os impactos sobre o meio ambiente. O resíduo final gerado na estação de 
tratamento denomina-se lodo de esgoto, o qual após um processo de calagem e secagem gera o lodo 
de esgoto calcinado (LEC). Este estudo tem a finalidade de apontar um destino adequado para este 
resíduo, fazendo com que o mesmo possa ser utilizado em obras de engenharia, principalmente para 
reforços de taludes, bem como encontrar a dosagem ideal de LEC para melhoramento das 
características mecânicas do solo e analisar a variação da resistência ao cisalhamento do solo em 
função do tempo de cura. A matriz para o compósito será o solo a ser coletado no campus de 
Cascavel, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná e o reforço será o Lodo de Esgoto 
Calcinado proveniente da Estação de Tratamento de Esgoto Ouro Verde, de Foz do Iguaçu, Paraná. 
Para a fundamentação do referido estudo, serão realizados ensaios de floculação em série com 
variação da quantidade de lodo de esgoto calcinado para se obter a relação ideal resíduo/solo, 
ensaios de caracterização do solo, serão moldados corpos de prova constituídos com o percentual de 
resíduo estipulado pela série de floculação, posteriormente estes serão submetidos a variação do 
tempo de cura e a ensaios de compressão triaxial consolidados não-drenados para avaliação da 
influência do tempo de cura na resistência mecânica do compósito, tendo como parâmetro o 
incremento da tensão desviatória. Espera-se que esse estudo possibilite desenvolver um compósito 
que melhore as propriedades físicas de um solo in natura de baixa e média resistência mecânica 
utilizando como reforço um resíduo altamente poluidor que vem a substituir materiais nobres da 
construção civil. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Compósito, Resistência Mecânica do Solo, Ensaios de compressão triaxial. 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O impacto ambiental causado pela disposição 
de resíduos gerados pela construção civil e por 
vários ramos industriais instiga pesquisadores 
de todo mundo a buscarem formas adequadas 
para gestão destes subprodutos. No processo de 
tratamento de águas residuais o principal 
subproduto gerado é o lodo de esgoto, este é 
considerado um passivo ambiental, subproduto 
inerente às atividades humanas da modernidade. 
Tanto em países em desenvolvimento, devido à 
ampliação das redes de coleta e tratamento de 
águas residuais, quanto em países 
desenvolvidos, a disposição final do lodo de 
esgoto se torna um grave problema ambiental. 
 Segundo dados da SANEPAR, a ETE Ouro 
Verde tem uma produção anual de 20 toneladas 
de lodo de esgoto. Este lodo de esgoto gerado 
no tratamento de águas residuais é um material 
constituído de matéria orgânica, 
microorganismos patogênicos, elementos 
metálicos, entre outros. A maioria dos 
microorganismos patogênicos são eliminados 
por meio da caleagem, mesmo depois de 
receber altas dosagens de óxido de cálcio e de 
passar pelo processo de secagem, o lodo 
originado nas ETE´s ainda possui alto teor de 
metais pesados e matéria orgânica. A 
eliminação da matéria orgânica pode ser 
facilmente resolvida com um processo já 
utilizado, a calcinação. A agressividade do 
resíduo final faz com que o destino do lodo 
gerado seja uma preocupação ambiental e, por 
isso, o lodo de esgoto pode ser adquirido a custo 
zero nas Estações de Tratamento de Esgotos. 
Sendo assim ele não pode ser simplesmente 
eliminado, tem-se que buscar alternativas para 
sua disposição final. Uma dessas alternativas é 
submetê-lo ao processo de calcinação e utilizá-
lo como um reforço para o solo, formando 
assim um compósito, o qual obteria melhores 
propriedades mecânicas do que as do solo in 
natura. Desta forma o estudo vem a contribuir 
com informações necessárias sobre o 
comportamento desse material, de modo a 
possibilitar uma destinação nobre ao resíduo 
altamente poluidor, contribuindo ainda para 
melhoria das propriedades de engenharia do 
solo. 
 
2 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
2.1 Materiais 
 
O solo que foi utilizado é procedente do campus 
da Unioeste Cascavel. Típico no centro sul do 
Terceiro Planalto Paranaense (MINEROPAR, 
1998). O solo é classificado pedologicamente 
como Latossolo Vermelho distroférrico 
(EMBRAPA, 1999), geotecnicamente é 
classificado como A7, argila plástica com 
presença de matéria orgânica com alta 
compressibilidade. Este solo é bem drenado, 
originado da decomposição do basalto, contém 
teores elevados de hematita, aproximadamente 
20%, possui forte atração magnética, se 
fragmenta com facilidade quando úmido possui 
densidade aparente baixa 0,92 a 1,15 g/cm³, 
gravidade específica aproximada de 3g/cm³, 
porosidade alta entre 60 % a 69 % e bastante 
resistente à erosão laminar. 
 O lodo de esgoto calcinado utilizado é 
procedente da Estação de Tratamento de Esgoto 
Ouro Verde, de Foz do Iguaçu - Paraná. 
 
2.1.1 Métodos 
 
O experimento foi conduzido no Laboratório de 
Geotecnia da Universidade Estadual do Oeste 
do Paraná, UNIOESTE, Campus Cascavel. 
 O solo foi coletado no campus da Unioeste, 
Cascavel, posteriormente foi secado ao ar e 
depois de seco passou por peneirado na malha 
4,8 mm (peneira N. 5 da ABNT), obtendo-se a 
Terra Fina Seca ao Ar (TFSA). O lodo de 
esgoto calcinado utilizado no experimento 
encontrava-se no Laboratório de Geotecnia da 
UNIOESTE e também foi passado na peneira de 
malha 4,8 mm. 
 Foram realizados Ensaios de Caracterização: 
Análise Granulométrica do solo e do LEC; 
Massa Específica (𝜸); Massa específica dos 
Sólidos (𝜸 s); Limite de Consistência LL e LP 
do Solo. 
 Também foram realizados Ensaios Especiais: 
Ensaio de Compactação; Série de Floculação; 
Confecção dos Corpos de Prova; Saturação dos 
Corpos de Prova e Ensaio de compressão 
triaxial. 
 As curvas granulométricas do solo e do LEC 
foram determinadas conforme metodologia 
preconizada pela NBR 7181 (ABNT, 1984) para 
verificação das frações texturais do solo e do 
LEC. 
 O ensaio de compactação foi realizado com 
energia normal de Proctor, a metodologia foi 
seguida de acordo com a ABNT NBR 7182 
(1986), para definição do teor ótimo de umidade 
e da massa específica seca máxima, com os 
quais foram confeccionados os corpos de prova 
para os ensaios de compressão triaxial. 
 Foi conduzida a série de floculação para o 
compósito solo mais LEC, para 11 dosagens, 
com teores de resíduo variando de 2,5%; 5%; 
7,5%; 10%; 12,5%; 15%; 17,5%; 20%; 22,5%; 
25%; 30%, em provetas de 250 ml. O método 
que foi empregado é o mesmo utilizado na 
COPPE/UFRJ (MACEDO, 2004 apud 
KAMINSKI, 2008) que consiste em: 
- Usar cerca deonze provetas de 250 mml, 
marcadas, para garantir uma porcentagem de 
reforço; 
- Colocar em cada proveta 20g de solo, seco ao 
ar, passante na peneira nº 10; 
- Devem ser adicionadas nas provetas as 
quantidades de reforço em porcentagens por 
massa seca de solo; 
- Agitar as provetas para misturar solo e reforço 
ainda secos; 
- Adicionar 50 ml de água destilada e agitar as 
provetas até a homogeneização completa; 
- Completar 100 ml e deixar em repouso 
absoluto até o dia seguinte; 
- No dia seguinte com auxílio de um bastão de 
metal agitar a mistura até ficar homogênea; 
- Depois de duas horas no mínimo fazer a 
leitura do volume; 
- No terceiro dia, agitar as provetas novamente 
com o bastão metálico e fazer a leitura após no 
mínimo duas horas; 
- A operação foi repetida todos os dias até obter 
leituras constantes ou decrescentes. 
- Uma tabela foi montada com as percentagens 
de reforço, e as leituras de volume referentes a 
cada dia. A partir daí foi calculada a variação 
volumétrica percentual do sedimento solo-
reforço, em relação à variação do solo puro, 
para todos os teores de reforço, para o cálculo 
foi escolhido o maior volume obtido para cada 
teor; 
- Foi feito um gráfico relacionando volume de 
sedimento em relação à dosagem do compósito. 
O ponto máximo de variação volumétrica foi 
interpretado como o teor mínimo de reforço 
necessário para a estabilização físico-química 
do solo. 
 Os corpos-de-prova foram moldados nas 
dimensões de 50mm de diâmetro e 100mm de 
altura, no aparelho mini-MCV (Moisture 
Condition Value). Foram criadas três réplicas 
para cada tempo de cura. A moldagem foi 
realizada com o teor ótimo de umidade de 
33,72%, o qual foi determinado no ensaio de 
compactação, com 22,5% de reforço no 
compósito, sendo este determinado pela série de 
floculação e na energia capaz de fornecer a 
massa específica seca máxima, conforme 
preconizado por PEIXOTO, FABBRI E 
NOGUEIRA (1996). 
 Todos os corpos-de-prova foram moldados 
com a mesma percentagem de reforço no 
compósito com variação do tempo de cura 
entre: 0, 1, 3, 7, 14, 28 e 45 dias. A medida que 
os corpos de prova ficaram prontos, sua base foi 
envolta por papel filtro e perflex, fixado por 
uma borracha (“O” ring), após este preparo, 
foram deixados saturar durante os diversos 
tempos de cura em estudo, nesse tempo, os 
corpos-de-prova permaneceram em bandejas 
com 2/3 de sua altura imersa. 
 Foram realizados ensaios de compressão 
triaxial do tipo consolidado não drenado (CU) 
com leituras de poropressões. Os corpos-de-
prova foram montados na célula triaxial, com 
uma pedra porosa na sua base e outra no seu 
topo, envoltos por uma membrana flexível 
impermeável que foi presa por anéis de 
borracha. Estabilizada a consolidação, os 
corpos-de-prova foram rompidos. A Figura 1 
ilustra esquematicamente uma célula de 
compressão triaxial, sendo c a tensão de 
confinamento e ∆ a tensão desviatória 
aplicada pelo pistão. 
 
 
 
Figura 1. Esquema de uma célula de compressão triaxial. 
Fonte: Souza Pinto (2000). 
 
 Para definição da envoltória de ruptura 
Mohr-Coulomb (BISHOP e HENKEL, 1957), 
os corpos-de-prova foram submetidos às 
tensões confinantes de 50, 100 e 200 kPa. 
Foram realizadas repetições do ensaio quando 
da presença indevida de água por motivo do 
rompimento da membrana flexível 
impermeável. 
 Na realização dos ensaios foram aplicados 
carregamentos e medindo durante um certo 
intervalo de tempo, o aumento de tensão axial 
atuante e a deformação vertical do corpo-de-
prova. Esta deformação, quando dividida pela 
altura inicial da amostra, fornece a deformação 
vertical específica da mesma. 
 Após a realização do ensaio se obteve a 
tensão axial  dividindo a força normal 
aplicada ao corpo-de-prova pelo pistão axial 
pela seção transversal do corpo-de-prova obtida 
a cada instante e somando o resultado a tensão 

 Com os dados obtidos no ensaio foram 
plotados os círculos de Mohr, através dos quais 
foi possível obter os valores de coesão, ângulo 
de atrito interno e inclinação do plano de 
ruptura. Estes parâmetros são 
convencionalmente determinados a partir da 
reta envoltória de ruptura, a qual é tangente aos 
círculos traçados. 
 Porém, tal procedimento envolve certa 
subjetividade no traçado da tangente. Por isso, 
buscou-se determinar estes parâmetros de forma 
matemática relacionando trigonometricamente a 
reta tangente com a reta que liga os pontos de 
máxima tensão cisalhante dos círculos. 
3 RESULTADOS 
 
3.1 Ensaios de Caracterização 
 
De acordo com o ensaio de granulometria o solo 
foi classificado com 59% argila, 29% silte e 
12% areia. A massa especifica do solo é de 
16,30 KN.m
-
³. A massa específica dos sólidos 
do solo é de 29,48 KN.m
-
³. O limite de 
plasticidade do solo é dado quando o teor de 
umidade do mesmo é de 32,70%. O limite de 
liquidez foi determinado como o teor de 
umidade correspondente a 25 golpes, onde o 
mesmo deu 66%. 
 
3.1.1 Ensaios Especiais 
 
Através do ensaio de compactação foi plotado o 
gráfico (Fig. 2), o qual apresenta em seu ponto 
máximo, a densidade máxima (γ máxima) em 
relação a umidade ótima (Wótima) para o 
compósito e para o solo: 
 
 
 
Figura 2. Curva de compactação na energia normal de 
Proctor. 
 
 A curva de compactação acima apresentada 
nos fornece a massa específica seca máxima de 
13,43 KN.m
-
³, ponto máximo do gráfico e o teor 
ótimo de umidade de 33,72%. 
 Através desses dados foram moldados os 
corpos de prova do compósito. 
 Com a montagem da Série de Floculação, 
através dos volumes de sedimentos máximos 
de cada dosagem, volume máximo na proveta 
(Vmáx), massa seca (Ms), obteve-se a variação 
volumétrica dos sedimentos, como pode ser 
observado na tabela 1: 
 
Tabela 1. Volume Normalizado de Sedimentos Máximos 
da Dosagem. 
Dosagem Massa Seca Volume máx. Vm/Ms 
[%] [g] [cm³] [cm³/g] 
2,5 20,52 33 1,60 
5 21,06 34 1,61 
7,5 21,63 34 1,57 
10 22,23 41 1,84 
12,5 22,87 44 1,92 
15 23,55 48 2,04 
17,5 24,27 58 2,39 
20 25,03 66 2,64 
22,5 25,84 77 2,98 
25 26,7 79 2,96 
30 28,61 84 2,94 
 
Como as dosagens de LEC no solo variam de 
2,5% a 30%, precisa-se normalizar o volume 
para todas as provetas, atraves da relação 
volume de sedimentos pela massa seca. 
Com a média dos valores do quociente da 
relação supracitada em função da dosagem, foi 
plotada a curva de floculação apresentada (Fig. 
3): 
 
 
Figura 3: Curva de Floculação 
 
O ponto máximo da curva, 22,5%, é 
interpretado como o ponto de dosagem ótima, 
pois a máxima variação volumétrica 
corresponde ao teor mínimo de reforço para 
garantir estabilidade ao solo. 
Os ensaios de compressão triaxial foram 
realizados do tipo consolidado não drenado, 
com a aplicação de tensão confinante variando 
entre 50, 100 e 200 kPa. Foram analisados 
corpos-de-prova com diferentes tempos de cura, 
os resultados dos ensaios estão resumidamente 
apresentados nas tabelas a seguir. 
 
Tabela 2. Resumo dos resultados obtidos no ensaio 
triaxial para tempo de cura de 0 dia. 
σ3 (kPa) q=q' (kPa) p rup (kPa) 
KPa Kpa KPa 
50 52,40 67,47 
100 137,24 145,75 
200 236,29 278,76 
 
 Observou-se que o aumento da tensão 
confinante proporciona um aumento da tensão 
de ruptura e que para o corpo de prova sem cura 
a máxima tensão que pode ser aplicada com 
uma pressão confinante igual a 200 kPa é de 
aproximadamente 278 kPa. 
 
Tabela 3. Resumo dos resultadosobtidos no ensaio 
triaxial para tempo de cura de 1 dia. 
σ3 (kPa) q=q' (kPa) p rup (kPa) 
KPa Kpa KPa 
50 184,24 111,41 
100 230,39 176,80 
200 254,40 284,80 
 
 Observou-se que com um dia de cura pode 
ser obtido um aumento de resistência de 
aproximadamente 10% em relação ao 
compósito inicial, rompido sem cura. 
 
Tabela 4. Resumo dos resultados obtidos no ensaio 
triaxial para tempo de cura de 3 dias. 
σ3 (kPa) q=q' (kPa) p rup (kPa) 
KPa Kpa KPa 
50 276,62 142,21 
100 338,83 212,94 
200 343,82 314,61 
 
 Segundo os dados obtidos no ensaio do 
corpo-de-prova com cura de 3 dias, a tensão de 
ruptura aumenta em aproximadamente 40% em 
relação ao compósito inicial, o qual não passou 
pelo processo da cura. 
 
 
 
 
 
 
Tabela 5. Resumo dos resultados obtidos no ensaio 
triaxial para tempo de cura de 7 dias. 
σ3 (kPa) q=q' (kPa) p rup (kPa) 
KPa KPa KPa 
50 386,37 178,79 
100 429,56 243,19 
200 460,46 353,49 
 
 De acordo com os dados obtidos no ensaio, 
temos que o compósito condicionado em cura 
durante um período de 7 dias apresentou 
aproximadamente duas vezes o valor de sua 
resistência inicial. 
 
Tabela 6. Resumo dos resultados obtidos no ensaio 
triaxial para tempo de cura de 14 dias. 
σ3 (kPa) q=q' (kPa) p rup (kPa) 
KPa KPa KPa 
50 443,95 197,98 
100 643,06 314,35 
200 1050,47 550,16 
 
 De acordo com os dados obtidos no ensaio 
de compressão triaxial, observou-se que o 
compósito com 14 dias de cura apresentava um 
aumento contínuo da tensão desviatória em 
relação ao compósito inicial, submetido a 
ruptura sem estabilizar suas reações químicas, 
visto que esse processo aconteceria durante a 
cura. 
 
Tabela 7. Resumo dos resultados obtidos no ensaio 
triaxial para tempo de cura de 28 dias. 
σ3 (kPa) q=q' (kPa) p rup (kPa) 
KPa KPa KPa 
50 703,18 284,39 
100 755,65 351,88 
200 1342,14 647,38 
 
 Observou-se que o aumento de tensão 
desviatória é um aumento contínuo e que 
depende diretamente do tempo de cura, com 
esse ensaio concluiu-se também que o ganho de 
tensão de ruptura se intensifica em tensões 
confinantes maiores e próximas a 200 kPa. 
 
 
 
 
 
Tabela 8. Resumo dos resultados obtidos no ensaio 
triaxial para tempo de cura de 45 dias. 
σ3 (kPa) q=q' (kPa) p rup (kPa) 
KPa Kpa KPa 
50 734,83 294,94 
100 768,30 356,10 
200 1288,83 629,61 
 
 A resistência ao cisalhamento do compósito 
aumenta segundo o aumento do tempo de cura 
do corpo-de-prova e com o acréscimo das 
tensões confinantes. No tempo de cura de 1, 3, 
14 e 28 dias, os compósitos apresentam 
resistência residual após o pico, caracterizada 
pela existência de um patamar na curva tensão-
deformação pós a ruptura. Enquanto nos tempos 
de cura de 7 e 45 dias o material apresentou 
ruptura frágil caracterizada por uma brusca 
queda na tensão desviatória. 
 A tensão desvio de ruptura corresponde aos 
picos das curvas de tensão-deformação, para 
cada tempo de cura de acordo com cada pressão 
confinante. Esses dados são demonstrados na 
Figura 4. 
 
 
Figura 4. Tensão desvio máxima na ruptura. 
 
Em cada uma das curvas apresentadas acima, 
o pico caracteriza a tensão desviatória na 
ruptura do compósito, sendo este a resistência 
ao cisalhamento, a qual mostrou-se crescente 
com o aumento dos tempos de cura e também 
com o aumento da pressão confinante. Este 
efeito do confinamento é maior para tempos de 
cura maiores, verificado pelas distâncias 
verticais entre os pontos experimentais. 
 Os círculos de Mohr tipicamente 
proporcionam a visualização do comportamento 
dos solos, em que a tensão confinante exerce 
efeito marcante, refletido no tamanho do 
círculo. Quanto maior o confinamento, maior se 
torna o círculo, desta forma é necessário que 
exista uma tensão desviatória maior para que 
haja a do material. À medida que se aumenta o 
tempo de cura, percebeu-se uma aproximação 
entre os círculos bem como o aumento dos 
diâmetros, fato que indica o aumento do ângulo 
de atrito interno. 
 As envoltórias de ruptura, caracterizadas pela 
linha que tangencia simultaneamente os círculos 
de Mohr para cada tempo de cura, ficam melhor 
definidas para os tempos de cura mais altos. 
 Estes resultados demonstram que o critério 
de ruptura Mohr-Coulomb pode ser aplicado 
com grande rigor no estudo do comportamento 
mecânico do compósito em estudo. 
 
 
4 CONCLUSÃO 
 
Nas condições de realização deste experimento, 
é possível concluir que: 
 O aumento do tempo de cura dos corpos-de-
prova aumentou consideravelmente sua 
resistência ao cisalhamento; 
 O efeito do confinamento foi verificado em 
todos os tratamentos; 
 O critério de ruptura Mohr-Coulomb pode 
ser aplicado com grande rigor no estudo do 
comportamento mecânico do compósito em 
estudo. 
 A resistência ao cisalhamento mostrou-se 
crescente com o aumento dos tempos de cura e 
também com o aumento da pressão confinante. 
Este efeito do confinamento foi maior para 
tempos de cura maiores, verificado pelas 
distâncias verticais entre os pontos 
experimentais. 
 No tempo de cura de 1, 3, 14 e 28 dias, os 
compósitos apresentam resistência residual após 
o pico, caracterizada pela existência de um 
patamar na curva tensão-deformação pós a 
ruptura. Enquanto nos tempos de cura de 7 e 45 
dias o material apresentou ruptura frágil 
caracterizada por uma brusca queda na tensão 
desviatória. 
 Esses resultados apontam para a 
continuidade da pesquisa na área de tecnologia 
dos materiais para desenvolvimento de novos 
produtos capazes de retirar do ambiente um 
resíduo contaminante, transformando-o em um 
material com condições de aplicação para 
melhoramento do desempenho mecânico do 
solo. O estudo realizado comprova o potencial 
que um material considerado um resíduo sem 
valor tem de ser utilizado como reforço, 
produzindo um compósito que pode vir ser 
capaz de substituir produtos industrializados 
como a cal e o cimento. Outras aplicações do 
resultado dessa pesquisa poderiam ser o apoio 
ao combate à erosão e reforço de bases de 
estradas, entre outras aplicações do compósito 
resultante melhorando as propriedades de 
engenharia do solo. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS -ABNT. NBR- 7182/86: Solo: Ensaio de 
compactação. Rio de Janeiro, 1986. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS. NBR 7181: Solo – Análise 
granulométrica. Rio de Janeiro, 1984b. 13 p. 
BISHOP, A.W., HENKEL, D.J. The measurement of soil 
properties in the triaxial test. London: William 
Arnold. 1957. 
EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA 
AGROPECUARIA Sistema brasileiro de 
classificação de solo. Rio de Janeiro: Centro Nacional 
de Pesquisa de Solos, 1999. 
MACÊDO, M. M. Solos modificados com cimento – 
efeito no modulo de resiliência e no dimensionamento 
de pavimentos. 2004. Dissertação de mestrado. 
Universidade Federal de Pernambuco. 
MINEROPAR – MINERAIS DO PARANÁ S.A. 
Mineração na geração de emprego e renda – 
oportunidades de negócio com mineração. Curitiba: 
SERT, 1998. 
PEIXOTO, A.S.P.; FABBRI, G.T.P.; NOGUEIRA, J.B. 
Uma avaliação da repetibilidade dos parâmetros que 
compõem a Classificação MCT. CONGRESSO 
BRASILEIRO DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA, 
Rio de Janeiro, ABGE, 8, v. 1. 1996. P251-259. 
SANEPAR, Companhia de Saneamento do Paraná. 
Características do Gerenciamento de lodo de esgoto 
no Paraná. Sanare – Revista Técnica da Sanepar, 
2007.

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