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Texto-2-DP-II---Das-Penas-Privativas-de-Liberdade

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL II
PROFESSOR: GUSTAVO TUPINAMBÁ
NOME: ___________________________________________________________________________ Nº ______________
 
PERÍODO: 3º – ANO: 2014/ 1 – TURMA: ______________ – TURNO: __________________ – DATA: _____/_____/_____
Texto 2 – Penas Privativas de Liberdade
Introdução
          As penas privativas de liberdade constituem o núcleo central de todos os sistemas punitivos do mundo contemporâneo. Os estudos desta monografia visam esclarecer a aplicação das penas privativas de liberdade, seus efeitos para com o apenado, bem como sua repercussão na sociedade.
          As penas privativas de liberdade não são tão antigas quanto nos pode fazer crer a sua generalização contemporânea. Sua origem remonta ao século XVI, generalizando-se no século XIX.
          A pena privativa de liberdade é resultado de uma espécie de "justiça seletiva", porque por ela serão atingidos os indivíduos pertencentes aos setores sociais menos favorecidos e os de quociente intelectual mais baixo, ou seja, os menos aptos para a competição que a sociedade impõe. 
          Por mais que se pretenda que a pena privativa de liberdade deva preparar o sujeito para a vida livre, o certo é que propicia a formação de uma sociedade anti-natural, na qual o sujeito carece das motivações da sociedade livre, adquirindo características rudes e primitivas, que costumam persistir após a recuperação da liberdade, e, que ao entrar em conflito com a sociedade livre, têm a oportunidade de manifestar-se(1).
          Diante dessa realidade, a substituição das penas privativas de liberdade passou a ser um dos problemas mais árduos da política penal de nossos dias, sendo considerada a chave para qualquer reforma penal. A Partir do Congresso Penitenciário de Londres, a crítica a elas foi generalizada.
          A corrente mais difundida tende à substituição das penas curtas e à tecnização dos estabelecimentos destinados ao cumprimento das penas de maior duração, concebidos como verdadeiros centros de terapia social.
          O Código Penal vigente introduziu duas penas que, tradicionalmente, são consideradas "substitutivas" da privativa de liberdade: a limitação do fim de semana e a prestação de serviços à comunidade (arts. 48 e 46). Parece mais ser uma substituição da suspensão condicional da pena do que da verdadeira pena privativa de liberdade. O desejável, sob o aspecto político – criminal, é que os códigos utilizem um arsenal de penas alternativas ou cumulativas, que possibilitem ao julgador, através de combinações ou escolhas, eleger a solução mais adequada à realidade de possibilidades, impondo uma solução correta in abstracto. Esta solução se impõe como a mais racional.
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Capítulo 1
As penas privativas de liberdade no texto vigente
          O texto vigente mantém a distinção adotada pelo código de 1940, que divide em duas as penas privativas de liberdade: reclusão e detenção, proibindo a sua execução conjunta, o que nunca foi respeitado. Ainda que o atual Código Penal tenha praticamente suprimido as diferenças entre a reclusão e a detenção, pois, o art. 33 fixa, unicamente, que a reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi- aberto, enquanto a detenção só pode ser cumprida em regime semi-aberto e aberto, "salvo necessidade de transferência a regime fechado". Quanto à execução, não existem diferenças entre as duas espécies de pena. 
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Capítulo 2
Cálculo do tempo da pena e detração penal
          Na pena privativa de liberdade, e também na medida de segurança, ocorre um fenômeno chamado de "detração penal", de acordo com o qual são computados nos seus prazos "o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação" em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou "outro estabelecimento adequado", conforme o disposto nos arts. 42 e 41 do CP. "Detrair significa "abater o crédito de". Detração penal é o cômputo na pena privativa de liberdade e na medida de segurança do tempo de prisão provisória ou administrativa e o de internação em hospital ou manicômio(2). O CP disciplina a detração penal no art. 42: "Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil, ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o tempo de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior" ("hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado").
          Prisão preventiva, é aquela que se decreta em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou do querelante. O art. 312 a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indícios suficientes da autoria. A prisão provisória é a que, conforme o art. 301, do código de processo penal, decorre da prisão em flagrante feita por qualquer do povo, ou pelas autoridades policiais, quando alguém é encontrado em fragrante delito, como também aquela que decorre da sentença de pronúncia, nos processos cujo julgamento está afeto ao tribunal do Júri. Prisão administrativa é qualquer privação de liberdade determinada pela autoridade competente, e que, conforme o art. 324, II, do CPP não admite a fiança.
          Têm ocorrido dúvidas, tanto na doutrina como na jurisprudência, acerca do cômputo do tempo em que a pessoa tenha sido submetida à prisão preventiva ou provisória por outro delito. Um critério antigo estabelecia que o tempo de prisão provisória computável era tão- só aquele que decorria do delito em que era condenado. Todavia, este critério, muitas vezes, resulta arbitrário e injusto. Para resolvê-lo, o art. Do código de 1969 dispunha que se computava "o excesso de tempo, reconhecido em decisão judicial irreconhecível, no cumprimento da pena por outro crime, desde que a decisão seja posterior ao crime de que se trata". O texto vigente nada diz a respeito, mas a lógica indica que quando uma pessoa esta privada da liberdade, em razão de uma cautelar decorrente de um crime, e ao mesmo tempo sujeita a processo por outro crime, sem estar neste submetida a uma cautelar, pelo outro sejam coetâneos, total ou parcialmente, deve-se computar esse tempo na pena privativa de liberdade fixada no processo em que não estava submetido a cautelar, se absolvido no outro. Isto decorre do fato de que, em um momento, o sistema penal está exercendo uma ação coetânea sobre a pessoa que, embora responda por dois delitos diversos, estes não podem ser considerados inteiramente independentes, porque a pessoa é única.(3)
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Capítulo 3
Superveniência de doença mental
          O condenado a quem sobrevem doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado (CP, art. 41). Não está prevista a hipótese em que a doença sobrevenha durante o tempo de alguma das prisões computáveis no prazo da pena, mas é de se entender ser o mesmo igualmente computado como pena, porque a suspensão do processo, de acordo com o art 152 do CPP, não importa em suspensão da medida cautelar. No caso do condenado permanecer internado até o término da pena, o § 2o do art. 862, do CPP, dispõe que "o indivíduo terá o destino aconselhado pela sua enfermidade, feita a devida comunicação ao juiz de incapazes".(4)
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Capítulo 4
O limite máximo de duração da pena privativa de liberdade
          O art. 75 do código vigente, fixou em trinta anos o máximo da pena privativa de liberdade, restabelecendo o que dispunha o § 4.°, do art. 66, do código penal de 1890: "O tempo de cumprimento das penas privativas da liberdade não pode ser superior a trinta anos". O § 1.°, desse artigo, dispõe: "Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade, cuja soma seja superior a trinta anos,
devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo". A hipótese do agente condenado por crime praticado durante o cumprimento da pena está previsto no § 2.°: "Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando, para esse fim, o período de pena já cumprido".
          Desta maneira, o código vigente evita que, nos casos de acumulação de penas, venha a se produzir uma pena perpétua, que era o que ocorria durante a vigência do código de 1940.
          Conforme disposição constitucional contida no art. 5o, XLVII, b, que versa: "Não haverá penas: b) de caráter perpétuo". Tal disposição tem se mantido nas constituições do nosso país, até mesmo nos períodos de anomalia democrática. Deve-se analisar essa disposição em conjunto com o disposto no art. 5o, inc. XLIX: "É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral". Se tivemos em consideração que, hoje, é perfeitamente sabido, e, repetido, que um prolongado recolhimento de uma pessoa numa prisão torna-se também todas as penas privativas de liberdade demasiadamente prolongadas são sanções arruinadoras.
          Permitir que uma pena de prisão se prolongue, irremissivelmente, por trinta anos, em regime fechado e em condições institucionais sobejamente conhecidas, é exatamente o mesmo que permitir a pena perpétua, tendo em vista a deterioração psíquica e física que sofre, inevitavelmente, a pessoa. Não se trata de execução penal que tenha objetivos ressocializadorores, nem de melhoria, mas de deterioração irreversível e neutralizadora. A nós parece que uma pena que traga como resultado a deterioração da pessoa como meio de neutralizá-la é similar a uma pena mutilante, só que executada com bastante paciência, deixando passar o tempo e o período de prisão. Parece-nos, de meridiana clareza, não ser este o entendimento que se extrai do art. 5.°, XLVII, b, da Constituição, quando o relacionamos com o inc. XLIX, ambos transcritos acima.
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Capítulo 5
Execução das penas privativas de liberdade
          O estudo da legislação de execução penal pertence ao direito penitenciário por execução penal.
          Chama-se "regime penitenciário" ao conjunto de normas que regulam a vida dos reclusos, em estabelecimentos penais". Por "sistema penitenciário", entende-se "as diretrizes e elementos essenciais da execução das penas privativas de liberdade".(5)
          Os principais sistemas penitenciárias propostos foram o sistema celular ou filadélfico, o auburniano, o progressivo e o dos reformatórios. 
          O sistema celular ou filadélfico foi implantado na Filadélfia no século XVIII, e consistia num absoluto isolamento do interno, porque considerava ser isso moralmente benéfico, sendo complementado pela educação e assistência oferecidas pelo "visitador" do preso. Suas conseqüências são nefastas, particularmente para a saúde psíquica do apenado.
          O sistema auburniano ( implantado em Auburn, Estado de Nova Iorque, no começo do século XIX), consistia em isolamento celular noturno e trabalho diurno em comum, ainda que mantida a regra do absoluto silêncio, sob penas severíssimas.
          O sistema irlandês ou progressivo , foi introduzido pelo Capitão Maconochie, ilha de Norfolk (próxima da Austrália) e, depois, por Walter Crofton, na Irlanda. Consistia na aplicação do sistema celular durante uma primeira etapa, do sistema auburniano numa segunda etapa, de trabalho ao ar livre numa terceira, e, por fim, uma quarta etapa de liberdade condicional . A passagem de uma etapa à outra dependia do comportamento do apenado, que ia sendo premiado com um sistema de tíquetes.
          O sistema dos reformatórios pertence mais ao direito do menor do que ao direito penal, já que seus principais destinatários eram preferentemente adolescente e jovens adultos. Trata-se de estabelecimento em que se procura a reeducação dos jovens, que neles ingressam por tempo indeterminado. Foram famosos os de Elmira, nos E.U.A., e o Borstal, na Inglaterra.
                    Posteriormente a estes sistemas "Clássicos", muitos outros foram propostos e tentados, que, atualmente, são os mais difundidos no mundo. Entre as instituições mais inovadoras, encontra-se a prisão aberta, etapa penitenciária consistente na internação em uma estabelecimento desprovido de qualquer segurança físicas para evitar fugas, a qual é substituída pelo desenvolvimento de motivações psicológicas, que reforçam o sentimento de comunidade do grupo.(6)
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Capítulo 6
A execução das penas privativas de liberdade no Brasil
          O código regula a execução da pena privativa de liberdade, de conformidade com três regimes: fechado, semi-aberto, aberto (art. 33), esclarecendo que a pena de reclusão deverá ser cumprida nos três regimes e a detenção nos regimes semi-aberto e aberto. Todavia, a detenção pode ser cumprida em regime fechado se, após o início do seu cumprimento, o detento, por sua conduta, regressa no regime progressivo, até o ponto de tornar necessária a sua transferência para o regime fechado.
          O código penal fala dos estabelecimentos onde devem ser cumpridas as penas: estabelecimentos de segurança máxima ou média; colônias agrícolas, industriais e ou similares; casas de albergado e similares. Os estabelecimentos de segurança máxima ou média, são destinados ao regime fechado, sendo denominados de "penitenciária" pela lei de execução penal, lá alojando-se em cela individual, com seis metros quadrados de área mínima (art. 88, da lei de execução ). O regime semi-aberto é cumprido em colônias, local onde os apenados são alojados coletivamente (art. 92, da lei de execução). O regime aberto é cumprido em casas de albergado, em imóvel que deve situar-se em centro urbano, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos contra a fuga , (art. 94 da lei de execução).
          O § 2.° do art. 33 do CP estabelece que a execução penal deve ser feita de modo progressivo, "segundo o mérito do condenado". Contudo, o condenado a pena superior a oito anos deverá começar o cumprimento de sua pena em regime fechado; o condenado não reincidente, com pena não superior a quatro anos, poderá começar o cumprimento de sua pena em regime aberto, mas o condenado a pena superior a quatro anos e não superior a oito, se não for reincidente, poderá iniciar o cumprimento de sua pena em regime semi-aberto. Isto indica que o reincidente deverá sempre iniciar o cumprimento de sua pena em regime fechado, e, nos demais casos, é o juiz quem fixará o regime em que o condenado deverá cumpri-la, em conformidade com as regras estabelecidas para a individualização da pena (art. 33,§ 3o, do CP).
          A transferência do condenado depende da sua conduta que decorre, em boa parte do cumprimento das obrigações disciplinares estabelecidas. As faltas graves estão fixadas no art. 50, da lei de execução penal: incitar ou participar em movimento para subverter a ordem ou a disciplina; fugir; possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; provocar acidente de trabalho; descumprir os deveres de obediência ao servidor e respeito para com qualquer pessoa com quem deve relacionar-se e não executar o trabalho, as tarefas ou as ordens recebidas. Além da importância que estas faltas graves têm para a regressão no regime, que é a transferência de um regime para outro mais rigoroso(7), determinam sanções, sendo as mais graves a suspensão de alguns direitos e o isolamento celular, por tempo não superior a trinta dias (art. 58), que deverá ser sempre comunicado ao juiz da execução. A lei proíbe sanções coletivas e o emprego de cela escura (art. 45).
          Nos regimes fechado e semi-aberto, o condenado é obrigado ao trabalho durante o dia, com repouso noturno isolado no primeiro e comum no segundo. O trabalho externo, isto é, fora do estabelecimento prisional, em obras públicas, é admissível no regime fechado e o é amplamente no regime semi-aberto, que também autoriza
a freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau e superior (art. 32,§ 2o) . O artigo 36 regulamenta o regime aberto dessa forma: "O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado". O § 1o dispõe que "o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga".
          Em todos os casos, o trabalho do condenado deverá ser remunerado, "sendo-lhe garantidos os benefícios da previdência social" (art. 39). No entanto, o trabalho do preso não está submetido ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho (art. 28, da lei de execução). O salário não pode ser inferior a três quartos do salário mínimo, de acordo com o art. 29, da lei de execução, mas o conteúdo deste artigo não deixa de ser contraditório, porque determina uma distribuição do salário do condenado que é inadequada pela quantia que o preso recebe. Conforme o § 1o, o produto do trabalho deverá atender: à indenização pelos danos causados pelo crime, desde que determinado judicialmente e não reparados por outros meios; à assistência familiar; às pequenas despesas pessoais; ao ressarcimento ao Estado pelas despesas realizadas com a sua manutenção, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas disposições anteriores; o § 2o, de uma maneira pouco compreensível, diz: "Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em caderneta de poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade". A lei de execução permite o trabalho em entidade privada, mediante prévio consentimento expresso do preso (art. 36)
          As decisões mais importantes sobre o regime prisional, de acordo com a lei de organização judiciária, estão afetadas ao juiz da execução da pena, que poderá ser o próprio juiz prolator da sentença, ou um juiz de execução penal especial (art. 65).
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Capítulo 7
A remição pelo trabalho
          Remir significa resgatar, abater, descontar, pelo trabalho realizado dentro do sistema prisional, parte do tempo de pena a cumprir(8). Chama-se remição, na lei de execução penal, à possibilidade que tem o preso, em regime fechado ou semi- aberto, de remir parte da execução da pena pelo trabalho, a razão de um dia de pena por três dias de trabalho (art. 126, § 1o). O acidente de trabalho não impede a remição. Esta deve ser declarada pelo juiz, ouvido o Ministério Público (art. 126, § 3o). O tempo remido é computado para a concessão do livramento condicional (art. 126). O preso que incorre em falta grave perde o direito à remição que tenha obtido com o seu trabalho. Esta instituição prevista na lei de execução penal estabelece um princípio que deve ser considerado quando se faz o cômputo da pena privativa de liberdade.
          O preso provisório, que não está obrigado ao trabalho, se trabalhar também poderá remir parte de sua futura condenação.
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Capítulo 8
Os direitos dos presos
          O art. 38 dispõe que "o preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral". O art. 40 declara que uma lei especial especificará os deveres e direitos do preso.
          A idéia dos direitos do preso tem origem bem recente. Decorre da conseqüência lógica de se considerar a privação de liberdade como uma medida extremada, cujos limites devem ser estabelecidos, e que, em definitivo, é reforçado pela comprovação de que é um mal, para o qual ainda não se encontrou substituto, e, nem mesmo parece existirem esforços sérios par a reduzi-lo, pelo menos na América Latina. 
          No nosso direito positivo, os direitos do preso estão enunciados no art. 41, da lei de execução penal, que versa: "Constituem direitos do preso: I – alimentação suficiente e vestuário; II atribuição de trabalho e sua remuneração; III – previdência social; IV – constituição de pecúlio; V – proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; VIII – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; IX – entrevista pessoal e reservada com o advogado; X – visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; XI – chamamento nominal; XII – igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena; XIII – audiência especial com o diretor do estabelecimento; XIV – representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito; XV – contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento."
          Fragoso qualificou a legislação executiva penal brasileira como uma "carta de intenção", em razão da falta de infra-estrutura, especialmente edilícia(9). A instrumentação adequada para o funcionamento da instituição carcerária, tal como previsto pela lei de execução penal, implica um gasto enorme, e que a solução mais adequada, no Brasil e no restante da América Latina, é a de viabilizar recursos para reduzir o número de prisioneiros, com o que se irá possibilitar o emprego dos recursos restantes para a melhoria de todo o sistema penitenciário. 
          Há deveres estabelecidos para o preso que são completamente incompatíveis com qualquer tipo de convivência numa instituição com tais características, como o de lhe impor uma "conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina" (art. 39, IV), cujo cumprimento é , praticamente, impossível de se exigir. Pretende, assim a lei de execução, transformar cada preso num vigilante de seu companheiro, o que não só é absurdo, como também pouco recomendável para a sua futura vida livre de delator.
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ASSOCIAÇÃO TERESINENSE DE ENSINO – ATE
FACULDADE SANTO AGOSTINHO – FSA
DIRETORIA DE ENSINO
COORDENAÇÃO DE CURSO
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