Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
B E T Â N I A A L V E S V E I G A D E L L ’ A G L I D O U T O R A E M E D U C A Ç Ã O / U N I C A M P P Ó S - D O U T O R A N D A F C M / U N I C A M P ( B O L S I S T A F A P E S P ) ASPECTOS EMOCIONAIS NAS PATOLOGIAS DA INFÂNCIA Definição Difícil definição! No entanto, sabemos o que são. Raciocínio circular Definição proposta: Razão e emoção são operações mentais acompanhadas de um experiência subjetiva interior característica, capazes de orientar o comportamento e realizar os ajustes fisiológicos necessários. (Lent, 2010, p. 715) Funções mais complexas do cérebro humano. Problema? v Experiência interior – não tem definição. v Razão não tem repercussão orgânica observável. Razão e emoção: " Aspectos genéricos de um mesmo contínuo; " Expressam as mais sofisticadas propriedades do cérebro humano. Pensamento lógico Cálculo mental Resolução de problemas Medo Agressividade Prazer Planejamento de ações futuras Ajuste social Criação artística Tomada de decisão MENTE Mente Antiguidade: coração (órgão “quente”) Posteriormente: cérebro (órgão “frio”, gelatinoso e imóvel) Debate! Quem “produz” quem ou são independentes? MENTES EMOCIONAIS § Manifestações orgânicas e comportamentais; § Registro da atividade cerebral por meio de imagens ou de traçados eletro ou magnetofisiológicos; § Paralelo entre manifestações fisiológicas e comportamentais e vivências interiores relatadas em circunstâncias semelhantes. Como analisá-la? MENTES EMOCIONAIS As expressões das emoções no homem e nos animais. Darwin (1809-1882) Semelhanças entre indivíduos de diferentes espécies na expressão comportamental de emoções. RAIVA MENTES EMOCIONAIS v Inata v Utilidade adaptativa Raiva e medo § Sobrevivência do indivíduo. § Sobrevivência da espécie. § Comunicação social. Vínculo biológico forte entre emoção e sobrevivência. EMOÇÕES HUMANAS Podem ser classificadas? Alegria – Tristeza Amor – Ódio Encantado, agonia, desespero, pânico, inveja, desprezo, vergonha, orgulho, honra, indignação, etc. Emoções peculiares EMOÇÕES HUMANAS Positivas Negativas Repetir Eliminar Reforço ü Positivo – recompensa ü Negativa - punição EMOÇÕES HUMANAS Emoções negativas são mais conhecidas do que as positivas do ponto de vista neurobiológico. Explicação: ü Ricas em manifestações fisiológicas. ü Mais decisivas para a sobrevivência dos animais. EMOÇÕES HUMANAS Outra classificação: v Primárias ou básicas (inatas; adaptativa; todas as pessoas apresentam independentemente do contexto social e cultural. São elas: alegria, tristeza, medo, nojo, raiva, surpresa). v Secundárias (influenciadas pelo contexto social e cultural. São elas: culpa, vergonha, orgulho, indignação – emoções morais) v Emoções de fundo (estados gerais de bem-estar ou mal-estar; de ansiedade ou apreensão; de calma ou tensão). Influenciam as emoções primárias e secundárias A EXPRESSÃO DAS EMOÇÕES Olhar alguém que lhe atrai Olhar alguém que lhe ameaça Coração e respiração aceleram Cora Não cora Empalidece e sua frio Manifestação fisiológica POSITIVA Manifestação fisiológica NEGATIVA No entanto... A EXPRESSÃO DAS EMOÇÕES Cada emoção tem um padrão característico, mas não exclusivo, e em cada pessoa adquire nuance própria e individualizada. Manifestações fisiológicas: positiva ou negativas Respostas autonômicas - SNA Sistemas respiratórios, digestório, cardiovascular, urinário, endócrino e imunitário – todo o organismo. A EXPRESSÃO DAS EMOÇÕES Manifestações comportamentais: § Gritar, sorrir, gesticular, chorar, correr, postura (bem-estar; deprimido). Expressão facial: mais nítida e importante sinalizadora das emoções. A expressão comportamental das emoções pode ser semelhante em diversas espécies, inclusive na humana. A série de fotos de cima representa reações hedônicas de um rato, um chimpanzé e um bebê humano ao provarem uma substância doce. Já as fotos de baixo exemplificam reações aversivas provocadas por uma substância amarga. A EXPRESSÃO DAS EMOÇÕES Guillaume Duchenne de Boulogne (1806-1875) foi o primeiro a utilizar a estimulação elétrica transcutânea de músculos da face, e documentou fotograficamente a expressão facial resultante para cada combinação muscular. Em suas fotografias históricas, ele sempre aparecia ao lado de seu sujeito experimental principal, um sapateiro de Paris. A EXPRESSÃO DAS EMOÇÕES Respostas autonômicas e comportamentais no início de uma emoção Respostas emocionais imediatas. Quando duradouras Respostas emocionais prolongadas. Estresse Ansiedade TEORIAS DAS EMOÇÕES James-Lange: ficamos tristes porque choramos, e não o contrário? Emoções: não existem sem manifestações fisiológicas e comportamentais – experiência emocional subjetiva causada por elas. Influir – potencializando-a. Primeira teoria: TEORIAS DAS EMOÇÕES Cannon-Bard: crítica à James-Lange Mesmas manifestações fisiológicas poderiam estar presentes em muitas emoções muito diferentes. Proposta: SNC é causador, em paralelo, de experiências subjetivas emocional como suas manifestações fisiológicas e comportamentais. Segunda teoria: Bases neuronais das emoções. O fluxograma enfatiza o possível efeito das informações retroativas. Para a teoria James-Lange são elas que provocam o sentimento que acompanha as emoções. Mas para a teoria Cannon-Bard, sentimentos e manifestações corporais são ambos produzidos, em paralelo, pelo SNC. Neste caso, as informações retroativas serviriam para modular (acentuando ou inibindo) a vivência emocional. O SISTEMA LÍMBICO “Centros” Conjunto de regiões associadas: § Sentimentos § Reações fisiológicas e comportamentais. James Papez (1883-1958) “Sistema” ou circuito Regiões eram conectadas reciprocamente de modo circular Circuito de Papez SISTEMA LÍMBICO A mostra o “lobo límbico” originalmente proposto por Broca. B apresenta as regiões participantes do sistema límbico, tal como proposto por Papez e seus sucessores. C mostra os componentes originais do circuito de Papez (interligados por setas grossas), e aqueles acrescentados p o r o u t r o s p e s q u i s a d o r e s (interligados por setas finas). As cores das caixas em C identificam as regiões em B. O SISTEMA LÍMBICO Atualmente: v Córtex Cingulado: recebe projeções de diversas regiões corticais associativas – base para a experiência subjetiva das emoções. v Amígdala: estrutura relevante – “botão de disparo” e moduladora de toda experiência emocional. v Hipotálamo: região controle das manifestações fisiológicas que acompanham as emoções – SNA, endócrino e imunitário. u Fome, temperatura corporal, atividade sexual, excitação, dilatação pupila, ritmo circadiano, sono. Continuando... O SISTEMA LÍMBICO Atualmente: Papel fundamental do hipotálamo: resposta do corpo ao estresse, depressão e TAB e esquizofrenia. agressão, estresse crônico, hipotermia, hipersonia, letargia, automutilação, ganho ou perda de peso, alta ou baixa atividade sexual. v Hipocampo: não participa de modo determinante nos mecanismos neurais da emoção – consolidação da memória implícita. v Núcleos anteriores do tálamo: ? Dano! MEDO Tipos: Ø Incondicionado: predadores, estímulos grandes e fortes. Ø Condicionado: aprendido. Duração: Ø Rápido e passageiro:susto e sobressalto. Ø Lento e duradouro: pode ser estímulo ameaçador real ou virtual – ansiedade (Síndrome do Pânico) NEUROBIOLOGIA DO MEDO v Amígdala: “botão de disparo” § Grupo basolateral: projeções dos sistemas sensoriais (estímulos causadores do medo). § Grupo central: elo de saída – conexões com hipotálamo e núcleos bulbares. § Grupo corticomedial: recebe projeções do bulbo e do córtex olfatório – comportamentos sexuais. ² Córtex pré-frontal: modula o comportamento em função das necessidade – notícia boa ou má). Geralmente é inibidor. § Estímulos mais complexos – condicionados § São analisado pelo córtex e depois vai para a amígdala. § Estímulos mais complexos ainda: situações sociais que provocam medo e ansiedade são levados à amígdala pelos córtices pré-frontal e cingulado. NEUROBIOLOGIA DO MEDO v Regiões do córtex Personalidade afetiva: § Mais calmamente. § Mais impulsiva. v Hemisférios: § Esquerdo: emoções positivas. § Direito: emoções negativas. Interessante! ANSIEDADE E ESTRESSE Medo crônico... Ø Estresse: causa é identificável. Ø Ansiedade: estado de tensão ou apreensão – causa ??? (expectativa de alguma coisa boa ou ruim). Problema: quando causa sofrimento. ü Ativação contínua da amígdala. ü Hipotálamo secreta hormônios. Ultrapassa os ajustes fisiológicos do SNA. RAIVA E AGRESSÃO Raiva Ø Emoção: determina o comportamento agressivo. Agressão: amígdala e hipotálamo, sendo esta última estrutura, fundamental. ü Forte controle hormonal. ü Determinação genética. ü Ambiente – papel modulador. Discussão: Condenação X tratamento. Prisão X hospitalização. EMOÇÕES POSITIVAS - PRAZER “Dão colorido” aos sentidos. Ø Núcleos da base (núcleo acumbente e globo pálido). Ø Regiões corticais (córtex da ínsula, cingulado e orbitofrontal) Aspectos racionais ligados às emoções MENTES RACIONAIS O problema da torre de Hanói consiste em transferir as argolas da haste da esquerda para a da direita passando pela haste do meio (A), e terminando na mesma arrumação das argolas, com a maior em baixo e a menor em cima (B). Não é uma tarefa difícil, mas depois de terminar não sabemos explicar como conseguimos... MENTES RACIONAIS Jogo Torre de Hanói: envolve razão. § Estabelecer objetivo final. § Planejamento. § Execução de uma sequência lógica. § Memória operacional. § Lógica permanece oculta. MENTES RACIONAIS Nem sempre razão é consciente. Consciência: v Percepção da lógica de nossas operações mentais. v “Nível de alerta”. Atos e pensamentos: são sempre guiados ou influenciados por emoções. MENTES RACIONAIS Razão = cognição (ato de conhecer). Comportamentos automáticos: v Dependem apenas de informações ascendentes. Comportamento inteligente: v Dependem informações descendentes (top-down) Vontade, pensamentos, nossas emoções. MENTES RACIONAIS Comportamento inteligente: v Controle cognitivo. Razão Emoção Percepção Memória MENTE MENTES RACIONAIS Filosofia: v Dualismo: duas entidades diferentes v Monismo: só existe uma delas, sendo a outra uma simples propriedade da primeira. § Materialistas § Espiritualistas. Córtex pré-frontal: v Ventromedial e orbitofrontal (julgamento de ações e raciocínio, ajuste social do comportamento e aspectos do processamento emocional). v Ventrolateral (memória operacional). v Dorsolateral (manipulação cognitiva dos dados da memória operacional). v Cingulada anterior (emoções e atenção). CÓRTEX DA RAZÃO Esquema explicativo simplificado das funções do córtex pré-frontal. O uso da razão começaria medialmente pela atividade do córtex cingulado anterior (em azul), encarregado de focalizar a atenção perceptual e cognitiva, modulando a atividade das áreas funcionais correspondentes. As áreas dorsolaterais (em amarelo) e ventrolaterais (em violeta) do córtex pré-frontal seriam encarregadas de comparar as informações novas com as antigas. E o córtex pré-frontal ventromedial (não representado) faria o ajuste de tudo com os objetivos do indivíduo e as circunstâncias sociais. O que é afetividade? § Carinho. § Toque. § Afago. Embora desejável em qualquer re lação interpessoal é necessário compreendermos a dimensão afetiva que será adotada. JEAN PIAGET ü Estudos de Piaget sobre afetividade são restritos. ü Encontramos ideias e opiniões sobre o assunto. Interessantes DEFINIÇÃO: Afetividade: Energética da ação e o funcionamento da inteligência depende dela. Afetividade: - Sentimentos - Emoções - Vontade Inteligência: - Percepções - Sens-motora - Abstrata Considerações preliminares: Ø Análise da vida mental – conduta. Ø Conduta: restabelecimento ou fortalecimento do equilíbrio. Conduta Ø Instrumentos ou uma técnica = os movimentos e a inteligência. Ø Modificações e valores finais (fins) = sentimentos. Inteligência e afetividade são indissociáveis e complementares Piaget sobre a relação: § Inseparáveis. § Irredutíveis. § Complementares. § Construções solidárias e paralelas. Interpretações analisadas por Piaget: 1º) Afetos seriam os responsáveis pelo conhecimento e pelas construções cognitivas. 2º) Afetos poderiam intervir na inteligência, acelerando-a ou retardando-a. Refuta a 1ª interpretação porque para ele não há precedência de um sobre o outro, mas sim uma constante interação. PIAGET As relações são analisadas: GENÉTICA A F E T IV ID A D E IN T E L IG Ê N C IA Desenvolvimento PERÍODO SENSÓRIO-MOTOR Etapas: Ø Reflexos afetivos = emoções primárias § Proximidade das emoções com o sistema fisiológico das atitudes ou posturas. § Medo: perda de equilíbrio. Aspecto geral: § Estado de não diferenciação entre o eu e o mundo. PERÍODO SENSÓRIO-MOTOR Ø Afetos perceptivos da atividade própria § Agradável e desagradável. § Prazer e desprazer (dor). § Sentimentos de sucesso e de fracasso. Ação Egocentrismo geral: o bebê começa a se interessar pelo seu próprio corpo, pelos seus movimentos e pelos resultados de suas ações. PERÍODO SENSÓRIO-MOTOR Ø Objetivação dos sentimentos e projeção sobre outras atividades que não apenas a do eu (“escolha do objeto”). § Os sentimentos ligados à própria atividade se diferenciam e se multiplicam. § Originam-se os sentimentos interindividuais (começo das simpatias e antipatias). PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO Ø Desenvolvimento dos sentimentos interindividuais ligados à socialização das ações. § Afeições, simpatias e antipatias. § Haverá simpatia em relação às pessoas que correspondem aos interesses do sujeito e que o valorizam. Ø Aparição dos sentimentos morais intuitivos. § Relações entre adultos e crianças. § Respeito unilateral: misto de afeição e temor. § Sentimento do dever – primeira moral é da obediência. § Bem é a vontade dos pais. PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO Ø Regularização de interesses e valores. § Interesse: ü Prolongamento de uma necessidade. ü Regulador de energia. ü Sistema de valores – sentimentos de autovalorização (sentimentos de inferioridade e superioridade). “Todos os sucessos e fracassos da atividade se registram em uma espécie de escala permanente de valores, os primeiros elevando as pretensões dosujeito e os segundos abaixando-as com respeito às ações futuras. Daí resulta um julgamento de si mesmo para o qual o indivíduo é conduzido pouco a pouco e que pode ter grandes repercussões sobre todo o desenvolvimento. Certas ansiedades, em particular, resultam de fracassos reais e sobretudo, imaginários”. (Piaget, 1964/2001) PERÍODO OPERATÓRIO CONCRETO Ø Novos sentimentos morais: § Respeito mútuo. § Sentimentos de honestidade, companheirismo, etc. § Sentimento de justiça. Ø Organização da vontade: § Leva a uma maior integração do eu e a uma regulação da vida afetiva. § A vontade aparece tardiamente, e seu exercício real está ligado ao funcionamento dos sentimentos morais autônomos. § Aparece quando há conflitos de tendências ou intenções – oscila entre um prazer tentador e um dever. § Estabelece os valores segundo sua hierarquia anterior e postula sua conservação ulterior. PERÍODO OPERATÓRIO FORMAL Ø Existe personalidade quando existe um “programa de vida”. § Fonte de disciplina para a vontade. § Instrumento de cooperação. Ø Sentimentos ideológicos. ü No âmbito escolar: a vontade como regulador afetivo é pertinente – alunos desinteressados, desmotivados e consequentemente pouco se envolvem com as tarefas escolares. ü Problema: as crianças com queixa de dificuldade de aprendizagem (DA) conseguem realizar a operação da vontade em que os aspectos cognitivos e afetivos (escala de valores) estão inter-relacionados? A pesquisa. IMPLICAÇÕES... § O modo com que as crianças com DA se relacionam com as atividades escolares seria uma forma de proteção do eu, portanto, positiva, senão poderia desintegrar-se tamanho o sentimento de frustração. § Pensar em termos genéticos amplia a nossa responsabilidade, porque as DAs por si só, geram vários problemas afetivos. § Abandonar a visão reducionista de causa e efeito. § Devemos nos preocupar antes de tudo com a construção cognitiva e afetiva. “Mudar todo o contingente de vida desfavorável das crianças que não aprendem, seria uma missão meramente impossível, mas modificar a prática pedagógica ainda seria a solução mais viável no sentido de dar-lhes a possibilidade de interações que levem ao objetivo maior da educação: a autonomia”. Dell’ Agli (2008) Mais uma questão: A escola leva em conta ambos os aspectos? Recorremos mais uma vez a Piaget (2000): “Para onde vai a educação?” A Educação visa o pleno desenvolvimento da personalidade humana bem como o respeito pelos direitos do homem e por sua liberdade. Sobre esse objetivo: A educação consiste em formar indivíduos capazes de autonomia intelectual e moral, respeitando a autonomia no outro pela regra da reciprocidade. Escola tradicional: leva ao constrangimento intelectual e moral e se opõe à formação plena da personalidade. O desenvolvimento psicológico consiste não apenas no desenvolvimento dos aspectos intelectuais, mas ele é inseparável do conjunto dos relacionamentos afetivos, sociais e morais presentes na escola e chama- nos a atenção para a inibição afetiva que bloqueia frequentemente o raciocínio dos alunos em decorrência de fracassos impostos por esse tipo de ensino. Métodos “ativos” REPRESENTAÇÕES DE SI Conjunto de representações de si. Eu Consciente Conhecimento sobre si = IDENTIDADE § Não é dada pelo simples fato de estar no mundo. § Não é INATA. Bebê ao nascer: Total indiferenciação entre o “eu” e o mundo/outrem. NARCISMO SEM NARCISO (Piaget) Baldwin: “adualismo”. Consciência de si: Piaget: § Há construção das noções de objeto, tempo e causalidade na interação do bebê com o meio físico. § No início é um “caos” e a medida que vai ocorrendo a descentração vai ocorrendo a organização: o egocentrismo dessa fase cede lugar à objetividade. § Por volta do 18 meses: a criança situa-se como objeto entre outros objetos. Piaget: § A consciência de si inicia-se no período sensório-motor. § Mas, no nível pré-operatório que é possível construir as representações de si. § Apenas com a função semiótica é possível o desdobramento “eu” e “me”. Piaget: § Por volta dos 18 meses a criança torna-se capaz de conhecer o real e representá-lo: ü Imitações. ü Imagens mentais. ü Jogos simbólicos. ü Linguagem. ü Desenho. Pesquisa sobre a consciência de si: Reconhecimento no espelho: imagem alterada. Marca no rosto da criança. Imagem que vê o representa (18 a 24 meses). Ocorre o desdobramento: “Aquilo que vejo não sou eu pois é um reflexo, uma imagem (eu estou aqui, do lado de cá do espelho), e no entanto “sou eu” pois meu corpo é fonte desta imagem.” La Taille (2002, p. 55) Agora a criança vai dividir-se num “eu” e num “me”. Zazzo: O conhecimento no espelho coincide com o emprego de seu nome pela criança. O reconhecimento no espelho: eu me vejo, portanto, os outros me vêem também. Consciência da própria perceptividade (função semiótica) Pesquisa: “Esconder-se de corpo inteiro”. Em síntese: Consciência de si é contemporânea da tomada de consciência da própria perceptividade. Entre 18 a 24 meses Começa a construção da IDENTIDADE. Saber percebido pelo outro: cuidar da própria imagem perante os olhos alheios. Consciência de si como valor Desdobramento “eu” e “me”: a criança está cognitivamente instrumentalizada a representar-se, ou seja, construir imagens de si mesma. Identidade: Conjunto de representações de si que inicia-se no período pré-operatório, por volta dos 2 anos. Essencial O Eu é sempre assimilado como valor. As imagens de si são constituídas como conjunto de valores. Todas as características pelas quais o sujeito pode se definir são sentidas como desejáveis ou não. O sentimento de ser um Eu, distinto de todos os outros – sensação de ser valor como pessoa. Pensar em si: ü Bem ou mal. ü Desejável ou indesejável. ü Certo ou errado. ü Bonito ou feio. ü Homem ou mulher. ü Criança ou adulto. ü Casado ou solteiro. Conhecer-se implica n e c e s s a r i a m e n t e julgar-se. A criança iniciando a construção de suas representações de si, nenhum valor tem a priori. Procura valores Motivação básica do desenvolvimento das representações de si. Adler: Complexo de inferioridade e de superioridade. “Há muito tempo que insisto no fato de quer ser homem é sentir-se inferior”. “A lei fundamental da vida é vencer as dificuldades”. “A alma humana não se define pelo verbo ‘ser’, mas pelo verbo ‘devir’ (devenir)”. Adler (1930; 1933 apud La Taille, 2002, p. 62) Em síntese: o instinto básico do homem é passar de uma situação inferior para uma superior – compensação. Adler: Dificuldade é o desafio para a superação. Sentimento social – problema das pessoas com complexo de inferioridade. Sentimento social: vontade de cooperar, de dialogar, de construir uma sociedade melhor, de comportar-se moralmente. “A guerra, a pena capital, o ódio racial, e também a neurose, o suicídio, o crime, o alcoolismo, etc., nascem de uma falta de sentimento social e devem ser compreendidos como complexos de inferioridade, como tentativas negativas de resolver uma situação de uma forma inadmissível e inoportuna”. Adler (1991 apud La Taille, 2002, p. 64) Adler: Sentimentos de inferioridade ou superioridade: § Pressupõe um juízo de valor: § Comparação entre o que se é e o que se deseja ser. § Comparação entre o que se é e o queos outros são. § Natural tendência à auto-superação – motivação básica da busca de representações de si satisfatórias (valores positivos). Crítica de La Taille à Adler: § Auto-superação é importante para a gênese do Eu, mas não a única. § Comportamentos associais são fruto de uma falta de sentimento social (sentimento de inferioridade): Ø “De bem consigo mesmo” – pessoa seria sempre cooperativa, amiga e ética. “O homem busca ver-se como valor positivo, mas tal valor não necessariamente esposa a ética”. La Taille (2002, p. 65) O olhar de outrem: Lembrando... Consciência de si representativa é contemporânea à consciência de que se é perceptível no mundo – objeto para outrem. Se essas representações são sempre valorativas o ser objeto para outrem também deve ser compreendido no domínio dos valores. Assim, o Eu é relacionado ao ser julgado pelos outros. Como articular o julgar a si próprio e o ser julgado por outrem? Os homens dão muita importância aos juízos alheios porque julgam-se a partir dele. Questão “É preciso ser herói para continuar acreditando no próprio valor quando as marcas exteriores do reconhecimento social desaparecem [...]; a autonomia não passa de uma abstração se não é prolongada pelo reconhecimento social.” Audard (1993 apud La Taille, 2002, p. 67) “Para o adulto, desprezar os juízos de outrem é quase impossível. (...); a aprovação é algo essencial de que o homem tem enormes dificuldades de abrir mão.” Piaget (19954 apud La Taille, 2002, p. 68) Piaget: defensor da autonomia Hipótese: se é assim com o adulto deve ser assim também com a criança. Criança pequena Procura inspira-se em pessoas por ela consideradas exemplares – procura de imitação de suas condutas e pensamentos. Busca de auto-valorização: sentimentos de sucessos e fracassos objetivos. Avaliações que faz de si própria em função de expectativas por criadas por ela mesma. Em síntese: As representações de si como valor podem ter origens que não se confundem com os juízos positivos e negativos das outras pessoas. Entretanto, eles são importantes ao lado da inspiração de modelos valorizados, da leitura de sucessos e fracassos objetivos e das auto- avaliações em função das expectativas. Os olhares alheios e juízos alheios desempenham um papel fundamental na construção das representações de si, embora não sejam a causa exclusiva. E nas patologias da infância? Ø Distúrbios de aprendizagem. Ø Dislexia. Ø Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Ø Etc. Dislexia? Felipe, um garoto de 10 anos, desde que entrou na escola teve dificuldade para aprender a ler e escrever. As letras e as palavras são para ele muito esquisitas: parece que quando ele as vê fica confuso e pouco ou nada consegue entender. 1. Como Felipe se sente por ter dificuldade em ler e escrever? Por quê? 2. Na sua opinião ele é um aluno bom, um aluno ruim ou aluno mais ou menos bom? Por quê? Felipe é um garoto que muitas vezes não consegue terminar a tarefa que a professora passa em sala. 3. Você acha que Felipe não termina porque é um aluno preguiçoso? Por quê? 4. Você acha que Felipe não consegue aprender porque ele tem algum probleminha? Qual? 5. Ele não é um aluno inteligente? Por quê? Vou continuar a história. Um dia, a professora disse para a sala: “Hoje quero ver se vocês estão craques na leitura. Abram o livro texto. Cada um na sua vez, seguindo a fileira vai ler em voz alta um parágrafo, um pedacinho. Vamos começar por esta fileira.” Felipe senta na 3ª carteira da fileira que a professora indicou para começar. 6. Como ele se sentiu nesse momento? Diga-me qual/quais foi/foram o(s) sentimento(s)? Foram sentimentos bons ou ruins? Quais? Por quê? 7. O que ele pensa que seus colegas vão pensar dele caso não consiga ler? Por quê? 8. Ele tem algum medo da reação dos colegas? Qual seria? 9. O que ele pensa que sua professora vai pensar dele caso não consiga ler? 10. Felipe gosta de estudar? Por quê? 11. A escola é importante para ele? 12. Felipe é um garoto que se esforça? Por quê? 13. Ele é um garoto feliz com ele mesmo? Por que? A professora e a família de Felipe sempre lhes falam alguma coisa sobre as suas dificuldades. 14. O que eles falam? Você concorda com eles? 15. Você se sente como Felipe? Como é isso? Carolina uma garota de 10 anos, desde que entrou na escola teve dificuldade para aprender a ler e escrever. As letras e as palavras são para ela muito esquisitas: parece que quando ela as vê fica confusa e pouco ou nada consegue entender. 1. Como Carolina se sente por ter dificuldade em ler e escrever? Por que? Beatriz: Se sente.. as letras para ela são muito esquisitas. Ela se sente mal por que ela quando vai ler alguma coisa, as coisas embaralham daí ela não consegue entender. 2. Você acha que ela se vê como uma aluna boa ou ruim? Por que? Beatriz: Uma aluna ruim, por que todos os alunos sabem escrever menos ela. Um dia, a professora disse para a sala: “Hoje quero ver se vocês estão craques na leitura. Abram o livro texto. Cada um na sua vez, seguindo a fileira vai ler em voz alta um parágrafo, um pedacinho. Vamos começar por esta fileira.” Carolina senta na 3ª carteira da fileira que a professora indicou para começar. 3. Como ela se sentiu nesse momento? Beatriz: Ela se sentiu muito humilhada, por que era para ela ler e ela não sabia ler. Betânia: Ela ficou nervosa? Ou não? Beatriz: Ficou. 4. O que ela pensa que seus colegas vão pensar dela caso não consiga ler? Beatriz: Que ela não sabe ler, eles ficam pensado que ela é uma aluna idiota, como ela não sabe ler ela é uma aluna esquisita. 5. O que ela pensa que sua professora vai pensar dela caso não consiga ler? Beatriz: Que ela precisa ler mais e que.. como ela lê é só ela se esforçar para ela conseguir, ela vai conseguir. A professora e a família de Beatriz sempre lhes falam alguma coisa sobre as suas dificuldades. 6. O que eles falam? Beatriz: Falam que ela tem dificuldades para ler e escrever que se ela esforçar ela vai conseguir ler e escrever e vai melhorar as notas. 7. Você se sente como a Carolina? Beatriz: Mais ou menos 8. Você se sente envergonhada Humilhada por não saber ler? Beatriz: Não. 9. Você se sente triste? Beatriz: Não. 10. Você é uma pessoa triste ou feliz? Beatriz: Feliz. 11. E na Escola Beatriz: Mais ou menos. 12. Porque mais ou menos? Beatriz: Por que todo mundo fica falando, vai Bia... vai Bia... Vergonha Pedro é um garoto de 10 anos que está no 5º ano. Ele tem dificuldade para aprender. Um dia, a professora estava dando continhas de matemática e pedia para os alunos irem à lousa resolver pelo menos uma e estava valendo 1 ponto positivo na nota. Pedro começou a ficar aflito porque as continhas envolviam tabuada e ele não conseguia decorar. Além disso, se enroscava nas de multiplicação e na divisão nem se fala. Questões: 1. Existe algum motivo para Pedro se sentir assim? Qual seria este motivo? 2. O que Pedro poderia sentir caso ele não conseguisse fazer a tarefa? (Caso a criança não fale sobre o sentimento de vergonha, este deve ser proposto: Você acha que ele pode sentir vergonha?). O sabe o que é sentir vergonha? O que é? 3. Ele sentiria vergonha do que ou de quem? 4. O que você acha que a professora vai pensar sobre ele? 5. E os colegas? O que você acha que os colegas vão pensar sobre ele? 6. Por que não saber fazer uma conta pode levar o aluno a sentir vergonha? 7. Todas as crianças sentiriam vergonha se tivessem no lugar de Pedro? Por quê? 8. Alguma vez você viveu uma situação parecida como a de Pedro? Conte-me. 9. Você tira boas notasna escola? Você sente vergonha por isso? 10. Você acha que não ir bem na escola atrapalha a sua vida. Por quê? Na questão “O que Pedro poderia sentir caso ele não conseguisse fazer a tarefa?” foi possível criar três categorias, sendo assim definidas: 1) Vergonha: referem-se as respostas que mencionavam o sentimento de vergonha como por exemplo: “envergonhado”, “vergonha”. 2) Sentimento negativo: referem-se as respostas que mencionavam sentimentos desagradáveis. Ex. “Ficar aflito, sentir tristeza”, “Sentir enjoo, medo”, “sentir excluída”, “Medo que a professora desse bronca nele”. 3) Ausência de sentimentos: referem-se as respostas que não manifestaram nenhum sentimento definido como por exemplo: “nada”, “não sei”. Categorias Respostas “O que Pedro poderia sentir caso ele não conseguisse fazer a tarefa?” CATEGORIA N° DE RESPOSTAS PORCENTAGEM (%) Vergonha 4 26,6 Sentimento negativo 10 66,6 Ausência de sentimento 1 6,6 Categorias Para a questão “Você acha que ele pode sentir vergonha”? as respostas foram afirmativas ou negativas e para a questão “Você sabe o que é sentir vergonha?” três categorias puderam ser definidas. 1) Humilhação: são respostas que mencionavam alguma ação que leva ao rebaixamento, portanto, a humilhação. Ex. “É quando as pessoas começam a rir de você”, “É quando alguém zoa você na frente de todo o mundo”. 2) Incapacidade: são respostas que mencionavam a incapacidade de realizar algo ou quando comparado com o outro. Ex. “É quando você faz alguma coisa e não sabe e passa vergonha”, “É quando um monte de gente sabe as coisas e só você não sabe”. 3) Sem definição: são respostas que não expressavam uma definição clara do que é vergonha. Ex. “Vergonha é vergonha. Ah! Sei lá.”, “É ficar escondendo o rosto”. “Você acha que ele pode sentir vergonha?” CATEGORIA N° DE RESPOSTAS PORCENTAGEM (%) Sim 13 86,6 Não 2 13,3 “Você sabe o que é vergonha?” CATEGORIA N° DE RESPOSTAS PORCENTAGEM (%) Humilhação 9 60 Incapacidade 5 33,3 Sem definição 2 13,3 Respostas Categorias e respostas A questão “Ele sentiria vergonha do que e de quem?” foi desmembrada. Para o enfoque do que sentiria vergonha duas categorias puderam ser elaboradas: 1) Incapacidade: são respostas que denotavam vergonha por não conseguir realizar a tarefa proposta. Ex. “De não ter conseguido fazer a continha”. 2) Humilhação: são repostas que denotavam vergonha de ter sido objeto de rebaixamento e humilhação alheia. Ex. “Porque todo mundo ia rir dele”, “Dos amigos ficarem fazendo piadinha”. “Ele sentiria vergonha do que?” CATEGORIA N° DE RESPOSTAS PORCENTAGEM (%) Incapacidade 11 73,3 Humilhação 4 26,6 Categorias Para o enfoque de quem sentiria vergonha um número maior de categorias foi elaborado. 1) Pares: são respostas que mencionaram os colegas. Ex. “Dos amigos dele, e das meninas”. 2) Autoridade: são respostas que mencionaram a professora. Ex. “Da professora”. 3) Autoridade e pares: são repostas que mencionaram ambos, colegas e professora. Ex. “Dos amigos e da professora”. 4) Auto-referência com justificativa de comparação com o outro: são respostas que mencionaram a si próprio cuja justificativa é a comparação com o outro. Ex. “Dele mesmo? (...) Porque ele não teria estudado, e todos teriam estudado, e aí ele sentiria vergonha dele mesmo”. Categorias 5) Auto-referência com justificativa de humilhação: são repostas que mencionaram a si próprio cuja justificativa é a humilhação, o rebaixamento. Ex. “Dele mesmo. (...) Quando você erra alguma coisa e os amigos vêm zoar”. 6) Auto-referência sem justificativa: são respostas que mencionaram a si próprio sem justificativa clara. Ex. “Dele mesmo”. Resultados “Ele sentiria vergonha de quem?” CATEGORIA N° DE RESPOSTAS PORCENTAGEM (%) Pares 6 40 Autoridade 1 6,6 Autoridade e pares 2 13,3 Auto-referencia com justificativa de comparação 1 6,6 Auto-referencia com justificativa de humilhação 4 26,6 Auto-referencia sem justificativa 1 6,6 Para a questão “Por que não saber fazer uma conta pode levar o aluno a sentir vergonha?” três categorias puderam ser elaboradas. 1) Incapacidade: são respostas que denotavam vergonha por não conseguir realizar a tarefa proposta. Ex. “Porque ele vê que todo mundo consegue, e ele não consegue”. 2) Humilhação: são repostas que denotavam vergonha de ter sido objeto de rebaixamento e humilhação alheia. Ex. “Porque se ela for na lousa e fazer alguma coisa errada, todos iriam rir dela”. 3) Não sabe: são repostas que mencionaram “não sei”. Categorias “Por que não saber fazer uma conta pode levar o aluno sentir vergonha?” CATEGORIA N° DE RESPOSTAS PORCENTAGEM (%) Incapacidade 5 33,3 Humilhação 8 53,3 Não sabe 2 13,3 Resultados Honra Pedro, um garoto de 10 anos de idade, está no 5º ano. Ele sempre teve dificuldade para aprender, apesar de se esforçar e estudar muito. No final do semestre a turma fez várias provas e quando a professora estava devolvendo a prova de Português seus colegas que sentavam perto de sua carteira começaram a contar as suas notas uns para os outros. Pedro aguardava a entrega de sua prova ansioso por ver sua nota e também com receio. Ele havia estudado muito. 1. O que você acha que Pedro estava pensando sobre ele mesmo? Por que? 2. O que ele acha dele mesmo como aluno? Por que? 3. A professora finalmente entregou a prova e sua nota havia sido muito baixa. Seus colegas que ainda estavam discutindo a nota olharam para ele... 4. Pedro vai contar sobre a sua nota? Por que? 5. O que ele acha que seus colegas pensam dele como aluno? Por que? 6. Estudar é importante para Pedro? Por que? 7. Ele poderia parar de estudar se quisesse? 8. Você sabe o que é ter honra? O que é? (Ter honra é sentir orgulho por algo que você fez que é bom). 9. Você acha que esta história de Pedro tem alguma coisa a ver com honra? O que seria? LA TAILEE, Y. Vergonha, a ferida moral. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. LENT, R. Cem bilhões de neurônios? Conceitos fundamentais de neurociências. São Paulo: Atheneu, 2010. PIAGET, J. Seis estudos de psicologia. 24ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001. Referência: “Não obstante, a pessoa autônoma foi heterônoma. Logo, o olhar e o juízo alheios participam da construção de suas representações de si. E, se ela conseguiu, como o queria Sartre, fazer alguma coisa com o que haviam feito dela, é em parte porque o que fizeram dela facilitou a conquista da autonomia. E o que o fizeram dela ocorreu sobretudo durante a sua infância e adolescência.” La Taille (2009, p. 306) betaniaveiga@uol.com.br
Compartilhar