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Módulo V - Elementos estruturais do poema e sua construção estética Elementos estruturais do poema e sua construção estética Para conhecer os elementos estruturais do poema - verso, estrofe, metro, rima, função e linguagem poética - estude os seguintes capítulos: 1- Capítulos " O ritmo do poema", "Sistemas de metrificação", " versos regulares", "estrofes" e "rimas" em GOLDSTEIN, Norma. Versos, sons, ritmos. Coleção princípios. São Paulo, Ática, 2007. 2- " Elementos estruturais do poema" em D'ONOFRIO, Salvatore. Teoria do texto 2. Teoria da lírica e do drama. São Paulo, Ática, 2006. Escansão À contagem do número de sílabas de um verso e à identificação de suas sílabas fortes dá-se o nome de escansão. Veja como se pode realizar esse processo em um poema de Cecília Meireles: Canção Cecília Meireles Respiro teu nome. Que brisa tão pura súbita circula no meu coração! Respiro teu nome. Repentinamente, De mim se desprende a voz da canção. Respiro teu nome. Que nome? Procuro... – Ah! Teu nome é tudo. E é tudo ilusão. Respiro teu nome. Sorte. Vida. Tempo. Meu contentamento é límpido e vão. Respiro teu nome. Mas teu nome passa. Alto é o sonho. Rasa, minha breve mão. MEIRELES, Cecília. Obra poética. 3. ed. Rio de Janeiro: N. Aguilar, 1985. p. 563-4. Observe o verso: Res l pi l ro l teu / no / me 1 2 3 4 5 Esse verso possui cinco sílabas poéticas, apesar de apresentar seis sílabas gramaticais. O sistema de contagem de sílabas poéticas adotado em nossa língua considera as sílabas até a última tônica; dessa forma, a sílaba átona final me não é incluída na contagem. Considere agora o verso: é / lím / pi / doe / vão 1 2 3 4 5 Nesse verso, ocorre um fenômeno muito comum na leitura: o agrupamento de vogais em contato numa única sílaba. A vogal final da palavra límpido e a conjunção e são lidas numa única emissão sonora; poeticamente, portanto, pertencem a uma única sílaba. Essa junção sempre ocorre quando as vogais em contato são átonas; quando uma delas é tônica, pode ou não haver junção. Às vezes, mais de duas vogais se agrupam. O poema acima obedece a um padrão métrico fixo: todos os versos têm cinco sílabas. Observe agoora as sílabas tônicas em cada verso: Res / pi / ro / teu / no / me Que / bri / sa / tão / pu / ra 2 5 Essa regularidade dá início a uma nova cadência dentro do poema, uma cadência acentual – outro elemento importante na construção do ritmo. A quebra da regularidade acentual coloca em evidência esse terceiro verso; significativamente, ele fala de um acontecimento “súbito”, tão súbito quanto a ruptura que ele representa. INFANTE, Ulisses. Textos: leituras e escritas: literatura, língua e redação – São Paulo: Scipione, 2000. p. 105-100, 113, 115. Número de sílabas poéticas Denominações mais usuais 1 Monossílabo 2 dissílabo 3 trissílabo 4 tetrassílobo 5 pentassílabo ou redondilha menor 6 hexassílabo ou heróico quebrado 7 heptassílado ou redondilha maior 8 octossílabo 9 eneassílabo 10 decassílabo 11 hendecassílabo ou de arte maior 12 dodecassílabo ou alexandrino Veja outros elementos estruturais do poema como: a estrofe, a rima e o ritmo Estrofe As estrofes são conjuntos de versos que, quando repetem com regularidade o mesmo número e tipo de versos, recebem o nome de estâncias. As estâncias do poema a seguir denominam-se quadras ou quartetos por serem formadas por quatro versos. As estrofes auxiliam na cadência de leitura; esse papel é bastante nítido no poema a “Canção”, uma vez que a repetição do primeiro verso em todas as estrofes imprimem um determinado ritmo. Canção Cecília Meireles Respiro teu nome. Que brisa tão pura súbita circula no meu coração! Respiro teu nome. Repentinamente, De mim se desprende a voz da canção. Respiro teu nome. Que nome? Procuro... – Ah! Teu nome é tudo. E é tudo ilusão. Respiro teu nome. Sorte. Vida. Tempo. Meu contentamento é límpido e vão. Respiro teu nome. Mas teu nome passa. Alto é o sonho. Rasa, minha breve mão. As estrofes com número fixo de versos também costumam receber nomes específicos dentro de nossa tradição poética. Veja o quadro abaixo: Números de versos Denominações mais usais 2 dístico ou parelha 3 terceto 4 quadra ou quarteto 5 quinteto ou quintilha 6 sexteto ou sextilha 7 sétima, setilha, setena, hepteto 8 oitava 9 nona ou novena 10 décima Rima e ritmo A repetição ou reiteração de determinados sons no final dos versos é chamada de rima. A rima surge a partir da vogal da última sílaba tônica do verso: se todos os sons coincidirem, teremos rima soante ou consoante , se as vogais coincidirem, mas as consoantes não, teremos rima toante .As rimas ainda podem ser classificadas quanto sua posição no verso, sua distribuição ao longo do poema, sua categoria gramatical e a extensão dos sons. Veja o quadro resumo proposto por Norma Goldstein: Classificação quanto a Tipos de rima Posição no verso Interna ou externa Semelhança de letras Consoante- rimam consoantes e vogais Toante –rima apenas a vogal tônica Distribuição ao longo do poema Cruzadas- ABABAB Emparelhadas- AA BB CC Interpoladas- A...A Misturadas-irregularmente distribuídas na estrofe ou no poema Categoria Gramatical Pobres(mesma categoria gramatical) Ricas(diferentes categorias gramaticais) Extensão dos sons que rimam Pobres(identidade da vogal tônica em diante) Ricas(identidade desde a consoante que vem antes da vogal tônica Fonte adaptada: INFANTE, Ulisses. Textos: leituras e escritas: literatura, língua e redação – São Paulo: Scipione, 2000. 1- Capítulos " O ritmo do poema", "Sistemas de metrificação", " versos regulares", "estrofes" e "rimas" em GOLDSTEIN, Norma. Versos, sons, ritmos. Coleção princípios. São Paulo, Ática, 2007. 2- 2- " Elementos estruturais do poema" em D'ONOFRIO, Salvatore. Teoria do texto 2. Teoria da lírica e do drama. São Paulo, Ática, 2006.
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