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Módulo VIII

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Módulo VII - A Natureza da Ficção - Verossimilhança, ficcionalidade, conotação, estruturação e novidade (estranhamento)
Natureza da ficção literária
 
 
 
Desde Platão, considera-se função da literatura ser agradável e útil, ou seja, proporcionar lazer e gozo intelectual (catarse, purificação das emoções, alívio).
Somente no século XVIII, o texto literário será visto através da perspectiva da linguagem, atentando à seleção vocabular e à combinatória sintático-semântica. Daí decorre que o conceito de literatura corresponda à criação estética, a textos que fujam da linguagem usual, proporcionando prazer estético por sua forma, conteúdo e organização do conjunto.
 
Assim, são características da literatura( válidas tanto para prosa como para poesia):
 
• A conotação: a linguagem literária explora todas as potencialidades da palavra, é polivalente e aberta a várias interpretações.
 
• A novidade: a linguagem literária desvia-se do uso normal do signo lingüístico, e esse desvio causa uma novidade que provoca no leitor um efeito de estranhamento, levando-o a prestar mais atenção à organização da mensagem. Isso ocorre, também, em relação aos demais processos empregados pelo autor na construção de seu texto.
 
• A estruturação: o modo como a mensagem é organizada, a maneira como são combinados os aspectos lingüísticos, as imagens, a sonoridade, a sintaxe e outros elementos utilizados na construção da mensagem, decorrentes das escolhas que o autor faz para se expressar.
 
• A ficcionalidade: a literatura é ficção, uma criação baseada na imaginação do autor. De acordo com sua visão de mundo, apoiado em dados da realidade e nas estruturas lingüísticas, sociais e ideológicas, o autor cria uma supra-realidade, um universo particular, imaginário, regido por suas próprias leis, onde animais falam, tapetes voam, etc.
 
• A verossimilhança: a supra-realidade criada pelo autor precisa parecer verdadeira, isto é, ser verossímil, o que significa sugerir ao leitor a possibilidade de poder ser ou poder acontecer. Há dois tipos de verossimilhança:
 
• verossimilhança interna é a coerência entre aquilo que o texto diz e seus elementos estruturais (motivação, causalidade, equivalência dos atributos e ações das personagens...). Se faltar verossimilhança interna, a obra será incoerente, aproximando-se do não-sentido. Ex. Uma personagem apresentada como honesta e gentil não cometeria atos de crueldade, pois tais atitudes estariam em desacordo com as qualidades que lhe foram atribuídas.
• verossimilhança externa: é preciso que as regras do bom senso sejam respeitadas; se faltar verossimilhança externa, caímos no domínio do fantástico, do estranho, do maravilhoso (TODOROV,1975, p. 30, 31), ou seja, acontecimentos que não são explicados pelas leis de nosso mundo familiar, como por exemplo, a volta de alguém que já morreu para falar com a família, como ocorre no romance Incidente em Antares, de Érico Veríssimo. O mais importante é a verossimilhança interna, a coerência estrutural da obra, pois a fuga para o mundo da imaginação é comum à literatura. (D’ONÓFRIO, 1995, p. 20)
 
 
 
Colaboração:Edna Tabori
Base teórica:
"Conceito de literatura" in A criação literária- Massaud Moisés
"Caracteres da ficção literária" in Teoria do texto 1-Salvatore d`Onófrio – prolegômenos- a partir da p.13
Veja também:
" A Valorização Estética" , "A Obra literária ficcional" — in A Candido et alii , A personagem de ficção.São Paulo, Perspectiva)

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