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Universidade de Brasília – UnB Experimento 1 – Propriedades Físico-Químicas: Densidade e Viscosidade Realizado na data de 12/03/2018 e entregue na data de 19/03/2018. Disciplina: Química Geral Experimental – Turma V Alunas: Carolina Neiva Pereira – 16/0116007 Brenda de Oliveira Braz - 15/0162570 Introdução A resistência ao deslocamento relativo de partículas está associada a uma propriedade intensiva da matéria denominada viscosidade, enquanto que a razão entre as massas dessas partículas e os volumes que ocupam define outra propriedade intensiva denominada densidade. Em tese, os fluidos mais viscosos também seriam os mais densos, como se houvesse uma proporcionalidade entre essas duas propriedades. Na prática, fluídos com viscosidades diferentes podem apresentar densidades tanto similares quanto diferentes. Esse fato acontece porque essas propriedades não dependem unicamente das forças entre as partículas e sim de uma combinação de fatores entre os quais, o tamanho, a forma e a massa das mesmas. Em geral, quanto menor o tamanho e maior a simetria da partícula, mais fácil será encaixá-la em uma estrutura ordenada ou acomodá-la em um arranjo regular, mas a distância média e a dificuldade de movimento entre elas dependerão da natureza e intensidade das forças atuantes. A densidade (ρ) de uma substância é resultado da divisão da sua massa pelo seu volume ρ = M/V (equação 1) A Lei de Newton da viscosidade impõe uma proporcionalidade entre a tensão de cisalhamento e o gradiente da velocidade , tal fato leva à introdução de um coeficiente de proporcionalidade. Tal coeficiente sera indicado por e denomina-se viscosidade absoluta. τ = µ. dV ÷ dY (equação 2) Essa grandeza é uma propriedade de cada fluido e de suas condições como a pressão e principalmente a temperatura. Procedimentos e materiais ● Parte 1: Densidade de Líquidos Materiais: − Balão volumétrico de 100 mL sem tampa; − Termômetro; − Balança; − Béquer de 250 mL; Reagentes: − Solução saturada de NaCl; − Solução glicerina: água (1:1, v/v); − Água destilada; Procedimento: Nesta parte, calculou-se as densidades, à temperatura ambiente, de três líquidos na seguinte ordem: Água destilada, solução saturada de NaCl e solução [glicerina/água]. Seguiu-se as instruções abaixo para cada líquido. 1. Pesou-se na balança um balão volumétrico de 100 mL, seco, e anotou-se sua massa em gramas: M1 2. Preencheu-se o balão com o líquido até aproximadamente 1 cm abaixo da marca. 3. Utilizou-se um conta-gotas (Pipeta de Pasteur) para completar o volume exatamente até a marca do balão (menisco). 4. Pesou-se na balança o balão volumétrico, contendo o líquido, e anotou-se a massa em gramas: M2 5. Transferiu-se o líquido do balão para um béquer e colocou-se nele o termômetro. Quando a leitura da temperatura estabilizou, anotou-se seu valor na tabela abaixo. 6. Calculou-se a massa do líquido (M3 = M2 – M1) e sua densidade (ρ = M3 / 100 mL). 7. Repetiu-se o procedimento, a partir do item 2, para cada líquido e completou-se a tabela 1. Observação: Fez-se as pesagens utilizando sempre a mesma balança para evitar possíveis erros e, antes de cada medição, verificou-se se a balança estava zerada. • Parte 2: Materiais: − Vidro-relógio − Espátula − Balança − Proveta de 25 mL Reagentes: − Alumínio metálico − Estanho metálico − Água da torneira Procedimento: Nesta parte, calculou-se as densidades, à temperatura ambiente, de dois sólidos cujas densidades são maiores do que a da água. Seguiu-se as instruções abaixo para cada um dos sólidos. 1. Pesou-se em um vidro-relógio pelo menos 10 g do sólido (anotou-se a massa exata): M 2. Colocou-se água da torneira até a marca aproximada de 14 mL em uma proveta de 25 mL e utilizou-se uma pipeta de Pasteur para adicionar água na proveta até a marca exata de 15 mL (Vi) (verificou-se o menisco). 3. Transferiu-se todo o sólido para a proveta com cuidado para que não se quebrasse a vidraria e para que não saltasse água, evitando a perda do líquido para o meio ou para a parte superior da proveta. Certificou-se de que todo o sólido estava submergido e que não haviam bolhas de ar. Caso o sólido não tivesse sido completamente submergido, retirá-lo-ia da proveta e acrescentaria mais água, verificando-se novamente o menisco e anotando-se corretamente o novo volume Vi. 4. Anotou-se o volume total marcado pela água na proveta após submersão do sólido: Vt 5. Calculou-se o volume do sólido: Vs = Vt – Vi 6. Calculou-se a densidade do sólido: ρ = M / Vs 7. Repetiu-se o procedimento para o outro sólido, completando-se a tabela 2. • Parte 3 Materiais: − Seringa plástica sem êmbolo; − Suporte e garra para a seringa; − Béquer; − Cronômetro; − Termômetro; − Proveta de 10 mL; Reagentes: − Solução saturada de NaCl ; − Solução glicerina: água (1:1); − Água destilada ; Procedimento: Nesta parte, calculou-se a viscosidade (Coeficiente de Viscosidade Dinâmica), à temperatura ambiente, de dois líquidos na seguinte ordem: solução saturada de NaCl (água com sal) e [glicerina : água]. As viscosidades das duas soluções foram obtidas usando a viscosidade da água como referencial, a partir dos tempos de escoamento e das densidades (Parte 1). Repetiu-se as instruções abaixo para cada um dos líquidos. 1. Lavou-se a seringa 3 vezes com água da torneira, sem sabão, deixando a água escorrer pela ponta livremente. Ao final, sacudiu-se a mesma para que fique o mais seca o possível, não usou-se panos nem papel para tentar secá-la. 2. Colocou-se a seringa no suporte e adicionou-se, com a proveta, exatos 10 mL do líquido, usando o dedo para obstruir a ponta da seringa e evitar a saída do líquido. 3. Colocou-se um béquer embaixo da seringa e zerou-se o cronômetro. 4. Iniciou-se a contagem do tempo no cronômetro ao mesmo tempo em que o colega retirou o dedo da ponta da seringa, parando o cronômetro assim que o líquido escoar por completo, isto é, até que o fluxo de escoamento seja interrompido pelo rompimento do filete. Anotou-se o tempo de escoamento em segundos: t 5. Fez-se mais duas vezes o procedimento e calculou-se o tempo médio de escoamento, anotando-se os valores na tabela. 6. Colocou-se o termômetro no béquer, contendo o líquido colhido, e anotou-se a temperatura: T 7. Calculou-se o Coeficiente de Viscosidade Dinâmica: μ = μH2O . ( t . ρ ) / ( tH2O . ρH2O ) Para o cálculo, escolheu-se o valor de viscosidade da água μH2O (0,9968 g/cm3 p/ a temperatura de 26°C) e anotou-se o na tabela. Utilizou-se os valores médios obtidos pelo grupo para os tempos de escoamento t e as densidades (ρ) obtidas previamente na Parte 1 deste experimento. 8. Repetiu-se o procedimento inteiro para os outros líquidos, completando-se as tabelas 3 e 4. Dados e Discussões Tabela 1 – Referente aos dados da parte 1 do experimento. Balão seco: M1 (g) = 57,787 g M2 Balão + liquido M3 Liquido Densidade (ρ) g/mLTemperatura °C Água destilada 159,701 g 101,783 g 1,01787 g/mL 26°C Solução de NaCl 177,659 g 119,879 g 1,19872 g/mL 26°C Glicerina/água 174,268 g 116,481 g 1,16481 g/mL 26°C As partes 1 e 2 do experimento realizado tiveram como objetivo a determinação da densidade tanto dos líquidos quanto dos sólidos através de suas massas e volumes. Pode-se ver 3 líquidos diferentes e suas respectivas densidades na parte 1 do experimento. Essa propriedade dos líquidos é influenciada por vários fatores, mas principalmente pela temperatura. Quando uma é alterada, altera-se também a outra. Como sabemos, a densidade é um relação entre massa e volume (densidade=massa/volume), assim podemos constatar que quanto maior for a temperatura, maior o volume e menor a densidade. Isso acontece porque a temperatura exerce influência no espaço necessário para encaixar e comportar átomos e moléculas em determinado espaço. Vamos a um exemplo, quando um líquido é aquecido as moléculas dos átomos tendem a se separar e a precisar de mais espaço, ficando menos densas. Assim acontece quando variamos positivamente a temperatura de um líquido. Podemos observar também uma diferença entre a densidade da água encontrada no experimento (1,01787 g/mL) com a tabelada na literatura (0,9968 g/mL). Quando experimentos assim são feitos, é bem provável que haja mesmo essa diferença ou erro. E ela pode ser justificada por vários fatores que são comuns na realização de experimentos, como a balança, que pode não ter sido calibrada, a proveta que pode conter o mesmo líquido em excesso ou ela mesma não ser totalmente pura. Esses fatores, mesmo que mínimos, têm grande influência sobre os resultados. Outro fator interessante na observação dos dados é a comparação entre a densidade da água destilada e a água saturada com sal. A diferença entre essas densidades acontece porque com o acréscimo de sal, a massa da solução aumenta e o volume praticamente não se altera, causando um aumento de densidade. Tabela 2 – Referente aos dados da parte 2 do experimento. Sólido M(g) Massa do sólido Vi (mL) Volume inicial Vt (ml) Volume total Vs (ml) Volume do Solido Densidade (ρ) (g/mL) Estanho 25,699 g 15 mL 17,5 mL 2,5 mL 10,2796 (g/mL) Alumínio 14,887 g 15 mL 17,5 mL 3,5 mL 4,2534 (g/mL) Nesta parte do experimento, o objetivo de calcular a densidade dos sólidos também foi cumprido. Nela, também pode-se perceber erros se compararmos os resultados encontrados com os tabelados. Esses erros poderiam ter sido amenizados se a temperatura da água da proveta e do sólido fossem as mesmas antes do sólido ser submergido. A diferença de temperatura provocou uma troca de calor entre o líquido e o sólido, acarretando em maiores flutuações de temperatura e, consequentemente, desviou o valor calculado do valor de densidade tabelado, uma vez que, para a água à temperatura ambiente, a densidade decresce cerca de 0,03%por °C de aumento de temperatura, isso se deve a variação do volume, proporcionado pelo diferente grau de agitação das moléculas. Esses erros podem ter sido gerados também por por exemplo, uma pessoa que se apoiou na bancada onde estava a balança, fazendo com que o peso mostrado por ela se alterasse. Também pode ter ocorrido de o menisco não ter sido conferido, errando assim a leitura da proveta. Esse experimento pode nos fazer pensar também em como seria medir a densidade de outros materiais. Podemos pensar também se seria possível diferenciar uma joia feita de ouro de uma outra feita de ferro banhada em ouro, e a resposta é sim, porque essas joias podem até ter o mesmo volume, mas as massas delas são diferentes, pois uma seria a maior parte de ferro e a outra toda de ouro, fazendo com que se chegue a resultados diferentes de densidade. Tabelas 3 e 4 respectivamente - Referente aos dados da parte 3 do experimento. Tempo de escoamento t1 t2 t3 t médio Água destilada 09:66 s 09:60 s 09:33 s 09:73 s Solução NaCl 10:13 s 10:22 s 09:85 s 10:66 s Glicerina/água 11:88 s 12:00 s 11:88 s 11:92 s Coeficientes de Viscosidade Dinâmica t(s) tempo de escoamento (t. ρ) (s.g / mL) Temperatura (°C) Viscosidade Dinâmica µ(cP) Água destilada 09:73 s 9,9038 26°C 0,8705 Solução de NaCl 10:066 s 31,1672 26°C 1,0468 Glicerina/água 11:92 s 30,28506 26°C 1,0172 Essa parte 3 do experimento nos ensina sobre o conceito de viscosidade, e pensando nela podemos pensar também em fatores que a influenciam, como por exemplo a temperatura. Neste experimento os coeficientes de viscosidade das soluções foi medido somente para a temperatura de 26°, mas o que ocorreria se a tivéssemos alterado? A resposta é que a viscosidade diminuiria, pois o aumento da temperatura leva ao aumento da energia cinética média das moléculas e diminui (isso em média) o intervalo de tempo que as moléculas passam umas junto das outras. Olhando as tabelas, podemos chegar a pensar se seria possível comparar a viscosidade dos líquidos olhando somente o tempo de escoamento dos mesmo. E sim, é possível, se todas as demais condições, área do furo de escoamento, pressão do líquido, volume do mesmo, temperatura do líquido que deve escoar, se todos esses fatores forem constantes, quanto maior o tempo de escoamento, maior a viscosidade do líquido. Acontece que não é essa a realidade de um laboratório, podendo variar algum ou alguns dos fatores citados acima, fazendo com que dessa forma não seja possível comparar a viscosidade de líquidos observando apenas seus tempos de escoamento. Conclusão Os objetivos citados inicialmente neste relatório foram todos atingidos, de forma que pode-se entender e calcular tanto a densidade dos líquidos e sólidos, como a viscosidade dos líquidos. Pode-se relacionar os conceitos apresentados na introdução com a prática realizada, fato que é observado através dos resultados experimentais. Erros podem ter influenciado diretamente nos resultados obtidos, como já foi explicado. Bibliografia BROWN, T.L.; LEMAY, H.E.; BURSTEN, B.E. e BURDGE, J.R. Química: a ciência central. 9. ed. São Paulo: Pearson Education, 2005 BRUNETTI, Franco. Mecânica Dos Fluidos. 2ª ed. São Paulo, SP: Pearson Prentice Hall, 2008
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