Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PATOLOGIA – 14/09/17 – Laíza Pires ARTERIOSCLEROSE, ARTERIOLOSCLEROSE E ATEROSCLEROSE Aula 6 Hiperplasia → Aumento do número de células. Em um paciente com lesão hiperplásica relacionada a uma arteríola, a clínica dele é de uma ARTERIOLOSCLEROSE HIPERPLÁSICA. Essa arteriolosclerose hiperplásica é em via clássica, uma hipertensão arterial severa (maligna). Ao medir a pressão mínima da Hipertensão Arterial, o valor é relativo às Arteríolas, enquanto a Sistólica é a saída do sangue para dentro da aorta. A hipertensão diastólica mais alta é porque as arteríolas estarão com a luz menor. Então se o indivíduo está com a pressão diastólica alta, a hipertensão arterial, ela leva à hiperplasia das Células Musculares Lisas das Camadas (Túnicas) Médias das Arteríolas e a luz dessas arteríolas ficam reduzidas. Isso faz com que haja o aumento da pressão arterial. Um outro indivíduo sente dor precordial, então dentro do contexto da aula pode-se pensar que ele tem lesão na coronária, no coração, por Placas de Ateroma, sendo assim uma Aterosclerose que por sua vez diminui a luz da mesma. Pode ser uma obstrução parcial ou total, dependendo do grau de evolução dessas placas. Todos têm placas de ateroma, mas quem faz exercício tem menos placas e menos chances de dor precordial. Se um indivíduo tem uma lesão aterosclerótica, em uma artéria de médio calibre, ele te a luz arterial diminuída. Na aorta também há a formação de placas de ateroma, enquanto na veia poplítea não forma porque elas só são formadas em artérias e não em vasos de um modo geral. Nas arteríolas pode-se haver lesão Hiperplásica e Hialina. Nelas também há a diminuição da luz. Estuda-se isso pois a maioria das lesões implica a diminuição da luz, senão não haveria essas doenças. Se diminui a luz, diminui também o fluxo sanguíneo, sendo uma Isquemia. Porém nem todas essas Arterioscleroses que estão sendo estudadas levam à isquemia, a Esclerose da Média de Monckeberg é uma exceção, pois não diminui a luz arterial, mas é incluída nesse grupo de arterioscleroses. Arteriosclerose Hiperplásica: → Luz diminuída; → Parede espessada; → Célula muscular lisa. Arteriosclerose de Monckeberg: → Depósito de cálcio na túnica média. Arteriosclerose Hiperplásica Tanto a Arteriosclerose Hiperplásica quanto a Arteriosclerose de Monckeberg estão no mesmo grupo. A primeira atinge pequenas artérias e arteríolas diminuindo enquanto a segunda atinge artérias de grande calibre. O fator em comum é o endurecimento desses vasos, a perda da elasticidade de suas paredes. Se observar-se as arterioloscleroses e a aterosclerose, todas elas vão diminuir luz e implicar em uma isquemia, levando a outro tipo de lesão. Cada uma delas representa uma doença, uma é por hipertensão, outra por Arteriosclerose de Monckeberg diabetes, e a Aterosclerose por depósito de lipídios. Conforme a placa vai se depositando, ela vai aumentando a consistência da parede arterial. Placa de Ateroma é diferente de Trombo. A Placa de Ateroma é formada pelo acúmulo de Lipídios que se projetam em direção à luz. A Arteriosclerose completa todas as informações. A Arteriosclerose ou Esclerose Arteriolar (esclerose = endurecimento). As arteríolas não têm túnica adventícia, só túnica íntima e túnica média. Quando se diz que a luz, por exemplo, está alterada, deve-se informar se é alterada para mais ou para menos. Da mesma forma para pressão, se está alterada para mais ou para menos, etc. Aterosclerose com obstrução parcial Na Arteriosclerose Hialina foi visto que não há proliferação de células musculares lisas como na Hiperplásica, mas sim o depósito de proteínas que transudam do plasma para dentro da parede e consequentemente vai formando partículas que ali ficam alojadas e ao longo da vida vão se acumulando ali. Estudar diabetes ajuda muito a entender isso. A hipertensão arterial prolongada pode dar a Hialina, assim como a hiperglicemia prolongada. Lesão por radiação arteriolar podem causar essas lesões hialina, idosos com ou sem hipertensão arterial também podem desenvolver. É uma lesão comum e sistêmica. Aterosclerose com obstrução total Com o extravasamento de plasma pode gerar uma produção de matriz pela célula muscular lisa, causando Estenose Ateriolar. Na Arteriosclerose Hiperplásica maligna com pressão diastólica acima de 110 mmHg é bem provável que o paciente tenha esse tipo de lesão. Uma lesão sistêmica o rim (???) é um local muito frequente e há a proliferação das células musculares lisas. A geração das células musculares lisas ocorre (???), por isso o nome hiperplásica, de hiperplasia. A resposta é uma adaptação ao estresse. Na Hialina é muito diferente. Considerando-se que uma arteríola normal tem 4 camadas de células musculares lisas em sua parede, na hialina ela vai ter muitas mais. A repercussão é diferente, bem como o mecanismo. Hiperplásica não tem depósito de matriz. Mas as duas levam a uma Estenose Arteriolar. Na Esclerose Calcificante da Média de Monckeberg, em um corte histológico de uma tireóide (vide imagem ao lado →) é possível ver a parede da artéria espessada porque tem uma grande quantidade de cálcio (cor roxa), mas a luz dela está normal, então a luz diminuída pode ser substituída pela palavra astenose. Porém nesse caso não há astenose, não há nenhuma projeção em direção à luz. Já o conceito de Aterosclerose não é a perda de elasticidade, endurecimento da parede, uma vez que isso é característica das Arterioscleroses. A Aterosclerose é uma doença inflamatória crônica, que atinge a túnica íntima e a túnica média, então é ali que acontece, tudo vai evoluir por ali e forma a Placa de Ateroma, que é a característica principal. Essa placa de ateroma se projeta para a luz, causando obstrução parcial ou total da luz da artéria. Já as arterioscleroses não se projetam para a luz, elas aumentam uniformemente em toda a parede da artéria. Não são inflamações crônicas. A Aterosclerose é responsável por muitas doenças, como Acidentes Vasculares Encefálicos (AVE), Aneurismas, Gangrena, Morte Súbita, Encefalopatite Estênica Crônica, Cardiopatite Estênica Crônica, etc. Os fatores de risco incluem idade, sexo, histórico familiar, diabetes, tabagismo, obesidade, sedentarismo, etc. A LDL aumentada no plasma leva à Aterosclerose e isso é um mecanismo patogenético da doença aterosclerótica. Agente Etiológico → Que causa a doença, nesse caso é o LDL. Não existe colesterol bom ou colesterol ruim, isso é para os leigos. Também não é verdade que pode-se comer hambúrguer todo dia com bacon. Quando se tem muito LDL plasmático essa LDL vai penetrando na parede da túnica íntima. Quando ela entra na parede, ela é modificada e passa a exercer várias funções que vão colaborar para a instalação da placa. Quimiotaxia para monócitos → A LDL está na íntima e os monócitos estão no sangue periférico. Então o LDL passa pra íntima e atrai os monócitos do sangue periférico para dentro da parede da túnica íntima. Esses monócitos quando são atraídos pra íntima, pra célula endotelial, ele vai se fixar melhor à célula endotelial, o que facilita a entrada desse monócito ali. Entrando na luz ele vira macrófago, então a LDL vai ser fagocitada rapidamente pelo macrófago. Outra função da LDL é inibir a motilidade dos macrófagos, pois conforme ele vai fagocitando ele vai ficando mais lento. A LDL também vai estimular fatores de crescimento de citocina pra célula muscular lisa e ela também vai ser citotóxica pras células endoteliais. Na HipertensãoArterial vai induzir por si só o aumento de células musculares lisas, não precisa ter o LDL aumentado. Porém se o paciente tem hipertensão e aumento de LDL, vai induzir ainda mais a proliferação de células musculares lisas. Na hipertensão sozinha o paciente vai ter disfunção de células endoteliais, que vão ficar mais permeáveis. A hipertensão faz com que haja uma modificação na membrana plasmática das células endoteliais. Elas não morrem, mas mudam de função, isso é uma disfunção. A disfunção de célula endotelial também faz a formação de trombo. A hipertensão arterial vai favorecer a entrada de lipídios na túnica íntima. Então se a pessoa é hipertensa e tem o LDL alto, há a facilitação da entrada de lipídios pela hipertensão e também pela modificação das células epiteliais. Então o controle da pressão arterial é extremamente importante. A hipertensão arterial é uma doença que a maioria da população desenvolve e ela é silenciosa e multifatorial. A célula muscular lisa não faz só contração, ela também migra da camada média. Em determinado momento há muito lipídio e muito colesterol depositado na túnica íntima. Isso faz com que os macrófagos fagocitem cada vez mais o colesterol. Então esse LDL colesterol está dentro dos macrófagos, estão fora do compartimento intracelular e também no citoplasma de células musculares lisas. Então a célula muscular lisa nessa doença passa a ter uma função de migração e de fagocitose. Essas células fagocíticas vão ser chamadas Células Espumosas. Por último observa-se que essa projeção de projeta pra luz, o que a difere de outras lesões nas artérias. Observa-se o núcleo repleto de colesterol, que é amarelado, cremoso; a migração das células musculares lisas pra parte superior, mas abaixo da célula endotelial. O núcleo nesse caso vai estar amolecido. A luz pode ser obstruída parcialmente até chegar à obstrução total. Existe a célula endotelial, abaixo as células musculares lisas e depois há o tecido conjuntivo. Não há fibroblastos. O que aconteceu foi que a célula muscular lisa passou a sintetizar esses elementos fazendo essa fibrose. Então a célula muscular lisa se modifica em várias funções. Se esse núcleo de colesterol for completamente fagocitado e esse tecido mais firme for mais sintetizado, vai surgir uma placa de maior consistência. Sempre haverá uma camada de célula epitelial separando os tecidos e revestindo a parede que entra em contato com os vasos sanguíneos e linfáticos porque quando desnuda-se essa parede, quando não há essa camada de célula epitelial, o sangue passa a estar em contato direto com o conjuntivo da parede e aí há o desencadeamento do sistema de coagulação sanguínea, é preciso desse tampão homeostático pra que haja um fechamento daquela região, porque se deixar aberto vai haver coagulação ininterrupta. A alimentação balanceada é um fator muito importante para evitar a aterosclerose. Complicações: → Trombose Mural; → Embolização / oclusão por trombo; → Calcificação; → Ulceração; → Erosão. Com essas complicações chega-se à sintomatologia. O trombo vem sobre a placa e pode se romper. Essa placa tem célula endotelial, se houver uma ruptura neste local, vai haver uma hemorragia pra dentro dessa placa e essa placa vai aumentar e ao mesmo tempo o sistema de coagulação vai ser ativado, então vai formar o trombo ali. Em uma estenose crítica, a placa se projeta de tal forma em direção à luz que o mínimo não da mais pra fazer com que aquele órgão sobreviva. Essas complicações vão gerar hemorragia na placa, gerando o êmbolo. Vai se formar o aneurisma. Os pequenos vasos estão nutrindo a parede que reveste as artérias e arteríolas. Então se essa parede se espessa, serão necessários muitos mais pequenos vasos para suprir a nutrição que essa parede precisa. Se há um processo inflamatório que pode destruir essa parede e causar uma hemorragia local e se houver essa hemorragia vai aumentar a lesão pelo extravasamento de sangue. Na imagem ao lado é possível ver uma biópsia renal onde é possível ver o túbulo renal. Nela há uma Arteriosclerose Hiperplásica. Há casos em que a parede que reveste as artérias se rompe e a hemorragia e os componentes do êmbolo aumentam essa placa. Então se o paciente tem um trombo incipiente e ocorre um episódio agudo, essa placa aumenta exponencialmente de forma muito rápida. Uma microscopia eletrônica de varredura vê as células endoteliais. As artérias normais fazem um caminho “reto”, enquanto as que apresentam alguma Disfunção apresentam-se tortuosas e com alguns trechos de parede mais espessos e outros mais finos. Isso faz com que o fluxo sanguíneo seja turbilhonado, fazendo algumas áreas de estase, um fluxo mais lento. Quando se abre a artéria, a túnica íntima é lisa, regular. Vale lembrar que existe a doença Aterosclerose e existem as complicações da Aterosclerose.
Compartilhar