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a ultima cronica

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Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Artes e Comunicação – Departamento de Rádio, TV e Internet
Português 4 – Suzana Cortez
Aluna: Ingrid de Moura Costa
Análise do texto “Piscina” e texto e curta-metragem, “A Última Crônica” de Fernando Sabino
No texto “Piscina” fica explícito o distanciamento social que a citada piscina agrega, no texto “A última crônica” não é diferente, porém, mesmo os dois textos (e consequentemente o curta) falando sobre desigualdade social, o primeiro é mais agressivo, onde vê-se que o casal rico trata os pobres que moram na favela do lado de sua casa como bichos que devem ser evitados. Isso se mostra principalmente na distância não só física mas também de realidades distintas na comparação às duas mulheres do texto, uma esbanja muita água usando-a para lazer e a outra só tem aquele reservatório, uma lata para pegar o que a outra praticamente “joga fora”. A mulher rica está vestindo um maiô, algo que provavelmente, a mulher pobre nunca teve conhecimento, pois esta está vestida “com trapos em forma de saia”, a mulher rica é tratada como pessoa e a pobre como um ser. Já “A última Crônica” também lida com a desigualdade social, porém, de uma forma mais sucinta, mais emocional. O fato da família estar em um botequim no bairro da Gávea, já fica implícito que eles não poderiam pagar por nada mais do que um mero botequim, mas que mesmo assim, fica em um bairro rico do Rio de Janeiro. Este texto mostra que mesmo sem muitas aquisições ainda existe o amor familiar, pois aparentemente o pai da família só tem dinheiro para pagar uma fatia de bolo e uma coca-cola mas, mesmo assim, ele não deixa de comemorar o aniversário da filha, mesmo que pequeno, irrisório e comedido. Percebe-se também logo o preconceito que existe pelo fato daquelas pessoas serem pobres somente com uma única frase: “O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho...”, obviamente que se aquelas pessoas fossem ricas, conhecidas do botequim ou até mesmo o autor do texto, o “homem atrás do balcão” não serviria a fatia de bolo desse jeito. E assim, mesmo simples, um aniversário é comemorado e uma filha sente o amor de seus pais. Acredito que realmente, as únicas semelhanças nos dois textos são a desigualdade social e o preconceito. Mesmo que aparentemente, os dois tratem de questões iguais, na prática são textos que se diferenciam pela abordagem do tema. Já o curta-metragem baseado na “Última crônica” muda alguns fatores, como por exemplo, a narrativa de que quando o autor está andando para chegar no botequim, o Rio de Janeiro apodrece em meio à violência, onde todo tipo de selvageria acontece ao redor do observador, porém, ele está alheio a tudo aquilo ao se deparar com o comportamento da família, que a única mudança é no fato de ter duas crianças e não apenas uma como no texto. No final, o autor paga a conta daquelas pessoas, mas a desigualdade social, o preconceito e a sutileza da narração continua entranhada no roteiro do curta que não difere tanto do conto.

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