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INTRODUÇÃO AO PREVENCIONISMO Há algum tempo, quando se pensava em segurança no trabalho, a idéia era distribuir alguns protetores auriculares, comprar meia dúzia de capacetes, calçar o pessoal com botas e estava tudo resolvido. A CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) ,do ponto de vista dos empregados era apenas um meio de garantir a estabilidade no emprego e, do ponto de vista do empregador era uma perda de tempo uma vez que haviam “coisas mais importantes a fazer”. A contratação do pessoal habilitado era tratada como mera formalidade, apenas com o objetivo de cumprir a legislação e, mesmo assim, o trabalho desses profissionais era desviado para outras atividades tais como segurança patrimonial, administração de refeitório, serviços gerais, etc... Hoje a segurança do trabalho depende mais e mais do comprometimento real da direção das empresas em colocar este assunto entre as prioridades, definindo diretrizes, traçando metas, estabelecendo prazos, cobrando soluções com a mesma importância dedicada a outras áreas da empresa. EVOLUÇÃO HISTÓRICA Homem Primitivo (Idade da Pedra): Caça, Pesca e Guerra com Lanças, Machados, Facas (ferramentas de pedra, chifre, ossos, marfim e madeira). Acidentes devido a práticas inseguras no manejo das armas. Idade Média: Mineração, Metalurgia, Artesanato Fogo, Ferramentas, Tração animal. Acidentes devido a Quedas, queimaduras, afogamentos e lesões devidas a animais. Revolução Industrial (Idade Moderna): Manufatura Máquinas a vapor e energia Hidráulica. Acidentes devido a Máquinas, engrenagens, gases, poeiras, produtos químicos, ruído, calor, etc. Após a revolução industrial, as relações entre o homem e seu trabalho sofreram drásticas mudanças. O homem deixou o risco de ser apanhado pelas garras dos animais, para submeter-se ao risco de ser apanhado pelas garras das máquinas. CRONOLOGIA Egito Antigo -2360 anos - “Papiro Seller II”–primeira referência escrita relacionada ao ambiente de trabalho e aos riscos a ele inerentes: "Eu jamais vi ferreiros em embaixadas e fundidores em missões. O barbeiro cansa os seus braços para encher o ventre. O tecelão vive encolhido-joelho ao estômago-ele não respira. As lavadeiras sobre as bordas do rio, são vizinhas dos crocodilos.” Hipócrates-370 AC- cuida da saúde de cidadãos, mas não de trabalhadores; todavia, identifica o envenenamento por chumbo de mineiros e metalúrgicos. Plínio - 50 DC (oVelho), escritor, historiador, administrador e oficial romano, identifica o uso pelos escravos de bexigas de carneiro para atenuar a inalação de poeiras e fumos. (GeorgeBauer) – 1556 publica o livro “DeReMetallica”, com estudos sobre problemas relacionados à extração de minerais e fundição, discussão sobre acidentes de trabalho e doenças comuns aos mineiros. Bernardino Ramazzini, 1700 DC – pai da medicina do Trabalho,publica De Morbis Artificum Diatriba (Doenças dos Artífices) e descreve as doenças dos trabalhadores de mais de 50 ocupações com excelente precisão e suas “precauções“. Introduz na anamnese médica a pergunta:“Qual é a sua ocupação?” 1775 Percival Pott (Inglaterra) Descreve o cânce rescrotal entre os limpadores de chaminé, devido à fuligem e à falta de higiene; 1802 Robert Peel (Inglaterra) Introdução pelo parlamento inglês de uma multa para controlar as condições de trabalho: “Lei da Moral dos Aprendizes” ,ineficaz pois não foi proposto um sistema de fiscalização; 1830 Robert Baker (Inglaterra) Contratado por um industrial, Baker aconselhou-o a contratar um médico para visitar o local diariamente e estudar a influência do trabalho sobre a saúde dos operários - surgia o primeiro serviço médico industrial do mundo; 1830 Charles Thackrah (Inglaterra) Autor do primeiro livro sobre doenças ocupacionais na Inglaterra, a obra inspira a criação da legislação ocupacional inglesa; 1831 Michael Saddler (Inglaterra) Relatório de uma investigação sobre as péssimas condições do Ambiente de trabalho na Inglaterra; 1833 Inglaterra Sob o impacto do relatório da investigação, foi baixado o “FactoryAct” (Lei das Fábricas), a primeira legislação realmente eficiente no campo de proteção ao trabalhador; 1833 Alemanha Aprovação da Lei Operária, primeira legislação trabalhista de proteção ao trabalhador fora da Inglaterra; 1842 James Smith (Escócia) Contratação de um médico responsável desde os exames Admissionais e periódicos até a orientação e prevenção de doenças–ocupacionais ou não; Europa Segunda metade do século XIX Estabelecimento de uma série de medidas legislativas em prol da Saúde e segurança do trabalhador; EUA Início do século XX Surgimento dos primeiros serviços médicos de empresas industriais, a A partir do aparecimento da legislação sobre indenização em caso de acidentes de trabalho, com o objetivo de redução dos custos com indenizações; 1911 EUA Primeira conferência nacional sobre doenças ocupacionais no país; 1919 1950 Genebra Suíça Comissão conjunta OIT/OMS Criação da Organização Internacional doTrabalho–OIT, pelo Tratado de Versalhes; Estabelecimento dos objetivos da saúde ocupacional de forma ampla; 1953 Conferência Internacional do Trabalho Elaboração da Recomendação 97 da OIT, que propôs dois métodos básicos para a proteção da saúde dos trabalhadores: acompanhamento médico e as medidas técnicas para prevenir, reduzir ou eliminar riscos no ambiente de trabalho; 1954 Council of Industrial Health da American Medical Association (EUA) Origem dos princípios básicos para orientação do funcionamento dos serviços médicos industriais; 1959 Conferência Internacional do trabalho Estabelecimento da Recomendação 112 da OIT sobre a atuação de forma preventiva dos serviços de saúde ocupacional; 1960 American Medical Association (EUA) Revisão dos princípios básicos do funcionamento dos serviços médicos industriais; BRASIL 1891 1943 1966 1972 1978 Decreto 1.313, fixava a idade mínima de 12 anos para o trabalho, exceto na fabricação de tecidos; Decreto 5.452, criando a Consolidação das Leis do Trabalho –CLT; Lei 5.161 cria a FUNDACENTRO; Criação da Portaria 3.237/72, tornando obrigatória a existência dos Serviços médicos, de higiene e segurança nas empresas com mais de 100 trabalhadores. Criação das Normas Regulamentadoras, Portaria3.214. CONCLUSÃO Para cada época distinta da história, o homem utilizou instrumentos e equipamentos diferentes para exercer atividades diferentes, e se expôs a riscos diferentes inerentes às mesmas.
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