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GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS AULA 3 Prof. Nelson Tadeu Galvão 2 CONVERSA INICIAL Caros alunos, estamos iniciando mais um encontro da nossa disciplina. Hoje, vamos aprender sobre o trâmite e como ocorrem os pedidos de mercadorias nas empresas, depois vamos discutir sobre o recebimento de materiais, suas etapas e controles Nesta rota de aprendizagem, referente a sistemas e controles, vamos ainda conhecer os diferentes sistemas de controles tais como o ECR, o EDI e sobre os ERPs. Como vocês podem ver são assuntos importantes que permitirão que vocês comecem a formatar melhor o entendimento das cadeias de suprimento. Para mais informações, acesse o material on-line e confira a videoaula do professor Nelson. CONTEXTUALIZANDO Muitas mudanças ocorreram no campo dos negócios nas últimas décadas. O aumento da competição e o advento das terceirizações geraram um novo ambiente, no qual as empresas não atuam mais como elementos isolados, mas como membros de uma cadeia em rede. O Fórum Global de Cadeia de Suprimentos (do inglês, Global Supply Chain Forum) define a SCM como sendo a integração dos processos de negócios-chave do usuário final até o fornecedor original que aprovisiona produtos, serviços e informação, adicionando valor para os consumidores e outros acionistas. Houlihan (1985) diz que o objetivo da SCM é reduzir a quantidade total de recursos necessários para gerar um nível desejado de serviço ao consumidor. Outros autores indicaram objetivos que suportam esse objetivo principal, incluindo a sincronização das necessidades dos clientes com o fluxo de materiais dos fornecedores, redução dos investimentos em estoque na cadeia, melhora do serviço ao consumidor e a construção de vantagem competitiva para a cadeia de suprimentos. Poirier e Reiter (1996) consideram a SCM um sistema que envolve todos os elementos de uma cadeia de produção, do fornecedor de matéria-prima até a entrega do produto (ou serviço) pelo comércio varejista (ou pela empresa 3 prestadora de serviços) ao consumidor final, visando à otimização da cadeia de valores como um todo. Nos temas a serem estudados nesta rota de aprendizagem você poderá conhecer como buscar a integração estratégica da cadeia de suprimentos e os sistemas usados para facilitar essa ação. TEMA 1 - GESTÃO DO CICLO DE PEDIDO E PROCESSAMENTO DE PEDIDO. A montagem de um sistema logístico, compreende cinco componentes básicos, vamos a eles: Transporte; Armazenagem; Estoque; Processamento de pedidos e informações, Produção / compras. CICLO DO PEDIDO E OS FLUXOS DE INFORMAÇÕES E MATERIAIS Um ciclo de pedidos envolverá sempre um fluxo de informação e um fluxo de material. Os sistemas logísticos se compõem de fluxos de informações e de materiais, onde os fluxos de informações acionam e controlam os fluxos de materiais. Vejam o desenho abaixo que nos mostra o ciclo de processamento de um pedido Fonte: Sistema de in formação logística prof. José Correia 4 Já no desenho seguinte você verá as etapas de um processamento de um pedido, vejamos: Três problemas comuns na gestão do ciclo do pedido Embora o sistema de processamento de pedidos esteja cada vez mais automatizado e sofisticado, ele não é totalmente imune a problemas durante o ciclo do pedido, seguem os principais problemas que surgem: 1) percepções conflitantes, entre clientes e fornecedores, sobre o real desempenho do ciclo do pedido; 2) a ocorrência de variabilidades significativas nos tempos do ciclo; 3) flutuações exageradas da demanda ao longo do tempo. TEMA 2 - RECEBIMENTO DE MATERIAL Vamos neste tema estudar sobre etapas do recebimento de materiais, vamos lá de imediato aos nossos estudos: Atividades de recebimento abrangem desde a recepção do material na entrega pelo fornecedor até a entrada nos estoques. A função de recebimento de materiais é módulo de um sistema global integrado com as áreas de contabilidade, compras e transportes e é caracterizada como uma interface entre o atendimento do pedido pelo fornecedor e os estoques físico e contábil. 5 Vamos agora conhecer um conceito de recebimento de material: Recebimento de Material é a atividade intermediária entre as tarefas de compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade a conferência dos materiais destinados à empresa. O recebimento de material envolve algumas atribuições básicas que são Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devolução de materiais; Analisar a documentação recebida, verificando se a compra está autorizada; Controlar os volumes declarados na Nota Fiscal e no Manifesto de Transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos; Proceder a conferência visual, verificando as condições de embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos documentos; Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos materiais recebidos; Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso; Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da liberação de pagamento ao fornecedor; Liberar o material desembaraçado para estoque no almoxarifado; As atividades de recebimento abrangem desde a recepção do material na entrega pelo fornecedor até a entrada nos estoques. A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite dividir a função em quatro fases: Vamos estudar cada uma das fases separadamente para que fique de fácil visualização e entendimento. 1ª. fase – Entrada de materiais: é o confronto dos dados do documento fiscal (Nota Fiscal), com a Ordem de Compra do Setor de Compras. Esta verificação é necessária porque qualquer divergência verificada posteriormente poderá dificultar a liquidação contábil e o pagamento da aquisição. A recepção dos veículos transportadores representa o início do processo de recebimento que tem como objetivos: A recepção dos veículos transportadores; A triagem da documentação suporte para o recebimento; 6 Constatação se a compra, objeto da Nota Fiscal em análise, foi autorizada; Constatação se a compra autorizada está no prazo de entrega contratual; Constatação se o número do documento de compra consta na Nota Fiscal; Cadastramento no sistema das informações referentes às compras autorizadas. As compras não autorizadas ou em desacordo com a programação de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os motivos no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve para as operações de análise de avarias e conferência de volumes é o "Conhecimento de Transporte Rodoviário de Carga", que é emitido quando do recebimento da mercadoria a ser transportada. As divergências e irregularidades insanáveis constatadas em relação às condições de contrato devem motivar a recusa do recebimento, anotando-se no verso da Nota Fiscal as circunstâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do transportador. O exame para constatação das avarias é feito através da análise da disposição das cargas, da observação das embalagens, quanto a evidências de quebras, umidade, dentre outros danos. Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de descarga do material no Almoxarifado, a recepção é voltada para a conferência de volumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos registros e controlesde compra. 2ª. fase- conferência quantitativa: a inspeção quantitativa compreende a conferência e a contagem do material recebido, em confronto com a quantidade informada na Nota Fiscal e na Ordem de Compra, ou outro documento que gerou o fornecimento do material. É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo fornecedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida. 3ª. fase- conferência qualitativa: inspeção qualitativa compreende a verificação da qualidade do material entregue pelo fornecedor à vista da 7 Autorização da Ordem de Compra e as especificações nela contidas. A análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica visa garantir o recebimento adequado do material. São utilizados no processo de inspeção: a especificação de compra do material e alternativas aprovadas; desenhos e catálogos técnicos; dentre outros. A depender da quantidade, a inspeção pode ser total ou por amostragem, utilizando-se de conceitos estatísticos. A análise visual tem por finalidade verificar o acabamento do material, possíveis defeitos, danos à pintura, etc. A análise dimensional tem por objetivo verificar as dimensões dos materiais, tais como largura, comprimento, altura, espessura, diâmetro. Os ensaios específicos para materiais mecânicos e elétricos comprovam a qualidade, a resistência mecânica, o balanceamento e o desempenho de materiais ou equipamentos. 4ª. fase – regularização: nesta fase compreende-se o encaminhamento dos materiais, se aprovados após as fases anteriores podem ser encaminhados para o almoxarifado, se não conformes deve-se realizar a devolução dos mesmo para o fornecedor, justificando o motivo pelo qual o material não foi adepto aos níveis de qualidade de sua empresa. Caracteriza-se pelo controle do processo de recebimento, pela confirmação da conferência qualitativa e quantitativa, respectivamente, por meio do laudo de inspeção técnica e pela confrontação das quantidades conferidas e faturadas. O processo de Regularização poderá dar origem a uma das seguintes situações: Liberação de pagamento ao fornecedor; Liberação parcial de pagamento ao fornecedor; Devolução de material ao fornecedor; Reclamação de falta ao fornecedor; Entrada do material no estoque. Os procedimentos de regularização, visando à confrontação dos dados, objetivando recontagem e aceite ou não de quantidades remetidas em excesso pelo fornecedor, envolvem os seguintes documentos: Nota Fiscal; Conhecimento de transporte rodoviário de carga; 8 Documento de contagem efetuada; Relatório técnico da inspeção; Especificação de compra; Catálogos técnicos; Desenhos. Para mais informações, acesse o material on-line e confira a videoaula do professor Nelson. TEMA 3 - ECR- RESPOSTA EFICIENTE AO CONSUMIDOR Vamos conhecer as perspectivas históricas do ECR Vamos voltar na década de 80 e início de 90, onde as organizações do canal de distribuição de produtos de mercearia básica começaram a sentir a perda de competitividade e eficiência, quando comparadas com outros canais; o resultado foi a queda nas suas vendas. Outros fatores contribuíram nesse processo, tais como: redução das taxas de natalidade, tempo disponível para o preparo das refeições em casa, fortalecimento no final da década de 80 e início dos anos 90 das redes de fast- food e a intensificação competitiva no setor, derivada, principalmente, do aparecimento de formatos alternativos de varejo (como os clubes atacadistas, lojas de descontos etc.) (Dib, 1997; Garry, 1995; Kurnia, Swatman, & Schauder, 1998; Newton, 1993; Whipple, Frankel, & Anselmi, 1999). Um estudo conduzido pela McKinsey para o Food Marketing Institute (FMI), em 1991, mostrou que esses novos formatos de varejo tinham preços mais competitivos do que os varejistas tradicionais (KSA, 1993). A partir dos trabalhos realizados por uma força-tarefa composta por líderes da indústria de alimentos e do setor de distribuição americano e algumas associações comerciais financiadoras (KSA, 1993; Poirier & Reiter, 1996; Sansolo, 1993), a Kurt Salmon Associates (KSA), levantaram-se oportunidades para o aperfeiçoamento, reengenharia recomendada e redesenho do canal de distribuição, a partir do fabricante até a venda no varejo. O resultado desse esforço foi a publicação do Efficient Consumer Response: Enhancing Consumer Value in the Grocery Industry, primeiro documento do ECR que se tornou referência para os diversos pesquisadores do tema (KSA, 1993). 9 Definição e Conceitos Básicos do ECR – Resposta Eficiente ao Consumidor Existem diversas definições para o termo ECR, nós vamos apresentar algumas a vocês de diversos autores: Autores/ano Definição do ECR Kurt Salmon Associates (1993) O ECR é uma estratégia do canal de distribuição, na qual fornecedores, atacadistas e varejistas trabalham em conjunto, visando proporcionar maior valor ao consumidor. De Roulet (1993) O ECR baseia-se em um conjunto de estratégias que forçam as funções tradicionais de logísticas, vendas e marketing a um novo alinhamento, o que possibilita otimizar a eficiência da empresa e agregar valor ao consumidor. King, Ashman e Bosley (1994) O ECR é uma estratégia colaborativa da indústria supermercadista para promover o estabelecimento e a implementação de novas relações e novas práticas de negócios, assim como a adoção de novas tecnologias pelos produtores, distribuidores e varejistas. Pearche (1996) O ECR é o processo que facilita o trabalho conjunto entre os parceiros, comerciais visando fundamentalmente à satisfação do consumidor, maximizando, consequentemente, a eficiência do negócio. Phumpiu e King (1997) O ECR é um esforço colaborativo do canal de distribuição, para promover a eficiência e a resposta para os consumidores através de novas formas de coordenação e cooperação, juntamente com novas aplicações de tecnologia de informação. Kurnia, Swatman e Schauder (1998) O ERC é uma estratégia delineada para eliminar ineficiência e custos que não agregam valor ao longo da cadeia de suprimentos, para poder, assim, melhor satisfazer os consumidores. Brockman e Morgan (1999) O ECR é a mais complexa inovação gerencial no processo de distribuição de produtos, mesmo considerando o Quick Response, devido ao alto nível de confiança exigida pelos parceiros comerciais para que esta estratégia tenha sucesso. Kotzab (1999) O ECR é o nome que se dá para a estratégia logística baseada no sistema “just-in-time” na indústria supermercadista. Hoffman e Mehra (200) O ECR é uma estratégia que estimula os participantes da cadeia de suprimentos a estudar e a implementar métodos que possibilitem o trabalho conjunto entre os participantes, para que juntos consigam atingir a missão da cadeia como um todo. 10 Fonte: Ghisi (20001) Com base na bibliografia buscamos elaborar uma definição para o termo ECR, que tal essa? ECR: Estratégia de gestão do canal de distribuição em que os fornecedores, atacadistas e varejistas trabalham de forma integrada para eliminar ineficiências e reduzir custos excessivos, com o objetivo de atender às necessidades e expectativas dos consumidores e maximizar a eficiência dos negócios para as partes envolvidas em uma negociação. Para a adoção do ECR muitos acordos e negociações devem ser realizados, não só pelas áreas de logística de ambos os parceiros, mas também pelas áreas de informática/sistemas, comerciais e de compras. Vocês sabem como se configuram o ECR, vamos aprender? O ECR englobauma série de tecnologias, processos e métodos, e sua viabilização é verificada por meio da aplicação de quatro importantes estratégias, que lhe dão sustentação: Reposição Eficiente de Produtos, Sortimento Eficiente de Produtos, Promoção Eficiente de Produtos e Introdução Eficiente de Produtos. A definição dessas estratégias, bem como os seus principais pontos relevantes estão no quadro a seguir. Estratégias do ECR Definições Principais Aspectos Reposição Eficiente de produtos. Redução de tempo e custos na reposição de produtos: repor o produto certo, no local certo, na hora certa, da maneira mais eficiente possível. Pedidos automatizados; Intercâmbio de informações (EDI); Ligação de todo o canal em um único fluxo, desde a produção até o ponto de venda do varejista; Estima-se a redução em 4,1% nos preços finais 11 dos produtos com a adoção dessa estratégia. Sortimento Eficiente de Produtos Melhoria no mix de produtos e gerenciamento dos níveis de estoque nas lojas: melhor gerenciamento dos estoques e espaços da loja na interface com o consumidor. Melhor utilização do espaço em loja; Aumento do giro de estoque; Definição da categoria de produtos de acordo com o comportamento de compras dos consumidores; Estima-se a redução em 1,5% nos preços finais dos produtos com a adoção dessa estratégia. Promoção Eficiente de produtos. Melhor planejamento e gerenciamento das promoções: melhorar a alocação dos recursos direcionados à promoção. Desconto contínuo estabelecidos entre ambas as partes de uma negociação; Compartilhamento dos ganhos com as promoções entre os elos do canal; Estima-se a redução em 4,3% nos preços finais dos produtos com a adoção dessa estratégia. Introdução Eficiente de Produtos. Melhoria no desenvolvimento e introdução de novos produtos: identificar oportunidades de mercado com base na visão do cliente final. Redução da taxa de insucesso dos novos produtos introduzidos, melhorando a performance destes; Identificação de oportunidades de mercado com base na visão do cliente; Estuma-se a redução em 0,9% nos preços finais dos produtos com a adoção dessa estratégia. Fonte: elaborado pela autora a partir das informações de Kurt Salmon Associates (1993); Sansolo (1993); De Roulet (1993); Clark e Croson (1997) e ECR Brasil (1998). Para mais informações, acesse o material on-line e confira a videoaula do professor Nelson. TEMA 4 - EDI - ELECTRONIC DATA INTERCHANGE. Vamos conhecer o que significa o EDI? EDI é a sigla de Electronic Data Interchange, que em português significa Troca Eletrônica de Dados. É a troca de documentos via sistemas de teleinformática entre duas ou mais organizações de forma padronizada. Tem 12 como um dos principais objetivos, ao substituir o fluxo de papéis entre elas, agilizar e reduzir os custos dos processos mercantis. E agora o que é o EDI, conseguiu entender? Se ainda não sem importância vamos aprofundar mais até o seu entendimento. Veja a seguir! Geralmente, associa-se o comércio eletrônico às operações de compra e venda que se realizam através da internet. Esta é uma visão muito limitada, pois comércio eletrônico é qualquer forma de transação comercial na qual as partes interagem eletronicamente, e não através contato físico. O EDI, ou Electronic Data Interchange, permite o intercâmbio de documentos normalizados entre os sistemas informáticos dos que participam em uma relação comercial. Afinal, o que é então o EDI? A troca eletrônica de dados (EDI) é a transferência entre parceiros de negócio de documentos empresariais padronizados e em formato eletrônico, de computador para computador. Ao migrar a troca de documentos em papel para o formato eletrônico, as empresas obtêm benefícios como redução de custos, aumento na velocidade de processamento, redução de erros e melhoria das relações com parceiros de negócio. Entenda mais os benefícios do EDI. Computador para computador– o EDI substitui correio, fax e e-mail. Apesar do e-mail ser uma abordagem eletrônica, os documentos trocados via e-mail ainda devem ser manuseados por pessoas, e não computadores. Ter pessoas envolvidas aumenta o ciclo para processamento dos documentos e também possibilita a ocorrência de erros. Em contrapartida, os documentos EDI vão diretamente para o sistema definido no computador do destinatário (por exemplo, o sistema de gerenciamento de pedidos) e o processamento pode começar imediatamente. As empresas geralmente usam um tradutor de EDI: um software interno ou os serviços de um prestador de serviços para traduzir o formato EDI para que os dados possam ser usados por seus aplicativos internos e, assim, permitam um processamento direto dos documentos. Parceiros de negócio – A troca de documentos EDI ocorre geralmente entre duas empresas diferentes, denominadas parceiros de negócios ou parceiros comerciais. Por exemplo, a empresa A compra bens da empresa B. A empresa A envia pedidos de compra para a empresa B. Logo, elas são parceiras de negócio. 13 Podemos então, entender que esta capacidade de integração converte as mensagens EDI na melhor opção para otimizar a maior parte dos processos administrativos e de gestão, graças, entre outras coisas, às melhorias obtidas pela redução dos tempos de processamento, aumento da segurança e confidencialidade ou redução de custos. A tecnologia do EDI, é essencial para que a cadeia de suprimentos atue de forma otimizada e integrada. Através da interligação entre empresas e do fluxo de informação entre os seus sistemas de gestão, é possível que o balanceamento de todas as relações cliente/ fornecedor sejam atingidas, uma vez que cada elo só compra, manufatura e vende aquilo que os elos anteriores e posteriores necessitam. Assim, as perdas são reduzidas e os custos minimizados, até o cliente final. O EDI é uma importante ferramenta para a eficácia no gerenciamento da cadeia de suprimentos. Segundo Silva e Fischmann (1999), apesar do EDI por si só não alterar as formas de relacionamento entre os membros da cadeia de suprimentos, ele permite que as empresas aprimorem os seus fluxos de informação, tanto em termos comerciais, quanto na busca e conhecimento sobre os negócios de seus parceiros. O EDI possibilita melhorar a performance de ambos junto ao consumidor final. Além disso, esta ferramenta pode ser um incentivo para a mudança baseada em novas formas de gestão de cadeia de suprimentos. Fonte: artigo: “Tecnologia da informação e logística – Os impactos do EDI nas operações logísticas de uma empresa do setor automobilístico” Vamos agora estudar como usar o EDI no Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos? Para mais informações, acesse o material on-line e confira a videoaula do professor Nelson. 14 TEMA 5: ERP-ENTERPRISE RESOURCE PLANNING. Já ouvimos tanto falar de ERP o que é afinal um sistema ERP e qual a sua utilidade? Neste tema vamos buscar conhecer o ERP Em sua essência, ERP é um sistema de gestão empresarial. Imagine que você tenha uma empresa que conta com vários sistemas, um para lidar com as contas a pagar, um para gerar folhas de pagamento, um para controlar vendas, um para gerenciar impostos, um para analisar metas e desempenho, entre outros. Em vez de existir um ou mais softwares isolados para cada departamento da companhia, não seria melhor contar com uma integração entre eles, de forma que todos fizessem parte de umsistema unificado? É justamente isso que uma solução de ERP oferece. Com um único sistema integrando todos os departamentos - ou pelo menos os setores mais importantes -, a comunicação interna se torna mais fácil e menos custosa. O departamento financeiro, por exemplo, pode saber rapidamente quanto dinheiro destinar à quitação de impostos e quanto direcionar ao pagamento de funcionários, de acordo com as informações que o setor de gestão de recursos humanos disponibilizar no sistema. O chefe de um determinado departamento pode avaliar o desempenho de um funcionário e discutir junto ao gerente de RH quanto a empresa pode lhe oferecer de aumento. O departamento de marketing pode consultar o controle de vendas, perceber que um determinado produto não está tendo a saída desejada e desenvolver uma nova estratégia para reverter este quadro, ao mesmo tempo em que verifica se a verba disponibilizada é suficiente para este trabalho ou se é necessário marcar uma reunião para solicitar mais recursos. Percebam, com estes exemplos, que há várias situações onde a integração de sistemas se mostra vantajosa. Note que, com sistemas distintos, cada setor teria mais dificuldade para se comunicar com o outro, resultando em maior consumo de tempo, mais gastos e até em excessivos procedimentos burocráticos. Além disso, com um sistema de ERP, a empresa passa a ter menos fornecedores de software, o que diminui custos com licenças, suporte técnico, servidores, treinamento, entre outros. 15 Agora que já conhecemos o que é o Sistema ERP vamos conhecer como implementá-lo? ERP não é o tipo de software que é comprado na prateleira de uma loja para depois ser instalado em um computador e, em seguida, estar pronto para o uso. Basta compreender que uma empresa que fabrica medicamentos, por exemplo, tem necessidades bem diferentes de outra que trabalha no ramo de transportes. A primeira precisa se preocupar com obtenção de matéria-prima, pagamento de licenças de patentes, pesquisas em laboratórios, entre outros. A segunda, por sua vez, precisa se preocupar com a idade da frota, com gastos de combustível, com pedágios e assim por diante. Repare bem, que é importante à empresa analisar as soluções de ERP existentes no mercado e as modalidades de licenciamento oferecidas para saber qual lhe atende melhor. Além disso, a implementação geralmente ocorre por etapas, de forma que determinados módulos do sistema sejam instalados somente depois de este processo já ter ocorrido com outros. Portanto, a implementação de um ERP pode consumir vários meses. Módulos de um sistema de ERP Os sistemas de ERP lidam com os vários departamentos de uma empresa. No entanto, não precisam, necessariamente, cobrir cada uma delas, pelo menos não ao mesmo tempo. Algumas categorias de módulos que podem ser mais padronizados: Financeiro; Contabilidade; Recursos humanos; Ativo fixo; Processos; Projetos; Jurídico. A partir daí, pode-se encontrar módulos mais específicos, adotados em menor escala e apenas se estiverem em conformidade com as atividades da empresa, por exemplo: Estoque; Distribuição de produtos; 16 Frota; Gestão de conhecimento; Controle de materiais; Automação comercial; Análise de riscos. Comércio exterior Perceba que nem toda empresa precisa gerenciar frota ou lidar com automação comercial, por exemplo. A vantagem do esquema de módulos está justamente aí. A companhia implementa somente aqueles que lhe são úteis e pode adicionar mais com o tempo, motivada pela expansão dos negócios. Existem no mercado muitas soluções ERP, que tal conhecermos as mais importantes. Há empresas especializadas em ERP com grande aceitação, como SAP, TOTVS, Microsoft Dynamics e Oracle. Como saber qual é a melhor escolha? Será que considerar somente preço é suficiente? Não há fórmula certa que sirva para todas as empresas, mas há várias dicas que podem ajudar na escolha mais adequada. E quais são as principais vantagens e desvantagens dos sistemas de ERP? É importante ter em mente que esse tipo de software não resolverá todos os problemas da companhia e, muitas vezes, pode não oferecer os resultados 17 esperados para determinadas atividades. Podemos apontar como vantagens que os sistemas de ERP podem: Ajudar na comunicação interna; Agilizar a execução de processos internos; Diminuir a quantidade de processos internos; Evitar erros humanos - em cálculos de tributos e pagamentos, por exemplo; Ajudar na tomada de decisões; Auxiliar na elaboração de estratégias operacionais; Agilizar a obtenção de dados referentes a determinados cenários; Diminuir o tempo de entrega do produto ou serviço ao cliente; Ajudar a lidar com grandes volumes de informação; Evitar trabalho duplicado; Fazer com que a empresa se adapte melhor a mudanças no mercado e na legislação. Como possíveis desvantagens, podemos citar: Alto custo com customização e implementação; Implementação demorada - uma solução de ERP não fica pronta da noite para o dia, como você já sabe; Risco de prejuízo financeiro ou de desempenho com erros inesperados do sistema; Possíveis problemas com suporte e manutenção caso o fornecedor do software seja vendido ou encerre suas atividades; Dependência, que pode dificultar as atividades da empresa quando o sistema fica, por algum motivo, indisponível; Adaptação e treinamento por parte de funcionários podem demorar mais tempo que o esperado; Resistência ao novo, em caso de implementações ou atualizações; O sistema pode exigir mudanças em determinados aspectos da cultura interna da empresa; Pode-se perceber tardiamente que aquela solução não oferece a relação custo-benefício esperada; Ao longo do tempo, atualizações e acréscimos de módulos podem tornar o sistema excessivamente complexo. 18 É claro que é possível aplicar esforços para garantir que as vantagens tomem forma e que as desvantagens sejam amenizadas. Mas aproveite a videoaula a seguir, para compreender um pouco melhor todo esse processo. Para mais informações, acesse o material on-line e confira a videoaula do professor Nelson. TROCANDO IDEIAS Para que envolver tantas empresas de uma cadeia de suprimentos numa sequência de negociações para implantação de um ECR- Resposta Eficiente ao Consumidor? Não seria mais fácil simplesmente editar normas e os regulamentos, fazendo com que as empresas tivessem que seguir certos comportamentos dentro da cadeia de suprimentos? Aproveite a oportunidade para discutir e debater com seus colegas de curso no fórum da disciplina disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). NA PRÁTICA O ECR não tem qualquer poder normativo ou regulatório: a adesão é voluntária e motivada pelos resultados. A palavra-chave é competitividade: na maioria dos mercados se observa um processo de acelerada concentração, poucas e grandes empresas, muitas vezes globais, é que dominam o mercado, trazendo recursos financeiros e técnicos que lhes permitem trabalhar com custos menores que seus concorrentes, oferecendo mais variedade de produtos e melhores níveis de serviço. Quem não conseguir no mínimo acompanhar estes padrões, se vê abandonado pelos clientes. E não são leis, regulamentos ou normas que vão agregar a competitividade, mas sim a melhora na gestão e a parceria com os demais integrantes da cadeia, em soluções sob medida para as necessidades específicas de cada segmentode atividade. Assim, é indispensável a presença de representantes das próprias empresas, identificando e dimensionando os problemas, desenhando e testando 19 soluções, e assim criando as melhores práticas para sua própria atividade, aceitas e compartilhadas pelos benefícios que propiciam a todos. Poderíamos finalizar dizendo que o ECR permite se discutir e implantar melhorias no Sistema de funcionamento de uma cadeia de suprimentos, o que na certa não ocorreria por normas e regulamentos, pois limitaria a ação das empresas aos cumprimentos dessas. SÍNTESE Ao término desta rota de aprendizagem, puderam vocês aprender sobre: A sistemática de como ocorre a emissão de um pedido de mercadorias A filosofia do ECR- Resposta eficiente ao consumidor para a otimização das cadeias de suprimentos As vantagens do uso dos sistemas EDI- Electonic Data Interchange, no acompanhamento do trâmite de informações, documentos e materiais entre empresas. O que é e para que servem os sistemas ERPs – Enterprise Resource Planning. REFERÊNCIAS ROBLES, L. Tadeu, Cadeias de Suprimentos, Editora Intersaberes, Curitiba, 2015. Disponível em <http://unipe.br/blog/administracao/wp- content/uploads/2008/11/gestao-estrategica-de-recursos-materiais-controle-de- estoque-e-armazenamento.pdf>. Acesso em: 05 de maio de 2016. Disponível em <https://pt.wikibooks.org/wiki/Log%C3%ADstica/Movimenta%C3%A7%C3%A3o _de_materiais/Princ%C3%ADpios_de_movimenta%C3%A7%C3%A3o_de_mat eriais>. Acesso em: 05 de maio de 2016. Disponível em <http://www.utfpr.edu.br/medianeira/estrutura/diretorias/dirplad/departamento- de-materiais-e-patrimonio-1/manual-do-almoxarifado-1>. Acesso em: 05 de maio de 2016. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415- 65552006000300007> Acesso em: 05 de maio de 2016. 20 Disponível em <https://portogente.com.br/portopedia/edi-electronic-data- interchange-73824>. Acesso em: 05 de maio de 2016. Disponível em <http://www.infowester.com/erp.php>. Acesso em: Acesso em: 05 de maio de 2016. Disponível em <http://www.merkatus.com.br/10_boletim/120.htm>. Acesso em: 05 de maio de 2016.
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