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COMENTÁRIOS ÀS QUESTÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA PARA O CARGO DE ANALISTA DO TESOURO ESTADUAL – SEFAZ/AM Parte II Questão 26: “As despesas relativas a contratos, convênios, acordos ou ajustes de vigência superior a 1 exercício serão empenhados”: A) em 2 (dois) exercícios financeiros; B) em 3 (três) exercícios financeiros; C) em 4 (quatro) exercícios financeiros; D) total e exclusivamente no exercício em que começar a sua execução; E) em cada exercício financeiro pela parte nela a ser executada. Resposta do gabarito: alternativa “E”. Comentário: é o Princípio da Anualidade que impõe o empenhamento de frações de despesas, em cada exercício, cuja vigência ultrapasse um exercício financeiro, isto é, 01 ano, a exemplo dos contratos, convênios, acordos ou ajustes. A Lei nº 4.320/64 faz alusão ao princípio em seu art. 2º, parte final. Por sua vez, a Lei nº 8.666/93 – Lei de Licitações e Contratos – reforçou esse entendimento ao condicionar a realização de licitação para a aquisição de Obras e Serviços à prévia existência de dotações orçamentárias que assegurem o pagamento de obrigações geradas apenas no exercício financeiro corrente, conforme assinalado no art. 7º, § 2º, III, da referida Lei. Assim, as obrigações geradas nos exercícios subseqüentes serão atendidas, cada uma, pelas dotações orçamentárias de cada exercício. Questão 27: “Compõem o Ativo Compensado”: A) Valores Nominais Emitidos e Valores em Poder de Terceiros; B) Valores Nominais Emitidos e Bens de Uso Comum do Povo; C) Valores em Poder de Terceiros e Bens de Uso Comum do Povo; D) Dívida Ativa e Contrapartida de Valores Nominais Emitidos; E) Dívida Flutuante e Valores em Poder de Terceiros. Resposta do gabarito: alternativa “A”. Comentário: o Ativo Compensado, em se tratando da Contabilidade Pública, é constituído a partir das informações geradas no Sistema de Compensação. É este sistema de contas que registra as Responsabilidades de cada ente público. Tais responsabilidades ou são Ativas ou Passivas. Em linhas gerais, classificam-se como responsabilidades ativas todas aquelas em que o ente público entrega a terceiros bens e valores que compõem seu patrimônio sem que, contudo, estes últimos adquiram o seu domínio. Estas responsabilidades são registradas no Ativo Compensado. Por outro lado, constituem-se em responsabilidades passivas a situação inversa, qual seja, todas as vezes em que o ente público junta ao seu patrimônio bens e valores pertencentes ao patrimônio de terceiros sem, contudo, adquirir-lhe o domínio. Estas responsabilidades são registradas no Passivo Compensado. Em relação à alternativa assinalada, a conta “Valores Nominais Emitidos” registra, dentre outros, a emissão de títulos públicos por parte de uma entidade governamental visando ao financiamento de sua dívida pública. Tais emissões acabam por gerar responsabilidades do ente emissor perante aqueles que adquirem seus títulos, uma vez que o ente se compromete a pagar rendimentos em troca do uso dos valores assim tomados do particular. É possível, ainda, que referido ente possa comprometer-se a resgatar, isto é, recomprar o título público em data futura, previamente ajustada com seu credor, nascendo daí as operações compromissadas. Já a conta “Valores em Poder de Terceiros” registra o montante de títulos públicos entregues a terceiros pelo ente público, mas com finalidade diversa da conta “Valores Nominais Emitidos”. Os títulos que se encontram nessa situação têm por fim servir de garantia de uma outra operação; um contrato, p. exemplo, ajustado entre o ente público e uma outra entidade em que esta última exige, para a assinatura contratual, que o ente ofereça valores em garantia. Se a garantia assim ofertada for dada em títulos, então a operação deverá ser registrada nesta conta. -Alternativas “B” e “C”: os Bens de Uso Comum do Povo não são registrados pela Contabilidade Pública. Exceção feita se tais bens passarem à categoria de Bens de Uso Especial ou Bens de Domínio. Nesse caso, os primeiros serão obrigatoriamente registrados enquanto os últimos apenas facultativamente. -Alternativa “D”: a Dívida Ativa é objeto de registro do Sistema Patrimonial e não do Sistema de Compensação. -Alternativa “E”: nem toda Dívida Flutuante será objeto de registro no Sistema de Compensação. Desta feita, as obrigações decorrentes da execução do orçamento corrente são todas elas registradas apenas no Sistema Financeiro de contas. Ex: as obrigações assumidas em decorrência da folha de pagamento do funcionalismo público (imposto de renda retido na fonte, seguridade social, valor líquido da remuneração a pagar). Todavia, é possível que alguns itens que compõe a Dívida Flutuante sejam também registrados no Sistema de Compensação, a exemplo dos Depósitos (vide art. 92, III, da Lei nº 4.320/64). Nesta hipótese, um depósito judicial em dinheiro recebido por um Tribunal de um particular objetivando assegurar a interposição de um recurso em instância superior será também registrado no Sistema de Compensação. Questão 28: “O cancelamento da Dívida Ativa é contabilizado nas Demonstrações das Variações Patrimoniais como”: A) Variação Passiva – Mutação Patrimonial – Cancelamento da Dívida Ativa; B) Variação Passiva – Independente da Execução Orçamentária – Cancelamento da Dívida Ativa; C) Variação Ativa – Resultante da Execução Orçamentária – Cancelamento da Dívida Ativa; D) Variação Ativa - Mutação Patrimonial – Cancelamento da Dívida Ativa; E) Variação Ativa – Independente da Execução Orçamentária – Cancelamento da Dívida Ativa. Resposta do gabarito: alternativa “B”. Comentário: a Dívida Ativa é registrada no Ativo Permanente de um ente governamental, correspondendo a valores que ele tem a receber perante terceiros. Tais valores gozam de liquidez e certeza. A Lei nº 4.320/64 em seu art. 39 os denomina de Créditos da Fazenda Pública e os classifica em créditos de natureza tributária e não tributária. Pois bem, todas as vezes em que um ente público, qualquer que seja o motivo, venha a ter que dar baixa num bem ou direito que tem a receber, terá que desincorporar esse valor do rol dos valores que compõem seu patrimônio. Esta baixa, por sua vez, independerá da execução do orçamento uma vez que a operação não possui nenhum vínculo direto com o mesmo. Em se tratando da baixa da Dívida Ativa em razão de seu cancelamento ocorrerá uma morte de um ativo que a doutrina classificou como Insubsistência Ativa. Esse desaparecimento do item patrimonial acabará por gerar uma Variação Passiva em razão de o fato puxar o resultado do exercício em direção ao déficit contábil no final do exercício. Isto porque o Ativo literalmente encolherá frente ao Passivo reduzindo-se, em conseqüência, a diferença entre ambos.
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