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DPCMG Civil Bruno 01 (1)

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1/6 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO: DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DE MINAS GERAIS - 2018 Nº 01 
DATA: 27/02/2018 
DISCIPLINA: Direito Civil 
PROFESSOR: Bruno Zampier 
MONITOR: Wagner Rosa 
AULA: 01/07 
 
Conteúdo 
Lei de Introdução às normas do direito brasileiro (LINDB) .............................................................. 1 
Eficácia da Lei ................................................................................................................................ 1 
Contagem de prazo ..................................................................................................................... 2 
Princípio da obrigatoriedade da lei .............................................................................................. 3 
Princípio da continuidade das normas......................................................................................... 4 
Formas de revogação ................................................................................................................. 4 
2) interpretação e integração de normas ......................................................................................... 5 
3) Lei penal no tempo ..................................................................................................................... 5 
4) Lei no espaço ............................................................................................................................. 6 
 
Lei de Introdução às normas do direito brasileiro (LINDB) 
 
 Decreto Lei 4657/42; 
 Art. 59, parágrafo único, CR/88; 
 Lei complementar 95/98. 
 
A LINDB pode ser dividida em: 
 
Art. 1º ao 6º  Eficácia, Obrigatoriedade, Lacunas e lei no tempo. 
 
Art. 7º a 17  Lei no espaço. 
 
Art. 18 e 19  Autoridades no estrangeiro. 
Eficácia da Lei 
Trabalhar a eficácia da lei é estudar o seu processo vital, concepção, nascimento, vida e extinção. 
 
 
2/6 
 
Toda lei é concebida através do processo legislativo, passando pela promulgação que é o ato 
de autenticação da lei pela autoridade competente, e ainda pela publicação na imprensa oficial, o 
que torna a lei cogente. 
 
Observações: 
 
 Quanto mais complexa a lei, maior será sua “vacatio legis” (período que a sociedade terá 
para se adaptar a nova legislação). 
 Durante a “vacatio legis” a eficácia da lei está suspensa. Somente após o transcurso da 
vacatio que a lei produzirá seus regulares efeitos. Vigência e eficácia são termos 
equivalentes 
 Regra geral é que a lei trará expressamente sua “vacatio legis”, (art. 8º LC 95/98). 
Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável 
para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua 
publicação" para as leis de pequena repercussão. 
 A Lei entra em vigor, em regra na data da sua publicação. Se a lei não trouxer previsão, o 
prazo de “vacatio” será de 45 dias, Art. 1º, Caput. 
 A aplicação da LINDB é de caráter residual e será aplicada quando não houver previsão 
expressa na própria lei. 
 O prazo de “vacatio” inicia-se com a data da publicação oficial. NÃO DA 
PROMULGAÇÃO. 
 Se a lei brasileira tiver vigência no estrangeiro, o prazo será de 3 meses após a 
publicação. (art. 1, §1º LINDB). 
Art. 1
o
 Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias 
depois de oficialmente publicada. 
§ 1
o
 Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três 
meses depois de oficialmente publicada. 
 
 
Contagem de prazo 
 
O art. 8º, §1º LC95/96 aduz que a contagem inclui a data de publicação e o ultimo dia de prazo, 
assim, se uma lei é publicada em 17/03/2015, sua vigência será em 18/03/2016. 
 
Ex: a Lei 14.000 de 18/06/2018 - estabelece vacatio de 6 meses; publicada em 19/06, vence 6 
meses em 19/12 entrando em vigor em 20/12. 
 
§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á 
com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente 
à sua consumação integral. 
 
 
3/6 
 
Se uma lei é publicada com erros, esta deverá ser republicada sem passar pelo processo 
legislativo. 
 
A republicação poderá se dar em dois momentos: 
 Dentro do período de vacatio  Efeito: zera a contagem de prazo da “vacatio”. 
 
 Após o período de “vacatio”  A republicação terá força de lei nova, ou seja, não 
poderá ter eficácia retroativa, isso para evitar a mudança repentina de postura política. (art. 
1º, §3º e §4º, LINDB). 
 
§ 3
o
 Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o 
prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. 
§ 4
o
 As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
 
Obs.: Se na republicação de lei dentro do período de “vacatio” houver mudança de conteúdo da 
lei, deverá ocorrer novamente o processo legislativo. 
Princípio da obrigatoriedade da lei 
 
Uma lei só se torna obrigatória à partir de sua vigência, enquanto estiver em “vacatio” não 
vincula ninguém. (art. 3º LINDB). 
Art. 3
o
 Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
A LINDB exige a potencialidade do conhecimento, que advém da publicação da norma. 
 
O princípio da obrigatoriedade tem caráter relativo em situações específicas. 
Teoria do erro, tanto no penal quanto no civil, pode ser uma exceção a aplicação do princípio da 
obrigatoriedade. 
 
As partes não precisam provar a vigência de NORMA FEDERAL, no entanto, se a parte alegar 
Lei Estadual, Municipal, estrangeira ou consuetudinária, o Juiz poderá pedir prova de vigência. 
art. 376, NCPC e art. 14, LINDB. 
 
NCPC. Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á 
o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. 
 
LINDB Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto 
e da vigência. 
 
 
 
4/6 
 
Princípio da continuidade das normas. 
 
Uma lei terá vigência por prazo indeterminado (regra geral). A cessação de eficácia de uma 
norma se dará por três fatores: 
 
 Lei temporária  é a norma que terá um termo final de eficácia, “nasce com data para 
morrer” a exemplo da lei 12.663/12 (lei da copa). 
 
 Lei declarada inconstitucional  Quando o tribunal reputa uma norma como 
inconstitucional ocorrerá a declaração de invalidade desta com a consequente 
cessação da eficácia (tribunal não revoga normas). Da mesma forma, a constituição ou 
uma nova emenda constitucional, não revogam normas que lhe são anteriores e de 
hierarquia inferior, ocorrendo aqui a analise de recepção ou não recepção da norma 
(juízo de adequabilidade). 
 
 Revogação  é o ato que retira a eficácia de uma lei em virtude de outra posterior ter 
entrado em vigor. (sucessão de leis no tempo) 
 
Formas de revogação 
 
Quanto à extensão 
 Total (ab-rogação) 
 Parcial (derrogação). 
Uma lei ab-rogada pode ter ultratividade. Aplica-se a situações que aconteceram sob a sua 
égide. Um instituto previsto por uma lei revogada continua por ela regulamentado quanto aos seus 
efeitos. Exemplo: enfiteuse. 
 
Quanto à forma  (art. 9º, LC 95/98) 
Art. 9º A cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais revogadas 
 Expressa  Regra geral  quando a própria lei traz em seu texto. 
 Tácita  Quando houver incompatibilidade entre a nova lei e as que antecedem. Deriva 
de uma interpretação doutrinária ou jurisprudencial que conclua pelaincompatibilidade da 
nova lei com leis que lhes são anteriores. 
 
A revogação tácita ocorre porque não se pode haver antinomia. - Todo conflito de norma deve ser 
somente aparente. 
 
 
 
5/6 
 
Observações: (art. 2º, § 2º LINDB) 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível 
ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
 
A lei nova que estabelece disposições gerais ou especiais, paralelamente às existentes, não 
revogam lei anterior. 
 
Art. 2
o
 Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 
§ 2
o
 A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga 
nem modifica a lei anterior. 
 
Repristinação (norma revogada volta a vigência) 
 
No Brasil, em regra geral em termos de lei não se admite a repristinação, no entanto, pode 
ocorrer se a lei posterior assim prevê expressamente. (art. 2º, §3º LINDB). 
 
§ 3
o
 Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a 
vigência. 
 
Obs.: Alguns autores defendem que no Brasil existe o efeito repristinatório no controle de 
constitucionalidade. 
2) interpretação e integração de normas 
 
Art. 4º e 5º LINDB 
Art. 4
o
 Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito. 
Art. 5
o
 Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem 
comum. 
 
Art. 5º refere-se ao que os doutrinadores chamam de “semente” da função social. 
 
O artigo 4º se refere às lacunas e seu preenchimento através de analogia, costumes e princípios 
gerais do direito. 
 
Doutrinadores divergem sobre a hierarquia entre o referido no art. 4º, sendo que os mais 
antigos defendem que existe a hierarquia e esta deverá ser respeitada, já os doutrinadores 
modernos defende que não há. 
 
3) Lei penal no tempo 
A lei nova, via de regra, projeta seus efeitos para frente, para o presente e futuro. 
Excepcionalmente uma lei poderá ter caráter retroativo, desde que expressamente previsto. 
 
 
6/6 
 
Essa eficácia retroativa não poderá alcançar três pilares: ato jurídico perfeito, direito adquirido e 
coisa julgada. 
 
Regra geral  irretroatividade. 
 
Exceção  A própria lei expressamente dá o caráter retroativo. 
Mesmo nos casos de eficácia retroativa a lei nova não poderá ferir o ato jurídico perfeito, a coisa 
julgada e o direito adquirido, que são conceituados no art. 6º, no entanto, a doutrina mais 
moderna trás novos conceitos. 
 
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a 
coisa julgada. 
 
 Ato jurídico perfeito  Manifestação de vontade que quando de sua prática respeitou 
os requisitos previstos à época pela lei. 
 Direito adquirido  Quando o titular completar o fato por inteiro na vigência de lei 
anterior. 
 Coisa julgada  Qualidade de imutabilidade de uma decisão, sendo esta qualidade 
adquirida após um fenômeno temporal (trânsito em julgado). 
4) Lei no espaço 
 
Âmbito de aplicação territorial de uma lei; trata-se de territorialidade, soberania (art. 1º da CR/88). 
 
Nos art. 7º a 17, claramente não viola a soberania, o que a LINDB faz é uma harmonização de 
jurisdições distintas. 
 
Art. 7º - princípio do domicílio. 
Art. 7
o
 A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da 
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
 
Art. 8º - lei aplicável aos bens. 
 
Art. 8
o
 Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em 
que estiverem situados. 
 
Obs.: O STJ no informativo 610, em 2017 reiterou sua jurisprudência no sentido de que dívida de 
jogo ou aposta lícita no exterior, mesmo que ilícito no Brasil poderá aqui ser cobrada. 
 
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.

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