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NUTRIÇÃO EM PSIQUIATRIA

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NUTRIÇÃO EM PSIQUIATRIA
Dependência de outras drogas
Acadêmica:
Ana Paula Silva
Conceito:
De acordo com o efeito de alterar o psiquismo, as substâncias psicoativas podem ser classificadas em:
Psicoanalépticas: são aquelas que estimulam o SNC (cocaína, anfetaminas, cafeína, ...)
Psicolépticas: são os depressores do SNC (álcool, barbitúricos, opióides, ...)
Psicodislépticas: são os alucinógenos (maconha, ácido lisérgico, ...)
As fronteiras entre o consumo esporádico, o abuso e a dependência de drogas são pouco nítidas, entretanto, o impacto funcional na vida do individuo e o surgimento de mecanismos fisiológicos como tolerância e abstinência, podem ser de grande auxilio.
Aspectos nutricionais relevantes:
As consequências nutricionais decorrentes do uso de substancias psicoativas variam de acordo com o tipo, a quantidade, a frequência e o tempo de utilização de cada droga. Seu uso constante pode comprometer o estado nutricional dos usuários, repercutindo na ingestão de alimentos e água, assim como no metabolismo e no peso.
Vários fatores podem causar a deficiência nutricional nos dependentes de drogas: o aumento das necessidades de nutrientes para detoxificar ou metabolizar a droga; a inativação de vitaminas e coenzimas necessárias para a metabolização de energia; danos no fígado, que levam a um estoque inadequado dos nutrientes; má absorção ou má utilização dos nutrientes; aumento da perda de nutrientes com a diurese e a diarreia provocada pelo uso contínuo dessas substâncias, entre outros.
Consequências nutricionais decorrentes da dependência de drogas e estratégias de conduta:
Tratamento:
O tratamento da dependência de drogas é constituído pelo manejo clinico de situações específicas, tais como a intoxicação, a síndrome de abstinência, a prevenção de recaída e o tratamento das complicações clínicas e psiquiátricas associadas.
Os quadros de intoxicação e abstinência são tratados em serviços de emergência. O tratamento de dependentes deve ser feito através de equipe multidisciplinar, e um dos aspectos prioritários deve ser a prevenção de recaída. Podem ser usadas estratégias farmacológicas, técnicas cognitivo-comportamentais, abordagem psicodinâmica e abordagem nutricional.
Conduta nutricional
Os prejuízos na saúde pelo uso prolongado de substâncias psicoativas e suas comorbidades psiquiátricas podem dificultar o tratamento dos pacientes dependentes de drogas. Dessa forma, é necessário fazer uma avaliação dos parâmetros bioquímicos e antropométricos, bem como história clínica e alimentar, assim promover uma recuperação e/ou manutenção do estado de saúde.
Para que se possa estabelecer uma freqüência de consultas, os pacientes devem ser classificados em três categorias: sem risco nutricional ou eutróficos, com risco nutricional e com transtornos da alimentação e/ou comportamento alimentar inadequados.
Perguntas que não podem faltar na anamnese:
Você está procurando tratamento para dependência de qual substância psicoativa?
Você acha que se alimenta adequadamente?
No período que está utilizando a droga, você deixa de comer ou costuma comer em maior quantidade?
Você está feliz/satisfeito com seu corpo? Se não, o que você não gosta?
Você utiliza ou já utilizou a droga como substituta de comida?
Você tem consciência do mal que o uso dessa substância provoca ao seu organismo?
Você identifica algum sentimento de culpa ou de outro tipo em relação ao alimento?
Diário alimentar:
A cada consulta medidas antropométricas são aferidas e o diário alimentar é acompanhado a fim de verificar a evolução do estado nutricional e auxiliar na definição da conduta a ser adotada. 
Por meio do diário alimentar, são realizadas orientações sobre como organizar as refeições e controlar as compulsões alimentares. 
NutriÇÃO E SAÚDE MENTAL
O organismo de um dependente químico, durante e após o processo de desintoxicação, fica bastante debilitado. É comum perda de peso, perda de cabelo e até mesmo alucinações graças à falta de nutrientes necessários ao corpo. Com isso, o organismo fica fraco e bastante suscetível a outras doenças.
Dessa forma, o nutricionista vem com o papel de tratar o organismo do paciente, concedendo a ele uma dieta balanceada que traga de volta a vitalidade para que ele volte a ser saudável. Assim, o indivíduo se torna mais propenso a aderir ao tratamento e não voltar à dependência.
Além de realizar atendimento individual, o nutricionista pode atuar em grupos, visita aos domicílios, gerando acolhimento aos usuários e participação no projeto terapêutico. 
rEFERêNCIAS
American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 4. ed. Porto Alegre: Artmed; 1995. 
World Health Organization. Classificação internacional de transtornos mentais e de comportamento da CID 10. Porto Alegre: Artmed; 1993. 
Carlini EA, Galduróz JCF, Noto AR, Fonseca AM, Carlini CM, Oliveira LG, et al. II levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do País:2005. Brasília: Secretaria Nacional Antidrogas;2007.
Mohs ME, Watson RR, Leonard- Green T. Nutritional effects of marijuana, heroin, cocaíne, and nicotine. J Am Diet Assoc.1990 Sep;9 (9): 1274-7.

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