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SP03 - Dependência Química

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Prévia do material em texto

AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
Situação Problema 03 – SP03 
OBJ	1.	Diferenciar	dependência	química	X	uso	recreativo	X	uso	abusivo.		
DROGAS	
De	acordo	com	a	Organização	Mundial	da	Saúde,	o	termo	“droga	refere-se	a	qualquer	entidade	química	ou	mistura	
de	entidades	que	altere	a	função	biológica	e	possivelmente	a	estrutura	do	organismo”	(OMS,	1981).	As	chamadas	
substâncias	 psicoativas	 ou	 drogas	 psicotrópicas	 são	 aquelas	 que	 atuam	 sobre	 o	 cérebro,	 modificando	 o	 seu	
funcionamento,	podendo	provocar	alterações	no	humor,	na	percepção,	comportamento	e	estados	da	consciência.		
O	 uso	 de	 drogas,	 incluindo	 álcool	 e	 nicotina,	 altera	 o	 Sistema	 Nervoso	 Central	 (SNC)	 e	 está	 entre	 os	 principais	
problemas	de	Saúde	Pública	no	mundo.	Além	do	comprometimento	das	estruturas	cerebrais,	as	drogas	podem	causar	
problemas	físicos,	psicológicos,	sociais,	ocupacionais	e	legais.	Segundo	Seidl	(1999)	as	drogas	podem	ser	classificadas	
de	acordo	com	a	produção	e	com	a	Lei:	
CLASSIFICAÇÃO	QUANTO	À	PRODUÇÃO	
De	acordo	com	a	produção,	as	drogas	podem	ser	classificadas	entre	naturais,	semissintéticas	e	sintéticas:	
1. Drogas	Naturais:	são	originadas	de	plantas,	disponíveis	na	natureza,	como	os	cogumelos	e	a	trombeteira,	
consumidas	em	forma	de	chá;	
2. Drogas	Semissintéticas:	são	extraídas	de	plantas,	mas	exigem	algum	tipo	de	processamento	para	serem	
consumidas.	Como	exemplo,	tem-se	a	maconha,	a	cocaína,	o	álcool	e	o	tabaco.	Elas	podem	ser	produzidas	em	
escala	industrial,	como	as	bebidas	alcoólicas	e	o	cigarro.	Sendo	assim,	são	obtidas	a	partir	de	modificações	
químicas	das	substâncias	naturais;	
3. Drogas	 Sintéticas:	 são	 produzidas	 artificialmente	 em	 laboratório,	 como	 o	 ecstasy,	 o	 LSD	 e	 os	
benzodiazepínicos.	Algumas	são	fabricadas	pela	indústria	farmacêutica	com	finalidade	médica.	
CLASSIFICAÇÃO	QUANTO	À	LEI	
De	acordo	com	a	lei,	as	drogas	podem	ser	classificadas	entre	lícitas	e	ilícitas:	
1. Drogas	 Lícitas:	 não	 há	 nenhuma	 proibição	 na	 legislação	 quanto	 à	 produção,	 uso	 e	 comercialização.	 São	
chamadas	drogas	legais	e	em	geral	têm	seu	uso	aceito	socialmente	e	às	vezes	até	estimulado	em	determinadas	
culturas,	como	exemplo	tem-se	o	álcool,	tabaco	e	café.	Os	benzodiazepínicos	e	as	anfetaminas	também	são	
drogas	permitidas,	apesar	do	controle	na	comercialização	e	receita	médica.	Os	solventes	ou	inalantes,	como	
a	cola	de	sapateiro,	são	drogas	lícitas	muito	utilizadas	na	construção	civil	e	na	fabricação	de	objetos	de	couro,	
contudo	tem	a	comercialização	controlada	para	evitar	o	uso	indevido.	
2. Drogas	 Ilícitas:	 são	 as	 drogas	 proibidas	 por	 leis	 específicas	 e	 que	 têm	 a	 produção,	 a	 comercialização	 e	 o	
consumo	considerados	como	crime.	A	maconha,	a	cocaína	e	o	crack	são	exemplos	de	drogas	ilícitas	ou	ilegais.	
CONCEITOS	IMPORTANTES	
Alguns	conceitos	importantes	são	a	intoxicação	e	abstinência:	
1. Intoxicação:	 síndrome	 causada	 pela	 ingestão	 recente	 de	 uma	 determinada	 droga.	 É	 caracterizada	 por	
alterações	comportamentais	ou	psicológicas	clinicamente	significativas	e	mal	-adaptativas,	devido	ao	efeito	
da	substância	sobre	o	SNC	e	outros	sistemas	do	organismo;	
2. Abstinência:	desenvolvimento	de	uma	síndrome	específica	devido	à	interrupção	ou	redução	do	uso	pesado	e	
prolongado	de	determinada	droga.	 Esta	 síndrome	 causa	 sofrimento	ou	prejuízo	 no	 funcionamento	 social,	
ocupacional	ou	em	outras	áreas	importantes	da	vida	do	indivíduo.	
	
	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
PADRÕES	DE	USO	
O	novo	conceito	dos	transtornos	relacionados	ao	uso	do	álcool	e	outras	drogas	rejeitou	a	ideia	da	existência	apenas	
do	dependente	e	não	dependente.	Existem,	ao	invés	disso,	padrões	individuais	de	consumo	que	variam	de	intensidade,	
ou	seja,	variam	em	forma	de	um	continuum.	Por	isso,	deve-se	avaliar	não	só	se	existe	consumo	de	alguma	substância,	
mas	também	a	intensidade	dos	sintomas	presentes	e	seus	diferentes	níveis	de	gravidade.		
De	acordo	com	Widiger	(1994),	o	padrão	de	uso	pode	ser	classificado	como:	
1. Experimental:	uso	inicial,	esporádico	de	uma	determinada	droga;	
2. Recreativo:	uso	de	determinada	droga	em	situações	sociais	ou	de	relaxamento,	sem	consequências	negativas;	
3. Uso	Frequente:	uso	regular,	não	compulsivo	e	que	não	traz	prejuízos	significativos	para	o	funcionamento	do	
indivíduo;	
4. Uso	Nocivo:	Um	padrão	de	uso	de	substâncias	psicoativas	que	causa	algum	dano	à	saúde,	podendo	ser	de	
natureza	física	ou	psicológica;	
5. Dependência:	Relação	disfuncional	entre	um	indivíduo	e	seu	modo	de	consumir	uma	determinada	substância	
psicoativa.	
TRANTORNOS	MENTAIS	E	COMPORTAMENTAIS	
Os	transtornos	devido	ao	uso	de	substâncias	psicoativas	são:	
• Intoxicação	aguda	
• Sintomas	de	abstinência	
• Síndrome	de	dependência	
• Síndrome	de	abstinência	com	delirium	
• Transtorno	psicótico	
• Síndrome	amnésica	
• Transtorno	psicótico	residual	ou	de	instalação	tardia	
Referências	Bibliográficas:	Cartilha	do	Curso	de	Capacitação	Dependência	Química	–	UNASUS/	UFMA	
ORIGENS	DA	DEPENDÊNCIA	DE	SUBSTÂNCIAS	
A	natureza	crônica	e	recidivante	da	drogadição	preenche	todos	os	critérios	de	uma	doença	crônica,	mas	em	razão	do	
componente	voluntário	da	iniciação,	o	conceito	de	doença	é	controvertido	neste	contexto.	A	maioria	dos	indivíduos	
que	 começa	a	utilizar	drogas	não	progride	para	drogadição.	Muitas	 variáveis	 atuam	simultaneamente	de	 forma	a	
influenciar	a	probabilidade	de	que	um	usuário	de	drogas	iniciante	perca	o	controle	e	desenvolva	drogadição.		
Essas	variáveis	podem	ser	classificadas	em	três	grupos:		
1. agente	(droga);	
2. hospedeiro	(usuário);	
3. ambiente.	
VARIÁVEIS	RELATIVAS	AO	AGENTE	(DROGA)	
As	drogas	variam	quanto	à	sua	capacidade	de	produzir	sensações	agradáveis	 imediatas	no	usuário.	As	drogas	que	
sempre	 produzem	 sensações	 intensamente	 agradáveis	 (euforia)	 têm	 maior	 probabilidade	 de	 serem	 usadas	
repetidamente.	O	termo	reforço	refere-se	à	capacidade	que	as	drogas	têm	de	produzir	efeitos	que	fazem	com	que	
seu	usuário	deseje	utilizá-las	novamente.	Quanto	maior	a	capacidade	de	uma	droga	reforçar	seu	próprio	uso,	maio	
res	as	chances	de	que	ela	seja	usada	de	maneira	abusiva.	As	propriedades	reforçadoras	de	uma	droga	podem	ser	
avaliadas	confiavelmente	nos	animais.		
(PROPRIEDADES	REFORÇADORAS)	As	propriedades	 reforçadoras	das	drogas	estão	associadas	à	sua	capacidade	de	
aumentar	 a	 atividade	 neuronial	 em	 áreas	 cerebrais	 bem	 demarcadas.	 Cocaína,	 anfetamina,	 etanol,	 opiáceos,	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
canabinoides	e	nicotina	aumentam	consistentemente	os	níveis	de	dopamina	(DA)	no	líquido	extracelular	do	estriado	
ventral,	especificamente	na	região	do	núcleo	acumbente.		Em	animais	de	laboratório	(geralmente	ratos),	a	microdiálise	
cerebral	permite	a	coleta	de	amostras	do	 líquido	extracelular	enquanto	os	animais	se	movimentam	livremente	ou	
recebem	as	drogas.	Aumentos	menores	do	nível	de	DA	no	núcleo	acumbente	também	são	detectados	quando	os	ratos	
recebem	alimentos	doces	ou	são	colocados	diante	de	um	parceiro	sexual.	Já	os	fármacos	que	bloqueiam	os	receptores	
de	DA	geralmente	produzem	sensações	desagradáveis	 (ou	 seja,	efeitos	disfóricos).	Nem	os	animais,	nem	os	 seres	
humanos	ingerem	esses	fármacos	espontaneamente.	Apesar	dessas	correlações	diretas	convincentes,	a	relação	causal	
entre	 DA	 e	 euforia/disforia	 não	 está	 estabelecida	 e	 outras	 descobertas	 enfatizam	 a	 participação	 adicional	 da	
serotonina	 (5-HT),	 do	 glutamato,	 da	norepinefrina	 (NE)	 e	 do	 ácido	 γ-aminobutírico	 (GABA)	 como	mediadores	dos	
efeitos	reforçadores	das	drogas.		
(RAPIDEZ	DA	AÇÃO)	O	potencial	de	uso	abusivo	de	uma	droga	é	aumentado	pela	rapidez	de	início	da	sua	ação,	porque	
os	efeitos	que	ocorrem	logo	após	a	administração	têm	maior	tendência	a	dar	início	à	cadeia	de	eventos	que	levam	à	
perda	do	controle	sobre	o	uso	da	droga.	As	variáveis	farmacocinéticas	que	influenciam	o	tempo	que	a	droga	demora	
a	chegar	aos	locais	receptores	fundamentais	do	cérebro.		
Emboraas	 variáveis	 relativas	 à	 droga	 sejam	 importantes,	 elas	 não	 explicam	 totalmente	 o	 desenvolvimento	 da	
drogadição.	 A	 maioria	 das	 pessoas	 que	 experimentam	 drogas	 com	 alto	 potencial	 de	 produzir	 drogadição	 não	
intensifica	o	uso	da	droga	e	perde	o	controle.	O	risco	de	desenvolver	drogadição	entre	os	indivíduos	que	experimentam	
nicotina	é	cerca	de	duas	vezes	maior	que	o	risco	associado	ao	uso	de	cocaína.	Isso	não	significa	que	o	potencial	de	
drogadição	 farmacológica	da	nicotina	 seja	duas	 vezes	maior	que	o	da	 cocaína.	Pelo	 contrário,	há	outras	 variáveis	
incluídas	nos	grupos	dos	fatores	do	hospedeiro	e	das	condições	ambientais,	que	influenciam	o	desenvolvimento	de	
drogadição.	
COCAÍNA	E	SUA	BIODISPONIBILIDADE	
A	história	do	uso	de	cocaína	ilustra	as	alterações	do	potencial	de	uso	abusivo	do	mesmo	composto,	dependendo	da	
forma	e	da	via	de	administração.	Quando	as	folhas	de	coca	são	mastigadas,	a	cocaína	é	absorvida	lentamente	pela	
mucosa	 oral.	 Essa	 via	 de	 utilização	 produz	 níveis	 sanguíneos	 baixos	 de	 cocaína	 e	 concentrações	
correspondentemente	pequenas	no	cérebro.	Os	efeitos	estimulantes	suaves	produzidos	pela	mastigação	das	folhas	
de	coca	têm	início	gradativo	e	essa	prática	tem	provocado	pouco	ou	nenhum	problema	comportamental,	apesar	do	
uso	há	milhares	de	anos	pelos	nativos	da	região	dos	Andes.		
(CLORIDRATO	DE	COCAÍNA)	A	partir	do	final	do	século	XIX,	os	cientistas	isolaram	o	cloridrato	de	cocaína	das	folhas	da	
coca	e	aperfeiçoaram	a	tecnologia	de	extração	da	cocaína.	A	cocaína	poderia	ser	ingerida	em	doses	mais	altas	por	
ingestão	oral	(absorção	GI)	ou	por	absorção	pela	mucosa	nasal,	produzindo	níveis	mais	altos	de	cocaína	na	corrente	
sanguínea	 e	 início	 mais	 rápido	 de	 estimulação.	 Em	 seguida,	 pesquisadores	 demonstraram	 que	 uma	 solução	 de	
cloridrato	de	cocaína	poderia	ser	administrada	por	via	 intravenosa,	resultando	em	início	mais	rápido	dos	efeitos	
estimulantes.	 Cada	 nova	 preparação	 de	 cocaína	 disponibilizada	 possibilitava	 início	 de	 ação	 mais	 rápido,	 e	 as	
concentrações	sanguíneas	crescentes	correlacionavam-se	com	a	tendência	maior	de	causar	dependência.		
(CRACK)	Na	década	de	1980,	a	disponibilidade	de	cocaína	para	o	público	americano	foi	aumentada	ainda	mais	com	
a	invenção	do	crack.	O	crack,	vendido	ilegalmente	a	um	preço	baixo	(US$	1-US$	3	por	dose),	é	o	alcaloide	da	cocaína	
(base	 livre),	 que	 vaporiza	 rapidamente	 com	 o	 aquecimento.	 A	 simples	 inalação	 dos	 vapores	 produz	 níveis	
sanguíneos	comparáveis	aos	produzidos	pela	administração	de	cocaína	por	via	intravenosa,	tendo	em	vista	a	grande	
superfície	disponível	para	absorção	na	circulação	pulmonar	depois	da	inalação.	Em	seguida,	a	cocaína	presente	no	
sangue	entra	no	lado	esquerdo	do	coração	e	chega	à	circulação	cerebral	sem	diluição	na	circulação	sistêmica.	Por	
esse	motivo,	 a	 inalação	 da	 cocaína	 na	 forma	de	 crack	 tem	 tendência	muito	maior	 de	 causar	 drogadição	 que	 seu	
consumo	por	mastigação,	ingestão	oral	ou	aspiração	nasal.	A	inalação	com	produção	rápida	de	níveis	cerebrais	eficazes	
da	droga	também	é	a	via	preferida	pelos	usuários	de	nicotina	e	maconha.	
	
	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
VARIÁVEIS	RELACIONADAS	COM	O	HOSPEDEIRO	(USUÁRIO)	
Em	geral,	os	efeitos	das	drogas	variam	entre	os	 indivíduos.	Mesmo	os	níveis	sanguíneos	podem	mostrar	grandes	
variações	 depois	 da	 administração	 da	mesma	 dose	 de	 uma	 droga	 (em	miligramas	 por	 quilo	 de	 peso	 corporal)	 a	
diferentes	indivíduos.	O	polimorfismo	dos	genes	que	codificam	as	enzimas	envolvidas	na	absorção,	no	metabolismo	
na	excreção	e	nas	respostas	mediadas	pelos	receptores	pode	contribuir	para	os	diferentes	graus	de	reforço	ou	euforia	
observados	entre	os	indivíduos.		
ÁLCOOL	
Os	filhos	de	alcoólatras	têm	maior	tendência	a	desenvolver	alcoolismo,	mesmo	que	sejam	adotados	logo	depois	do	
nascimento	 e	 que	 sejam	 criados	 por	 pais	 não	 alcoólatras.	Os	 estudos	 das	 influências	 genéticas	 desse	 distúrbio	
mostraram	 apenas	 um	 aumento	 do	 risco	 de	 desenvolver	 alcoolismo,	 não	 um	 determinismo	 de	 100%,	 o	 que	 é	
compatível	com	um	distúrbio	poligênico	com	vários	determinantes.	Mesmo	gêmeos	idênticos,	que	compartilham	do	
mesmo	patrimônio	genético,	não	mostram	concordância	de	100%	quando	um	dos	irmãos	é	alcoólatra.	Entretanto,	a	
taxa	de	concordância	entre	os	gêmeos	idênticos	é	muito	maior	do	que	entre	gêmeos	fraternos.	O	uso	abusivo	de	álcool	
e	outras	drogas	tende	a	mostrar	algumas	características	familiares,	o	que	sugere	que	mecanismos	semelhantes	podem	
estar	envolvidos.		
(TOLERÂNCIA	 INATA	 AO	 ÁLCOOL)	 A	 tolerância	 inata	 ao	 álcool,	 determinada	 pelo	 nível	 de	 resposta	 ao	 álcool	
administrado	 em	 condições	 experimentais,	 pode	 representar	 um	 traço	 biológico	 que	 contribui	 para	 o	
desenvolvimento	do	alcoolismo.	Embora	a	tolerância	inata	aumente	a	suscetibilidade	ao	alcoolismo,	o	metabolismo	
reduzido	pode	conferir	um	efeito	protetor.	A	discussão	sobre	a	variação	genética	comum	nas	populações	asiáticas,	
que	causa	ruborização	facial	e	ingestão	reduzida	de	álcool,	ou	abstinência	completa	nos	indivíduos	homozigóticos	para	
o	gene	variante.	Do	mesmo	modo,	os	 indivíduos	que	herdaram	um	gene	associado	ao	metabolismo	mais	 lento	da	
nicotina	podem	ter	efeitos	desagradáveis	quando	começam	a	fumar	e,	segundo	alguns	estudos,	têm	menor	tendência	
a	desenvolver	dependência	de	nicotina.		
TRANSTORNOS	PSIQUIÁTRICOS	
Os	 transtornos	 psiquiátricos	 constituem	 outro	 grupo	 de	 variáveis	 relacionadas	 com	 o	 usuário.	 As	 drogas	 podem	
produzir	 efeitos	 subjetivos	 imediatos,	 que	 aliviam	 os	 sintomas	 pré-existentes.	 Os	 indivíduos	 que	 têm	 ansiedade,	
depressão,	insônia	ou	até	mesmo	sintomas	sutis	como	timidez,	podem	descobrir,	por	experiência	ou	por	acidente,	
que	certas	drogas	trazem	alívio.	Entretanto,	os	efeitos	benéficos	aparentes	são	transitórios,	e	o	uso	repetido	da	droga	
pode	causar	tolerância	e,	por	fim,	consumo	compulsivo	e	descontrolado.	Embora	os	sintomas	psiquiátricos	não	sejam	
comumente	 detectados	 nos	 indivíduos	 que	 fazem	uso	 abusivo	 de	 drogas	 e	 buscam	 tratamento,	 a	maioria	 destes	
sintomas	apareceu	depois	que	eles	começaram	a	fazer	uso	constante	das	drogas.	Por	essa	razão,	as	drogas	sujeitas	ao	
uso	abusivo	parecem	produzir	mais	sintomas	psiquiátricos	do	que	proporcionar	alívio.	
VARIÁVEIS	RELACIONADAS	COM	O	AMBIENTE	
A	iniciação	e	a	continuação	do	uso	de	drogas	ilícitas	parecem	ser	significativamente	influenciadas	pelas	normas	sociais	
e	pela	pressão	dos	companheiros.	Inicialmente,	usar	drogas	pode	ser	uma	forma	de	rebelião	contra	a	autoridade.	
Em	algumas	comunidades,	os	indivíduos	que	consomem	ou	vendem	drogas	são	considerados	modelos	aparentemente	
respeitados	e	bem-sucedidos;	desse	modo,	as	pessoas	jovens	tentam	imitá-los.	Também	há	poucas	opções	adicionais	
de	prazer,	diversão	ou	renda.	Esses	fatores	são	particularmente	importantes	nas	comunidades	em	que	os	níveis	de	
instrução	são	baixos	e	as	oportunidades	de	emprego	são	escassas.	
Referências	Bibliográficas:	Livro	de	Farmacologia	Godmann	
	
	
	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
DEPENDÊNCIA	QUÍMICA	
Quem	usa	uma	droga	por	vezes	desconhece	que	pode	perder	o	controle,	que	pode	ficar	doente	na	ausência	
da	droga,	que	pode	vir	a	fazer	mal	para	si	ou	para	outras	pessoas.	Qualquer	pessoa	que	usa	uma	droga,	corre	
riscos.	Um	dos	riscos	mais	importantes	é	de	se	tornar	dependente.	A	dependência	é	uma	doença	grave	pois	
modifica	o	modo	que	o	dependente	percebe	o	mundo,	as	pessoas	e	a	sua	relação	com	a	droga.	Além	de	
perder	o	controle	sobre	o	uso,	deixando	de	ser	apenas	um	usuário,	o	dependente	químico	também	sofre	
com	as	consequências	da	droga	no	seu	corpo.	Estas	consequências	podem	vir	a	se	tornar	doenças	graves	
como	o	câncer,	problemas	cardíacos,	hepáticos	ou	sintomas	como	impotência	sexual,	falta	de	energia	ou	
vontade	de	suicidar.	
Muitas	pessoas	confundem	a	dependência	a	uma	droga	com	o	uso	de	uma	droga,	outras	pessoasacreditam	
que	 a	 dependência	 a	 uma	 droga	 é	 "física"	 ou	 "psíquica"	 e	 que	 muitas	 drogas	 causam	 uma	 ou	 outra	
dependência.	Nem	todo	usuário	é	dependente,	mas	todo	usuário	corre	o	risco	de	se	tornar	dependente.		
O	que	caracteriza	dependência	a	uma	droga	é:	
• A	perda	do	 controle	do	uso	da	droga,	o	dependente	não	consegue	 interromper	ou	uma	vez	que	
começa	a	usar	não	consegue	controlar	as	quantidades	de	droga	que	usa.		
• A	substituição	progressiva	de	atividades	importantes	como	o	lazer	ou	trabalho	pelo	uso	da	droga	
• A	persistência	do	uso	da	droga	apesar	das	suas	consequências	negativas	
• A	presença	de	fissura,	ou	seja	uma	vontade	muito	grande,	quase	incontrolável	de	usar	a	droga	que	
pode	aparecer	a	qualquer	hora	do	dia	ou	da	noite.	
Referências	Bibliográficas:	site	do	CRR	–	UFMG	(departamento	de	psiquiatria)	
	
OBJ	2.	Apresentar	a	epidemiologia	da	dependência	química.	
RELATÓRIO	MUNDIAL	SOBRE	USO	DE	DROGAS	2020	
O	Relatório	Mundial	sobre	Drogas	2020	divulgado	na	quinta-feira	 (25)	pelo	Escritório	das	Nações	Unidas	
sobre	Drogas	e	Crime	(UNODC)	revela	que	cerca	de	269	milhões	de	pessoas	usaram	drogas	no	mundo	em	
2018	–	aumento	de	30%	em	comparação	com	2009.	Além	disso,	mais	de	35	milhões	de	pessoas	sofrem	de	
transtornos	associados	ao	uso	de	drogas.	
O	 relatório	 também	 analisa	 o	 impacto	 da	 COVID-19	 nos	mercados	 de	 drogas,	 cotejando	 o	 aumento	 do	
desemprego	 e	 a	 redução	 de	 oportunidades	 causados	 pela	 pandemia,	 que	 podem	 afetar	
desproporcionalmente	as	camadas	mais	pobres,	tornando-as	mais	vulneráveis	ao	uso,	ao	tráfico	e	ao	cultivo	
de	drogas	para	obterem	sustento.	
A	diretora-executiva	do	UNODC,	Ghada	Waly,	enfatizou	que	os	grupos	vulneráveis	e	marginalizados,	jovens,	
mulheres	e	as	camadas	mais	pobres	pagam	o	preço	do	problema	das	drogas	no	mundo.	Para	ela,	“a	crise	da	
COVID-19	e	a	retração	econômica	ameaçam	agravar	ainda	mais	os	riscos	das	drogas,	quando	nossos	sistemas	
sociais	 e	 de	 saúde	 estão	 à	 beira	 de	 um	 colapso	 e	 nossas	 sociedades	 estão	 lutando	 para	 lidar	 com	esse	
problema”.	
TENDÊNCIAS	NO	USO	DE	DROGAS	
Enquanto	a	cannabis	foi	a	substância	mais	consumida	no	mundo	em	2018,	com	uma	estimativa	de	192	milhões	de	
pessoas	que	a	usaram,	os	opioides,	no	entanto,	continuam	sendo	os	mais	nocivos,	pois	na	última	década	o	número	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
total	de	mortes	por	transtornos	associados	ao	uso	de	opioides	teve	alta	de	71%,	com	aumento	de	92%	entre	as	
mulheres,	comparado	com	63%	entre	os	homens.	
O	uso	de	drogas	aumentou	muito	mais	rapidamente	entre	os	países	em	desenvolvimento,	durante	o	período	2000-
2018,	 do	que	nos	países	 desenvolvidos.	 Adolescentes	 e	 jovens	 representam	a	maior	 parcela	 daqueles	 que	usam	
drogas,	enquanto	os	jovens	também	são	os	mais	vulneráveis	aos	efeitos	das	drogas,	pois	são	os	que	mais	consomem	
e	seus	cérebros	ainda	estão	em	desenvolvimento.	
TENDÊNCIAS	DA	CANNABIS	
Embora	o	impacto	das	leis	que	legalizaram	a	cannabis	em	alguns	países	ainda	seja	difícil	de	avaliar,	é	notável	que	o	
uso	frequente	da	cannabis	aumentou	em	todas	essas	áreas	após	a	legalização.	Em	alguns	desses	países,	os	produtos	
mais	potentes	da	cannabis	também	são	mais	comuns	no	mercado.	
A	cannabis	 também	continua	sendo	a	principal	droga	que	coloca	as	pessoas	em	contato	com	o	sistema	de	 justiça	
criminal,	respondendo	por	mais	da	metade	dos	casos	de	infrações	à	lei	de	drogas,	com	base	em	dados	de	69	países,	
no	período	de	2014	a	2018.	
DISPONIBILIDADE	DE	OPIOIDES	FARMACÊUTICOS	PARA	CONSUMO	MÉDICO	VARIA	NO	MUNDO	
O	relatório	também	aponta	que	os	países	de	baixa	renda	ainda	sofrem	com	a	escassez	de	opioides	farmacêuticos,	
usados	para	controle	da	dor	e	cuidados	paliativos.		
Mais	de	90%	de	todos	os	opioides	farmacêuticos	disponíveis	para	consumo	médico	encontravam-se	em	países	de	alta	
renda	em	2018,	compreendendo	cerca	de	12%	da	população	mundial.	
A	estimativa	é	de	que	os	países	de	baixa	e	média	renda,	que	compreendem	88%	da	população	mundial,	consumam	
menos	de	10%	de	opioides	farmacêuticos.	O	acesso	aos	opioides	farmacêuticos	depende	de	vários	fatores,	incluindo	
legislação,	cultura,	sistemas	de	saúde	e	práticas	de	prescrição.	
POBREZA,	MARGINALIZAÇÃO	
Pobreza,	pouca	educação	e	marginalização	social	 continuam	sendo	 fatores	 importantes	que	aumentam	o	risco	de	
ocorrência	de	transtornos	associados	ao	uso	de	drogas.	Além	disso,	os	grupos	vulneráveis	e	marginalizados	também	
podem	enfrentar	barreiras	para	obter	serviços	de	tratamento	devido	à	discriminação	e	ao	estigma.	
O	Relatório	Mundial	sobre	Drogas	de	2020	oferece	uma	visão	global	sobre	a	oferta	e	a	demanda	de	opioides,	cocaína,	
cannabis,	estimulantes	do	tipo	anfetamina	e	Novas	Substâncias	Psicoativas	(NPS),	bem	como	sobre	seu	impacto	na	
saúde,	levando	em	conta	os	possíveis	efeitos	da	pandemia	da	COVID-19.	
O	documento	destaca,	por	meio	de	pesquisa	aprimorada	e	dados	mais	precisos,	que	os	efeitos	adversos	para	a	saúde	
devido	ao	uso	de	drogas	são	mais	generalizados	do	que	se	pensava	anteriormente.	
Referências	Bibliográficas:	site	UNODC	–	United	Nations	Office	on	Drugs	and	Crime	
	
OBJ	3.	Conhecer	os	tipos	de	substâncias	que	causam	dependência	química	(exemplo:	cocaína,	álcool,	entre	
outros).	
ÁLCOOL	
(INTOXICAÇÃO)	 O	 grau	 de	 prejuízo	 clínico	 da	 intoxicação	 por	 álcool	 depende	 da	 tolerância	 do	 indivíduo,	 da	
quantidade,	do	tipo	de	bebida	alcoólica	ingerida	e	da	quantidade	absorvida.	Um	nível	de	álcool	no	sangue	de	0,4	g/dL	
está	associado	a	risco	de	mortalidade	de	50%	em	pessoas	não	alcoolistas.	Para	determinar	com	que	rapidez	o	nível	
sanguíneo	 de	 álcool	 de	 uma	 pessoa	 diminui,	 é	 considerado	 o	 método	 empírico	 de	 que	 o	 corpo	 metaboliza	
aproximadamente	uma	dose	(i.e.,	±	0,015	g/dL)	por	hora.	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
ABSTINÊNCIA	
Após	a	última	dose,	a	abstinência	de	álcool	tipicamente	começa	em	6	a	8	horas,	atinge	o	pico	em	24	a	28	horas	e	
geralmente	se	resolve	em	sete	dias.	O	espectro	de	sintomas	de	abstinência	de	álcool	é	amplo.	Apenas	cerca	de	5%	de	
indivíduos	com	dependência	de	álcool	desenvolvem	mais	do	que	sintomas	de	abstinência	leves	a	moderados.		
A	alucinose	alcoólica	ocorre	em	3	a	10%	de	pacientes	com	abstinência	de	álcool	grave.	Ela	pode	apresentar-se	como	
alucinações	auditivas,	visuais	ou	táteis	na	presença	de	um	sensório	claro.	O	delirium	tremens	(DT),	ou	delirium	de	
abstinência	de	álcool,	é	caracterizado	por	agitação	e	tremor,	instabilidade	autônoma,	febre,	alucinações	auditivas	e	
visuais	e	desorientação.	O	DT	geralmente	se	desenvolve	em	2	a	4	dias	após	a	última	dose	e	a	sua	duração	média	é	de	
menos	de	uma	semana.	Foi	estimado	que	o	DT	ocorre	em	5%	de	pacientes	internados	por	abstinência	de	álcool	(Mayo-
Smith	et	al.,	2004).	Ele	deve	ser	considerado	uma	emergência	médica,	porque	a	taxa	de	mortalidade	pode	ser	de	até	
20%	sem	tratamento	imediato	e	adequado	no	caso	de	abstinência	grave.		
Estima-se	que	as	convulsões,	uma	outra	complicação	da	abstinência	de	álcool,	ocorram	em	5	a	15%	dos	alcoolistas.	
Elas	geralmente	se	manifestam	nas	primeiras	24	horas	após	a	última	dose,	mas	podem	ocorrer	em	qualquer	tempo	
nos	primeiros	cinco	dias.	As	convulsões	da	abstinência	de	álcool	são	geralmente	do	tipo	grande	mal.	Aqueles	com	
história	passada	de	convulsões	por	abstinência	de	álcool	têm	um	risco	aumentado	dessa	complicação	em	episódios	
subsequentes	de	abstinência.	
DIAGNÓSTICO	
Há	diversos	questionários	disponíveis	para	a	detecção	de	problemas	relacionados	ao	álcool.	Uma	resposta	positiva	a	
qualquer	uma	das	perguntas	do	CAGE	requer	investigação	mais	profunda	dos	problemas	com	bebida	do	paciente.	
O	Teste	de	Identificação	de	Transtornos	por	Uso	de	Álcool	é	um	questionário	de	10	itens	usado	para	a	avaliação	de	
transtornos	por	uso	de	álcool.	
Dados	laboratoriais	e	marcadores	biológicos	podem	detectar	sinais	de	transtorno	por	uso	de	álcool	em	um	paciente.	
A	gamaglutamiltransferase	(GGT)	tem	sido	tipicamente	reconhecida	como	uma	enzima	hepática	cuja	elevaçãopode	
indicar	uso	de	álcool.	A	sensibilidade	da	GGT	para	identificar	abuso	de	álcool	é	de	40	a	60%,	com	uma	especificidade	
de	aproximadamente	80%.	Um	teste	mais	atual	para	consumo	pesado	de	álcool	é	a	porcentagem	relativa	no	soro	da	
forma	deficiente	de	carboidrato	de	uma	proteína	transportadora	de	cálcio,	a	transferrina	deficiente	de	carboidrato	
(CDT).	A	CDT	é	um	indicador	mais	sensível	e	específico	de	uso	pesado	de	álcool.	A	especificidade	diagnóstica	da	CDT	
para	uso	pesado	de	álcool	recente	é	de	aproximadamente	70%	em	pacientes	com	cirrose	hepática	não	induzida	por	
álcool,	88,2%	em	indivíduos	com	hepatite	e	93,5%	em	pessoas	com	elevação	de	GGT	não	específica.	
COMPLICAÇÕES	MÉDICAS	
O	 consumo	 excessivo	 de	 álcool	 resulta	 em	 sequelas	 graves	 de	 saúde	 com	o	 passar	 do	 tempo,	 com	muitos	 casos	
chegando	a	óbito.	Sabe-se	que	o	consumo	excessivo	de	álcool	eleva	a	pressão	sanguínea	e	aumenta	o	risco	de	infarto	
do	miocárdio.	Há	um	risco	aumentado	de	câncer,	particularmente	do	esôfago,	cabeça,	pescoço,	fígado,	estômago,	
cólo	e	pulmão.	O	alcoolismo	de	longo	prazo	resulta	em	lesão	hepática,	que	pode	culminar	em	cirrose	e	morte.	Varizes	
no	esôfago	resultantes	do	abuso	de	 longo	prazo	de	álcool	 também	podem	ser	potencialmente	 fatais,	porque	elas	
podem	romper,	ocasionando	sangramento	rápido	e	profuso.		
A	síndrome	de	Wernicke-Korsakoff	ocorre	como	resultado	de	deficiência	de	tiamina	no	alcoolismo.	Essa	síndrome	
pode	ser	precipitada	pela	administração	de	glicose	em	indivíduos	assintomáticos	com	deficiência	de	tiamina.	Portanto,	
é	 da	 maior	 importância	 assegurar	 que	 os	 dependentes	 de	 álcool	 recebam	 suplemento	 de	 tiamina	 antes	 da	
administração	de	glicose	em	uma	situação	aguda.	Os	primeiros	sintomas	da	síndrome	de	Wernicke-Korsakoff	incluem	
concentração	 diminuída,	 apatia,	 agitação	 leve	 e	 humor	 deprimido.	 Confusão,	 amnésia	 e	 confabulação	 são	 sinais	
tardios	do	déficit	de	tiamina	grave	e	prolongado.		
A	síndrome	alcoólica	fetal	resulta	do	consumo	de	álcool	pela	gestante;	nenhuma	quantidade	de	álcool	pode	ser	
considerada	segura	durante	a	gravidez.	Essa	síndrome	geralmente	ocasiona	retardo	mental	(44%	de	crianças	com	a	
síndrome	têm	um	QI	de	79	ou	abaixo).	Outros	defeitos	congênitos	incluem	olhos	separados,	fissura	palpebral	curta,	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
ponte	nasal	curta	e	ampla,	filtro	hipoplásico,	lábio	superior	afinado	e	meio	da	face	achatado.	Foi	demonstrado	que	o	
uso	materno	de	álcool	na	amamentação	prejudica	o	desenvolvimento	motor,	mas	não	o	desenvolvimento	mental	
da	criança.	
NICOTINA	
Embora	 uma	 pessoa	 possa	 com	 certeza	 se	 sentir	 doente	 pelo	 uso	 agudo	 de	 tabaco	 (p.	 ex.,	 náusea,	 tontura,	
taquicardia),	a	intoxicação	por	nicotina	não	é	um	transtorno	induzido	por	substância	reconhecido,	pois	raras	vezes	há	
sequelas	 sociais	mal-adaptativas	 ou	 clinicamente	 significativas	 prolongadas.	 De	maneira	 semelhante,	 o	 abuso	 de	
nicotina	também	não	é	um	transtorno	por	uso	de	substância	admitido.	
TRATAMENTO	E	ABSTINÊNCIA	
Visto	que	o	uso	de	 tabaco	é	 legal	e	seu	consumo	agudo	causa	ruptura	comportamental	mínima,	o	 tratamento	de	
dependência	 de	 nicotina	 tem	 como	 objetivo	 tratar	 a	 abstinência	 e	 as	 “fissuras”,	 bem	 como	 desenvolver	 outros	
comportamentos	que	promovam	a	abstinência	e	previnam	a	recaída.	Embora	as	taxas	de	cessação	a	longo	prazo	(p.	
ex.,	12	meses)	para	uma	única	tentativa	sejam	menores	que	10%,	a	taxa	de	cessação	a	longo	prazo	durante	a	vida	é	
de	aproximadamente	50%.	Por	conseguinte,	uma	das	tarefas	para	o	provedor	de	tratamento	é	ajudar	o	paciente	a	
lidar	com	a	recaída	e	a	manter	um	senso	de	esperança	e	autoeficácia.		
COMPLICAÇÕES	MÉDICAS	
Na	 dependência	 de	 nicotina,	 uma	 complicação	 farmacológica	 especialmente	 relevante	 à	 prática	 psiquiátrica	 é	 a	
indução	 de	 enzimas	 hepáticas	 e	 metabolismo	 de	 droga	 pelos	 componentes	 não	 nicotínicos	 (provavelmente	
hidrocarbonetos	 aromáticos	 policíclicos)	 da	 fumaça	 do	 tabaco.	 Os	 problemas	 cardiovasculares,	 pulmonares,	
carcinogênicos	e	outras	complicações	médicas	resultantes	do	uso	de	nicotina	estão	bem-descritos	na	literatura	médica	
geral.		
DIAGNÓSTICO	
Embora	o	diagnóstico	de	dependência	de	nicotina	seja	feito	de	acordo	com	os	critérios	do	DSM-	-IV-TR,	outras	escalas	
de	avaliação	podem	ser	úteis	no	tratamento	dessa	condição.	O	número	de	cigarros	fumados	por	dia	correlaciona-se	
negativamente	com	a	facilidade	em	abandonar	o	hábito	e,	em	muitos	estudos,	com	a	resposta	ao	tratamento	formal.	
O	Teste	Fagerström	para	Dependência	de	Nicotina	prognostica	a	dificuldade	em	parar	de	fumar.	
O	 Teste	 de	 Fagerström	mede	 o	 grau	 de	 dependência	 à	 nicotina.	 Todo	 paciente	 deve	 ter	 aferido	 o	 seu	 grau	 de	
dependência	 à	 nicotina,	 considerado	que	 é	 essa	 dependência	 que	 dificulta	 o	 processo	 de	 abstinência,	 pois	 causa	
sintomas	desconfortáveis	nas	pessoas	que	tentam	parar	de	fumar,	e	aumenta	as	chances	de	as	pessoas	voltarem	a	
fumar.	
Responda	às	perguntas	abaixo,	some	o	número	no	final	de	cada	resposta	e	veja	o	resultado	no	fim	da	página.	
1.							Em	quanto	tempo	depois	de	acordar	você	fuma	o	primeiro	cigarro?	
• Dentro	de	5	minutos		(3)	
• 6-30	minutos			(2)	
• 31-60	minutos			(1)	
• Depois	de	60	minutos			(0)	
2.								Você	acha	difícil	ficar	sem	fumar	em	lugares	onde	é	proibido	(por	exemplo,	na	igreja,	no	cinema,	em	bibliotecas,	
e	outros.)?	
• Sim				(1)	
• Não			(0)	
	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
3.								Qual	o	cigarro	do	dia	que	traz	mais	satisfação?	
• O	primeiro	da	manhã				(1)	
• Outros				(0)	
4.							Quantos	cigarros	você	fuma	por	dia?	
• Menos	de	10			(0)	
• De	11	a	20			(1)	
• De		21	a	30			(2)			
• Mais	de	31		(3)	
5.								Você	fuma	mais	frequentemente	pela	manhã?	
• Sim				(1)	
• Não			(0)	
6.								Você	fuma	mesmo	doente	quando	precisa	ficar	na	cama	a	maior	parte	do	tempo?	
• Sim			(1)	
• Não		(0)	
Avaliação	do	resultado	
Dependência	(soma	dos	pontos):	
• 0-2:	muito	baixa	
• 3-4:	baixa	
• 5:	média	
• 6-7:	elevada	
• 8-10:	muito	elevada	
CANNABIS	
	O	problema	da	cannabis,	ou	mais	especificamente,	da	maconha,	como	“droga	de	entrada”	(i.e.,	uma	droga	cujo	uso	
leva	ao	abuso	de	outras	substâncias	mais	nocivas)	tem	sido	um	tema	de	debate	por	décadas.	Em	muitas	populações,	
o	uso	de	álcool	e	tabaco	precede	o	consumo	de	maconha,	que,	por	sua	vez,	precede	a	utilização	de	opioide	ou	cocaína.		
Foi	demonstrada	consistentemente	uma	relação	entre	uso	regular	e	precoce	de	cannabis	e	abuso	subsequente	de	
outras	drogas.	Hall	e	Lynskey	(2005)	resumem	as	prováveis	explicações	dessa	relação	em	três	hipóteses	amplas:	
1. pessoas	que	abusam	de	cannabis	têm	acesso	mais	fácil	e	mais	oportunidade	de	adquirir	outras	drogas;	
2. certos	indivíduos	são	predispostos	por	influências	genéticas	e	ambientais	a	abusar	tanto	de	cannabis	como	de	
outras	drogas;	
3. os	efeitos	farmacológicos	da	cannabis	aumentam	o	risco	de	abuso	de	outras	drogas.		
Há	evidência	limitada	apoiando	todas	as	três	hipóteses	e	nenhuma	suficiente	para	refutar	qualquer	uma	delas.	Há	
pouco	 indício	 para	 avaliar	 a	 inferência	 da	 saúde	 pública	 de	 que	 a	 redução	 do	 abuso	 de	 maconha	 diminuiria	
significativamente	o	abuso	de	outras	substâncias.	
INTOXICAÇÃO	E	ABSTINÊNCIA	
A	 intoxicação	 tem	 sido	 associada	 ao	 risco	 aumentado	 de	 acidentes	 automobilísticos.	 Geralmente,	 nenhum	
tratamento	específico	é	indicado.	Uma	síndrome	de	abstinência	de	cannabis	foi	descrita	recentemente.	Ela	começa	2	
a	3	dias	após	a	cessação	do	uso	e	é	geralmente	leve,	mas	a	duração	tem	sido	variável	entre	os	estudos,	de	12	a	115	
dias.	Em	geral,	nenhum	tratamento	específico	é	necessário.	
	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
DIAGNÓSTICO	E	TRATAMENTO	
Os	usuários	de	cannabis	frequentemente	consomem	outras	substâncias,	e	a	anamnese	cuidadosa	é	necessária	para	
determinar	 o	 diagnóstico	 de	 abuso	 ou	 dependência.	 Os	 sintomas	 comparativamente	mais	 leves	 de	 intoxicação	 e	
abstinênciade	cannabis	podem	levar	os	pacientes	a	pensar	que	seu	uso	não	é	“sério”	ou	que	a	abstinência	não	é	
necessária.	Apesar	do	uso	difundido	da	droga,	surpreende	haver	pouca	pesquisa	sobre	o	tratamento	de	dependência	
de	 cannabis.	 Os	 estudos	 existentes	 apoiam	 o	 emprego	 de	 intervenção	 breve	 para	 uso/abuso	 problemático	 e	 de	
abordagens	 cognitivo-comportamentais,	 motivacionais	 e	 de	 manejo	 da	 contingência	 para	 o	 tratamento	 de	
dependência.	Nenhum	medicamento	demonstrou	ser	consistentemente	útil	para	o	tratamento	de	dependência	de	
cannabis,	embora	a	investigação	continue.	
COMPLICAÇÕES	MÉDICAS	
O	uso	crônico	de	maconha	tem	sido	associado	ao	risco	aumentado	de	paranoia,	mas	há	cada	vez	mais	evidência	(e	
debates)	sobre	associações	entre	início	precoce	do	uso	de	maconha	e	psicose	ou	esquizofrenia.	Além	disso,	já	que	se	
trata	de	um	produto	queimado	e	fumado,	há	o	risco	aumentado	de	certos	cânceres	e	complicações	pulmonares.		
Mulheres	com	o	intuito	de	engravidar	ou	gestantes	devem	ser	fortemente	aconselhadas	a	não	usar	cannabis,	pois	o	
crescimento	fetal	é	diminuído	e	alguns	prejuízos	cognitivos	e	comportamentais	e	sintomas	psiquiátricos	subsequentes	
na	criança	parecem	estar	epidemiologicamente	relacionados	ao	abuso	dessa	substância	durante	a	gravidez.	
ALUCINÓGENOS	
A	família	dos	alucinógenos	contém	drogas	que	induzem	no	usuário	a	distorção	da	realidade,	incluindo	alteração	de	
percepções	sensoriais	de	visão	e	sons,	bem	como	mudanças	nas	emoções.	A	dietilamida	do	ácido	lisérgico	(LSD)	é	o	
alucinógeno	 prototípico.	 É	 uma	 substância	 química	 sintética	 inodora	 e	 insípida,	 geralmente	 ingerida	 como	 uma	
solução	ou	dissolvida	em	papel	ou	cubos	de	açúcar.	As	doses	alucinogênicas	 típicas	 são	de	25	a	75	microgramas.	
Derivados	análogos	do	ácido	lisérgico	podem	ser	extraídos	de	sementes	de	ipomeia	e	do	ergot,	um	fungo	do	centeio.		
INTOXICAÇÃO	
O	LSD	interfere	nos	neurotransportadores	de	serotonina.	Via	de	regra,	induz	euforia,	além	de	delírios	e	alucinações	
visuais.	 Entretanto,	 os	 efeitos	 psicológicos	 que	 o	 LSD	 ocasiona	 são	 imprevisíveis,	 uma	 vez	 que	 a	 experiência	 é	
significativamente	 influenciada	pelo	estado	mental	pré-intoxicação	do	usuário	e	também	pelo	ambiente	no	qual	a	
droga	é	usada.	“Viagens	ruins”	podem	ser	marcadas	por	sentimentos	de	medo	intenso	com	respostas	de	evitação.	Os	
efeitos	 físicos	 envolvem	 temperatura	 corporal	 aumentada,	 frequência	 cardíaca	 e	 pressão	 sanguínea	 diminuídas,	
insônia	e	perda	do	apetite.		
ABSTINÊNCIA	
Embora	a	abstinência	de	alucinógeno	não	seja	um	transtorno	reconhecido,	sintomas	de	importância	clínica	mínima	
(incluindo	 fadiga,	 irritabilidade	 e	 anedonia)	 são	 relatados	 por	 aproximadamente	 10%	dos	 usuários.	 Tratamento	A	
abordagem	 terapêutica	 de	 intoxicação	 aguda	 por	 alucinógenos	 é	 basicamente	 de	 apoio.	 Tranquilização,	 apoio	 e	
ambiente	calmo	e	silencioso	são	quesitos	fundamentais	do	tratamento.	Em	pacientes	com	sentimentos	extremos	de	
pânico	ou	medo,	o	uso	de	um	benzodiazepínico	pode	ser	útil.		
COMPLICAÇÕES	MÉDICAS	
Uma	 possível	 complicação	 resultante	 do	 uso	 de	 alucinógenos	 são	 os	 transtornos	 persistentes	 da	 percepção	 ou	
flashbacks.	O	mecanismo	etiológico	subjacente	aos	flashbacks	não	é	claramente	entendido,	mas	há	relatos	de	que	
eles	 são	precipitados	por	 ISRSs.	Os	 flashbacks	 são	experiências	espontâneas	com	os	mesmos	efeitos	de	quando	a	
pessoa	estava	sob	influência	de	alucinógenos.	Os	usuários	de	LSD	também	podem	manifestar	psicoses	de	duração	
relativamente	longa,	como	esquizofrenia	ou	depressão	significativa,	embora	reações	muito	graves	não	seja	comuns.	
	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
ESTIMULANTES	
A	categoria	de	estimulantes	inclui	cocaína,	anfetamina	e	substâncias	do	tipo	anfetamina.	
(INTOXICAÇÃO)	 A	 intoxicação	 de	 cocaína	 e	 de	 anfetamina	 apresentam	 sintomas	 semelhantes.	 A	 diferença	 na	
apresentação	clínica	recai	nas	respectivas	meias-vidas	das	substâncias,	que	são	de	aproximadamente	40	a	60	minutos	
para	cocaína	e	6	a	12	horas	para	metanfetamina.	Embora	a	compulsão	seja	um	padrão	de	uso	comum	para	ambas	as	
drogas,	 a	 diferença	 nas	meias-vidas	 permite	 que	 alguns	 usuários	 de	metanfetamina	mantenham	níveis	 baixos	 de	
intoxicação	por	períodos	mais	longos.		
A	administração	crônica	de	qualquer	uma	dessas	drogas	pode	induzir	um	estado	psicótico	paranoide.	Há	alguma	
evidência	de	que	a	psicose	induzida	por	metanfetamina	pode	ser	duradoura	e	retornar	na	ausência	de	nova	dose.	Os	
indivíduos	podem	agir	violentamente	em	resposta	a	delírios	ameaçadores	comuns	na	paranoia	 induzida.	O	uso	de	
anfetamina	também	pode	resultar	em	delirium	manifestado	por	desorientação,	confusão,	medo	e	ansiedade.	
ABSTINÊNCIA	
Assim	como	na	intoxicação,	os	sintomas	de	abstinência	de	cocaína	e	anfetamina	são	semelhantes,	a	diferença	recai	
principalmente	no	curso	de	tempo.	A	abstinência	de	metanfetamina	pode	ser	mais	demorada	e	menos	abrupta	do	
que	a	de	cocaína,	e,	às	vezes,	podem	ocorrer	sintomas	depressivos	clinicamente	significativos.	Durante	a	fase	final	de	
abstinência,	 o	 paciente	 pode	 experimentar	 períodos	 breves	 de	 intensa	 “fissura”	 pela	 droga,	 induzida	 por	 “sinais	
sugestivos”.	Tais	períodos	configuram	alto	risco	de	recaída.	
COMPLICAÇÕES	MÉDICAS	
A	 isquemia	 e	 o	 infarto	 do	 miocárdio	 são	 as	 complicações	 mais	 graves	 resultantes	 de	 abuso	 de	 cocaína.	 Essa	
substância	produz	um	efeito	simpático	poderoso	por	meio	da	inibição	da	captação	pré-sináptica	de	noradrenalina	
e	 dopamina.	A	 dor	 torácica	 é	 o	 sintoma	mais	 comum	 em	 cocainômanos	 que	 se	 apresentam	 ao	 pronto-socorro;	
portanto,	indivíduos	com	queixa	de	dor	torácica	devem	ser	indagados	sobre	o	uso	de	cocaína.	Dentre	os	pacientes	que	
se	apresentam	ao	pronto-socorro	com	dor	torácica	não	traumática,	7	a	25%	revelam	exames	de	urina	positivos	para	
cocaína,	e	aproximadamente	6%	desses	indivíduos	demonstram	evidência	enzimática	de	infarto	do	miocárdio.		
Foi	estimado	que	o	uso	de	cocaína	aumenta	o	risco	de	infarto	do	miocárdio	agudo	por	um	fator	de	24	em	indivíduos	
saudáveis	 se	 não	 fossem	 usuários	 da	 droga.	 Esse	 risco	 aumentado	 parece	 não	 estar	 relacionado	 à	 quantidade	
consumida,	à	via	ou	à	frequência	do	uso.	Aproximadamente	50%	dos	indivíduos	com	infarto	do	miocárdio	relacionado	
à	cocaína	não	apresentam	evidência	de	doença	arterial	coronariana	aterosclerótica.	A	ingestão	de	cocaína	resulta	em	
vasoconstrição	coronariana,	demanda	de	oxigênio	miocardial	aumentada	e	maior	formação	de	trombos,	fatores	que	
contribuem	 para	 o	 infarto	 do	miocárdio.	 A	 hipertrofia	 ventricular	 esquerda	 e	 a	 disfunção	 sistólica	 do	 ventrículo	
esquerdo	reduzida	também	estão	associadas	ao	uso	de	cocaína.		
A	doença	coronariana	aguda	e	as	arritmias	cardíacas	são	comuns	em	indivíduos	que	se	apresentam	no	pronto-socorro	
após	 o	 consumo	 de	metanfetamina.	 O	 uso	 dessa	 substância	 também	 é	 um	 fator	 de	 risco	 para	 acidente	 vascular	
cerebral	 (AVC),	 provavelmente	 porque	 pode	 elevar	 a	 pressão	 sanguínea,	 produzir	 vasculite	 e	 promover	
vasoconstrição.	 Inúmeros	 relatos	de	casos	na	 literatura	 ligam	o	uso	de	metanfetamina	à	hemorragia	 intracerebral	
massiva,	mesmo	em	pessoas	jovens.	Também	há	relatos	de	inalação	de	metanfetamina	associada	a	edema	pulmonar	
não	cardiogênico	e	hipertensão	pulmonar	grave.	Há	particular	preocupação	com	o	uso	aumentado	de	metanfetamina	
entre	homens	de	todas	as	orientações	sexuais	junto	com	o	risco	crescente	de	infecção	por	HIV.	A	metanfetamina,	em	
especial	 o	 “ice”,	 está	 associada	 a	 exacerbação	 do	 impulso	 sexual,	 diminuição	 da	 inibição	 sexual	 e	 aumento	 dos	
comportamentos	de	risco	(p.	ex.,	reutilização	e	compartilhamento	de	seringas,	sexo	desprotegido	e	vários	parceiros	
sexuais).	
OPIOIDES	
A	sensação	prazerosa	promovida	pela	ingestão	de	um	opioide	é	descrita	como	uma	“aceleração”	(“rush”).	O	início,	
a	 duração	 e	 a	 intensidade	 da	 sensação	 dependem	 do	 fármaco	 escolhido,da	 quantidade	 usada	 e	 da	 via	 de	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
administração	 (ingestão	oral,	 inalação,	 injeção	 intravenosa).	Náusea,	 vômitos	e	 comichão	 intensa	 também	podem	
ocorrer.	Após	a	“aceleração”	inicial,	ocorre	uma	sedação	que	pode	perdurar	por	várias	horas.	
A	overdose	de	opioides	é	uma	situação	potencialmente	fatal.	Pode	ocorrer	depressão	respiratória	fatal	devida	à	
supressão	direta	dos	centros	respiratórios	no	mesencéfalo	e	na	medula.	A	obtenção	de	um	rastreamento	urinário	
para	drogas	(screening)	é	essencial	para	 identificar	não	apenas	a	presença	de	um	opioide,	mas	também	de	outras	
drogas	 insuspeitadas.	Os	 benzodiazepínios	 são	 frequentemente	 usados	 com	opioides.	Nesse	 caso,	 o	 componente	
benzodiazepínico	 da	 overdose	 pode	 ser	 revertido	 com	 flumazenil.	O	 tratamento	 de	 overdose	 e	 intoxicação	 por	
opioide	inclui	terapia	de	apoio	geral	e	o	uso	de	naloxona,	um	antagonista	de	opioide	puro	que	pode	reverter	os	
efeitos	da	substância	no	sistema	nervoso	central	(SNC).		
ABSTINÊNCIA	
O	tempo	para	a	abstinência	depende	do	tipo	de	opioide	usado.	Com	a	cessação	do	uso	crônico	de	heroína,	os	sintomas	
de	abstinência	começam	aproximadamente	8	a	12	horas	após	a	última	dose,	alcançam	o	pico	em	36	a	72	horas	e	
diminuem	durante	aproximadamente	cinco	dias.	No	caso	de	metadona,	que	tem	uma	meia-vida	muito	mais	longa	do	
que	a	heroína,	o	pico	da	síndrome	de	abstinência	é	geralmente	em	4	a	6	dias,	com	sintomas	agudos	persistindo	por	
14	a	21	dias.	Com	qualquer	opioide,	após	os	sintomas	agudos	de	abstinência	diminuírem,	uma	síndrome	de	abstinência	
prolongada,	incluindo	transtornos	do	humor	e	do	sono,	pode	persistir	por	6	a	8	meses.	
COMPLICAÇÕES	MÉDICAS	
Um	estudo	de	coorte	no	sul	de	Londres	estimou	uma	taxa	de	mortalidade	padronizada	de	17	para	usuários	de	heroína	
de	ambos	os	sexos.	Além	do	risco	de	overdose,	podem	ocorrer	comorbidades	médicas.	O	risco	de	transmissão	de	HIV,	
particularmente	 em	 usuários	 de	 opioide	 intravenoso,	 é	 uma	 preocupação	 importante,	 e	 estima-se	 que	 85%	 de	
pacientes	recebendo	manutenção	de	metadona	para	dependência	de	opioide	nos	Estados	Unidos	estejam	infectados	
com	o	vírus	da	hepatite	C.	Os	usuários	também	podem	experimentar	diminuição	da	função	imunológica,	hiperalgesia	
e	infecções	bacterianas	(particularmente	com	o	uso	de	droga	intravenosa),	incluindo	abscessos	na	pele	e	celulite.	A	
endocardite	devida	ao	uso	de	droga	intravenosa	é	outra	questão	preocupante:	mais	de	50%	desses	casos	são	do	lado	
direito,	mais	frequentemente	envolvendo	a	válvula	tricúspide.	As	sequelas	de	endocardite	do	lado	direito	geralmente	
envolvem	os	pulmões.		
Durante	a	gravidez,	a	abstinência	de	opioide,	mesmo	quando	tratada,	pode	aumentar	o	risco	de	aborto	e	nascimento	
prematuro.	 Além	 disso,	 há	 uma	 taxa	 muito	 alta	 de	 recaída	 após	 a	 desintoxicação,	 e	 o	 risco	 de	 ciclagem	 entre	
intoxicação	e	abstinência	pode	ser	até	mais	perigoso	para	o	feto.	A	manutenção	com	metadona	geralmente	tem	sido	
a	abordagem-padrão	para	a	gestante.	A	manutenção	com	buprenorfina	está	cada	vez	mais	sendo	usada	em	grávidas	
dependentes	de	opioide.	O	trabalho	coordenado	entre	o	provedor	de	tratamento	de	abuso	de	substância	e	a	equipe	
obstétrica	é	essencial.	
Referências	Bibliográficas:	Livro	Tratado	de	Psiquiatria	-		
	
OBJ	 4.	Elucidar	 as	 classificações	 para	os	 diferentes	 tipos	 de	 drogas	 (depressoras,	 estimulantes	 e	
perturbadoras).		
CLASSIFICAÇÃO	DAS	SUBSTÂNCIAS	PSICOATIVAS	DE	ACORDO	COM	OS	EFEITOS	NO	SISTEMA	
NERVOSO	CENTRAL	(SEIDL,	1999)	
As	drogas	podem	ser	depressoras	do	SNC,	estimulantes	do	SNC	e	perturbadoras	do	SNC.	
DEPRESSORAS	DO	SISTEMA	NERVOSO	CENTRAL	
As	drogas	depressoras	causam	diminuição	da	atividade	do	SNC,	o	que	pode	afetar	a	atividade	global	do	cérebro	ou	
incidir	 sobre	 certos	 sistemas	específicos.	Há	uma	 tendência	à	diminuição	da	atividade	motora,	da	ansiedade	e	da	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
reação	à	dor.	 É	 comum	um	efeito	de	euforia	 inicial	 seguido	de	 sonolência.	 Fazem	parte	deste	grupo:	o	álcool,	os	
benzodiazepínicos,	os	opioides	e	os	solventes	ou	inalantes.	
ESTIMULANTES	DO	SNC	
As	drogas	estimulantes	do	SNC	causam	aumento	da	atividade	do	SNC	e	têm	como	consequência	um	estado	de	alerta	
exagerado,	 aceleração	 dos	 processos	 psíquicos	 e	 insônia.	 Fazem	 parte	 deste	 grupo:	 o	 tabaco,	 a	 cafeína,	 as	
anfetaminas,	o	ecstasy,	a	cocaína	e	o	crack.		
PERTURBADORAS	DO	SNC	
As	drogas	pertubadoras	provocam	alterações	no	funcionamento	do	cérebro,	resultando	em	alucinações	(alteração	da	
sensopercepção)	e	delírios	(alteração	do	juízo	da	realidade).	Por	isso,	estas	drogas	recebem	o	nome	de	alucinógenos.	
As	drogas	que	fazem	parte	deste	grupo	são:	maconha,	o	LSD,	os	anticolinérgicos.	A	cocaína,	o	crack	e	o	ecstasy	também	
fazem	parte	deste	grupo	e	do	grupo	das	drogas	estimulantes.	
Referências	Bibliográficas:	Cartilha	do	Curso	de	Capacitação	Dependência	Química	–	UNASUS/	UFMA	
CLASSIFICAÇÃO	
Existem	 várias	 classificações	 dos	 psicotrópicos	 ou	 drogas	 psicotrópicas,	 porém	 o	 pesquisador	 francês	
Chaloult	as	denominavam	"drogas	toxicomanógenas"	(indutoras	de	toxicomanias),	sendo	essas	dividias	em	
3	grandes	grupos:	
DEPRESSORES	DO	SNC	
Os	Depressores	 da	 Atividade	 do	 Sistema	 Nervoso	 Central	 (SNC),	 referem-se	 ao	 grupo	 de	 substâncias	
que	diminuem	a	atividade	do	cérebro,	ou	seja,	deprimem	o	seu	funcionamento,	fazendo	com	que	a	pessoa	
fique	"desligada",	"devagar",	desinteressada	pelas	coisas.	Esse	grupo	de	substâncias	é	também	chamado	
de	psicolépticos.	
As	substâncias	que	compõem	o	grupo	de	Depressores	do	SNC	são:	
• Álcool	
• Inalantes/solventes	
• Ansiolíticos	
• Barbitúricos	
• Opiáceos	
ESTIMULANTES	DO	SNC	
Os	Estimulantes	 da	 Atividade	 do	 Sistema	 Nervoso	 Central	referem-se	 ao	 grupo	 de	 substâncias	 que	
aumentam	a	 atividade	do	 cérebro.	Ou	 seja,	estimulam	o	 seu	 funcionamento,	 fazendo	 com	que	a	pessoa	
fique	mais	"ligada",	"elétrica",	sem	sono.	Esse	grupo	de	substâncias	é	também	chamado	de	psicoanalépticos,	
nooanalépticos,	timolépticos.	
As	substâncias	que	compõem	o	grupo	de	Estimulantes	do	SNC	são:	
• Cafeína	
• Nicotina	
• Anfetamina	
• Cocaína	
	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
PERTURBADORES	DO	SNC	
Os	Perturbadores	 da	 Atividade	 do	 Sistema	 Nervoso	 Central	referem-se	 ao	 grupo	 de	 substâncias	 que	
modificam	qualitativamente	a	atividade	do	cérebro.	Ou	seja,	perturbam,	distorcem	o	seu	 funcionamento,	
fazendo	com	que	a	pessoa	passe	a	perceber	as	coisas	deformadas,	parecidas	com	as	imagens	dos	sonhos.	
Esse	 grupo	 de	 substâncias	 é	 tambem	 chamado	 de	alucinógenos,	 psicodélicos,	
psicoticomiméticos,	psicodislépticos,	psicometamórficos,	alucinantes.	
As	substâncias	que	compõem	o	grupo	de	Perturbadores	do	SNC	são:	
• Anticolinérgicos	-	medicamentos	
• Anticolinérgicos	-	planta	
• Maconha	
• Cacto	
• Cogumelo	
• Êxtase	
• LSD-25	
Referências	Bibliográficas:	site	imesc	–	São	Paulo	(faculdade	de	medicina)	
	
OBJ	5.	Compreender	os	mecanismos	e	os	efeitos	dessas	substâncias	sobre	o	SNC.		
NEUROBIOLOGIA	
Inúmeros	circuitos	neuronais	e	neurotransmissores	diferentes	foram	implicados	no	processo	de	adicção	(ou	vício).	
Teorias	 recentes	 sugerem	que	o	 processo	de	 adicção	 a	 uma	 substância	 inclui	 a	 usurpação	dos	 circuitos	 cerebrais	
envolvidos	na	busca	e	aquisição	de	“metas...	[ou	‘recompensas’]	naturais	relevantes	à	sobrevivência”,	como	alimento	
ou	oportunidades	de	acasalamento.		
O	disparo	de	neurônios	liberadores	de	dopamina,	com	corpos	celulares	na	área	tegmentar	ventral	e	terminais	axonais	
no	nucleus	accumbens,	serve	para	marcar	a	importância	ou	evidência	de	uma	recompensa,	bem	como	sinalizar	que	
um	 evento	 gratificante	 está	 para	 acontecer.	Muitas,	 se	 não	 todas,	 substâncias	 adictivas	 produzem	 um	 grau	 de	
disparo	que	é	muito	maior	do	que	aquele	gerado	por	substâncias	mais	elementares	relevantes	à	sobrevivência.	O	
posterior	processamento	do	estímulo	por	áreas	corticais	pré-frontaisleva	à	aprendizagem	associativa	que	atribui	
um	nível	 indevidamente	alto	de	significância	ao	efeito	da	substância	e	aos	sinais	 relacionados	a	seu	uso.	Além	da	
dopamina,	os	neurotransmissores	glutamato,	ácido	g-aminobutírico	(GABA)	e	neuropeptídeos	opioides	são	relevantes	
nesse	circuito.		
As	eventuais	alterações	de	circuitos	resultantes	da	acumulação	 intracelular	de	produtos	de	transcrição	gênica	e	
outras	modificações	neuronais	geram	mudança	do	uso	da	substância,	que	passa	de	intencional	para	compulsivo	e	
incontrolável.	É	interessante	observar	que	o	circuito	envolvido	na	recaída	(i.e.,	a	reinstituição	do	uso	da	substância	
após	um	período	de	cessação	em	um	indivíduo	adicto)	sobrepõe-se,	mas	não	é	idêntico	ao	implicado	na	adicção	inicial.	
Outrossim,	 parece	 haver	 outras	 vias	 responsáveis	 pela	 recaída	 desencadeada	 por	 estresse,	 exposição	 a	 sinais	
relacionados	à	substância	ou	consumo	direto	da	substância.		
Há	ampla	evidência	epidemiológica	e	experimental	de	que	a	suscetibilidade	ao	vício	é	influenciada	pela	genética	e	
que	a	contribuição	genética	é	determinada	por	múltiplos	genes	e	modulada	por	influências	ambientais.	As	questões	
sobre	quais	genes	estão	envolvidos	para	determinadas	substâncias	e	que	fatores	ambientais	aumentam	ou	diminuem	
a	suscetibilidade	são	assuntos	de	pesquisa	ativa.	Um	dos	fatores	ambientais	parece	ser	o	tipo	de	substância	usada.	O	
National	Survey	on	Drug	Use	e	Health	de	2004	revelou	grandes	diferenças	entre	as	substâncias	na	porcentagem	de	
usuários	no	ano	anterior	que	satisfaziam	os	critérios	para	abuso	ou	dependência.		
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
Para	examinar	o	risco	durante	a	vida,	o	National	Comorbidity	Survey	(NCS),	conduzido	no	início	da	década	de	1990,	
revelou	 que	 aproximadamente	 um	 terço	 de	 pessoas	 que	 em	 algum	 momento	 tinham	 fumado	 um	 cigarro	
desenvolveram	 dependência	 de	 nicotina;	 15%	 daqueles	 que	 em	 algum	momento	 tinham	 bebido	 álcool	 sofreram	
dependência	de	álcool,	e	15%	daqueles	que	em	algum	momento	tinham	experimentado	outras	drogas	tornaram-se	
dependentes	químicos.	
Referências	Bibliográficas:	Livro	Tratado	de	Psiquiatria	Clínica	
SISTEMA	DE	RECOMPENSA	CEREBRAL	
Cada	 droga	 de	 abuso	 tem	 o	 seu	 mecanismo	 de	 ação	 particular,	 mas	 todas	 elas	 atuam,	 direta	 ou	
indiretamente,	ativando	uma	mesma	região	do	cérebro:	o	sistema	de	recompensa	cerebral.	Esse	sistema	
é	formado	por	circuitos	neuronais	responsáveis	pelas	ações	reforçadas	positiva	e	negativamente.	Quando	
nos	 deparamos	 com	 um	 estímulo	 prazeroso	 nosso	 cérebro	 lança	 um	 sinal	 (aumento	 de	 dopamina	 –	
importante	neurotransmissor	do	SNC	(Sistema	Nervoso	Central)	–	no	núcleo	accumbens	–	região	central	
do	sistema	de	recompensa	e	importante	para	os	efeitos	das	drogas	de	abuso).	
Normalmente	 existe	 um	 aumento	 de	 dopamina	 com	 estímulos	 prazerosos:	 comida,	 atividade	 sexual,	
estímulos	ambientais	agradáveis,	como	olhar	para	uma	paisagem	bonita	ou	escutar	uma	música	da	qual	
gostamos.	 As	 drogas	 de	 abuso	 agem	 no	 neurônio	 dopaminérgico,	 induzindo	 um	 aumento	 brusco	 e	
exacerbado	de	dopamina	no	núcleo	accumbens,	mecanismo	comum	para	praticamente	todas	as	drogas	
de	abuso.	Esse	sinal	é	reforçador,	associado	a	sensações	de	prazer,	fazendo	com	que	a	busca	pela	droga	se	
torne	cada	vez	mais	provável.	
Inúmeros	estudos	demonstraram	que	as	drogas	de	abuso	ou	estímulos	ambientais	naturais	(comer,	beber	
água,	fazer	sexo,	ouvir	uma	boa	música),	reconhecidos	pelo	organismo	como	prazerosos,	geram	mudanças	
no	cérebro,	mais	precisamente	nas	substâncias	químicas	chamadas	“neurotransmissores”,	responsáveis	
pela	comunicação	entre	os	neurônios.	
SISTEMA	MESOLIMBICO	E	MESOCORTICAL	
As	drogas	de	abuso	agem	sobre	muitas	estruturas	do	SNC,	mas	a	ação	sobre	o	sistema	mesolímbico	e	o	
sistema	 mesocortical,	 que	 juntos	 constituem	 o	 sistema	 de	 recompensa	 cerebral,	 é	 de	 fundamental	
importância.	
O	sistema	mesolímbico	é	composto	por	projeções	dopaminérgicas	que	partem	da	área	tegmentar	ventral	
e	chegam,	principalmente,	ao	núcleo	accumbens.	A	área	tegmentar	ventral	é	onde	se	localizam	os	corpos	
neuronais	 dopaminárgicos;	 a	 mesma	 também	 é	 responsável	 pelas	 projeções	 desses	 neurônios	 para	 as	
demais	estruturas	do	sistema	de	recompensa	e	o	núcleo	accumbens	é	responsável	pelo	aprendizado	e	pela	
motivação,	 bem	 como	pela	 valorização	 de	 cada	 estímulo.	 É	 importante	 salientar	 que	 existem	projeções	
dopaminérgicas	 para	 outras	 estruturas	 cerebrais,	 tais	 como	 o	 hipocampo,	 estrutura	 associada	 com	
aprendizagem	e	memória	espaciais;	e	a	amígdala,	estrutura	responsável	pelo	processamento	do	conteúdo	
emocional	 de	 estímulos	 ambientais.	 O	 sistema	 mesolímbico	 está	 relacionado	 ao	 mecanismo	 de	
condicionamento	ao	uso	da	substância,	bem	como	à	fissura,	à	memória	e	às	emoções	ligadas	ao	uso.	
O	sistema	mesocortical	 é	 composto	pela	área	 tegmentar	 ventral,	pelo	 córtex	pré-frontal,	pelo	giro	do	
cíngulo	e	pelo	córtex	orbitofrontal.	O	córtex	pré-frontal	é	responsável	pelas	funções	cognitivas	superiores	
e	pelo	controle	do	sequenciamento	de	ações.	O	giro	do	cíngulo,	por	estar	localizado	acima	do	corpo	caloso,	
tem	 conexões	 com	 diversas	 outras	 estruturas	 do	 sistema	 límbico	 e	 tem	 as	 seguintes	 funções:	 atenção,	
memória,	regulação	da	atividade	cognitiva	e	emocional;	o	córtex	orbitofrontal	é	responsável	pelo	controle	
do	 impulso	e	da	 tomada	de	decisão.	Portanto,	 as	alterações	que	ocorrem	no	 sistema	mesocortical	 em	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
decorrência	 do	 consumo	 de	 substâncias	 psicoativas	 estão	 relacionadas	 com	 os	 efeitos	 de	 substâncias	
psicoativas,	compulsão	e	perda	do	controle	para	o	consumo	de	drogas.	
Ambos	os	sistemas,	mesolímbico	e	mesocortical,	relacionam-se,	funcionando	paralelamente	entre	si	e	com	
as	demais	estruturas	cerebrais	e	configuram	o	sistema	de	recompensa	cerebral.	
A	dopamina	é	o	principal	neurotransmissor	presente	no	sistema	de	recompensa	cerebral,	porém	não	é	o	
único	responsável	por	sua	ação.	Neurotransmissores	como	a	serotonina,	noradrenalina,	glutamato	e	o	GABA	
são	responsáveis	pela	modulação	do	SNC	e	também	estão	presentes	no	sistema	de	recompensa.	
Referências	Bibliográficas:	cartilha	Efeitos	de	Substâncias	Psicoativas	–	Ministério	da	Justiça	e	Cidadania	de	
Brasília		
SISTEMA	DE	RECOMPENSA	CEREBRAL	
Vários	estudos	têm	mostrado	ao	longo	do	tempo	que	existe	uma	cadeia	de	reações,	envolvendo	os	diversos	
neurotransmissores	citados	nos	mecanismos	de	ação	das	diferentes	drogas	de	abuso,	que	culmina	com	a	
liberação	da	dopamina	na	porção	ventral	do	núcleo	estriado	chamada	de	núcleo	accumbens	(NA).	O	NA	
recebe	projeções	de	neurônios	dopaminérgicos	localizados	na	área	tegmental	ventral,	local	de	convergência	
para	estímulos	procedentes	da	amígdala,	hipocampo,	córtex	entorrinal,	giro	do	cíngulo	anterior	e	parte	do	
lobo	 temporal.	 Do	 núcleo	 accumbens	 partem	 eferências	 para	 o	 septo	 hipocampal,	 hipotálamo,	 área	
cingulada	 anterior	 e	 lobos	 frontais.	 Devido	 às	 suas	 conexões	 aferentes	 e	 eferentes	 o	NA	 desempenha	
importante	papel	na	regulação	da	atribuição	de	saliência	(relevância)	das	emoções,	da	motivação	e	da	
cognição.	
O	 sistema	mesocorticolímbico	 de	 recompensa	 como	 comentado,	 estende-se	 a	 partir	 da	 área	 tegmental	
ventral	 até	 o	 NA,	 passando	 para	 diferentes	 áreas,	 como	 o	 sistema	 límbico	 e	 o	 córtex	 órbito-frontal.	
Alterações	no	sistema	dopaminérgico,	como	por	exemplo,	a	diminuição	dos	receptores	D2	de	dopamina,	
poderiam	ser	 responsáveis	por	alterações	neste	 sistema	 recompensa	quando	da	utilização	de	drogas	de	
abuso.	
Este	 sistema	 está	 ativado	 quando	 sentimos	 prazer,	 satisfação,	 ou	 seja,	 sensação	 de	 bem-estar.	 Esta	
circuitaria	do	sistema	recompensa	é	„alimentada‟	por	estas	sensações.	Quando	se	utiliza	drogas	de	abuso,	
por	 exemplo,	 que	 proporcionem	 sensações	 de	 prazer,	 o	 sistema	 é	 ativado,	 sempre	 mediado	 pela	
dopamina.	 Interessanteperceber	 que	 pessoas	 com	 deficiência	 no	 sistema	 recompensa	 sempre	 estão	
buscando	externamente	(através	de	substâncias	de	abuso,	por	exemplo)	uma	maneira	de	ativar	o	sistema	
que	 pode	 ser	 deficiente	 de	maneira	 inata.	 Assim,	 por	meio	 da	memória	 neuronal,	 esse	 sistema	 estaria	
marcado	pelo	prazer	obtido	pela	droga,	o	que	acarreta	o	comportamento	de	procura	pela	substância.	
Como	o	circuito	de	recompensa	é	mediado	pela	liberação	de	dopamina,	além	de	alterações	na	quantidade	
do	neurotransmissor	ou	na	sensibilidade	dos	receptores	D2	podem	provocar,	naqueles	que	apresentam	
estas	 alterações,	 uma	 falta	 de	 controle	 nos	 impulsos,	 buscando	 sempre	 uma	 maior	 intensidade	 nas	
sensações	prazerosas,	ou	seja,	impulsividade.	
Inicialmente,	o	impulso	que	é	perfeitamente	controlável	para	a	maioria	das	pessoas	é	conduzido	de	forma	
diferente	por	uma	minoria.	Este	controle	está	localizado	em	uma	região	cerebral	chamada	de	córtex	órbito-
frontal.	Pessoas	com	 lesões	 funcionais	nesta	circuitaria	podem	apresentar	dificuldades	de	controlar	seus	
impulsos,	aspecto	determinante	no	processo	de	dependência.	Foi	demonstrado	que,	mesmo	drogas	que	não	
estão	 diretamente	 relacionadas	 ao	 sistema	 dopaminégico,	 são	 capazes	 de	 promover	 a	 ativação	
dopaminérgica	 indiretamente	 pela	 sensação	de	 conforto	 e	 prazer.	 Essa	 ativação	pode	 gerar	 um	 circuito	
reverberativo,	acarretando	na	busca	incessante	pelo	objeto	de	prazer:	a	droga	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
BASES	NEUROLÓGICAS	DA	DROGADIÇÃO	
O	entendimento	das	bases	neurológicas	da	drogadição	continua	desafiando	clínicos	e	pesquisadores.	Não	é	
de	hoje	que	o	sistema	dopaminérgico	vem	sendo	considerado	como	o	mais	importante	no	que	se	refere	ao	
uso	abusivo	de	substâncias,	sendo	a	via	dopaminérgica	mesocorticolímbica	a	mais	referida.	Juntamente	com	
a	 dopamina,	 outros	 neurotransmissores	 em	 conjunto	 parecem	 colaborar	 para	 a	 atividade	 da	 via	
dopaminérgica	com	o	chamado	“sistema	de	recompensa”.	 Incluem-se	à	dopamina,	por	exemplo:	o	ácido	
gama-aminobutírico	 (GABA),	 o	 glutamato,	 a	 serotonina	 e	 os	 peptídeos	 opióides.	 Além	de	 atuar	 sobre	 o	
sistema	recompensa,	o	sistema	dopaminérgico	apresenta	importante	função	sobre	o	sistema	motor	além	
de	funções	refinadas	de	cognição	e	memória.	Já	o	sistema	opióide	é	responsável	pelo	componente	hedônico	
(de	prazer)	do	sistema	de	recompensa	cerebral	além	estar	relacionado	também	à	dor	e	ao	processamento	
emocional.	
Quando	 observamos	 os	 mecanismos	 de	 ação	 das	 diferentes	 drogas	 de	 abuso	 verificamos	 que	 todas	
apresentam	uma	relação	direta	ou	indireta	com	um	ou	mais	destes	neurotransmissores	como	veremos	a	
seguir:	
COCAÍNA	
A	cocaína	se	liga	aos	transportadores	de	dopamina	(DAT),	serotonina	(5-HTT)	e	noradrenalina.	Entretanto,	
os	efeitos	subjetivos	e	comportamentais	desta	substância	são	geralmente	atribuídos	à	sua	ação	sobre	o	
sistema	dopaminérgico.	Acredita-se	que	50%	de	ocupação	de	transportador	de	dopamina	seja	necessário	
para	que	um	indivíduo	perceba	os	efeitos	da	substância	e	que,	para	a	sensação	de	euforia,	pelo	menos	60%	
dos	sítios	de	DAT	devem	estar	ocupados.	Nas	três	vias	de	administração	–	aspirada,	injetada	e	fumada	(crack)	
-	a	ocupação	de	DAT	é	superior	a	60%.	
A	cocaína	per	se	provoca	efeitos	deletérios	indiscutíveis,	mas	quando	é	ingerida	concomitante	ao	álcool,	leva	
a	 formação	de	um	metabólito	conjugado	chamado	cocaetileno.	Esse	metabólito	apresenta	propriedades	
psicoativas	 importantes	 e	 uma	meia-vida	muito	maior	 do	 que	 se	 a	 cocaína	 e	 o	 álcool	 fossem	 ingeridos	
separadamente,	seu	acúmulo	leva	rapidamente	a	um	quadro	de	intoxicação.	
METANFETAMINA	E	ECSTASY	(MDMA	-3,4-METILENODIOX,METANFETAMINA)	
As	drogas	classificadas	como	derivados	anfetamínicos	podem	atuar	no	Sistema	Nervoso	Central	(SNC)	de	
formas	distintas.	Seu	alvo	principal	são	as	monoaminas	cerebrais:	dopamina,	serotonina	e	noradrenalina.	
Assim,	 farmacologicamente	 são	 classificadas	 como	 agonistas	 indiretos	 pois	 não	 atuam	 específicamente	
sobre	receptores	monoaminérgicos	pós-sinápticos	mas,	indiretamente	da	seguinte	forma:	
• Impedem	a	recaptação	dos	neurotransmissores	através	do	bloqueio	competitivo	do	transportador	
de	dopamina	e	noradrenalina	e	em	altas	doses,	também	de	serotonina;	
• inibem	a	atividade	das	enzimas	de	metabolismo	(monoaminoxidase	-	MAOA	e	MAOB);	
• estimulam	 a	 liberação	 do	 neurotransmissor	 independente	 de	 Ca++	 (ou	 seja	 independente	 da	
despolarização	do	botão	sináptico).	
MACONHA	
O	principal	componente	psicoativo	da	maconha	é	o	Δ9-tetrahidrocanabinol	(THC).	Seu	mecanismo	de	ação	
do	THC	ainda	não	foi	completamente	elucidado,	mas	acredita-se	que	ele	atue	no	SNC	através	de	receptores	
canabinóides	CB1	e	CB2.	As	áreas	cerebrais	com	maior	densidade	de	receptores	CB1	são	o	córtex	frontal,	
núcleos	da	base,	cerebelo	e	hipocampo.	Estudos	com	animais	têm	demonstrado	que	o	THC	e	a	anandamida	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
(canabinóide	endógeno	mais	estudado),	aumentam	a	concentração	de	dopamina	no	estriado	e	no	sistema	
mesolímbico.	
NICOTINA	
A	nicotina	é	a	principal	substância	do	cigarro	responsável	pelos	efeitos	psicoativos	e	pela	dependência	de	
tabaco.	 No	 entanto,	 há	 milhares	 de	 compostos	 químicos	 na	 fumaça	 do	 cigarro	 e	 alguns	 deles	 podem	
contribuir	 para	 os	 efeitos	 comportamentais	 e	 tóxicos	 do	 tabaco.	 Nicotina	 é	 um	 agonista	 direto	 em	
receptores	colinérgicos	nicotínicos	onde	age	acetilcolina	endógena	e	estão	amplamente	distribuídos	no	
SNC.	Os	receptores	nicotínicos	implicados	na	ação	da	Nicotina	estão	localizados	no	sistema	dopaminérgico	
mesocorticolímbico.	
ÁLCOOL	
Os	mecanismos	pelos	quais	o	álcool	atua	no	cérebro	assim	como	as	alterações	cerebrais	produzidas	pelo	seu	
consumo	crônico	ainda	não	estão	compreendidos	sendo	que	a	maioria	dos	estudos	indica	a	participação	dos	
sistemas	dopaminérgicos,	serotoninérgicos	e	principalmente	gabaérgicos.	
O	sistema	de	recompensa	associado	ao	uso	do	álcool,	além	dos	neurônios	dopaminérgicos	da	área	tegmental	
ventral	e	núcleo	accumbens,	inclui	também	estruturas	que	usam	o	ácido	gama-aminobutírico	(GABA)	como	
transmissor,	tais	como	o	córtex,	cerebelo,	hipocampo,	colículos	superiores,	inferiores	e	a	amígdala.	
OPIÓIDES	
Os	opióides	modulam	a	 liberação	de	neurotransmissores	como	a	acetilcolina,	 serotonina,	noradreanlina,	
além	 de	 outros	 peptídeos,	 como	 a	 substância	 P.	O	 locus	 coeruleos,	 responsável	 pela	 maior	 parte	 da	
produção	de	noradrenalina	no	SNC,	apresenta-se	estimulado	na	síndrome	de	abstinência	a	opiáceos,	o	
que	provoca	os	típicos	sintomas	de	estimulação	simpática.		
O	sistema	de	recompensa	aos	opiáceos,	além	das	estruturas	antes	mencionadas	inclui	também	áreas	que	
usam	como	neurotransmissores	opiáceos	endógenos,	 tais	 como	o	núcleo	 arqueado,	 a	 amígdala,	 o	 locus	
coeruleos	e	a	área	cinzenta	periaquedutal	dorsal.	
Referências	Bibliográficas:	artigo	“Neurociências	do	uso	de	substâncias”	–	UNIFESP		
	
OBJ	6.	Conhecer	o	funcionamento	do	CAPS	e	fatores	protetores	para	o	uso	de	drogas.		
CAPSad	
O	CAPS	AD	é	a	única	unidade	de	saúde	especializada	em	atender	os	dependentes	de	álcool	e	drogas	na	capital,	dentro	
das	diretrizes	determinadas	pelo	Ministério	da	Saúde,	que	 tem	por	base	o	 tratamento	do	paciente	em	 liberdade,	
buscando	 sua	 reinserção	 social.	 Desta	 forma,	 o	 CAPS	 AD	 oferece	 atendimento	 diário	 a	 pacientes	 que	 fazem	 uso	
prejudicial	 de	 álcool	 e	 outras	 drogas,	 permitindo	 o	 planejamento	 terapêutico	 dentro	 de	 uma	 perspectiva	
individualizada	de	evolução	contínua.	O	apoio	da	família	é	fundamental	neste	processo,	então	semanalmente,	são	
realizadas	pelas	psicólogas,	um	grupo	para	atendimento	aos	familiares	de	pacientes,	onde	são	esclarecidas	dúvidas,	
anseios	e	dado	o	suporte	que	a	família	necessita.	
(ENCAMINHAMENTOS)	Todos	os	encaminhamentos	devem	partir	das	unidades	de	saúde	da	capital,	ou	o	paciente	
pode	chegar	ao	CAPS	através	de	demanda	espontânea.O	CAPS	AD	possui	uma	equipe	multiprofissional	formada	por	
dois	psiquiatras,	duas	psicólogas,	uma	médica	clínica	geral,	uma	assistente	social,	uma	terapeuta	ocupacional,	uma	
farmacêutica,	um	enfermeiro,	dois	 técnicos	de	enfermagem,	um	professor	de	educação	 física,	uma	professora	de	
artes,	além	da	equipe	administrativa.	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
(ATIVIDADES)	 Na	 unidade	 são	 oferecidas	 atividades	 recreativas,	 educativas	 e	 profissionalizantes,	 como	 aulas	 de	
artesanato,	mosaico,	pintura	em	tela	e	tecido	e	produção	de	bijuterias.	Além	disso,	realiza-se	caminhadas	e	atividades	
na	piscina,	proporcionando	mudança	de	comportamento	e,	conseqüente,	melhora	na	qualidade	de	vida	dos	pacientes.	
Ainda,	são	realizadas	palestras	educativas	pela	equipe	de	enfermagem,	psicoterapias	de	grupo	e	quando	necessário,	
sessões	de	psicoterapia	individual.	
FATORES	DE	RISCO	E	FATORES	PROTÉTICOS	
Os	meus	fatores	de	risco	e	proteção	para	o	uso	de	substâncias	também	são	mencionados	no	documento.	
Elementos	como:	
☑ bairros	seguros;	
☑ segurança	física	e	inclusão	social;	
☑ ambiente	escolar	de	qualidade;	
☑ acesso	a	cuidados	de	saúde;	
☑ envolvimento	do	responsável	e	monitoramento;	
☑ habilidades	 de	 saúde	 e	 neurológicas	 (que	 incluem	 controle	 emocional	 e	 habilidades	 para	 enfrentar	
situações	adversas)	
São	contrapostos	aos	seguintes	fatores	de	risco:	
❌ pobreza;	
❌ conflitos/guerra;	
❌ situação	de	rua,	status	de	refugiado;	❌ exclusão	social	e	desigualdade;	❌ bairros	desorganizados;	
❌ uso	de	substâncias	entre	pares;	❌ disponibilidade	das	drogas;	❌ problemas	de	saúde	mental;	❌ traumas	
infantis.	
Referências	Bibliográficas:	site	da	COMAD	–	Conselho	Municipal	Anti-Drogas	–	Prefeitura	de	Campo	Grande	
	
OBJ	7.	Apresentar	avaliação	do	paciente	dependente	(súmula).	
CRITÉRIOS	DE	USO	NOCIVO	DAS	DROGAS	DE	ACORDO	COM	A	CLASSIFICAÇÃO	INTERNACIONAL	
DAS	DOENÇAS	(CID	-10)	
O	diagnóstico	requer	que	um	dano	real	deva	ter	sido	causado	à	saúde	física	e	mental	do	usuário.	Padrões	nocivos	de	
uso	são	frequentemente	criticados	por	outras	pessoas	e	estão	associados	a	consequências	sociais	diversas	de	vários	
tipos.	O	fato	de	um	padrão	de	uso	ou	uma	substância	em	particular	não	ser	aprovado	por	outra	pessoa,	pela	cultura	
ou	por	ter	levado	a	consequências	socialmente	negativas,	tais	como	prisão	ou	brigas	conjugais,	não	é,	por	si	mesmo,	
evidência	de	uso	nocivo.	O	uso	nocivo	não	deve	ser	diagnosticado	se	a	 síndrome	de	dependência,	um	transtorno	
psicótico	ou	outra	forma	específica	de	transtorno	relacionado	ao	uso	de	drogas	ou	álcool	estiver	presente.		
CRITÉRIOS	DE	DEPENDÊNCIA	(OMS,	1997)	
O	diagnóstico	definitivo	de	dependência	deve	usualmente	ser	feito	somente	se	três	ou	mais	dos	seguintes	requisitos	
tenham	sido	experienciados	ou	exibidos	em	algum	momento	do	ano	anterior	
Referências	Bibliográficas:	Cartilha	do	Curso	de	Capacitação	Dependência	Química	–	UNASUS/	UFMA	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
AVALIAÇÃO	CLÍNICA	
Diante	de	um	paciente	que	faz	uso	de	substâncias,	é	importante	a	caracterização	detalhada	do	consumo,	
questionando,	para	todas	as	drogas	consumidas:	
• as	motivações	do	uso;	
• a	quantidade	utilizada;	
• o	padrão	de	uso;	
• os	aspectos	circunstanciais	do	uso;	•	os	efeitos	obtidos;	
• o	sentimento	pós-uso.	
• Entre	os	diversos	padrões	de	consumo	possíveis,	temos:	
• uso	experimental:	o	uso	se	dá	uma	ou	poucas	vezes	ao	longo	da	vida,	sem	que	se	estabeleça	
uma	
• frequência	de	consumo;	
• uso	recreacional	ou	ocasional:	há	um	consumo	frequente	da	substância,	porém	sem	que	se	
possa	
• estabelecer	qualquer	tipo	de	prejuízo	decorrente;	
• uso	nocivo	ou	abusivo:	o	paciente	apresenta	algum	prejuízo	concreto	de	sua	saúde	física	ou	
• mental	ou	se	expõe	a	riscos,	em	decorrência	de	seu	uso;	
• dependência:	os	critérios	propostos	pelo	DSM-IV-TR,	citados	na	introdução,	devem	ser	
• preenchidos.	
Além	disso,	deve	ser	feita	uma	pesquisa	ativa	acerca	da	presença	de	comorbidades	psiquiátricas,	já	que	estão	
presentes	em	até	80%	dos	alcoolistas	e	em	até	70%	dos	dependentes	de	substâncias	ilícitas.	Depressão	e	
transtornos	ansiosos	são	as	comorbidades	de	eixo	I	mais	comumente	encontradas.	Não	existe	consenso	na	
literatura	quanto	ao	potencial	que	as	substâncias	apresentam	para	desencadear	quadros	psiquiátricos	mais	
graves,	como	transtornos	do	espectro	bipolar	e	psicóticos,	que	também	são	encontrados	em	associação	ao	
abuso	de	substância.	Comorbidades	com	eixo	II	também	são	frequentes,	especialmente	com	os	transtornos	
que	 incluem	 a	 impulsividade	 como	 traço-chave,	 como	 os	 transtornos	 de	 personalidade	 do	 cluster	 B.	 A	
importância	dessa	avaliação	psiquiátrica	detalhada	reside	no	fato	de	a	presença	de	comorbidades	influenciar	
diretamente	o	curso	clínico,	o	prognóstico	e	o	planejamento	terapêutico	do	quadro.	O	exame	do	estado	
mental	deve	sempre	ser	feito	com	o	paciente	fora	do	estado	de	intoxicação.	
Deve	ser	realizada,	ainda,	criteriosa	avaliação	clínica,	com	exame	físico	cuidadoso	e	avaliação	com	exames	
complementares	completa,	com	ênfase	na	avaliação	da	função	renal	e	hepática,	assim	como	na	presença	de	
infecções,	tais	como	hepatites	B	ou	C,	além	do	HIV.	O	ECG	também	é	fundamental,	uma	vez	que	diversas	
substâncias,	 como	 os	 estimulantes,	 podem	 interferir	 com	 a	 perfusão	 e	 a	 eletrofisiologia	 cardíacas.	 Essa	
avaliação	torna-se	ainda	mais	imperiosa	quando	se	considera	que	muitos	pacientes	usuários	de	substâncias	
vivem	em	situação	marginal	e	sem	acesso	aos	serviços	de	saúde,	sendo	o	psiquiatra,	muitas	vezes,	seu	único	
contato	com	um	profissional	da	área	da	saúde.	
INSTRUMENTOS	DIAGNÓSTICOS	
Dois	 instrumentos	 de	 rastreamento	 são	 bastante	 práticos	 e	 de	 rápida	 aplicação,	 sendo	muito	 úteis	 na	
detecção	inicial	de	quadros	em	que	o	uso	de	substâncias	pode	caracterizar	um	problema.	
	
	
	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
TRATAMENTO	–	PRINCÍPIOS	GERAIS	
•	Avaliação	psiquiátrica	completa	
• o	Anamnese	 detalhada	 sobre	 o	 padrão	 de	 consumo	 atual	 e	 passado,	 bem	 como	 seus	 efeitos	 no	
funcionamento	“biopsicossocial”.	
• o	Avaliação	médica	e	psiquiátrica	global	(anamnese	e	exame	físico/psíquico).	
• o	História	de	tratamentos	psiquiátricos	prévios	e	seus	resultados.	
• o	Avaliação	das	condições	familiares	e	sócias.	
• o	Testes	laboratoriais	para	avaliar	condições	concomitantes	comuns	com	dependências	(por	
• exemplo,	avaliação	da	função	hepática	em	etilistas).	
• o	Com	a	permissão	do	paciente,	contato	com	terceiros	para	informações	adicionais.	
•	Manejo	psiquiátrico	
• o	Motivação	para	abstinência.	
• o	Manejar	os	episódios	de	intoxicação	e	abstinência.	
• o	Promover	psicoeducação	e	facilitar	a	aderência	ao	tratamento.	
• o	Diagnosticar	e	tratar	comorbidades.	
• o	Avaliar	necessidade	e	disponibilidade	de	tratamentos	específicos.	
• o	Avaliar	a	segurança	e	o	setting	terapêutico	adequado:	local	de	tratamento	o	menos	restritivo	
• possível,	que	seja	seguro	e	efetivo	para	o	caso.	
Considerar	hospitalização	se:	overdose	ou	durante	intoxicação	grave;	risco	grave	para	desenvolvimento	de	
síndromes	de	abstinência	com	delirium	(por	exemplo,	Delirium	Tremens);	comorbidades	com	transtornos	
psiquiátricos	graves	(por	exemplo,	depressão	com	planejamento	suicida,	psicose	aguda);	o	uso	traduz	grave	
risco	ao	paciente	ou	a	terceiros;	falha	do	tratamento	ambulatorial.	
Casas	de	apoio,	comunidades	 terapêuticas:	pacientes	que	não	 têm	 indicação	para	hospitalização,	porém	
apresentam	rede	de	suporte	social	falha	ou	completamente	envolvida	no	contexto	das	drogas.	
Hospitais-dias,	internações	“parciais”:	usados	na	transição	entre	internação	e	tratamento	ambulatorial;	falha	
no	tratamento	ambulatorial;	comorbidades	psiquiátricas	graves.	
Tratamento	 ambulatorial:	 quando	 não	 há	 indicações	 clínicas	 ou	 sociais	 para	 níveis	 mais	 intensivos	 de	
tratamento.	Envolve	uma	abordagem	abrangente,	com	intervenções	psicoterapêuticas	e	farmacológicas.	
Tratamento	–	Intervenções	psicoterápicas	
Nos	últimos	30	anos	houve	umprogresso	significativo	na	validação	das	técnicas	psicoterapêuticas	para	o	
tratamento	da	dependência	de	substâncias.	Contudo,	por	questões	metodológicas,	o	 foco	predominante	
foram	as	terapias	com	orientação	teórica	voltada	às	técnicas	cognitivo-comportamentais.	Nesse	contexto,	
destacam-se:	
•	manejo	de	contingências:	incentivos	ou	recompensas	que	encorajam	metas	comportamentais	específicas;	
•	prevenção	de	recaídas:	identificação	e	intervenção	em	situações	de	risco	para	uso;	incentivo	às	situações	
e	comportamentos	alternativos	ao	uso.	
Referências	Bibliográficas:	cartilha	unasus	
	
		
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
CRITÉRIOS	DA	CID-10	PARA	DEPENDÊNCIA	DE	SUBSTÂNCIAS	
														O	 diagnóstico	 de	 dependência	 deve	 ser	 feito	 se	 três	 ou	 mais	 dos	 seguintes	 critérios	 são	
experienciados	ou	manifestados	durante	o	ano	anterior	
1. Um	desejo	forte	ou	senso	de	compulsão	para	consumir	a	substância.	
2. Dificuldades	em	controlar	o	comportamento	de	consumir	a	substância	em	termos	de	início,	término	
ou	níveis	de	consumo.	
3. Estado	 de	 abstinência	 fisiológica,	 quando	 o	 uso	 da	 substância	 cessou	 ou	 foi	 reduzido,	 como	
evidenciado	 por:	 síndrome	 de	 abstinência	 característica	 para	 a	 substância,	 ou	 o	 uso	 da	 mesma	
substância	(ou	de	uma	intimamente	relacionada)	com	a	intenção	de	aliviar	ou	evitar	os	sintomas	de	
abstinência.	
4. Evidência	de	tolerância,	de	tal	forma	que	doses	crescentes	da	substância	psicoativa	são	requeridas	
para	alcançar	efeitos	originalmente	produzidos	por	doses	mais	baixas	
5. Abandono	progressivo	de	prazeres	alternativos	em	favor	do	uso	da	substância	psicoativa:	aumento	
da	quantidade	de	tempo	necessário	para	obter	ou	tomar	a	substância	ou	recuperar-se	de	seus	efeitos	
6. Persistência	no	uso	da	substância,	a	despeito	de	evidência	clara	de	conseqüências	manifestamente	
nocivas,	tais	como	dano	ao	fígado	por	consumo	excessivo	de	bebidas	alcoólicas,	estados	de	humor	
depressivos	conseqüentes	a	períodos	de	consumo	excessivo	
ORGANIZAÇÃO	
A	organização	da	CID-10	
A	CID-10	está	organizada	da	seguinte	forma,	no	caso	específico	dos	transtornos	mentais	e	comportamentais	
devido	ao	uso	de	múltiplas	substâncias:	
• Caracter	Um:	A	letra	“F”,	que	designa	nesse	caso	o	grupo	de	doenças	que	será	descrito	(transtornos	
mentais)	
• Caracter	Dois:	O	número	“1”	indica	o	subgrupo	de	transtornos	decorrentes	do	uso	da	substância.	
• Caracter	Três:	Número	de	0	a	9	que	se	refere	a	à	Classe	da	substância	(por	exemplo,	F10	é	para	álcool	
e	F14	é	para	cocaína)	
• Caracter	quatro:	Demonstra	o	transtorno	decorrente	do	uso	daquela	substância.	(por	exemplo:	F10.2	
–	Transtorno	mental	e	comportamental	devido	ao	uso	de	álcool,	síndrome	de	dependência.	Ou	ainda:	
F12.5	–	Transtorno	mental	e	comportamental	devido	ao	uso	de	maconha,	estado	psicótica.	
-	 F10:Transtornos	 mentais	 e	 comportamentais	 devidos	 ao	 uso	 de	 álcool	 -F11:	 Transtornos	 mentais	 e	
comportamentais	devidos	ao	uso	de	opiáceos	
-	F12:	Transtornos	mentais	e	comportamentais	devidos	ao	uso	de	canabinóides	
-	F13:Transtornos	mentais	e	comportamentais	devidos	ao	uso	desedativos	e	hipnóticos	
-	F14:Transtornos	mentais	e	comportamentais	devidos	ao	uso	de	cocaína	
-	F15:Transtornos	mentais	e	comportamentais	devidos	ao	uso	de	outros	
estimulantes,	inclusive	a	cafeína	
-	F16:Transtornos	mentais	e	comportamentais	devidos	ao	uso	de	alucinógenos	
-	F17:Transtornos	mentais	e	comportamentais	devidos	ao	uso	de	fumo	
-	F18	-Transtornos	mentais	e	comportamentais	devidos	de	solventes	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
voláteis	
-	F19:Transtornos	mentais	e	comportamentais	devidos	ao	uso	de	múltiplas	drogas	e	ao	uso	de	múltiplas	
substâncias	psicoativas.	
	
OBJ	8.	Compreender	a	abstinência	do	Humberto.	
DEPENDÊNCIA	FÍSICA	
Dependência	física	é	um	estado	que	se	desenvolve	em	consequência	da	adaptação	(tolerância)	produzida	pelo	reajuste	
dos	mecanismos	homeostáticos	em	resposta	ao	uso	repetido	de	uma	droga.	As	drogas	podem	alterar	vários	sistemas	
que,	até	então,	estavam	em	equilíbrio;	estes	 sistemas	encontram	um	novo	equilíbrio	em	presença	da	 inibição	ou	
estimulação	 produzida	 por	 uma	 droga	 específica.	 Nesse	 estado	 de	 adaptação	 ou	 dependência	 física,	 o	 indivíduo	
necessita	da	administração	contínua	da	droga	para	manter	suas	funções	normais.	Se	a	administração	da	droga	for	
interrompida	repentinamente,	instala-se	outro	desequilíbrio	e	os	sistemas	afetados	precisam	novamente	passar	por	
um	processo	de	reajuste	ao	novo	equilíbrio	sem	a	droga.	
SINDROME	DE	ABSTINÊNCIA	
A	ocorrência	da	síndrome	de	abstinência	quando	a	administração	da	droga	é	interrompida	é	a	única	evidência	objetiva	
de	dependência	física.	Os	sinais	e	sintomas	da	abstinência	ocorrem	quando	a	administração	da	droga	aos	indivíduos	
fisicamente	dependentes	é	interrompida	de	maneira	repentina.		
Os	sinais	e	sintomas	de	abstinência	têm	pelo	menos	duas	causas:		
• Interrupção	do	uso	da	droga	que	causou	dependência;	
• Hiperatividade	do	SNC	decorrente	da	readaptação	à	ausência	da	droga	que	gerou	dependência.	
As	variáveis	farmacocinéticas	têm	importância	significativa	na	amplitude	e	na	duração	da	síndrome	de	abstinência.	Os	
sintomas	da	abstinência	são	característicos	para	determinado	grupo	de	drogas	e	tendem	a	ser	contrários	aos	efeitos	
originais	produzidos	pela	droga,	antes	que	o	 indivíduo	tivesse	desenvolvido	tolerância.	Desse	modo,	a	 interrupção	
súbita	de	uma	droga	(p.	ex.,	agonista	opioide)	que	produz	miose	(constrição)	pupilar	e	diminui	a	frequência	cardíaca	
causa	uma	síndrome	de	abstinência	que	inclui	dilatação	pupilar	e	taquicardia.		
A	tolerância,	a	dependência	física	e	a	síndrome	de	abstinência	são	fenômenos	biológicos.	São	efeitos	naturais	do	uso	
da	droga	e	podem	 ser	produzidos	em	animais	de	 laboratório	 e	 em	qualquer	 ser	humano	que	use	 repetidamente	
determinadas	 drogas.	 Intrinsecamente,	 esses	 sintomas	 não	 significam	 que	 o	 indivíduo	 esteja	 envolvido	 com	 uso	
abusivo	ou	drogadição.	Esse	 tipo	de	dependência	não	deve	 ser	 confundido	com	a	drogadição	 (uso	compulsivo	da	
droga).	 Os	 pacientes	 que	 usam	 fármacos	 com	 indicações	 médicas	 apropriadas	 e	 nas	 doses	 certas	 ainda	 podem	
desenvolver	tolerância,	dependência	física	e	síndrome	de	abstinência	quando	o	uso	destes	fármacos	é	interrompido	
abruptamente,	 e	 não	 de	 modo	 gradativo.	 Por	 exemplo,	 o	 paciente	 hipertenso	 tratado	 com	 um	 β-bloqueador	
adrenérgico	como	o	metoprolol	pode	ter	resposta	terapêutica	satisfatória,	mas	se	o	uso	do	fármaco	for	interrompido	
repentinamente,	ele	pode	desenvolver	uma	síndrome	de	abstinência	que	consiste	em	elevação	da	pressão	arterial	a	
níveis	mais	altos	do	que	os	detectados	no	início	do	tratamento.	Essa	reação	parece	ser	atribuível	à	síntese	adaptativa	
de	 receptores	β	que,	 com	a	 ausência	 repentina	do	 agonista,	 facilitam	uma	 resposta	β-adrenérgica	 exagerada	das	
células	cardíacas.	
DEPENDENTE	CLÍNICO	
Dependente	clínico	é	uma	expressão	utilizada	para	descrever	o	paciente	que	está	em	tratamento	para	determinado	
distúrbio	clínico	e	que	se	torna	“dependente”	dos	fármacos	vendidos	sob	prescrição;	o	indivíduo	começa	a	tomar	estes	
fármacos	em	doses	excessivas	e	perde	o	controle.	Um	exemplo	seria	o	paciente	que	tem	dor,	ansiedade	ou	insônia	
crônica	que	começa	a	usar	o	fármaco	prescrito	com	frequência	maior	do	que	a	que	foi	determinada	pelo	médico.	Se	
o	médico	limitar	as	prescrições,	o	paciente	poderá	começar	a	procurar	vários	outros	médicos	sem	o	conhecimento	do	
AMANDA	FARIA	
02/09/2021	–	4º	PERÍODO	
seu	médico	principal.	Esses	pacientes	também	podem	comparecer	aos	serviços	de	emergência	com	o	propósito	de	
conseguir	mais	fármacos.	Essa	condição	é	muito	incomum,	considerando-se	o	grande	número	de	pacientes	que	usam	
fármacos	que	podem	produzir	 tolerância	e	dependência	 física.	O	medo	de	gerar	esse	 tipo	de	dependência	 clínica	
acarreta	 sofrimento	 desnecessário	 aos	 pacientes	 que	 têm	 dor,	 porque	 os	 médicos	 limitam	 sem	 qualquer	 razão	
plausível

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