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RESUMO PATOLOGIA - PROVA O que estuda a Patologia? Conceito de Patologia – ramo da ciência médica que estuda as alterações morfológicas e fisiológicas dos estados da saúde. Quando estas alterações não são compensadas podemos dizer que o indivíduo está doente. Patologia vem do grego Pathos = sofrimento, doença + logia = estudo Conceito de doença – alteração de forma e de função que não é compensada, pode ser da célula, de um órgão, de um sistema, de um indivíduo como um todo, de uma população ou ainda de uma sociedade! Saúde – definição da OMS = bem estar físico, mental e social do homem A patologia estuda principalmente 4 aspectos da doença: A etiologia = causa da doença Patogenia = é o processo de eventos desde o estímulo inicial até a expressão morfológica da doença Alterações morfológicas = são as alterações estruturais em células e tecidos características da doença ou diagnósticas dos processos etiológicos Distúrbios funcionais e o significado clínico = natureza das alterações morfológicas e sua distribuição nos diferentes tecidos influenciam o funcionamento normal e determinam as características clínicas, o curso e o prognóstico da doença Organismos doentes – organismos não adaptados / ambiente muda a todo instante Variações de ambiente são as responsáveis por provocar respostas adaptativa nos organismos Estímulos que ultrapassam os limites de resposta adaptativa representam agressões ou causas externas das doenças Organismo incapaz de responder a estímulos externos por problemas internos causas internas das doenças Doença pode ser ação simultânea de causa interna e externa Quando a célula recebe um estímulo, uma agressão, e precisa se adaptar, ela tem que se comunicar com outras para que possam responder Esta comunicação depende de macromoléculas celulares cuja atividade e integridade dependem todas as funções vitais Macromoléculas são polímeros de peso molecular elevado (10mil a 1 milhão). O arranjo das subunidades é que confere diferentes formas e consequentemente diferentes funções para estas moléculas Interação macro-macro, macro-receptor, depende da especificidade Mecanismos pelos quais as células reconhecem estímulos do meio e de outras células Receptores para diferentes estímulos Transmissão de sinais dentro da célula Controle da atividade metabólica e expressão gênica – célula possa sintetizar macromoléculas a fim de atender novas necessidades de adaptação Como a célula recebe um sinal / estímulo? Diversos tipos de moléculas: mediadores químico, hormônios, citocinas, fatores de crescimento Pode ser também por moléculas expressas na superfície de outras células; junções comunicantes As células podem se comunicam: Ação do mediador em célula vizinha: ação parácrina Ação a distância: ação endócrina (hormônio) Ação sobre ela mesma: ação autócrina Ação sináptica: mediador que participa do estímulo nervoso Ação das moléculas sinalizadoras Moléculas Lipossolúveis – atravessam facilmente a membrana plasmática – ligam-se a receptores dentro do citoplasma; Receptores são regulados por mecanismos intracelulares e de acordo com a ação esperada ativam ou inibem; Ex: molécula lipossolúvel: vit D, hormônios Doença – receptor no citoplasma defeituoso Moléculas Hidrossolúveis – H2O Se liga a receptor de membrana Depois da ligação, o sinal passa para o citoplasma (por meio de ativação de outras proteínas) onde ocorre a ação desejada Modulação de receptores Receptores são produzidos constantemente – vida curta, há renovação. Tão importantes quanto as moléculas sinalizadoras – comportamento da célula será ditado pelos receptores que a célula possuir! Ex: Subst X e receptores Membrana plasmática é muito importante por abrigar receptores, moléculas transdutoras e enzimas geradoras de mensageiros intracelulares, proteínas reguladoras de ação local ou sistêmica entre elas as PGs (prostaglandinas) e os Leucotrienos – metabolismo do ácido araquidônico Membrana possui receptores, moléculas transdutoras e enzimas geradoras de mens. Intracelulares, Acido Araquidônico existe na membrana como fosfolípide – liberado da membrana pela ação de fosfolipases, especialmente a A2 No citosol recebe ação de ciclooxigenase (COX) e lipoxigenase Gerando prostaglandinas e leucotrienos respectivamente Células possuem COX – produção fisiológica ou frente agente agressor PGs = regulam linfócitos T, IL – 1 e TNF em macrófagos, aumentam permeabilidade vascular, controle do fluxo sanguíneo e proteção da mucosa gástrica, etc... Os leucotrienos são sintetizados por células inflamatórias determinadas (macrófagos, mastócitos, PMN), Falamos de células, processos fisiológicos falemos de lesões... Agressão = célula pode responder: Adaptar-se Processo regressivo Morrer Adaptação fisiológica – estímulos fisiológicos – hormônios gravidez Adaptações patológicas = propiciam que a célula module seu meio ambiente e modifique seu metabolismo para escapar da agressão Quando não se adapta, seu metabolismo reduz, chamados alteração regressiva Metabolismo aumenta = alteração progressiva Em patologia as alterações regressivas são chamadas degenerações e tem como característica serem processos reversíveis, ou seja, se situam entre a morte e o estado fisiológico Alterações Regressivas – célula está com metabolismo alterado e muitas vezes há acúmulo de substâncias Classificamos as alterações regressivas de acordo com a substância que se acumula na célula: Degenerações Hidrópicas Degenerações Gordurosas – Lipídicas Degenerações Hialinas Degenerações Mucóides Degenerações Glicogênica Lesões Celulares Reversíveis Equilíbrio hemostático celular rompido: Adaptação Regressão Morte Celular As adaptações são fisiológicas quando os processos são fisiológicos. Agressão alteração morte Metabolismo progressiva celular DEGENERAÇÕES Metabolismo lento gera acúmulos, dentro e fora das células Conforme a substância que se acumula é dividida em: Degeneração hidrópica = água Degeneração gordurosa = lípides Degeneração hialina = proteínas Degeneração mucóide = muco Degeneração glicogênica = carboidratos Degeneração hidrópica: também chamada de edema celular Definição: caracteriza-se pelo acúmulo de água no citoplasma (volumoso e pálido); núcleo normalmente posicionado. Comum em células do rim e fígado Macroscopia: órgão pálido, volume e peso, opaco Microscopia: células aparecem com vacúolos pequenos e claros e pequenos grânulos no citoplasma Organelas perdem a forma consequência do volume Dilatações correspondem aos vacúolos vistos ao microscópio TODAS ESTAS ALTERAÇÕES SÃO REVERSÍVEIS QUANDO É RETIRADO O AGENTE AGRESSOR Patogenia: ocorre devido ao comprometimento da regulação do volume celular – Na+ e K+ no citoplasma Pressão osmótica celular > matriz Porque isso acontece? Bomba de Na+ e K+ A bomba de Na+ e K+ é dependente de ATP (energia) coloca o Na+ para fora contra o gradiente de concentração. Quando temos uma agressão que diminui a atividade da bomba, ou da produção de ATP, ocorre retenção de NA+ e consequente acúmulo de água na célula, ocasionando o edema celular ou degeneração hidrópica. Etiologia: mais comum – hipóxia O2 (altera respiração celular e queda de ATP) Quando ocorre Hipóxia? Choque : perfusão tecidual comprometida (falha na bomba cardíaca, perda de volemia) Todos os processos que interferem na produção de ATP (falta de O2, falta de substrato, falta de enzimas no processo) levam a este tipo de degeneração. Degeneração Gordurosa ou Esteatose Definição: acúmulo anormal de lipídes no interior das células. O fígado é o órgão diretamente relacionado ao metabolismo lipídico e é por isso que o mais comum é se falar de esteatose hepática. Como os lipídeos estão disponíveis para as células? Alimentação Depósitos – tecido adiposo Os lipídeos provenientes da dieta podem ser: TG, colesterol,vitaminas, fosfolipídeos. Estes são emulsionados no intestino delgado por ação da bile e formam partículas contendo principalmente TG. Os TG no lúmen intestinal são hidrolisados em ác. Graxos livres e monoglicerídeos A estes produtos juntam – se o colesterol e vitaminas lipossolúveis e estas moléculas são capazes de se difundir pelo citoplasma das células do epitélio intestinal. O REL acopla proteínas – quilomícrons que são “empacotados” e disponibilizados às células, aos vasos e à linfa – chegando aos hepatócitos. Hepatócitos – hidrolisam estas lipoproteínas liberando o TG das proteínas e há hidrólise do TG em ácidos graxos livres e glicerol. Os ácidos graxos livres são utilizados no metabolismo energético ou conjugados a outras proteínas – usados em outros órgãos! Interferências nos processos = acúmulo de lípides Estrut. Molecular de um quilomicron: Oitenta e cinco por cento de sua composição lipídica é formada pelos triglicérides, e o restante por fosfolípides e colesterol. Como os lípides são insolúveis em água, e o meio (plasma) onde se encontram é aquoso, organizam-se naturalmente na forma de partículas, na qual os hidrofóbicos ficam no centro e os hidrofílicos na parte externa da partícula, com a finalidade de tornarem-se solúveis no sangue. Os quilomicrons, formados no intestino a partir das gorduras da dieta, transportam a gordura da alimentação, distribuindo-a pelo organismo para utilização e armazenagem. Aumento de TG no fígado pode ser decorrente de: Entrada excessiva de ácidos graxos: fome, jejum, doenças mobilização de ácidos graxos dos depósitos Decréscimo de síntese protéica: substâncias formação de lipoproteínas e apoproteínas (tetracloreto de carbono e álcool – diminui oxidação de ácidos graxos) Diminuição da oxidação de ácidos graxos: diminuição da oferta de O2 - consequente acúmulo de ácidos graxos na célula. Ocorre em anemias prolongadas, choque e insuficiência cardíaca. Aumento da esterificação de ác. Graxos para TG: substâncias que aumentam lípides plasmáticos e acúmulo na célula. EX: álcool Aumento de TG plasmático: Álcool – promove de TG no SG e maior oferta ao fígado Diabetes – descompesados lípides e TG nos hepatócitos Etanol a ingestão de etanol é a causa mais comum de esteatose hepática. O etanol é oxidado a acetaldeído e acetil-CoA; o excesso de acetil CoA favorece a síntese de ácidos graxos. Estes AG somados ao da circulação originam os triglicerídeos que se acumulam na célula! Obstáculos na liberação de lipoproteínas dos hepatócitos: álcool impede o RE de produzir adequadamente proteínas que vão se ligar aos lípides e formar as lipoproteínas – acúmulo de TG Morfologia: fígado aumentado de peso e volume, cor amarelada e aspecto de manteiga Microscopicamente: esteatose discreta as gotículas estão adjacentes ao RE e aparecem como pequenos vacúolos. Esteatose avançada, grandes vacúolos por todo o citoplasma e núcleo se desloca perifericamente. Degenerações Hialinas Classificadas como processos degenerativos dependentes do metabolismo protéico alterado e consequente acúmulo de proteínas. São divididas em: Degenerações Hialinas Extracelulares Degenerações Hialinas Intracelulares Extracelulares: é o tipo mais comum, atinge o tecido conjuntivo fibroso e colágeno e paredes de vasos. Encontrada em cicatrizes antigas e jovens – consequencia da reorganização de processos inflamatórios Quando a cicatriz se torna exuberante, com tecido consistente branco amarelado ou avermelhado é chamada QUELÓIDE Microscopicamente em cicatrizes recente vemos vasos tumefeitos (cor rósea), água e tecido conjuntivo – muito fibroblasto e colágeno; cicatrizes antigas tem poucos fibroblastos e compactação de fibras colágenas Quando há deposição em células vasculares – espessamento dos vasos – hipertensão Lupus Eritematoso Sistêmico – depósito de Ag-Ac e consequente espessamento de vasos no rim. Intracelulares: a substância hialina se deposita no interior das células como grânulos acidófilos Deg. Hialina Goticular – gotículas no citoplasma das células, doenças de comprometimento renal (proteinúria) Corpúsculo de Russell – 1890 descreveu presença de corpúsculos hialinos esféricos em células de determinados cânceres. Imunoglobulinas – plasmócitos cristalizam-se no citoplasma dentro do RE. Degeneração Hialina de Mallory – doenças hepáticas, cirrose alcóolica de fígado. Chamada de degeneração hialina alcoólica – hepatócitos apresentam massas hialinas grumosas no citoplasma. Degenerações Mucóides ou Mucopolissacaridoses Ocorre em células epiteliais produtoras de muco. Em inflamações das mucosas o muco se acumula dentro das células Pode ocorre acúmulo intersticial de muco – menisco – ruptura Mucoviscidoses – doença hereditária de crianças, muco muito viscoso e obstrui os ductos excretores levando a infecções, cirrose, etc... Degeneração Glicogênica O metabolismo alterado de carboidratos pode levar a alterações decorrentes da sua diminuição na célula, alterações da utilização (diabetes) ou alterações decorrentes do armazenamento anômalo O acúmulo em diabéticos pode ser decorrente de defeito no receptor, na molécula de insulina ou ainda na interação molécula-receptor Glicose sofre reabsorção nos túbulos renais e hepatócitos e são armazenadas (glicogênio) dando aspecto vacuolizado às células Lesões reversíveis = tirando a causa a células voltam ao normal Algumas vezes a lesão é muito extensa e já causou danos irreparáveis Lesões Celulares Irreversíveis A morte celular fisiológica é parte integrante para a transformação dos primórdios embrionários em órgãos completamente desenvolvidos. Também é crucial para a regulação do número de células em vários tecidos, incluindo epiderme, trato gastrointestinal, e sistema hematopoiético. A morte celular fisiológica envolve a ativação de um programa interno de suicídio que resulta na morte celular por um processo chamado APOPTOSE APOPTOSE Início : condensação do núcleo e citoplasma Fragmentação do núcleo e da célula Fagocitose A apoptose é um fenômeno espontâneo – suicídio, quando sua função não é mais necessária! Ex: células da epiderme Definição: é a morte em tecidos normais para controle da população celular, retirada de células envelhecidas, etc... A morte por motivos fisiológicos! Sua causa é intrínseca à célula e não depende de alterações e agressões do ambiente. Por outro lado, a morte celular patológica não é regulada e é invariavelmente lesiva ao organismo. Pode ser consequente à diferentes danos à integridade da célula (isquemia, queimaduras, toxinas). Quando a agressão interfere em uma estrutura ou função vitais de uma organela, e não desencadeia a cascata enzimática da apoptose pré existente, o processo é denominado Necrose Morte Celular = perda irreversível das atividades integradas da célula, com consequente incapacidade de manutenção de seus mecanismos de homeostasia; de equilíbrio da célula com seu meio. NECROSE CELULAR Necrose decorrente da ação de enzimas da própria célula; AUTÓLISE Necrose decorrente da ação de enzimas extracelulares; HETERÓLISE NECROSE A célula sofre degradação por autólise e desnaturação protéica representada por irregularidades grosseiras na membrana celular, lisossomas aumentados. Lisossomas juntam-se às organelas Morfologicamente a morte celular e consequente necrose é evidenciada por 3 estágios do núcleo da célula: Picnose Cariorrexe Cariólise Ocorrem quando o sistema autodigestivo está ativado! Picnose = relacionada com a queda do pH intracelular e diminuição da síntese de RNA. O núcleo picnótico define para o patologista o início da lesão irreversível. Cariorrexe = a cromatina adquire distribuição irregular, podendo se acumular em grumos na membrana; esta pode perder o contorno Cariólise = dissolução do núcleo Considerações: Devemos ressaltar que as células morrem bioquimicamente antes de apresentarem alterações estruturais A homeostasia celulardepende de mecanismos finamente regulados NECROSE Somatório de células necróticas = necrose tecidual Morte somática = morte com um todo Agressões: hipóxia; agentes físicos (traumas mecânicos, temperatura variação de pressão, etc...); agentes químicos (drogas, venenos,soluções hipertônicas de glicose ou Na); agentes biológicos (vírus, vermes, bactérias, fungos e protozoários); reações imunes (doenças auto imunes, reações anafiláticas); distúrbios genéticos (erros metabólicos ou malformações congênitas). Tipos de Necrose: Necrose de Coagulação: tipo mais comum. Macroscopia: amarela pálida, sem brilho, com limites mais ou menos precisos e forma irregular ou triangular – depende do órgão e do tipo de circulação. Maioria das vezes ocorre por obstrução do ramo arterial – necrose isquêmica Infartos (coração, rim, baço, tumores), queimaduras e lesões por ácidos e bases fortes. Coagulação – se refere ao aspecto da célula morta; perda de água e consequente coagulação de proteínas Cálcio é liberado no citossol, ativa enzimas; enzimas são inativadas com o tempo e a célula não é lisada por inteiro... Células inflamatórias chegam ao local FAGOCITOSE A célula mantém sua forma celular básica, mas o núcleo e organelas são destruídos. Queda de pH – picnose – condensação do núcleo Fragmentação da cromatina – cariorrexe – DNAses lisossomais Núcleo lisado – cariólise – desaparece Em resumo, na necrose de coagulação, célula fica rígida, coagula proteínas por enzimas ativadas pelo cálcio. O tecido necrótico é caracterizado por intensa eosinofilia, devido à diminuição de pH oriunda da autólise. Nesse campo, ainda é possível visualizar a estrutura celular e alguns núcleos em diferentes estágios de perda de estrutura; com a evolução do processo de autodigestão, a tendência é a estrutura célula desaparecer completamente. Necrose de Liquefação: área necrótica de consistência mole, isso se deve à ação de enzimas hidrolíticas poderosas com dissolução enzimática rápida e total do tecido morto. Há predomínio da ação enzimática. Característica de necrose de tecido cerebral por isquemia. Tecido rico em lípides e água – facilita o amolecimento e liquefação. Ocorre também em tecidos com infecções por organismos piogênicos – enzimas de bactérias, leucócitos e células mortas – contribuem para a digestão do tecido. Predomínio a ação enzimática sobre a ação coagulativa de proteínas. Produto final é o pus (restos celulares, leucócitos) Processo delimitado – Abcesso Sem limites definidos, difuso – Flegmão Preenchimento de cavidade pré formada – Empiema Necrose Caseosa: tecido é visto macroscopicamente como uma massa grumosa parecendo queijo fresco. Apresenta-se como uma massa amorfa, esbranquiçada, sem brilho, de consistência pastosa e seca. É a combinação da necrose de coagulação e necrose de liquefação Comum na tuberculose em resposta a agressão pelo Bacilo de Koch Microscopicamente: muitos restos nucleares fragmentados com aspecto sujo e perda dos contornos celulares O tecido necrosado fica delimitado por uma “parede” de células inflamatórias O aspecto caseoso – sem contornos definidos, com muitos restos nucleares e aparência suja – é sugestivo do diagnóstico de tuberculose. Confirmação com coloração específica, já que outras doenças podem ter este aspecto – histoplasmose e paracoccidioidomicose. Necrose Gordurosa: também chamada esteatonecrose ou necrose enzimática. Ocorre no tecido adiposo, resultado da ação lítica de enzimas pancreáticas ou devido a traumas mecânicos no tecido gorduroso. Aspecto macroscópico: pingo de vela Pancreatite aguda: destruição dos ácinos pancreáticos e as células estão cheias de enzimas poderosas (lipases e proteases); levam a necrose do tecido peri-pancreático, cavidade abdominal e do pâncreas. As enzimas liberadas agridem a membrana celular adiposa liberando TG e ácidos graxos livres, estes são saponificados e precipitam no tecido originando o aspecto de pingo de vela. Necrose Hemorrágica: ocorre onde predomina grande quantidade de sangue. Comum no pulmão, quando a artéria pulmonar é obstruída. Microscopicamente: semelhante a necrose de coagulação, no entanto, há derramamento de sangue de vasos periféricos. O sangue fica parado. Comum no pulmão porque o tecido é frouxo e muito irrigado. Necrose Gomosa: é a mais rara de ser encontrada. É encontrada especialmente na sífilis tardia ou congênita. Macroscopicamente: a área necrótica se apresenta compacta e uniforme, e elástica como uma goma! A necrose acontece no tecido inflamado em resposta ao Treponema pallidum agente da sífilis. O tecido inflamado tardio é rico em vasos neoformados, tecido conjuntivo, plasmócitos e linfócitos. Coloração específica – impregnação de prata Necrose fibrinóide: tipo especial de necrose. Pode ocorrer na parede de vasos (hipertensão), Há injúria celular local e liberação de substâncias mediadoras de processo inflamatório, assim, há chegada de fibrina e com a morte celular, necrose com deposição de fibrina. Necrose Gangrenosa: as gangrenas são necroses que ocorrem às custas de dois fatores Isquemia e liquefação as custas de leucócitos e bactérias As bactérias podem ser anaeróbias e portanto levam a putrefação do tecido Sentido mais amplo: gangrenas são necroses de extremidades por isquemia. Quando infectada – gangrena úmida Não infectada – gangrena seca (tecido perde água e fica duro e seco, assemelha-se a múmias!) Alterações da Hb enegrecem o tecido Fisiológico: umbigo Evolução da Necrose: o local necrosado é reconhecido como algo estranho, organismo tenta eliminá-lo! Depende do local, da causa e extensão da necrose! Absorção por células vizinhas ou por MF Drenagem – vias excretoras normais ou neoformadas Substituição por tecido fibroso Calcificação por deposição de sais de cálcio Encistamento – comum no cérebro! Pele e mucosas – úlceras! CALCIFICAÇÃO A calcificação é um processo fisiológico na formação de ossos e de cartilagens No entanto, o cálcio, em situações extremas, pode se acumular na mitocôndria inibindo a fosforilação oxidativa e ativando fosfolipases endógenas A calcificação é a evolução do processo de necrose! Segundo Leonardi et al. (2011), a polpa, diante de um fator agressor, apresenta reações inflamatórias ou degenerativas. Estas dependem do tipo, da frequência e da intensidade do agente irritante, assim como da resposta imune do paciente. Se o agente agressor não for removido, a polpa alterada ficará calcificada ou necrosada. A principal causa das alterações pulpares é a cárie, e a resposta mais evidente é a dor Os traumatismos alvéolo-dentários também são possíveis responsáveis pela deposição de tecidos mineralizados pulpares, pois uma ruptura mesmo parcial no suprimento vascular e nervoso apical da polpa poderá ser comprometido ou não, provocando a formação de um coágulo e estimulando o depósito de tecido calcificado Quando sais de cálcio são depositados em tecidos frouxos, não osteóides, enrijecendo-os, dá-se o nome de calcificação O cálcio encontra-se em concentrações extremamente baixas no citoplasma, e, assim, participa de importantes funções fisiológicas da célula tais como ativação, secreção, contração, e até mesmo a morte celular! O corpo humano possui entre 1 e 2Kg de cálcio sendo que 99% está localizado em ossos e dentes A quantidade de cálcio necessária na dieta muda com o tempo e a idade Cálcio é mais necessário na fase de crescimento para consolidar o esqueleto Posteriormente, na velhice a ingestão de cálcio torna-se novamente importante para prevenir a osteopenia. A calcificação patológica constitui um processo com origem nas alterações metabólicas celulares. Essas alterações induzem a uma deposição anormal de sais de cálcio e outros sais minerais heterotopicamente, ou seja, em locais onde não é comum à sua deposição. Em outras palavras, a calcificação patológica é assim definida por se localizar fora do tecido ósseo ou dental, em situações de alteração da homeostase. Existem dois tiposde calcificação patológicas importantes: Calcificação Distrófica = afeta tecidos lesados e não depende dos níveis plasmáticos de cálcio. Ocorre em tecidos que sofreram necrose, geralmente é mais localizada (parede de vasos, artérias, tendões, tumores, infartos antigos, ao redor de larvas e parasitas mortos.) Ocorre alteração do pH no local onde aconteceu a necrose e assim, ocorre a deposição de sais de cálcio para neutralização do local Os cristais de fosfato básico de cálcio depositados nas calcificações patológicas são similares a hidroxiapatita do osso Assim, a calcificação é resultado de um desequilíbrio entre fatores promotores e inibidores da mineralização Como o próprio conceito enfatiza, a calcificação distrófica se relaciona com áreas que sofreram agressões e que apresentam estágios avançados de lesões celulares irreversíveis ou já necrosadas. Nesse último caso, por exemplo, é comum observar calcificações distróficas nas paredes vasculares de indivíduos senis com ateroesclerose, cujo processo se caracteriza por presença de necrose no endotélio vascular devido à deposição de placas de ateroma. Sendo comum em áreas necrosadas, portanto sem função, a calcificação distrófica não traz maiores conseqüências para o local. É, antes de tudo, um sinal da existência de uma lesão prévia. Se, porém, ocorrer em locais com funções com mobilidade (por exemplo, as articulações sinoviais), pode comprometer essa atividade. Pontos de calcificação (basofílicos) na camada íntima da aorta em um processo avançado de ateroesclerose. Esses pontos calcificados podem se desprender da parede do vaso e cair na circulação sangüínea sob a forma de trombos. Esse fenômeno constitui uma complicação da calcificação distrófica (HE, 200X). Clique sobre a foto para ver uma placa de ateroma calcificada (PA) entre a túnica média (TM) e a túnica íntima (TI) (HE, 100X). Calcificação Metastática = é mais disseminada no organismo, há aumento da calcemia no indivíduo e decorre de absorção aumentada de cálcio por excesso de vitamina D, mobilização excessiva de sais de cálcio dos ossos, aumento do paratormônio e destruição óssea por tumores O cálcio tende a se depositar em tecidos normais Como o cálcio vem de outras áreas, chamamos metastática. A calcificação metastática não tem sua causa primária fundamentada nas alterações regressivas teciduais, mas sim em distúrbios dos níveis sanguíneos de cálcio, ou seja, da calcemia. Os tecidos calcificados metastaticamente — como pulmão, vasos sanguíneos, fígado e mucosa gástrica — podem ter sua função comprometida. Entretanto, a situação de hipercalcemia é mais preocupante clinicamente do que a calcificação em si. As consequências das calcificações dependem do local e da intensidade de deposição dos sais Em geral, os depósitos são inócuos e inertes, apesar de permanentes e irreversíveis. Idiopática = Não tem relação nem com tecido lesado, nem com hipercalcemia... Causa não defenida Macroscopia e Microscopia = pontos brancos (macroscopicamente) ou azuis/roxos (HE). Idiopática = Não tem relação nem com tecido lesado, nem com hipercalcemia... Causa não defenida Macroscopia e Microscopia = pontos brancos (macroscopicamente) ou azuis/roxos (HE). Transtornos do Crescimento e Diferenciação Celulares As principais respostas de adaptação são: Regeneração Atrofia Hipertrofia Hiperplasia Metaplasia Displasia REGENERAÇAO Ocorre quando as células se multiplicam para repor perdas teciduais. A regeneração pode ocorrer em tecidos onde houve trauma, infecção, remoção cirúrgica A regeneração depende do tipo de célula afetada! Células lábeis: Capazes de se multiplicar por toda a vida. Ex: Medula Células estáveis: Capazes de se multiplicar, mas não o fazem normalmente. Ex: Hepatócitos Células permanentes: Células que não se multiplicam. Ex: neurônios A regeneração está presente em grande parte do organismo a fim de restabelecer o funcionamento normal de órgãos e tecidos O principal estímulo para a regeneração de tecidos e células são os fatores de crescimento que são produzidos por diversos tipos de células e se difundem no microambiente celular ATROFIA É a redução no volume e na função de uma célula ou órgão. É a resposta adaptativa ao estresse persistente O estresse pode ser por insuficiência vascular, inflamação crônica, desuso, etc... Uma vez acabado o estresse a célula volta ao volume normal! Processo totalmente reversível! Adaptativo! Atrofia por desuso ou diminuição do trabalho É o tipo mais comum; exemplo: imobilização de um membro por fratura óssea -> Atrofia muscular Atrofia por diminuição do suprimento sanguíneo A isquemia pode diminuir a oferta de O2 de um determinado tecido levando à Atrofia. A atrofia pode ser decorrente ainda de falta de alimento, carência nutricional Atrofia por interrupção de sinais tróficos Perda de estímulos hormonais. Ex: células endometriais na menopausa que perdem o estímulo estrogênico, ocorre atrofia Atrofia por envelhecimento Diminui a oxigenação e nutrição das células devido ao metabolismo mais lento, as células se adaptam ao novo ambiente. HIPERTROFIA É o aumento do volume das células, conseqüentemente, aumento do órgão como um todo Aumento de volume Aumento de síntese A hipertrofia pode ser FISIOLÓGICA OU PATOLÓGICA Fisiológica Aumento das fibras musculares em atletas Aumento do útero na gravidez Patológica Aumento do músculo cardíaco devido à um esforço para vencer um obstáculo Para que uma célula se hipertrofie é necessário que haja maior exigência de trabalho mecânico, com síntese de proteínas -> estímulo no núcleo da célula HIPERPLASIA É o aumento do número de células de determinado órgão ou tecido em conseqüência do aumento da divisão celular. A hiperplasia está diretamente relacionada com a hipertrofia Fisiológica Hiperplasia da mama na gestação Estímulos fisiológicos Compensatória Hiperplasia eritrocitária de medula para repor hemácias em perdas hemorrágicas Patológica Estímulo excessivo Hemorragias – estímulo hiperplásico do endométrio Reacional Hiperplasia do tecido de granulação - Reparação METAPLASIA É a transformação de um tipo de tecido totalmente adulto e diferenciado para outro tipo, igualmente adulto e diferenciado É um processo patológico que ocorre em diversos tipos de tecido Ocorre tanto em tecidos com atividade proliferativa quanto em tecidos diferenciados Ocorre substituição de células mais sensíveis ao estresse por outras mais resistentes, mais adaptadas! A metaplasia pode ser um passo para a transformação de células neoplásicas! Várias causas irritativas levam à metaplasia Agressão mecânica de longa duração. Ex: aparelhos dentários Ação repetida do calor sobre mucosas. Ex: chimarrão Ação irritativa inflamatória prolongada. Ex: fumo sobre mucosa brônquica Metaplasia processo adaptativo -> acabado o estímulo -> processo reversível DISPLASIA Organização anormal, ou diferenciação desordenada de células do órgão ou tecido Morfologia: variação citoplasmática associada a anormalidades nucleares ATIPIAS Comuns no colo uterino, observamos células com núcleos volumosos! A persistência do estímulo displásico gera aumento da divisão celular com consequente aumento de células anormais que podem ocupar outras camadas do tecido intensificando a gravidade da lesão. REPARO DE TECIDOS – FIBROSE E CICATRIZAÇÃO Os agentes agressores causam modificações moleculares nas células e tecidos as quais se somam e, muitas vezes, resultam em alterações morfológicas; Lesões morfológicas aparecem em células, no interstício ou em ambos; Importante: nem toda agressão resulta em alteração morfológica – isto só acontece quando a lesão é suficiente para modificar a estrutura de células e do tecido; Reparo – se dá não só por células parenquimatosas (células especializadas do órgão), há substituição por tecido conjuntivo (estroma). TC, com o tempo produz fibrose e formação de cicatriz. Esse processo se dá por 4 eventos: Angiogênese;Migração e Proliferação de Fibroblastos; Deposição de Matriz Extracelular (MEC); Maturação e Organização de tecido – Remodelamento; Reparo – inicia-se tão logo que se instala o dano; Quando não há resolução rápida, proliferam fibroblastos e células endoteliais; TECIDO DE GRANULAÇÃO Este nome se dá devido ao aspecto do tecido, granular e amolecido. Aspectos microscópicos – neovascularização e proliferação de fibroblastos. Os vasos são permeáveis permitindo a passagem de células, proteínas. Aspecto edematoso do tecido! 1– Angiogênese: É um processo importante na inflamação crônica, fibrose, crescimento de células tumorais e para a formação de circulação colateral. Muito se estuda para se compreender este processo na tentativa de desenvolver terapias pró-angiogênicas e antiangiogênicas. O processo de angiogênese compreende as seguintes etapas: Degradação proteolítica da membrana basal do vaso original para permitir a formação de um broto capilar. Migração de células endoteliais para o local do estímulo angiogênico; Proliferação de células endoteliais logo após as células migratórias; Maturação de células endoteliais; Recrutamento de células periendoteliais (pericitos) Todas estas etapas são controladas por interações entre fatores de crescimento, células vasculares e MEC. VEGF Principal fator de crescimento, secretado por células do estroma e mesenquimais; Receptores estão em grande parte nas células do endotélio; 2 – Proliferação de Fibroblastos O tecido de granulação também contém numerosos vasos neoformados que tem permeabilidade aumentada – deposição de proteínas plasmáticas, MEC, formando um estroma provisório para proliferação de fibroblastos e células endoteliais. Esta migração é decorrente da ação de fatores de crescimento (TGF - beta) e até de algumas citocinas (IL-1 e TNF-alfa) * Importante: os macrófagos estão presentes no tecido de granulação e são importantes porque são responsáveis pela remoção de restos celulares, fibrina e outros materiais estranhos do local. FAGOCITOSE 3 – Deposição de MEC Com o passar do tempo, no tecido que sofre reparo, diminui a proliferação de células endoteliais e fibroblastos. Os fibroblastos aumentam a capacidade de síntese e depositam mais MEC; O colágeno produzido também forma uma importante parte do TC e são importantes no desenvolvimento da resistência na cicatrização de feridas; O arcabouço de tecido de granulação é transformado numa cicatriz composta de fibroblastos fusiformes, colágenos denso, fragmentos de tecido elástico e outros componentes da MEC. Com a maturação da cicatriz, ocorre regressão vascular transformando o tecido de granulação, antes muito vascularizado, em cicatriz pálida e avascular. 4– Remodelagem Tecidual A substituição do tecido de granulação por uma cicatriz envolve transições na composição da MEC. Alguns fatores de crescimento que estimulam a síntese de colágeno e de outros componentes do TC também modulam a síntese e a ativação de metaloproteinases; O que são metaloproteinases? As metaloproteinases são enzimas cuja ação consiste em degradar componentes da MEC Alguns fatores de crescimento que estimulam a síntese de colágeno e de outros componentes do TC também modulam a síntese e a ativação das metaloproteinases; O resultado da síntese X degradação leva a remodelação do arcabouço do TC; As lesões onde ocorre morte celular e/ou destruição da matriz extracelular sofrem um processo de cura que se dá por Cicatrização ou Regeneração; Na cicatrização um tecido neoformado originado do estroma substitui o tecido perdido; Na regeneração o tecido morto é substituído por um tecido morfofuncional idêntico; É um fenômeno complexo, porém ordenado que envolve diversos processos: Indução de processo inflamatório agudo pela lesão; Regeneração de células parenquimatosas; Migração e Proliferação de células parenquimatosas e do TC; Síntese de proteínas da MEC; Remodelagem do TC e do parênquima; Colagenização e aquisição de resistência pela ferida; Cicatrização por Primeira Intenção Feridas com bordas opostas; Ex: cicatrização de incisão cirúrgica limpa, não infectada, aproximada por sutura. A incisão provoca a morte de um número limitado de células epiteliais e de células do TC, bem como a ruptura da membrana basal epitelial; É mais rápida e forma cicatrizes menores; O espaço da incisão é preenchido por sangue coagulado que contém fibrina e células – a crosta é originada pelo coágulo desidratado! Migram para o local PMN, a epiderme sofre espessamento das bordas em decorrência de mitoses das células basais e no período de 24 a 48 horas crescem projeções epiteliais ao longo das bordas. Estas células se fundem na linha média, abaixo da crosta, produzida uma camada epitelial contínua, porém fina! Até o 3° dia os neutrófilos são substituídos por macrófagos, o tecido de granulação invade o espaço da incisão. A proliferação de células epiteliais continua, com espessamento da camada epidérmica de revestimento. Até o 5° dia há tecido de granulação – a neovascularização se torna máxima! As fibras de colágeno ficam mais abundantes e formam pontes sobre a incisão. A epiderme recupera sua espessura normal e há queratinização superficial. Até o 3° dia os neutrófilos são substituídos por macrófagos, o tecido de granulação invade o espaço da incisão. A proliferação de células epiteliais continua, com espessamento da camada epidérmica de revestimento. Até o 5° dia há tecido de granulação – a neovascularização se torna máxima! As fibras de colágeno ficam mais abundantes e formam pontes sobre a incisão. A epiderme recupera sua espessura normal e há queratinização superficial. Na 2ª semana: acúmulo contínuo de colágeno e proliferação de fibroblastos. Começa a ocorrer a regressão da neovascularização com conseqüente empaledecimento do local. 1° mês: a cicatriz consiste em TC destituído de céls. inflamatórias e recoberto pela epiderme intacta! Os anexos epidérmicos não se regeneram e nestes locais pode permanecer uma cicatriz densa de TC! Cicatrização por Segunda Intenção Ferida com bordas separadas; Ocorre quando a extensão da perda de tecido é maior (infarto, úlceras). O processo é mais complicado! A regeneração das células parenquimatosa é incapaz de se recompor por completo, há maior quantidade de tecido de granulação e difere da 1ª intenção nos seguintes aspectos: Reação Inflamatória mais intensa – como a área lesada é maior, há mais fibrina e restos necróticos a serem removidos; Maior quantidade de tecido de granulação – este tecido é o responsável pelo fechamento da lesão já que não é possível drenar para uma superfície; Contração da ferida – presença de miofibroblastos (células com características de células musculares lisas). Estas células promovem maior elasticidade e maior amplitude de movimento das células da borda da ferida. Cicatrização hipertrófica e quelóide são duas condições em que há formação excessiva de tecido conjuntivo denso em cicatriz cutânea, a qual pode adquirir volume considerável; A cicatriz hipertrófica tende a ser reversível, regredindo parcialmente com o tempo; O quelóide forma tumorações nas áreas de cicatrização, pode não regredir ou regredir muito lentamente; Nos dois casos o aspecto microscópico é semelhante:as fibras colágenas são irregulares e grossas e formam feixes distribuídos ao acaso contendo capilares e fibroblastos em maior número do que uma cicatriz normal; Trata-se de situações em que os mecanismos de produção são exacerbados e/ou os mecanismos de degradação da MEC estão reduzidos; A cicatriz por 1ª ou 2ª intenção é determinada pela natureza da lesão! Quais os fatores que influenciam o processo de cicatrização? Fatores Teciduais e Sistêmicos Nutrição – deficiência de proteína e vitamina C – diminuem a síntese de colágeno e retardam a cicatrização. Estado metabólico – doenças que influenciam negativamente o processo de cicatrizaçãoEstado circulatório – suprimento sanguíneo inadequado, retardam a drenagem e comprometem a cicatrização Hormônios – alguns estão envolvidos na inibição da síntese de colágeno Fatores locais: Infecção – retarda cicatrização Fatores mecânicos – movimentação precoce Corpos estranhos – impedem a cicatrização Tamanho, local, tipo de ferida – feridas mais irrigadas cicatrizam mais rápido! Aspectos Patológicos Podem surgir complicações na cicatrização de feridas em decorrência de anormalidades em qualquer processo básico de reparo que podem ser agrupadas em 3 categorias: Formação deficiente de cicatriz Formação excessiva dos componentes de reparo Formação de contraturas A formação inadequada de tecido de granulação ou organização de uma cicatriz pode ocasionar ruptura da ferida e ulceração. A ruptura pode ser por aumento de pressão, a ulceração pode ocorrer por vascularização inadequada – não chegam as células! Formação excessiva – o acúmulo de colágeno, pode dar à cicatriz um aspecto tumoriforme, conhecida como quelóide ou cicatriz hipertrófica. Pode ocorrer excesso de tecido de granulação – processo chamado granulação exuberante ou carne esponjosa. Contração – deformidades na formação da crosta e na formação dos tecidos – granulação e TC. Quelóide – depende da predisposição individual Em humanos a regeneração de tecidos adultos ocorre facilmente em órgãos com células que se renovam continuamente; Ex: epitélios de revestimento e medula óssea Em tecidos onde as células não se dividem a regeneração é muito mais difícil; Assim, a regeneração depende do tipo de tecido lesado;
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