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APOSTILA ANATOMIA PATOLOGICA - MONITORIA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – CAMPUS JOÃO UCHÔA 
 
MEDICINA 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE ANATOMIA 
PATOLÓGICA 
 
 
 
 
 
 
 
MIGUEL SOARES DE BRITO JÚNIOR 
MONITOR DE ANATOMIA PATOLÓGICA – ESTÁCIO DE SÁ 
 
 
 
 
 
2018 
ANATOMIA PATOLÓGICA 
 
LESÕES E MORTE CELULAR 
A lesão celular ocorre quando as células são estimuladas intensamente, ao ponto de não 
serem capazes de se adaptarem, ou quando são expostas a agentes naturalmente nocivos 
ou quando prejudicadas devido anormalidades intrínsecas (ou seja, a lesão sempre 
ocorre de dentro para fora da célula). Podem ser reversíveis ou irreversíveis (estas, 
quando desencadeadas, levam a morte celular). As causas são: 
 Privação de oxigênio: A hipóxia é uma deficiência de oxigênio que causa 
lesão celular por reduzir a respiração oxidativa aeróbica (O2 é necessário 
para a síntese de ATP). Dependendo do estado hipóxico, as células podem se 
adaptar, sofrer lesão ou morrer. Ela pode ser causada por: 
- Redução do fluxo sanguíneo, caracterizando uma isquemia. 
- Oxigenação inadequada do sangue devido a insuficiência 
cardiorrespiratória. 
- Redução da capacidade de transporte de oxigênio do sangue (anemia, 
envenenamento por monóxido de carbono, perda sanguínea). 
Ex: Acúmulo de gordura pode causar trombose. Se a trombose provocar a interrupção 
do fluxo sanguíneo, faltará O2 e glicose para as células (isquemia). Sem o O2 haverá 
menor formação de ATP e a consequente inativação de funções celulares importantes 
como a bomba de Na+/K + que dependem do ATP. 
A membrana plasmática é uma bicamada fosfolipídica que atua selecionando o que 
entra/sai da célula (apresenta seletividade) e também funciona como um compartimento, 
separando o meio intracelular do extracelular. Essa membrana possuí íons nas suas duas 
faces: K+ e Na+. Quando a célula está em repouso, esses íons estão em equilíbrio, de 
forma que há mais íons sódio no meio extracelular e mais potássio no meio intracelular. 
Isso acontece pois o sódio possui muita afinidade pela água. 
A tendência é que o sódio entre na célula, onde sua concentração é menor, por 
transporte passivo (sem gasto de ATP), provocando entrada de água na célula, que 
quando excessiva, pode provocar a ruptura da membrana e, por esse motivo, é 
necessário o bombeamento constante dos íons sódio para o meio extracelular através da 
bomba Na+/K+/ATPase, que depende do ATP. 
Funções do ATP nas células: 
 Manutenção da bomba de sódio e potássio; 
 Metabolismo próprio; 
 Exercer suas funções fisiológicas. 
A geração do ATP depende do oxigênio e glicose. A respiração celular tem como saldo 
energético 38 ATPs, em média. Esses ATPs são distribuídos de forma a exercer suas 
funções. Se o vaso sanguíneo que leva o sangue para determinado tecido sofrer 
obstrução haverá comprometimento do fornecimento de glicose e O2 para as células 
desse tecido. Se for uma célula que armazene glicogênio haverá a glicogenólise, para 
que haja formação de glicose para essa célula. Entretanto, a glicogenólise formará, além 
da glicose, ácido lático, que diminuirá o pH da célula. Conforme o pH fica mais baixo, 
há o comprometimento das organelas celulares. 
Além disso, a molécula de glicose só forma 2 ATPs na ausência de O2. Esse ATP não é 
suficiente para realização de todas as funções celulares. Assim, ocorre a redução do 
funcionamento da bomba de Na+/K+/ATPase. A falha desse sistema leva a entrada de 
sódio e sua acumulação dentro das células e difusão do potássio para fora. O ganho final 
de soluto é acompanhado por um ganho isosmótico de água, causando tumefação 
celular. 
Logo: “O equilíbrio entre a água e os íons no interior celular estão diretamente 
relacionados à integridade das membranas.” Assim, entrada de água na célula provoca o 
chamado edema celular (= tumefação celular = degeneração hidrópica) e a distensão da 
membrana. O edema celular é reversível. 
“Edema ou tumefação celular aparece sempre que as células são incapazes de manter a 
homeostase iônica e hídrica.” 
A distensão da membrana provoca a abertura dos canais de Ca++ (perda de seletividade 
da membrana, a partir desse momento a lesão passa a ser irreversível). A entrada de 
Ca++ provoca a ativação de várias enzimas digestivas (fosfolipases, proteases, 
DNAases, RNAases) no meio intracelular. Essas enzimas provocam a degradação 
celular do meio intra para o meio extracelular. Essa degradação celular é chamada de 
necrose e é irreversível. 
Infarto do miocárdio: É mais comum no ventrículo esquerdo, pois como é o 
responsável por bombear o sangue para a A. Aorta, seu esforço é maior e sua 
musculatura é naturalmente hipertrofiada. Se o indivíduo apresenta hipertensão, o 
ventrículo esquerdo vai ter que trabalhar mais para bombear o sangue para a grande 
circulação, causando ainda mais hipertrofia. Quando a célula muscular hipertrofia, ela 
sintetiza mais mitocôndrias para aumentar a geração de ATP e, portanto precisa de 
ainda mais O2. Por esse motivo, o ventrículo esquerdo está mais susceptível a sofrer o 
infarto. Logo, se houver a formação de uma placa de ateroma nos vasos sanguíneos que 
irrigam o coração, o ventrículo esquerdo será o mais comprometido por ser o que mais 
depende de O2 e glicose. Em casos de suspeita do infarto do miocárdio o diagnostico é 
feito através do exame de sangue (dosagem de enzimas e proteínas cardíacas, que 
estarão elevadas no caso de infarto) e do eletrocardiograma (verifica a atividade elétrica 
do sistema de condução do coração => quando há isquemia, a entrada de sódio e saída 
de potássio provoca alterações na atividade elétrica do coração). 
Miguel Soares de Brito Jr. 
1- Paciente apresenta eletrocardiograma compatível com isquemia e sem aumento 
de enzimas e proteínas cardíacas (depois de 4/5 horas): Angina (= edema / 
reversível); 
2- Paciente apresenta eletrocardiograma compatível com isquemia e aumento de 
enzimas e proteínas cardíacas (depois de 4/5 horas): Infarto; 
3- Paciente apresenta eletrocardiograma não compatível com isquemia, mas as 
enzimas e proteínas cardíacas estão muito elevadas: Outro problema cardíaco 
(ex: febre reumática, outras miocardites). 
OBS: Pode-se diagnosticar o infarto do miocárdio mesmo depois de muito tempo 
através do eletrocardiograma, pois a musculatura afetada sofreu necrose, morreu, logo 
não irá conduzir o estímulo elétrico. Já as enzimas cardíacas não permanecem altas. 
Placa de ateroma: é formada pela deposição de gordura na parede do vaso, provocando 
a diminuição da luz do mesmo (provocando a hipertensão). Com a ingestão de gorduras 
saturadas, ocorre a formação de LDL que oxida a parede do vaso e entra na túnica 
média provocando reações inflamatórias que tentam retirar esse LDL. Essas reações 
inflamatórias provocam a destruição da parede do vaso => Placa de ateroma. A placa de 
ateroma formada facilita a formação de trombos. Isso acontece pois ela provoca o 
turbilhonamento do sangue e, com isso, os elementos figurados do sangue encostam no 
endotélio, danificando-o. Esses danos no endotélio ativam a cascata de coagulação que 
poderá levar a formação de um trombo. O trombo obstrui o vaso e, dessa forma, O2 e 
glicose não chegam até as células, iniciando o quadro de lesão celular que poderá atingir 
o estágio irreversível (necrose), chamado de infarto. 
 Agentes físicos: choque elétrico, traumatismos, variações de temperatura, 
alterações bruscas da pressão atmosférica, radiação. 
 
 Agentes químicos e drogas: sódio (pode lesar a membrana celular, é um 
agente carcinogênico), álcool, cigarro, medicações (a maioria das 
medicações são hepatotóxicas, ou seja, causadoras de lesão nas celulas 
hepáticas). 
MEDICAMENTOS: 
O fígado é o órgão responsável pelo metabolismo das drogas. Existem muitas 
medicações que são hepatotóxicas: antifúngicos, quimioterápicos, alguns antibióticos e 
a maioria dos anti-inflamatórios. Por isso, quandoingeridos em quantidade maior do 
que a recomendada, provocam lesões no fígado. 
Hepatite medicamentosa: O paracetamol, por exemplo, entra nos hepatócitos e gera o 
acetaminofeno que, por sua vez, lesa as mitocôndrias. Assim, mesmo chegando glicose 
e O2 em abundância, a produção de ATP não será suficiente. As funções do ATP não 
serão exercidas e consequentemente as funções celulares também não => Quanto menos 
ATP, menos o hepatócito realiza suas funções. Além disso, a bomba de 
Na+/K+/ATPase também não vai funcionar: saída de K+, entrada de Na+ e de água => 
Miguel Soares de Brito Jr. 
edema/aumento do volume hepático. Se o uso de paracetamol for interrompido, a lesão 
poderá ser revertida. Caso contrário, esse processo continuará até a perda da 
seletividade da membrana. Quando isso acontece, o Ca++ entra e as transaminases que 
estavam dentro do hepatócito saem. O Ca++ ativa as enzimas digestivas intracelulares 
causando morte celular => Necrose. 
ÁLCOOL: 
O álcool causa hepatite de duas maneiras quando entra no hepatócito: 
1- Causa lesão direta na membrana celular, atingindo diretamente a bomba 
Na+/K+/ATPase: diminuindo o funcionamento da bomba —> sai potássio/ entra 
sódio e água —> edema —> perda da seletividade da membrana —> entrada de 
Ca++ —> ativação de enzimas intracelulares —> necrose. 
2- Causa lesão mitocondrial diminuindo a síntese de ATP, atingindo indiretamente 
a bomba Na +/K+/ATPase: menos ATP —> menor funcionamento da bomba. 
OBS: Quanto maior o consumo de álcool, mais o RER se especializa, metabolizado 
mais rápido essa substância, pois há o aumento na quantidade da enzima álcool 
desidrogenase. Assim, o indivíduo passa a precisar de uma maior quantidade de álcool 
para ficar embriagado. O aumento no consumo aumenta as lesões dos hepatócitos => 
Hepatite alcoólica. 
Hepatite é causada por edema nos hepatócitos. Se o consumo de álcool persistir, o 
edema aumenta, levando a perda de seletividade da membrana —> entrada de Ca++ —
> ativa enzimas digestivas —> necrose. 
A necrose de vários hepatócitos gera a cirrose (= cicatriz da área necrosada). OBS: O 
fígado é um órgão que se regenera, porém com a lesão, há pouco ATP. Isso impede que 
os hepatócitos sofram a divisão celular, uma vez que não há ATP suficiente nem para a 
manutenção da bomba. Os hepatócitos necrosados são, então, substituídos por uma 
cicatriz que é chamada de cirrose. 
 Agentes infecciosos: bactérias, virus, parasitos, fungos. 
 
 Desequilíbrios nutricionais: obesidade, desnutrição, hiper/hipovitaminoses. 
Ex: A vitamina C, ainda que seja essencial para síntese do colágeno, sistema 
imunológico e reparo de lesões, ela também provoca cálculos renais. 
 
ALTERAÇÕES NUCLEARES DA CÉLULA NECRÓTICA 
 Picnose: núcleo do linfócito é tão grande que normalmente não vemos o 
citoplasma. O núcleo quando está menor significa que as enzimas intracelulares 
estão digerindo esse núcleo. 
 Cariorrexe: quando o núcleo se fragmenta, sendo um marcador de morte celular. 
Miguel Soares de Brito Jr. 
 Cariólise: quando as enzimas continuam digerindo até o desaparecimento do 
núcleo, diz-se que houve cariólise. 
TIPOS DE NECROSE 
A aparência morfológica da necrose é resultado da desnaturação de proteínas 
intracelulares e da digestão enzimática da célula lesada letalmente. 
 Liquefativa: é caracterizada pela digestão das células mortas, resultando na 
transformação do tecido em uma massa viscosa líquida. Geralmente, o material 
necrótico é amarelo-cremoso devido a presença de leucócitos mortos e é 
chamado de pus. Qualquer necrose no tecido nervoso é do tipo liquefativa. 
 Caseosa: trata-se de uma necrose esbranquiçada e amorfa (sem forma). É uma 
necrose característica dos casos de tuberculose. 
 Coagulativa: a necrose coagulativa é a forma de necrose tecidual na qual a 
arquitetura básica dos tecidos mortos é preservada por um intervalo de alguns 
dias. Os tecidos afetados exibem consistência firme e a necrose é mais pálida 
que o tecido. Supostamente, a lesão desnatura não apenas as proteínas estruturas, 
mas também enzimas, bloqueando a proteólise. 
A isquemia causada pela obstrução de um vaso provoca necrose de coagulação 
dos tecidos em todos os órgãos (exceto no cérebro). Área de necrose de 
coagulação é chamada de infarto. 
 Esteatonecrose: São áreas focais de destruição adiposa, tipicamente resultantes 
da liberação de lipases pancreáticas ativadas no pâncreas e na cavidade 
peritoneal. Ao exame histológico, os focos de necrose exibem contornos 
indistintos de adipócitos necróticos, com depósitos de cálcio basófilos, 
circundados por uma reação inflamatória. Principal causa de pancreatite: 
cálculos biliares. A bile é normalmente formada por bilirubina e colesterol. 
Quando ela tem muito colesterol, ela se precipita, formando cálculos biliares. 
Esses cálculos obstruem o ducto cístico, que está relacionado ao ducto 
pancréatico (formam o ducto colédoco), impedindo a liberação do suco 
pancreático. Essa secreção fica dentro do ducto, e as enzimas se autoativam e 
danificam o próprio pâncreas. Obs: quando acontece em regiões com cálcio, 
ocorre a reação de saponificação (cálcio + gordura = sabão). 
 Gangrena: Gangrena é a necrose que ocorre nos membros. Resulta da ação de 
agentes do meio externo sobre a área necrosada. Pode ser: - Seca, resulta 
basicamente da desidratação da área necrosada. É causada somente pela 
isquemia (sem contaminação); - Úmida, quando há invasão e proliferação de 
bactérias saprófitas anaeróbicas, que podem levar o tecido necrosado a 
liquefação e putrefação. Logo, é causada por isquemia, porém com 
contaminação bacteriana. - Gasosa, que ocorre quando há invasão do tecido 
necrosado por bactérias anaeróbicas produtoras de gases (bactérias do gênero 
Clostridium) A Síndrome de Fournier, também conhecida como fascite 
necrotizante dos genitais, períneo e região perianal é uma doença rara que 
acomete preferencialmente adultos do sexo masculino, em geral diabéticos, 
Miguel Soares de Brito Jr. 
alcoólatras (pois o álcool inibe a ação fagocítica dos macrófagos) e 
imunossuprimidos, sendo raro o acometimento de crianças. A doença 
normalmente decorre de um processo infeccioso polimicrobiano das regiões 
genital, perineal e perianal. 
 
ESTEATOSE HEPÁTICA 
Todas as classes principais de lipídeos podem se acumular nas células: triglicerídeos, 
colesterol/ésteres de colesterol e fosfolipídeos. O fígado com esteatose apresenta 
vacúolo redondo e com limites nítidos formados pelas micelas. Também chama atenção 
a presença de hemácias no tecido, pois normalmente elas encontram-se exclusivamente 
na circulação. 
- É a mais comum alteração lipídica. 
- Acumulo de triglicerídeos no citoplasma, principalmente no fígado. 
- O aumento do volume dos hepatócitos na esteatose, provoca compressão dos 
vasos dificultando a circulação, resultando em extravasamento de hemácias. 
- Após a ingestão de gorduras, ácidos graxos livres que chegam ao fígado e serão 
montados os triglicerídeos. 
- Triglicerídeos se ligam aos fosfolipídeos e serão carreados para dentro dos 
hepatócitos (REL) para formar HDL, LDL. 
- 1º fator que gera o acúmulo: perda da proporção entre triglicerídeos e 
fosfolipídeos (não tem carreador para todos). 
 Dieta rica em gorduras. 
 Dieta com falta de proteína. 
 Alterações circulatórias – hipóxia ou apóxia: menor produção de ATP, 
com menor metabolização. 
 Falta de folatos (dieta). 
 Causa tóxica: solvente lipídico (álcool), com diminuição do 
metabolismo celular, desligando o triglicerídeo do fosfolipídeo, 
impedindo seu transporte. 
OBS: O fígado com esteatose avançada provoca a morte dos hepatócitos, deposição de 
colágeno tipo I, formando tecido fibroso – cirrose. 
OBS: Tumefação celular: aumento do tamanho da célula. 
OBS: Porque diabéticos tipo II, frequentemente possuem esteatose?Como possuem 
resistência insulínica, possuem um quadro de hiperglicemia, não transportando, assim, a 
glicose para dentro das células; começa-se, então, a quebrar a gordura (lipólise), 
aumentando a concentração de ácidos graxos livres no fígado, ocasionando o acúmulo. 
OBS: Macroscopia do fígado com esteatose: apresenta acúmulo de gordura maior, 
devido ao aumento de volume celular, mais pálido e mais mole em comparação ao 
fígado em estado normal. 
Miguel Soares de Brito Jr. 
Causas mais comuns de mudança metabólica na célula que originam esteatose: 
‣ Tóxica: substância tóxica que provoque diminuição do metabolismo celular por ser 
um solvente de lipídios (desliga o triglicerídeo do fosfolipídio, impedindo seu 
transporte). Ex.: álcool, tetracloreto de carbono. 
‣ Anóxica: falta de oxigênio leva à queda de ATP, diminuindo, assim, a síntese de 
fosfolipídios pela redução metabólica. Causa primária: falta de oxigênio, leva a uma 
queda de ATP que prejudica a metabolização de lipídeos, causando esteatose. Causa 
secundária: esteatose já estabelecida pode comprimir o vaso sanguíneo e contribuir para 
o desenvolvimento da esteatose. 
‣ Nutricional: - Carência nutricional induz uma diminuição na quantidade de moléculas 
fosfolipídicas, alterando a sua relação com a gordura neutra, tornando o componente 
lipídico visível na célula. - Dieta rica em gorduras: a absorção direta desses lipídios pela 
célula provoca o acúmulo gorduroso no citoplasma. 
‣ Resistência periférica: a insulina resultaria em aumento na entrada de ácidos graxos 
livres (AGLs) no fígado (devido a lipólise), o que causaria um desequilíbrio entre a 
oxidação e exportação dos AGLs e sua captação e síntese, resultando em acúmulo 
hepático de gordura. 
APOPTOSE 
- Morte individualizada (necrose é tecidual). 
- Morte celular controlada. 
- Falta ou excessos de apoptose pode gerar doenças. 
- Autodestruição: célula vai ser desmontada, requerendo ATP. 
- Caspases vão maestrar esse processo (proteoses; inativos). 
- Relacionada com regulação fisiológica – homeostase. 
- Não lesiona tecidos adjacentes. 
- Não ativa processos inflamatórios, não ativa sistema imune, não rompe 
membrana celular e sistema imune não reconhece como estranha. Sendo que a 
necrose gera inflamação, conteúdo celular extravasa. 
- É a via para eliminação de células antes que elas virem neoplásicas. 
PRINCIPAIS EVENTOS QUE OCORREM: 
- Embriogênese. 
- Organogênse: maturação das células dos órgãos/modelagem. 
- Renovação da pele e células sanguíneas. 
- Involução cíclica dos órgãos reprodutivos da mulher (menstruação). 
- Atrofia induzida (útero pós-parto). 
- Involução de órgãos (timo). 
MORFOLOGIA: 
Miguel Soares de Brito Jr. 
 Encolhimento celular; 
 Condensação da cromatina (na face interna da membrana nuclear formando 
crescentes em uma célula na fase inicial da apoptose); 
 Formação de bolhas na membrana (blebbing); 
 Formação de corpos apoptóticos => é necessário para que ocorra a fagocitose 
pelos macrófagos. São reconhecidos pela expressão de receptores de membrana. 
A célula, durante a apoptose, diminui de tamanho devido a sua fragmentação, 
condensação da cromatina (para que endonucleases possam clivar a mólecula de DNA) 
e a membrana plasmática vai se voltando para dentro da própria célula, formando 
corpos apoptóticos. A formação desses corpos apoptóticos é fundamental para a 
fagocitose da célula pelos macrófagos. 
MECANISMOS BIOQUÍMICOS DE APOPTOSE: 
Existem enzimas inativas dentro das células que são chamadas de pró-caspases. Essas 
enzimas são ativadas quando sofrem clivagem e, depois, atuam iniciando e mediando a 
apoptose. Existem dois principais grupos de caspases: 
- Caspases iniciadoras (ou ativadoras): 
- Caspases executores (principalmente a caspase 3): estimulam a quebra de 
citoesqueleto e do núcleo, estimulam a formação de corpos apoptóticos. 
Fosfatidil serina é um componente de membrana utilizado como marcador da apoptose. 
Ele permanece na camada interna da bicamada de fosfolipídios enquanto a célula está 
funcional. Quando está marcada para a apoptose, esse componente vai para a camada 
externa da bicamada de fosfolipídios. 
EXTRÍNSECA: está relacionada ao processo de renovação celular e com a expressão de 
receptores de morte (Fas) na membrana (= alterações na membrana). Enquanto a célula 
está funcional e não expressa o receptor Fas, não ocorre o acoplamento molecular. 
Conforme a célula envelhece, o receptor altera sua conformação, gerando um sítio de 
ligação para o Fas-L. A ligação Fas-FasL ativa a apoptose: 
1) O receptor Fas ativado cliva a caspase iniciadora 
2) Caspase iniciadora ativada cliva a caspase executora 
3) A caspase efetora: 
- Estimula a clivagem de DNA (ativa endonucleases); 
- Estimula a fragmentação do citoesqueleto; 
- Estimula a formação dos corpos apoptóticos. 
INTRÍNSECA: ocorre quando a célula sofre alguma agressão que provoca um erro 
interno na célula. Por exemplo, quando a célula é atingida por radiação ou toxinas, foi 
Miguel Soares de Brito Jr. 
invadida por vírus, possuí alta concentração de espécies reativas de O2, etc. É a via 
mitocôndrial, pois se inicia com a ativação da mitocôndria: 
1) Ativação da mitocôndria e liberação do citocromo C 
2) Citocromo C cliva a caspase iniciadora 
3) Caspase iniciadora cliva a caspase executora 
4) A caspase efetora: - Estimula a clivagem de DNA (ativa endonucleases); - Estimula a 
fragmentação do citoesqueleto; - Estimula a formação dos corpos apoptóticos. 
Justifique a afirmativa: A apoptose não ativa sistema imune, portanto não gera 
inflamação. A apoptose não provoca ruptura da membrana celular. O sistema 
imunológico reconhece as membranas celulares como próprias, mas os componentes 
internos das células (= DAMPs), por não terem sido apresentados no processo de 
seleção, são reconhecidos como antígenos. Assim, se não há exposição dos 
componentes internos, não ocorre inflamação. Já a necrose, como é sempre causada por 
ruptura de membrana, provoca inflamação. 
 
DEGENERAÇÕES 
1. O que são degenerações e explique os estímulos que geram os acúmulos 
intracelulares. 
As degenerações ou acúmulos intracelulares são um conjunto de lesões não letais, com 
características regressivas em que ocorre o acúmulo intracelular de quantidades 
anormais de substâncias, seja no citoplasma, dentro das organelas, seja no núcleo e é 
sintetizada pelas próprias células afetadas. Os estímulos: estímulo patológico atrapalha 
o metabolismo normal da célula, e ela pode começar a armazenar gordura, mutação no 
DNA, deficiência em alguma enzima, células fagocíticas que possuem algum erro 
relacionado a capacidade de digestão de partícula fagocitada apresentam acúmulo de 
material exógeno (a célula não consegue degradar). Há as alterações hídricas, lipídicas, 
proteicas e por carboidratos. 
2. Comente sobre as alterações hídricas intracelulares. 
Ocorre aumento do tamanho celular por maior concentração de água no citoplasma. Há 
a inchação turva (ou edema celular) e a degeneração vacuolar (alteração hidrópica). 
INCHAÇÃO TURVA (edema celular): 
- Mais brando, com excesso de água em baixa proporção dentro da célula. 
- Mecanismo mais frequente é a baixa oferta de O2 que vai incidir na baixa oferta 
de ATP. Estando o erro na alteração da bomba Na/K que levará a uma alteração 
na concentração iônica, com entrada de H2O por osmose. 
DEGENERAÇÃO VACUOLAR (alteração hidrópica): 
Miguel Soares de Brito Jr. 
- Mecanismo se agrava com maior quantidade de água nas organelas. 
- Acúmulo de água leva à criação de vacúolos citoplasmáticos para fazer a 
contenção da água que se acumula. 
- Acúmulo intracelular de água desorganiza a morfologia celular. 
 
3. Comente sobre o acúmulo de gordura/alterações lipídicas. 
Todas as classes principais de lipídeos podemse acumular nas células: triglicerídeos, 
colesterol/ésteres de colesterol e fosfolipídeos. O fígado com esteatose apresenta 
vacúolo redondo e com limites nítidos formados pelas micelas. Também chama atenção 
a presença de hemácias no tecido, pois normalmente elas encontram-se exclusivamente 
na circulação. 
4. Comente sobre a ateroesclerose, suas fases, fatores de risco e patogênese. 
É a degeneração associada à presença de gorduras (LDL), específica da túnica íntima 
das artérias elásticas de grande calibre, reduzindo o calibre vascular (placa de ateroma – 
necrose caseosa). A aterosclerose é reversível, porém, a arterosclerose é irreversível. A 
aterosclerose está associada a uma combinação de fatores de risco, que causam lesões 
da íntima que são chamadas placas de ateroma, que fazem a protrusão na luz dos vasos. 
Essas placas consistem em uma lesão elevada com centro mole e grumoso de lipídeos 
coberta por uma capa fibrosa. 
1ª FASE: estrias lipídicas, macrófagos organizados em fila para digerir o LDL na túnica 
íntima, podendo retornar ao normal. 
2ª FASE: aumento do LDL, aumento do número de macrófagos sobrepostos, placa de 
ateroma recente, com as células passando a se agrupar em vários sentidos. 
3ª FASE: o acúmulo não foi retirado, estímulo ao depósito de colágeno tipo I 
desencadeando fibrose (arterosclerose), com placa de aterosa fibrosada esse estágio é 
irreversível. 
4ª FASE: placa de ateroma calcificada (arterosclerose): há maior tendência do 
rompimento da artéria devido a maior rigidez. 
OBS: Após a ingestão de gordura, ocorre a digestão e a formação de ácidos graxos que 
são absorvidos no intestino, e no próprio enterócito, são transformados em quilomícrons 
que são por sua vez, levados ao fígado. Os quilomícrons são utilizados pelo fígado para 
a formação de VLDL. Na corrente sanguínea o VLDL sobre a ação da enzima LPL, que 
quebra o triglicerídeo, liberando ácidos graxos para as células. Como resultado forma o 
LDL que está associado, em sua deposição, a aterosclerose, induzindo a formação de 
placa de ateroma. 
FATORES DE RISCO: 
Miguel Soares de Brito Jr. 
 Hipercolesterolemia familiar: histórico familiar de aumento do colesterol do 
tipo LDL. 
 Ingestão excessiva de lipídeos, mesmo não associado a outros fatores, já é um 
risco. 
 Estresse: em situações de estresse são liberados cortisol e adrenalina. O cortisol 
é sintetizado a partir de colesterol, logo sua liberação no sangue provoca 
aumento de LDL no sangue, mesmo que tenha pouca quantidade de 
triglicerídeos no sangue. 
OBS: A associação do LDL com a formação da placa de ateroma está relacionada ao 
seu tamanho molecular e sua composição química (principalmente lipídica), assim, por 
ser pequeno, o LDL é capaz de atravessar a parede do vaso e alcançar a túnica íntima. 
PATOGÊNESE: 
A progressão da lesão ocorre pela interação entre lipoproteínas modificadas, 
macrófagos derivados de monócitos e linfócitos T com células endoteliais e células 
musculares de parede arterial. Os macrófagos que vão para a placa de ateroma são 
chamados de receptores de varredura, eles captam o LDL oxidado. Receptores não 
respondem ao feedback das células, então quanto mais LDL entrando, maior será o 
acumulo. Assim: 
Célula endotelial interage com o LDL, ele atravessa a célula e atinge a túnica íntima, o 
LDL oxidado, receptores de superfície da célula endotelial atraem os monócitos, 
aumentando a permeabilidade e a diapedese. Os macrófagos (receptores de varredura) 
fagocitam o LDL oxidado, tornam-se células espumosas e os macrófagos liberam 
citocinas que estimulam o processo inflamatório, bem como os linfócitos T e os fatores 
de crescimento. As células de musculo liso na camada média se tornam miofibroblastos 
(plasticidade fenotípica), há então o colágeno tipo I e a formação de placa de ateroma 
fibrosada. 
CONSEQUÊNCIAS: 
 Reduz o calibre do vaso, com aumento da pressão na parede do vaso. 
 Aneurisma. 
 Tombrose. 
 Infarto cardíaco e cerebral. 
 Necrose. 
OBS: Tipos de placas de ateroma: Vulnerável: cápsulas fibrosas finas, amplos núcleos 
lipídicos; Estável: possuem cápsulas fibrosas de colágeno mais densas e espessas com 
inflamação mínima. 
5. Comente sobre o acúmulo de proteínas – acúmulo hialínico. 
Os acúmulos intracelulares de proteína geralmente aparecem como gotículas, vacúolo 
ou agregados arredondados e eosinófilos no citoplasma. 
Miguel Soares de Brito Jr. 
 Alterações hialina de Mallory: proteínas do citoesqueleto desnaturadas, 
alcoolismo crônico, hepatócito balonizado, ou seja, aquele que sofreu a alteração 
do citoesqueleto por condensação das proteínas do citoesqueleto por ação direta 
do álcool. Geralmente associam-se a esteatose. 
 Arterioloesclerose: é a alteração na túnica média das paredes das arteríolas, que 
passam a apresentar material hialino como substituto do tecido muscular liso. 
Pode ser estimulada pela hipertensão e diabetes. 
 Hialinização glomerular: principalmente por causa de processos inflamatórios 
pela decomposição de imunocomplexos. Glomérulo fica com aspecto de bola 
hialina. 
 Cospúrsculo de Russell: acumulo de imunoglobulinas (IgG) no interior dos 
plasmócitos. 
 Quelóide: acúmulo de proteína colágena em uma cicatriz, se desenvolve nos 
mecanismos de cicatrização, ocasionados por fatores genéticos favorecendo-as. 
 Amiloidose: deposição de material hialínico de natureza proteica no interstício, 
de maneira localizada ou generalizada, muito vinculada ao Alzheimer. 
 
6. Comente sobre o acúmulo de carboidratos (glicogenoses). 
Doença de Von Gierke: erro no metabolismo, deficiência da enzima glicose-6-fosfatase, 
com maior acúmulo de glicogênio no citoplasma dos hepatócitos, dando aspecto de 
célula vegetal. Altera o ciclo da vitamina D, gera hepatomegalia e hipoglicemia. 
 
ALTERAÇÕES NO DESENVOLVIMENTO, CRESCIMENTO E 
DIFERENCIAÇÃO 
As alterações celulares podem acontecer em duas situações: indivíduos em formação 
com estímulo patológico que atinge as células que ainda estão em processo de formação 
no indivíduo, como um gameta que é afetado por radiação ou vírus; e em indivíduos 
formados. São então, respostas adaptativas em que as células vão se adaptar aos 
estímulos. 
Os tipos celulares: 
 Células lábeis: capazes de se renovar (ex: pele, mucosa oral). 
 Células estáveis: só retornam o ciclo celular em casos de lesões (ex: ossos, 
fígado, vasos sanguíneos). 
 Células perenes: altamente especializadas, pouca capacidade mitótica (ex: 
musculatura esquelética, musculatura cardíaca e neurônios). 
Estímulos que atingem células ainda em formação: 
 Processo de embriogênese: produção de órgãos e sistemas. 
 Processo de fetogênese: período de crescimento e expansão. 
 Etapa mais sensível para o processo de má formação é a anáfase. 
Miguel Soares de Brito Jr. 
MALFORMAÇÕES CELULARES IRREVERSÍVEIS: 
São causadas por traumatismos mecânicos, hipóxia, agentes químicos, perturbações 
hormonais, infecções virais e radiações ionizantes. 
 Agenesia: o estímulo patológico atrapalha a produção celular, logo, gera-se a 
ausência de formação de um órgão. 
 Aplasia: ausência de células especializadas, assim, existe células sem função, 
esboço de órgão presente, ou seja, é apenas uma massa de células, sem 
diferenciação. 
 Hipoplasia: células são formadas e especializadas, só que estão em pouca 
quantidade. O órgão possui função ineficiente para suprir suas demandas. 
 
DISTÚRBIOS DE ADAPTAÇÃO CELULAR: 
As respostas adaptativas acontecem após o nascimento. Podem estar relacionadas a 
variações de volume, taxa de divisão, diferenciação e crescimento celular. 
 
 HIPERTROFIA: 
 
- Aumento de volume na célula, devido ao aumento da produção de proteínas 
estruturais pelo aumento do metabolismo (intracelular). 
- Órgão não gera células novas, elas apenas aumentam seu volume.- Estímulos: aumento da demanda ou aumento do estímulo hormonal. 
- Hipertrofia: aumento da demanda com aumento do volume celular. 
 Hipertrofia fisiológica: academia, ação do estrogênio no útero. 
 Hipertrofia patológica: musculatura do VE em hipertensos. 
 Hipertrofia compensatória: órgão par aumenta de volume e assume 
função de homólogo ausente ou alterado. 
 Hipertrofia vicariante: tecido infartado do órgão único lesado compensa 
a ação da fração deficiente. 
- Hiperplasia: aumento de mitoses com aumento do número celular. 
OBS: Para que ocorra hipertrofia a célula deve estar com sua morfologia fisiologia, 
fluxo sanguíneo adequados, com aumento de oxigênio, inervação e especificidade do 
estímulo. O start para a hipertrofia é a deformação mecânica por aumento da demanda, 
vai estimular as vias de fosforilação intracelular, aumentando a transcrição e tradução 
dos componentes celulares. Quando o estímulo for hormonal, hormônios se ligam nos 
receptores celulares, estimulando a fosforilação. 
OBS: Apenas o útero tem hiperplasia e hipertrofia, e o coração apenas hipertrofia, 
porque células com capacidade de divisão podem responder aos estímulos sofrendo os 
Miguel Soares de Brito Jr. 
dois quadros, enquanto, tecidos com células que não se dividem, o aumento da massa 
tecidual é devido apenas à hipertrofia. 
OBS: O ventrículo esquerdo é fisiologicamente mais hipertrofiado que o direito, pois 
bombeia sangue para a artéria aorta. Na cor pulmonale (enfisema pulmonar crônico) 
ocorre hipertrofia do miocárdio ventricular direito. 
 HIPOTROFIA: 
 
- Redução do volume da célula. 
- Alterações na nutrição celular (falta de O2, glicose, nutrientes, hormônios, 
inervação) com redução da função celular. 
- As células vão murchar por perda dos componentes internos. Não tem sinal de 
necrose, nem de processo inflamatório. 
- Quando ela murcha, perde espaço, o que vai estimular o deposito de colágeno. 
- Autofagia (com mais catabolismo do que anabolismo), ou seja, há uma 
diminuição da síntese proteica e do aumento da degradação de proteínas nas 
células. 
 
 Atrofia fisiológica: útero depois do parto, mama depois de amamentar, timo 
na puberdade. 
 Atrofia patológica: por desuso (pouca oxigenação, metabolismo basal), por 
perda de inervação (infecções virais que provocam perda da placa motora – 
poliomielite), por alterações circulatórias (sangue parado não renova O2 e 
nutrientes, e as células atrofiam), por desnutrição (marasmo, edema 
abdominal, ascite), por atrofia endócrina (hipertireoidismo), por atrofia senil 
(padrões do envelhecimento – osteoporose, etc.). 
 
 HIPERPLASIA: 
 
- Alteração da taxa de divisão celular. 
- Mitoses aumentam a quantidade de célula, aumentando o volume tecidual por 
aumento do numero de células parenquimatosas. 
- Estímulos semelhantes à hipertrofia, porém, só ocorre em células lábeis e 
estáveis. 
- Regiões gênicas que controlam o ciclo celular; membranas celulares possuem 
receptor de superfície e fatores de crescimento (proteínas solúveis que se ligam a 
esses receptores). 
- Então tanto hormônios quanto receptores de superfície ligados à fatores de 
crescimento estimulam a transcrição de regiões gênicas, e a célula começa a 
fazer mitose. 
Miguel Soares de Brito Jr. 
OBS: Hiperplasia prostática: no estímulo de produzir, produzir e fazer várias mitoses 
pode começar a ter mutações e essa célula de hiperplasia pode virar uma neoplasia. A 
hiperplasia difere da neoplasia por ser um crescimento controlado. 
 METAPLASIA: 
 
- Alteração da diferenciação celular. 
- Troca de tipo celular com a mesma origem embrionária (se a célula for 
cilíndrica, vai virar pavimentosa, por exemplo). 
- Estímulo é o ambiente adverso, sempre vai ser devido a uma agressão constante, 
porém, obedecendo a mesma origem embrionária. 
- Só ocorre em células que fazem mitose, porque novas células são criadas – 
tecidos renováveis. Comum em epitélios e metaplasia óssea. 
 
 Metaplasia escamosa: em fumantes (pseudo estratificado colunar ciliado com 
células caliciformes - para estratificado pavimentoso); e colo uterino (epitélio 
cilíndrico simples – para estratificado pavimentoso). 
 Metaplasia óssea: cartilagem vai ossificar (atletas). 
 Esôfago de Barret: refluxo esofágico, epitélio estratificado do esôfago – epitélio 
pseudoestratificado com células caliciformes (intestino). 
 
 DISPLASIA: 
 
- Alteração na morfologia e função da célula. 
- Distúrbio na especialização celular com alterações na morfologia e função. 
- Perda de diferenciação, com aumento do número, mas são células diferentes da 
origem. 
- Lesão pré-maligna. 
- Estímulos: desequilíbrio hormonal: resposta adaptativa, porém, o mecanismo de 
reparo da molécula de DNA pode falhar, atividade de TCD8 e NK podem estar 
vinculados a uma imunossupressão e o mecanismo de apoptose pode não 
acontecer. 
- Célula displásica é uma célula potencialmente sujeita a virar uma célula 
neoplásica. 
 
 
CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS 
Cálcio deve ficar fora das células, dentro ele é prejudicial. Ativa reações (enzimas 
digestivas), ativa proteases, quebrando proteínas estruturas da célula, ativa fosfolipases 
que quebram a membrana. Calcificação patológica: é o excesso de cálcio depositado em 
tecidos. 
DISTRÓFICA: 
Miguel Soares de Brito Jr. 
- Excesso de cálcio em tecidos que sofreram lesões. 
- Necrose caseosa – tuberculose. 
 Bactéria faz quimiotaxia – neutrófilos – bactéria tem parede rica em 
ácidos graxos, fosfolipídeos e ácido micólico. 
 Micobactéria gosta do pulmão pois é rico em O2, supre sua síntese de 
ATP. 
 Quando neutrófilo chega, sua parede não é digerida totalmente, fica uma 
massa friável onde deveria ter alvéolo pulmonar. 
 Organismo não consegue drenar, havendo depósito de colágeno. 
 Micobactérias tem acido graxo que faz ligação covalente com cálcio. 
- Febre reumática: crianças com faringite têm moléculas parecidas com as 
válvulas cardíacas, sistema imune não consegue diferenciar (reação cruzada), 
cálcio se deposita na lesão. 
- Placa de ateroma. 
METASTÁTICAS 
Tecido sem lesão, causada por hipercalcemia, cujo mecanismo abre o canal de Ca++ 
com aumento do cálcio na célila. 
CALCULOSE OU LITÍASE: 
- Formação de lítios, pedra, cálculos. 
- Sempre em regiões tubulares, nunca nos parênquimas dos órgãos. 
- O cálculo leva a obstruções, infecções, dores, sangramentos, ulcerações. 
- Cálculos nos rins e vesículas biliares. 
 
TROMBOSE: 
- Doença provocada por trombo que é um coagulo sanguíneo, com padrões 
patológicos. 
- Ocorre por lesão na parede ou por alterações na velocidade do sangue ou 
composição sanguínea alterada favorecendo a hipercoagulobilidade. 
OBS: Trombose e aterosclerose: rompimento da placa de ateroma é a principal causa, 
com a ruptura da capa aterosclerótica que envolve o material lipídico. 
MECANISMOS DE FORMAÇÃO: 
Erosão das células endoteliais, camada subendotelial, colágeno + fator Von Willerbrand 
– plasma entra em contato, ativa cascata de coagulação – plaqueta gruda na camada 
subendotelial e há a formação da rede de fibrina. 
- Mecanismos de adesão plaquetária: 
a) Via intrínseca: plasma + colágeno ativando a cascata. 
Miguel Soares de Brito Jr. 
b) Via extrínseca: célula endotelial produz fator tecidual (macrófago por exemplo). 
 
MECANISMOS DE ORIGEM: TRÍADE DE VIRCHOW 
Três alterações que isoladas ou não, podem levar a trombose: 
 Alterações da parede vascular: colágeno subendotelial exposto – adesão 
plaqueatária – coágulo; causada por bactérias, ruptura da placa de ateroma. 
 Alterações na velocidade de circulação: trombose venosa, altera o fluxo lamelar 
(fluxo de circulação sanguínea) – células e plaquetas vão para a área marginal 
dos vasos facilitando a adesão – trombos. 
 Alterações na composição do sangue:sangue é composto por células, plasma e 
água, qualquer alteração nesses elementos leva à coágulo. 
- Trombos vermelhos: ricos em hemácias (veias). 
- Trombos brancos: plaquetas, ricos em fibrina e leucócitos (artérias). 
- Trombos mistos. 
DESTINO DOS TROMBOS: 
Pode ser lesado, quebrando a rede de fibrina, liberando células e é dissolvido. Ou 
amolecimento asséptico: células do sistema imune reconhecem e destroem ele, com 
aumento da chance de embolismo. Ou calcificação: cálcio se liga a rede de fibrina. 
OBS: Tromboembolismo: pedaço do trombo se quebra e vai ser jogado na corrente 
sanguínea, formando um êmbolo. 
 
EMBOLIA 
Alterações circulatórias que provocam destruição intravascular. Um embolo é um 
componente que está na corrente sanguínea, mas não interage. Como, células tumorais, 
ossos, nitrogênio. 
 Embolia direta: embolo é levado pela circulação. 
 Embolia retrógrada: embolo se desloca em sentido oposto. 
 Embolia gasosa: gás na corrente sanguínea, como em casos de descompressão, 
alterando a permeabilidade vascular e o nitrogênio entra. 
 Embolia de medula óssea: por fraturas, medula cai no sangue. 
 Embolia óssea: fragmento de osso quebrado. 
 Embolia de placa ateromatosa: fragmentos se desprendem causando obstrução. 
 Embolia gordurosa: bolhas gordurosas. 
 Embolia de líquido amniótico: rico em trombina. 
 Embolia de células tumorais: metástases. 
 Embolia parasitária: como a tênia, cisticercose. 
Miguel Soares de Brito Jr. 
 Tromboembolismo: trombo fixo na parede vascular vai se soltar passando a ser 
um êmbolo circulante causando obstrução. 
 
 
ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS 
Inflamação é a resposta protetora do organismo, cujo objetivo maior é remover o agente 
causador da agressão e reparar o tecido lesionado. É um conjunto de fenômenos 
bioquímicos (como as citocinas e as espécies reativas de oxigênio), morfológicos (a área 
se modifica e se desestabiliza), fisiológicos (envolve a circulação sanguínea, aumento 
da permeabilidade vascular, da velocidade de circulação, volemia e diâmetro vascular), 
ativos e sucessivos que causam reação vascular e tissular dos tecidos a qualquer 
agressão. Quando exacerba pode afetar o organismo. Ocorre à nível tecidual, celular e 
vascular. 
Estímulos: pode ocorrer por meio de agentes biológicos (bactérias, fungos, helmintos, 
vírus e protozoários), endógenas que é a inflamação estéril (torção mecânica, isquemia), 
corpo estranho (próteses, fios de sutura, sílica), por imunocomplexos (autoimunidade), 
agentes físicos (eletricidade, pressão, temperatura) e por agentes químicos (fármacos, 
venenos, ácidos). 
Participantes: Os componentes das respostas inflamatórias aguda e crônica são as 
células e proteínas da circulação, células dos vasos sanguíneos e células e proteínas da 
matriz extracelular. 
 As células endoteliais apresentam receptores de superfície que se contraem para 
aumentar a permeabilidade celular e a passagem das células em direção ao tecido 
no momento do processo inflamatório. 
 Os neutrófilos (PMN): são células granulócitas que contém enzimas digestivas. 
Quando degranulam liberam essas enzimas que são capazes de matar o agente 
agressor (principalmente bactérias em inflamações aguda). 
 Os linfócitos T citotóxicos reconhecem as células infectadas por vírus e células 
neoplásicas. Agem junto com os macrófagos. Os linfócitos NK também são capazes 
de matar por citotoxidade. 
 Os eosinófilos (PMN) também são granulócitos. Apresentam em seus grânulos 
mais de 32 componentes diferentes, como enzimas digestivas, interleucinas, entre 
outros. Seus níveis elevados levam a suspeita de alérgenos e de infecção parasitária; 
 Os monócitos quando no tecido, passam a ser chamados de macrófagos, que 
participam do início da inflamação no processo de apresentação de antígenos, 
atuam durante o combate ao agente, reparam o tecido e continuam a atuar nos casos 
cronificação; 
Miguel Soares de Brito Jr. 
 As plaquetas apresentam grânulos que estimulam quimiotaxia, vasodilatação e 
vasoconstrição. Além disso, estão presentes no processo de cura para a reparação 
tecidual; 
 Os basófilos quando no tecido, recebem o nome de mastócitos. Apresentam 
grânulos com histamina, que promove a permeabilidade vascular para permitir a 
migração de células do sangue para o tecido (diapedese); 
 Os fibroblastos são responsáveis pela produção da matriz extracelular para a 
reparação do tecido, que pode sofrer fibrose pelo aumento do depósito de colágeno, 
e formar a cicatriz. 
 Os linfócitos B são produtores de anticorpos, que aposonizam os agressores. 
 Proteínas do complemento: morte do agente agressor. 
Objetivos: 
 Identificar o agente agressor (bactérias, vírus, parasita, lesão mecânica). 
 Neutralizar a região onde irá ocorrer o processos inflamatório. 
 Eliminar o agressor, dependendo das características do processo inflamatório e 
do sistema imune. 
Respostas benéficas x Respostas maléficas: 
A inflamação é uma resposta benéfica, de defesa, estimula, que estimula a cicatrização e 
é uma resposta protetora, mantendo-nos em ambiente estéril. Entretanto, durante um 
processo inflamatório, conforme aumenta a quantidade de bactérias é fundamental que 
as citocinas pró-inflamatórias (TNF e IL-1) sejam liberadas, já que modulam todas essas 
respostas celulares. Quando o agente agressor começa a diminuir, a produção dessas 
citocinas também, e estimulam as anti-inflamatórias (IL6, IL8, IL10). Logo, começa-se 
a modular o processo inflamatório, reduzindo a produção de citocinas pró-inflamatórias 
para que possa recuperar o tecido e chegar a cura do organismo afetado. 
Se essa modulação não ocorrer, pode levar a um choque anafilático, onde o estímulo da 
resposta inflamatória fica exacerbada interferindo na função do órgão. À princípio é 
localizado, depois pode ser sistêmico. 
OBS: Em concentrações moderadas há um aumento dos mediadores químicos porque o 
agente agressor ainda está presente. Em alta concentração das citocinas pró-
inflamatórias, há um aumento da atividade cardíaca e expulsando, assim, menos sangue 
porque não enche totalmente o átrio. A histamina aumenta a permeabilidade vascular, a 
ventilação aumenta, reduzindo a quantidade de oxigênio. Pode ocorrer um choque 
séptico. 
 Benefícios: defesa, cicatrização, proteção. Malefícios: interfere na função do 
órgão, excesso de resposta inflamatória trás consequências e perda do controle 
homeostático. 
 A grande maioria de elementos do processo inflamatório ocorre no tecido. 
Miguel Soares de Brito Jr. 
 A septicemia é a inflamação na corrente sanguínea e é menos comum de 
acontecer. 
Classificações: 
SUPERAGUDA: Apresenta alta intensidade de resposta inflamatória e por isso possui 
maior risco, podendo levar a óbito. 
AGUDA: Predomínio de fenômenos vasculares – exsudativos (hiperemia ativa 
patológica; edema por causa do aumento de componentes a nível tecidual, o que atrai 
água; e infiltrado de PMN, principalmente neutrófilos). Apresenta um curto período de 
tempo para ser resolvido. 
SUBAGUDA: Transição entre a inflamação aguda e crônica. Caracteriza-se por 
fenômenos tanto vasculares – exsudativos quanto proliferativos, ocorrendo hiperemia, 
edema, proliferarão fibroblástica e angioblástica, com infiltrado de PMN – 
principalmente eosinófilos, e também de MN – linfócitos, plasmócitos e macrófagos. 
CRÔNICA: Predominam os fenômenos proliferativos – proliferarão fibroblástica e 
angioblástica e infiltrado de células mononucleares, principalmente linfócitos, 
plasmócitos e macrófagos (todas células de monitoramento). A inflamação crônica 
ocorre quando o agente agressor não consegue ser eliminado e permanece sendo 
monitorado e contido pelo sistema imunológico, sendo o grau de inflamação muito 
baixo. 
CRÔNICA ATIVA: Trata-se da inflamação crônica reagudizada, isto é, com 
superposiçãode fenômenos exsudativos em área inflamada cronicamente. 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
Patogenia 
Os fenômenos ou momentos da inflamação podem ser classificados em: 
Fenômenos Irritativos 
São a primeira etapa de inflamação aguda com a identificação do agente agressor. 
O sistema imune inato possui receptores de reconhecimento padrão (PRRs) para 
sequências moleculares específicas presentes em microrganismos e conservadas durante 
a evolução, denominadas padrão molecular associado ao patógeno (PAMPs). Já as 
moléculas endógenas são denominadas padrão molecular associado ao perigo (DAMPs) 
e são liberadas durante estresse e lesão celular. Este reconhecimento é crucial nas 
respostas inflamatórias do tipo estéril não infecciosa, características de processos como 
trauma e isquemia. 
Os fenômenos irritativos são provocados pela agressão. São representados pelas 
modificações que ocorrem nas células, na substância fundamental amorfa e no líquido 
Miguel Soares de Brito Jr. 
intersticial, com produção de substâncias químicas, cuja ação desencadeará os 
fenômenos: há o agente agressor desencadeando fagocitose e apresentação, ativação do 
linfócito T e liberação de citocinas. 
Fenômenos Vasculares 
São a segunda etapa do processo inflamatório. O primeiro mecanismo dessa etapa é a 
vasoconstricção momentânea mediada pela serotonina para diminuir a velocidade de 
circulação e permitir a ação das citocinas. Feito isso, ocorre hiperemia por dilatação 
arteriolar, com abertura de esfíncteres pré capilares e dilatação de vênulas. Há também 
contração das células endoteliais com aumento de permeabilidade vascular, propiciando 
a exsudação e expressão de selectinas na superfície das células endoteliais, tornando os 
leucócitos mais aderentes. 
As principais manifestações locais da inflamação aguda comparadas ao normal são: 
1. Dilatação vascular e aumento do fluxo sanguíneo, causando eritema e calor; 
2. Extravasamento e deposição de líquido e proteínas plasmáticas (edema); 
3. Emigração e acúmulo dos leucócitos (principalmente neutrófilos) no local da 
lesão. 
 
Fenômenos Exsudativos 
O aumento da permeabilidade vascular determina a saída de água e macromoléculas, 
formando o exsudato e/ou edema inflamatório. Ocorre quando as células endoteliais se 
contraem. Um dos mediadores inflamatórios é a prostaglandina que irrita as terminações 
nervosas (nocirreceptores) gerando dor. 
Fenômenos Degenerativos – Necrotizantes 
A degeneração, necrose e atrofia verificados por vezes no processo inflamatório têm 
como causas: 
 Ação direta do agente agressivo, como ação de toxinas bacterianas; 
 Ação indireta, através da própria reação inflamatória que determina ação de 
enzimas líticas liberadas durante a fagocitose; 
 Alterações circulatórias secundárias à inflamação, como edema, predisposição à 
trombose, etc); 
 Ação de exsudatos, afastando as células umas das outras, comprimindo-as, 
digerindo-as, etc; 
 Desequilíbrio nos processos de cura e reparação (quando a fibrose excessiva 
[esclerose] tende a substituir o parênquima). 
 
Fenômenos Produtivos – Reparativos 
Miguel Soares de Brito Jr. 
Após a total eliminação do agente agressivo, com a diminuição da intensidade dos 
fenômenos exsudativos e irritativos, a fibroplasia e angioplasia começam a aparecer, 
dependendo de Fatores de Crescimento liberadas por fagócitos e linfócitos T. Serão os 
macrófagos os responsáveis por realizar a limpeza do tecido necrosado. Inicia-se o 
mecanismo de cura ou inflamação crônica ou fibrose. 
Vias de ativação dos macrófagos. Diferentes estímulos ativam monócitos/macrófagos a 
se desenvolverem em populações funcionalmente distintas. Os macrófagos ativados 
alternativamente são induzidos por IL-4 e IL-13, produzidas por células Th2 e outros 
leucócitos, e são importantes no reparo tecidual e fibrose. 
Sinais Locais 
 Calor: perceptível nas superfícies corporais. Decorre da hiperemia e do 
aumento do metabolismo local e aumento do fluxo sanguíneo; 
 Rubor: hiperemia/reflexo axônico (redução de impulsos vasoconstrictores); 
 Tumor: decorre do aumento da permeabilidade vascular (edema). Pode 
determinar aumento do volume hídrico local em até 5 ou 7 vezes; 
 Dor: acusada pela irritação química nas terminações nervosas e pela 
compressão mecânica (edema). 
 
Sinais Gerais 
Conjunto de transtornos gerais de origem tóxico-infecciosa, motivadas por um 
ajustamento do sistema termorregulador do organismo em um nível superior de 
temperatura, sem paralização do funcionamento dos mecanismos reguladores. 
Inflamação local (células endoteliais), efeitos protetores sistêmicos (como no cérebro, 
no fígado e na medula óssea) e efeitos patológicos sistêmicos (coração, vasos 
sanguíneos, múltiplos tecidos). 
As substâncias pró-inflamatórias são denominadas de pirógenos endógenos 
responsáveis por: 
 Aumento de gliconeogênese 
 Proteólise muscular 
 Neutrofilia 
 Febre 
 Proliferação de linfócitos 
 Oxidação periférica de aminoácidos 
 
Consequências Benéficas da Fase Aguda 
 Redução da virulência e do crescimento 
bacteriano 
Consequências Maléficas da Fase Aguda 
 Consumo do glicogênio hepático 
 Aumento da eliminação urinária de nitrogênio 
 Redução da filtração glomerular 
 Retenção de cloretos 
 
Miguel Soares de Brito Jr. 
 Aumento da atividade fagocítica dos PMN 
 Aumento da glicólise 
 pH ácido = não bactérias 
 Estímulo das defesas inespecíficas do 
organismo 
 Aumento da produção de Interferon 
 
Mediadores Bioquímicos da Inflamação: 
São substâncias químicas provenientes de células (citógenos) ou do plasma sanguíneo 
(serógenos) e que interferem com o processo inflamatório. Como a histamina 
(vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular), serotonima (vasoconstricção), 
leucotrienos (adesão e ativação de leucócitos), complemento (ativação e quimiotaxia de 
leucócitos, opsonização, vasodilatação). 
Caráter/tipos de Inflamação Aguda: 
Varia de acordo com o tipo morfológico predominante da resposta inflamatória. É um 
pouco subjetivo, mas academicamente podemos dividir os processos inflamatórios em: 
Inflamação Exsudativa 
Quando há produção de líquido inflamatório. 
 Serosa: estímulos pouco expressivos, comum nas serosas (pleura, pericárdio, 
peritônio, articulações) e na pele (queimadura). É líquido claro, amarelado e de 
baixa densidade que parece transudato, mas é um tipo de exsudato. Contém 
proteínas, escassa fibrina, poucos leucócitos, neutrófilos e hemácias. É um 
líquido bem fluido; 
 Mucosa ou catarral: quando o exsudato produzido é viscoso, com alto teor de 
mucina e cor e celularidade variáveis. Está relacionada com as células 
caliciformes do epitélio da mucosa intestinal e respiratória, que sofrem um 
processo de hiperplasia e hipertrofia. 
 Purulenta: característica de agentes com quimiotaxia altamente positiva que 
tendem a localizar a inflamação. Ocorre pela ação das enzimas proteolíticas 
liberadas pelos leucócitos, que morrem durante o processo (piócitos – 
neutrófilos que morreram por ação das suas próprias enzimas), com isso ocorre a 
digestão do tecido e formação do pus. As bactérias são o principal estímulo. 
- Pústula é o exsudato purulento circunscrito de pequena área da camada 
superficial da derme ou da espessura da epiderme, com diâmetro inferior 
ou igual à 5mm. 
- Furúnculo é o exsudato purulento circunscrito na derme ou hipoderme, 
afetando folículo piloso, geralmente associado com infecções com 
Staphylococcus aureus. 
 Depleção de potássio e fósforo 
 Mobilização rápida dos ácidos graxos 
 Acetonemia e cetonúria 
 
Miguel Soares de Brito Jr. 
- Antraz é um conjunto de furúnculos numa mesma área, com necrose de 
superfície externa e de tecidos que o circunscreve. Trata-se de um 
processo grave pois o tecido fica exposto à infecção por bactérias, que 
podem atingir a correntesanguínea, levando a uma sepse. 
- O abscesso é inflamação circunscrita (apostematosa ou abscedante). 
Coleção localizada de pus com limites definidos e delimitados em órgãos 
sólidos. Forma uma cavidade em órgão sólido em decorrência da 
digestão do tecido desse órgão. 
- Fleimão ou flegmão é a inflamação difusa infiltrativa do tecido 
conjuntivo, geralmente associada à infecção com estreptococos beta 
hemolíticos. Não se forma uma membrana piogênica e o exsudato é 
muito fluido, devido à exagerada coliquação enzimática dos tecidos. Esse 
é um processo inflamatório que se espalha. É também conhecido como 
celulite. 
 Fibrinoso ou fibrinóide: ocorre quando há estímulos inflamatórios mais 
demorados e agressivos, com isso há aumento da permeabilidade capilar com 
passagem de fibrinogênio (produzido no fígado). Se caracteriza pela saída dos 
vasos de grande quantidade de fibrinogênio, o qual coagula nos tecidos e forma 
a fibrina. Depósito de colágeno na rede de fibrina que não foi completamente 
degradada; 
 Pseudomembranosa: quando o exsudato fibrininoso cobre uma superfície, como 
a língua, mucosa intestinal. Ocorre precipitação da fibrina cobrindo a mucosa e 
aderindo a ela firmemente na forma de uma membrana opaca e acinzentada. 
 
Inflamação Alterativa 
É a lesão seca, sem produção de exsudato. 
 Erosiva: típica de epitélio de revestimento (pele e mucosas), com degeneração, 
necrose e descamação restritas ao epitélio, não atingindo a submucosa. Ex: 
psoríase; 
 Ulcerativa: típica de epitélio de revestimento (pele e mucosas), com 
degeneração, descamação epitelial e necrose profunda, ocorrendo solução de 
continuidade da mucosa, atingindo a submucosa e provocando frequentemente 
hemorragias. Ex: úlcera péptica por Entamoeba hystolitica, Leishmaniótica, de 
decúbito; 
 Atrofiante ou hipotrofiante: inflamação crônica, típica de mucosas e glândulas, 
com tendência à involução (diminuição do volume da função do tecido) com 
proliferação ou não de tecido conjuntivo fibroso e metaplasia escamosa. 
 
Inflamação Proliferativa ou Produtiva 
Também são modelos crônicos. 
Miguel Soares de Brito Jr. 
 Hipertrofiante ou hiperplasiante: inflamação crônica, preferencialmente de 
mucosas, com proliferação conjuntivo-vascular e/ou parenquimatosa com 
espessamento e maior evidenciação de estruturas da mucosa (papilas, pregas, 
dobras, etc) podendo evoluir para crescimentos papilares e poliposos. Ex: 
gastrite catarral crônica hipertrofiante; colite, gastrite e cistite poliposas; 
dermatite verrugosa; 
 Esclerosante: produção excessiva e depósito de colágeno, antes mesmo da 
extinção do processo inflamatório em si (antes de desencadeada a reparação) 
resultando em alterações profundas na morfologia e fisiologia do órgão. Ex: 
cirrose hepática, carnificação (fibrose) pulmonar, etc; 
 Granulomatosa: se caracteriza pela formação de estruturas nodulares (os 
“granulomas”). No interior do granuloma pode haver células gigantes, que são 
macrófagos que fundem seus citoplasmas para formar uma única célula grande e 
forte com o objetivo de eliminar o agente agressor. Em processos infecciosos, os 
macrófagos se organizam em meia lua. 
Intensidade Inflamatória 
 Leve ou discreta: o tecido ou órgão afetado tem sua função alterada levemente, 
de modo a não comprometer seriamente o organismo como um todo. Ex: picada 
de inseto; 
 Moderada: quando o tecido ou órgão afetado tem sua função alterada de modo a 
comprometer razoavelmente o organismo como um todo, ainda que não 
signifique por si só risco de vida. Ex: exposição ao sol; 
 Grave ou severa: quando o tecido ou órgão afetado tem sua função muito 
alterada, comprometendo seriamente o organismo como um todo, inclusive 
pondo em risco de vida. Ex: queimadura grave. 
 
INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
É a soma de reações do organismo como persistência do agente agressor que não é 
eliminado pelos mecanismos da inflamação aguda. 
É caracterizado pelo aumento na proporção de linfócitos e macrófagos, proliferação de 
vasos (visto que os vasos foram lesados na inflamação aguda; e também para dar 
suporte às estruturas de isolamento) e de fibroblastos (produção de colágeno), com 
deposição de colágeno. Possui tempo mais longo e não apresenta os sinais cardinais da 
inflamação (por conta da menor reação metabólica). 
Pode gerar estrutura de isolamento, que são os granulomas. 
O estímulo persistente ativa os mononucleares (macrófagos e linfócitos), gerando um 
aumento na produção de fatores de crescimento, que estimulam a proliferação de 
fibroblastos e produção de colágeno. A resposta inflamatória é mantida, pois há 
continuidade na produção de citocinas (TNF, IL-1, IL-4, IL-13), mas é de baixa 
intensidade. Esses mononucleares também terão uma redução da sua atividade 
Miguel Soares de Brito Jr. 
metabólica de lise, ou seja, estímulo reduzido na quebra de colágeno, favorecendo a 
fibrose. 
Motivos da Persistência do Agente Agressor 
 Inertes: difíceis de serem digeridos. Ex: material vegetal inalado, espinho, fio de 
sutura; 
 Insolúveis: nunca são digeridos. Ex: bala de revólver, vidro, depósito de urato; 
 Abscessos: quando numa área de difícil acesso, dificuldade anatômica para sua 
eliminação (abscessos crônicos na profundidade de tecidos ou no interior das 
cavidades). Ex: abscesso cerebral, abscesso ovariano; 
 Biológicos complexos: podem ser intracelulares ou um complexo de estrutura. 
Ex: Toxoplasma gondii, Leishmania sp., Trypanossoma cruzi, Plasmodium sp., 
ovo de S. mansoni, ácidos micólicos no Mucobacterium tuberculosis, 
Treponema palidum, Mycobacterium leprae. 
 
A inflamação crônica pode suceder a inflamação aguda. A inflamação crônica com 
frequência começa de maneira insidiosa, como uma resposta de baixo grau latente e 
muitas vezes assintomática. Pode ainda se desenvolver sem ser precedida por uma 
inflamação aguda. 
Há inflamações crônicas granulomatosas e não granulomatosas, o que determinará se 
será ou não é o tamanho do agente agressor. Na silicose, por exemplo, não há formação 
de granuloma, pois a partícula de sílica é muito pequena e pode ser fagocitada pelo 
macrófago, ao contrário do asbesto, que por ser uma partícula grande não é fagocitada e 
acaba sendo isolada em um granuloma. 
Causas 
 Infecções persistentes: Ex: Mycobacterium tuberculosis, Treponema palidum, 
fungos. Todos possuem baixa toxicidade e suscitam uma reação de 
hipersensibilidade tardia; 
 Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos exógenos ou 
endógenos: Ex: sílica (silicose), lipídeos plasmáticos tóxicos endógenos 
(aterosclerose); 
 Auto-imunidade – reação imune perpetuadora: Ex: artrite reumatóide, lúpus 
eritematoso. 
 
Características Histológicas 
Infiltração de células mononucleares: macrófagos, linfócitos e plasmócitos, reflexo de 
uma reação persistente à lesão. Destruição tecidual continuada da inflamação. Tentativa 
de cicatrização por substituição do tecido danificado por tecido conjuntivo, ocorrendo 
fibrose e angiogênese. 
Miguel Soares de Brito Jr. 
Resultado principalmente da persistência dos macrófagos no tecido inflamado 
recrutados pela expressão continuada de moléculas de adesão no endotélio, pela 
quimiotaxia, pela grande proliferação local e medular. 
O macrófago tanto participa do processo agudo quanto processo crônico. No processo 
inflamatório agudo, o macrófago é apresentador de antígeno, produz citocinas e 
quimiocinas (M1). No processo crônico, ele pode liberar fatores de crescimento e 
citocinas de efeitos anti-inflamatórios (diminui a carga metabólica, modula a 
inflamação) (M2). 
Classificação 
Inflamação Crônica Específica 
A morfologia e a disposição dos diferentes componentes do granuloma sugerem a 
etiologia da lesão. Portanto, sempre se identifica o agente agressor e sempre se forma 
granuloma. 
Os granulomas são agregações microscópicasde macrófagos que se tornam células 
epitelióides, cercadas por linfócitos e células do plasma. São resultado da resposta 
celular mediada por linfócitos T, pois produzem linfocinas que estimulam os 
macrófagos. 
Ocorrem na tuberculose, na lepra, na sífilis, em infecções micóticas, em presença de 
corpos estranhos; em geral quando há agentes de divisão lenta ou de grande tamanho. 
Inflamação Crônica Inespecífica 
Caracterizada por não se conseguir identificar a etiologia do agente agressor e não 
formar granuloma. 
Quando a disposição dos diferentes elementos das reações não sugere a sua etiologia. A 
reação é feita por exsudato inflamatório, rico em células linfomononucleares e de tecido 
conjuntivo fibroso. Estes elementos são constituintes da maioria das inflamações 
crônicas. 
 
 
NEOPLASIAS 
Não é resposta adaptativa, é uma nova especialização celular. É a proliferação local de 
clones celulares atípicos, sem causa aparente, de crescimento excessivo, progressivo e 
ilimitado, incoordenado é autônomo (ainda que se nutra às custas do organismo, numa 
relação tipicamente parasitária), irreversível (persistente mesmo após a cessação dos 
estímulos que determinam a alteração), e com tendência a perda de diferenciação 
celular. Ela é uma doença favorecida pela repetição de hábitos principalmente pela 
exposição a estímulos neoplásicos. 
Miguel Soares de Brito Jr. 
Há um mecanismo chamado de progressão do tumor, que é progressivo como o próprio 
nome já diz, ou seja, a célula neoplásica ela pode adquirir uma alteração genética e 
depois a cada ciclo celular ela pode adquirir somatórios de mutação. Por isso, em um 
mesmo tumor, pode-se encontrar clones com mutações com áreas gênicas com 
mutações diferenciadas. 
Principais características da célula neoplásica: Autônoma, progressiva e irreversível. 
Nomenclatura e classificação: 
Está vinculada a área genética afetada. Uma neoplasia benigna apresenta apenas aspecto 
proliferativo. Já a maligna é capaz de secretar substâncias. A neoplasia maligna, na 
biópsia, os núcleos estão totalmente diferentes. 
 Osteosarcoma: perda de osteócitos, osteoblastos e osteoblastos das trabéculas 
ósseas; núcleos com formas diferentes – perda da diferenciação celular; núcleos 
hipercorados. Alteração da arquitetura do tecido. 
 Liposarcoma: núcleos com as mesmas características do osteosarcoma. Atipia 
celular, aumento do número de células. 
 Adenocarcinoma do endométrio: várias camadas celulares – alteração da glândula. 
Atipia celular. Núcleos hipercorados. 
 Carcinoma in sito: câncer limitado a células transformadas no local de origem e que 
não se dissemina além da membrana basal para os tecidos circunjacentes. 
 Carcinoma invasor: neoplasia maligna que ultrapassa a membrana basal no local de 
origem, invade o tecido circunjacente e difunde-se por metástases. 
 
Etiopatogenia: 
Indução: alteração da molécula de DNA. É um evento que cria uma célula maligna. 
Promoção: ambiente favorável para que a célula consiga permanecer no organismo. É 
uma qualidade do ambiente que encoraja. 
O câncer é uma doença de origem dupla: indução + promoção. Indução e promoção 
sozinhos não geram câncer. 
Indução 
A maior frequência de indução é por mutação. Os tipo de mutações gênicas são: 
 Substituição de base nitrogenada 
 Adição de base nitrogenada 
 Deleção de base nitrogenada 
 Translocação: quando a molécula de DNA superenovela e forma cromossomos, 
esse cromossomo se quebra e troca regiões gênicas. 
 
Miguel Soares de Brito Jr. 
Os indutores de mutação da molécula de DNA são: 
 Cigarro: toxinas e queima parcial de carbono, formando hidrocarboneto 
policístico aromático. A nicotina estimulando o crescimento do tumor; 
 Queima parcial de carbono (carvão, incenso) gera hidrocarbonetos que impregna 
a carne em caso de churrascos; 
 Anilina (refrigerante, jujuba, doces coloridos); 
 Nitrosaminas (calabresa); 
 Aflatoxina (produzidas por algumas cepas de fungo Aspergillus flavus – 
amendoim); 
 Radiação ultravioleta; 
 Vírus. 
Promoção 
É o ambiente favorável. Os fatores que favorecem esse processo são: 
 Imunossupressão, idade, nutrição. 
 
Características diferenciais entre neoplasias benignas e malignas: 
CARACTERISTICAS BENIGNAS MALIGNAS 
crescimento expansivo infiltrativo 
Velocidade de crescimento lenta rápida 
Pseudo-capsula presente ausente 
cromatina delicada grosseira 
Forma celular diferenciada indiferenciada 
Relação nucleo/citoplasma normal aumentada 
metastases ausentes frequentes 
complicações raras frequentes 
invasão ausente presente 
Mitoses Raras, tipicas frequente 
 
Carcinogênese 
Eventos moleculares da célula cancerígena. O carcinógeno é o indutor de neoplasia, que 
provocará lesão na molécula de DNA com alteração de sequência, logo ocorrerá 
processo de reparo dessa molécula por clivagem da área alterada (esse mecanismo 
ocorre na célula normal e é modulada pela área TP53). Caso o processo de reparação de 
DNA não funcione, pôde-se levar ao processo de Apoptose da célula (clivagem de 
caspases). Caso os mecanismo de reparo e Apoptose não ocorram, a mutação permanece 
e se soma a novas mutações e proliferação celular, gerando o câncer. 
Toda célula neoplásica é monoclonal, ou seja, é dela que sairão todos os clones. Além 
disso, para o estabelecimento do câncer, o dano no DNA não foi letal. 
Miguel Soares de Brito Jr. 
A célula cancerígena, a cada divisão celular, pode desenvolver novas mutações, dando 
origem a células geneticamente diferentes. Tal processo é denominado de progressão 
tumoral. 
Genes e neoplasia 
Quatro alvos gênicos que quando mutados ou metilados desencadeiam a neoplasia: 
 Genes proto-oncogenes: quando mutados viram oncogenes, deixam de proteger 
e controlar o crescimento celular, vão estimular o crescimento expansivo por 
ampliar produtos de fatores de crescimento, receptores de fatores de 
crescimento, proteínas envolvidas na tradução de sinais para o núcleo e proteínas 
reguladoras nucleares; 
 Genes supressores de tumores: controlam a proliferação gênica. Quando 
mutados eles deixam de impedir a proliferação celular. 
 Genes de reparo de DNA: quando sofrem mutação, perdem a capacidade de 
consertar genes defeituosos. 
 Genes de apoptose: a célula neoplásica super expressa genes anti-apoptóticos. 
 
Alterações carióticas nos tumores: 
Cariótipo serve para identificar tamanho, formato e quantidade de cromossomos. Só há 
cariotipo em células que se encontram em divisão celular. 
 Aneuploidia: alteração do número de cromossomos por erros de mitose; 
 Translocações equilibradas: superexpressao; 
 Delações cromossômicas. 
O material genético da célula neoplásica fica totalmente alterado. 
 
Modificações epigenéticas e câncer: 
Câncer não ocorre apensas por mutação de DNA, pode ocorrer também por metilação 
do DNA (escolha alimentar, estilo de vida, estresse), que vai mexer com a disposição 
das histonas que guardam regiões gênicas e agora passam a expor esses alvos gênicos, 
favorecendo o desenvolvimento do câncer. Há ainda alterações reversíveis hereditárias 
na expressão genética que ocorrem sem mutação. 
Na carcinogenese, há hipometilacao geral do DNA, mas há hipermetilacao local seletiva 
(em determinado gene promotor e não por mutação). 
Micro RNA e câncer (MI-RNA) 
Na carcinogênese, esses micro RNA pode aumentar a expressão de oncogenes, eles se 
acoplam e estimulam a superexpressao de uma proteína ou inibem. 
Características do câncer 
Miguel Soares de Brito Jr. 
 Autossuficiência nos sinais de crescimento: sustenta um crescimento celular, 
pois produz fatores e receptores de crescimento. Também influencia o estroma 
do tecido adjacente para produzir junto a ela proteínas de crescimento. 
 Instabilidade aos sinais inibidores do crescimento: célula neoplásica 
hiperfosforila ogene RB, que é responsável pelo freio do crescimento ao 
controlar a passagem de G1/S no ciclo celular. Ao hiperfosforilar esse gene, o 
ciclo celular é estimulado constantemente. 
O gene Tp53 é o guardiao do genoma e codifica a proteína p53, que controla a formação 
de células neoplásica das seguintes formas: 
 Freio ao crescimento; 
 Para G1 para o reparo do DNA (quiescência); 
 Para G1 definitivamente (senescência); 
 Ativa Apoptose. 
 A célula neoplásica inibe o contato ao impedir a transcrição de caderinas que são 
junções intercelulares. Dessa forma, as células ficam soltas. 
 
 Evasão da morte celular: ela retira os receptores de morte da membrana. Ela 
superexpressa a proteína BCL2 anti-apoptótico. Além disso, realiza mutações 
nos sensores. 
 Potencial ilimitado de replicação: sintetizam telomerase para repor a guanina dos 
telômeros e mantém o tamanho dos telômeros para a capacidade replicaria 
ilimitada. 
 Desenvolvimento de angiogênese sustentada: estimula as células do estroma a 
produzir VEGF para formação de vasos sanguíneos para sua nutrição. 
 Metástase: disseminação para formação de colônias distantes. 
Para a metástase acontecer, a célula precisa produzir: 
 Laminina: adesão à parede endotelial 
 Colagenase: IV vence a barreira mecânica pra chegar na corrente sanguínea ao 
quebrar colágeno 
 Fatores angiogênicos: garantem a formação de novos vasos sanguíneos 
 
 Reprogramação do metabolismo energético: uso da glicólise anaeróbica para 
utilizar a glicose como fonte de moléculas de carbono, mesmo em presença de 
oxigênio abundante com o objetivo de crescimento rápido. 
 Inflamação crônica como possibilidade de malignidade: a proliferação 
compensatória desencadeada por inflamações de repetição, aumentam a 
possibilidade de mutações e neoplasias. 
OBS: Quais os métodos de diagnóstico? Radiológico, biópsias, citopatologias, PCR. 
OBS: Quais são os sinais clínicos a se observar? 
Miguel Soares de Brito Jr. 
- Toda lesão que não cicatrize; 
- Endurecimento ou caroço da mama ou qualquer outro órgão; 
- Hemorragia ou corrimento pouco comum; 
- Qualquer modificação de uma verruga; 
- Indigestão persistente ou dificuldade de engolir; 
- Rouquidão ou tosse constante; 
- Qualquer alteração nos hábitos intestinais normais. 
Progressão do tumor: 
Uma célula normal com alteração induzida por carcinógeno. À partir daqui ela vai 
formar clones neoplásicos. Existe a possibilidade dela produzir novos clones com a 
mesma mutação que deu origem à célula neoplásica. Agora, existe também a 
possibilidade de produção de células com somatório de mutações. Transformação é o 
evento classificado na literatura da célula normal se tornar uma célula neoplásica. 
Progressão é o processo de formação de novos clones, porém com aquisição de 
mutações adicionadas. E ao final, tem um tumor totalmente heterogênico. Agora 
eliminar esse tumor pode ser ou por processo cirúrgico ou radiação. O tratamento de 
radioterapia é localizado, a quimioterapia que vai para a circulação sanguínea e pode, 
além de tentar eliminar, estragar outras células. Por isso pode adquirir um tumor 
secundário. Existe um novo exame, a PET que é por marcação de glicose. A célula 
neoplásica tem uma característica de absorver muita glicose, ela utiliza muita glicose 
não para a produção de ATP, mas para roubar carbono para que ela possa construir suas 
estruturas. À partir de um exame desses, você consegue até fazer a marcação, grau de 
disseminação. A célula neoplásica também estimula o estroma adjacente. Ela produz 
fator de crescimento e estimula que o tecido adjacente produza o fator de crescimento 
para favorecer o crescimento dela, e principalmente fator de crescimento endotelial 
vascular que é para garantir vasos sanguíneos no entorno dela para a chegada de sangue, 
oxigênio, nutrientes, glicose. Tem variantes genéticas com capacidade de metástase. Ela 
é capaz de produzir colagenase para abrir espaço para o tecido. É capaz de cair em via 
circulatória e produzir laminina que é proteína de adesão. No novo local, produz fatores 
de crescimento, fatores de crescimento endotelial vascular. 
 
MECANISMOS DE CURA 
Processo de reposição do tecido destruído após a EXTINÇÃO dos agentes agressores. 
Enquanto não houver totalmente a retirada do estimulo patológico, ainda tem processo 
inflamatório. A reparação pode acontecer sob dois tipos, dependendo do estado de 
destruição do tecido e dos graus de transformação sofridos por este durante a lesão. São 
eles: 
1. Regeneração: substituição de células parênquimais lesadas por células do mesmo 
tipo, com o proposito de recuperar a estrutura e a função do tecido original, sem 
nenhum vestígio da lesão inicial. A lesão é leve, lesa o epitélio, mas não o tecido 
Miguel Soares de Brito Jr. 
conjuntivo subjacente. A regeneração do tecido epitelial da pele e das vísceras requer a 
presença da membrana basal. Essa matriz extracelular especializada funciona como um 
arcabouço extracelular para a regeneração das estruturas preexistentes. Ex: afta. 
2. Reparo: substituição do tecido perdido por tecido conjuntivo fibroso (fibrose ou 
fibroplasia), a fim de se obter a total cicatrização da área lesada, formando cicatriz. As 
células que produzem colágeno são os fibroblastos. A lesão é mais severa, acometendo 
o tecido conjuntivo. Ex: queimadura. 
ETAPAS DA CICATRIZAÇÃO 
1ª etapa: anti-inflamatoria; 
2ª etapa: formação do tecido de granulação; 
3ª etapa: deposito de colágeno com formação de cicatriz. 
OBS: Lesão - toda lesão acompanha uma reação inflmatoria (fenômenos irritativos, 
vasculares, exsudativos, necrozantes e reparativos), com isso, há a proliferação 
(vinculada com o fenômeno reparativo) tanto de colágeno como de novos vasos 
sanguíneos. Então, tem-se uma proliferação fibrovascular. O colágeno depositado gera o 
tecido cicatricial. Lembrando que nessa fase de formação de cicatriz forma-se o tecido 
emergencial (casquinha do machucado), chamado de tecido de granulação, ele é 
bastante vascularizado e depois vai desidratando e se solta (temporário) quando a 
cicatriz esta estabelecida. 
QUANDO OCORRE A FORMAÇÃO DE CICATRIZ? Na maioria das lesões no 
organismo, ocorre primeiramente a etapa de regeneração das células parenquimais e, 
após cessado este mecanismo, ocorre a etapa de reparação tecidual, na qual a lesão é 
preenchida com tecido conjuntivo ate se atingir a total cicatrização. 
CICLO CELULAR E POTENCIAL PROLIFERATIVO 
A capacidade proliferativa celular é primordial pra cura. As células do corpo são 
divididas em três grupos com base na sua capacidade proliferativa e na sua relação com 
o ciclo celular. 
CÉLULAS LÁBEIS – são células mais simples, menos especializadas, possuem a 
capacidade de se regenerar através de toda a vida extrauterina. Através da multiplicação 
e organização dessas células origina-se um tecido idêntico ao original, pois essas células 
são primordiais, tem capacidade ilimitada de proliferação. Obs: a membrana basal não 
pode estar lesada. Ex: epitélios de superfície (pele, cavidade oral, vagina, colo do útero); 
mucosa de revestimento de todos os ductos das glândulas do corpo (salivares, pâncreas, 
vias biliares); epitélio colunar do trato gastrointestinal e do útero; epitélio de transição 
urinário, células da medula óssea e tecido hematopoiético. 
CÉLULAS ESTÁVEIS (quiescentes) – possuem menor poder mitótico em relação as 
lábeis e são bem diferenciadas. Possuem capacidade de regeneração bem variável de 
Miguel Soares de Brito Jr. 
órgão para órgão. Só realizam mitose em caso de lesão. São as que vão conter 
receptores de superfície que se ligam a fatores de crescimento. Ex: células 
parenquimatosas de praticamente todos os órgãos glandulares do corpo (fígado, rins e 
pâncreas); células mesenquimatosas (fibroblastos, musculo liso); células endoteliais 
vasculares.

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