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Prostatite Bacteriana Crônica e Cistos Prostáticos em Cães

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO 
 
 
 
 
 
VERA ROSANE SOUTO DO NASCIMENTO 
 
 
PROSTATITE BACTERIANA CRÔNICA E CISTOS 
PROSTÁTICOS EM CÃES – RELATO DE CASO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTO ALEGRE – RS 
2009 
 
 VERA ROSANE SOUTO DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROSTATITE BACTERIANA CRÔNICA E CISTOS 
PROSTÁTICOS EM CÃES – RELATO DE CASO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Monografia apresentada a Universidade 
 Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, 
 Departamento de Ciências Animais para 
 Obtenção do título de Especialista em 
 Clínica Médica de Pequenos Animais. 
 Orientadora: Profa. Karin Lucianne Monti 
 de Vasconcelos da Silva-UFSM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTO ALEGRE – RS 
2009 
 
 
 
 
 
 
 
VERA ROSANE SOUTO DO NASCIMENTO 
 
 
PROSTATITE BACTERIANA CRÔNICA E CISTOS PROSTÁTICOS EM CÃES 
RELATO DE CASO 
 
 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial 
 para obtenção do título de Especialista em Clínica Médica de 
 Pequenos Animais, apresentada a Universidade Federal Rural 
 do Semi-Árido–UFERSA, Departamento de Ciências Animais. 
 
 
 
 
APROVADA EM: ____/____/______ 
 
 
 BANCA EXAMINADORA 
 
 Profº.: _______________________________________ 
 Prof. Dr. Alexandre Rodrigues Silva (UFERSA) 
 Presidente 
 Profº.: _______________________________________ 
 Profa. Msc. Valéria Natascha Teixeira ( UFERSA) 
 Primeiro Membro 
 Profº.: _______________________________________ 
 Prof. Msc. Masahiko Ohi (UFERSA) 
 Segundo Membro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Consciente da presença de Deus em minha vida agradeço-lhe a 
bênção de ter os familiares que tenho. 
 
Aos meus pais, Maria Olmira e João Alberto, tão especiais e 
dedicados, o meu eterno agradecimento. 
 
Ao meu companheiro Ideraldo, agradeço a compreensão e o 
incentivo que sempre estiveram presentes. 
 
Aos animais, dádivas da natureza, companheiros dos humanos no 
planeta Terra. 
 
Agradeço, enfim, ao privilégio de ter feito este curso, conquistado 
amizades e aprendido coisas novas que irão contribuir para meu 
futuro profissional. 
 
 
 
RESUMO 
 
As afecções prostáticas são raras nas outras espécies, porém, comuns em cães. Elas incluem a 
hiperplasia, prostatite (aguda ou crônica), abscessos, cistos, tumores e cálculos. Estas 
enfermidades possuem sinais clínicos semelhantes, porque todas causam aumento de volume 
ou inflamação da próstata. Neste trabalho será relatado o caso de um cão com prostatite 
bacteriana crônica associada a cistos prostáticos e será realizada uma revisão de literatura das 
duas prostopatias, destacando as possíveis causas, sinais clínicos, abordagem diagnóstica e 
conduta terapêutica. 
Unitermos: cães, prostatite bacteriana crônica, cistos prostáticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ABSTRACT 
 
The prostatic diseases are rare in other species, but, commons in dogs. They are hyperplasia, 
prostatitis (acute or chronide), abscess, cysts, tumoures and calculus. This sicknesses are 
resembling, because is a voluminous growth or prostate gland inflammation. In this work will 
be related the case of dog with bacterial chronide prostatitis and prostatic cysts. The review of 
the two destach the causes, clinical signs, diagnosis abordage and therapeutics conduct. 
Key words: dogs, bacterial chronide prostatitis, prostatic cysts. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LISTA DE FIGURA 
 
Figura 1-Prostatectomia em um cão Dachshund Pelo Duro, em que se observa a próstata já 
extirpada (A), a sonda uretral projetando-se da uretra perineal (B) e inserida no colo da 
vesícula (C)..............................................................................................................................18
 
 SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................08 
2. REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................09 
2.1 PROSTATITE BACTERIANA CRÔNICA.......................................................09 
2.2 CISTOS PROSTÁTICOS...................................................................................12 
 3. OBJETIVOS..............................................................................................................15 
 4. RELATO DE CASO.................................................................................................16 
 5. DISCUSSÃO.............................................................................................................19 
 6. CONCLUSÃO.........................................................................................................21 
 REFERÊNCIAS............................................................................................................22 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
As prostatopatias fazem parte da rotina clínica, aparecendo com freqüência em cães. 
As afecções da próstata atingem comumente o cão macho de meia idade a idoso. A próstata é 
a única glândula sexual acessória do cão, cuja principal função é a produção do fluído 
prostático, responsável pelo transporte e sustentação dos espermatozóides no ejaculado 
(AMORIM, 2002). 
A próstata é um órgão bilobulado, localizado predominantemente no espaço 
retroperitonial, caudal a vesícula urinária, na área do colo vesical e uretra proximal. Sua 
irrigação arterial provém da artéria urogenital que se divide em dois a três ramos prostáticos, 
dorsal e dorsolateral à glândula. As veias avançam junto com as artérias. A inervação é tanto 
simpática como parassimpática (BARSANTI;FINCO, 1997). 
Segundo Amorim et al. (2002) a hiperplasia prostática benigna é o aumento benigno e 
espontâneo da próstata, observado em cães de meia idade a idoso. Esta é a afecção mais 
comum da próstata canina, sendo que todos os cães não castrado desenvolvem evidências 
histológicas de hiperplasia prostática benigna. Esta patogiaocorre devido a um desequilíbrio 
nas concentrações dos hormônios testiculares. Esta hipótese tem suporte no fato de que a 
castração ou administração de estrógenos causa atrofia da próstata normal ou hiperplásica. 
Além da hiperplasia prostática benigna, destacam-se as prostatites bacterianas (aguda 
e crônica), cistos, abscessos, neoplasias e cálculos. Todas estas afecções apresentam sinais 
clínicos semelhantes, devido ao aumento de volume ou da inflamação na glândula. Dentre 
eles, o corrimento uretral constante ou intermitente, a hematúria e as infecções urinárias são 
achados comuns. Os sinais clínicos inespecíficos, como febre, indisposição e dor abdominal 
estão relacionados comumente com as infecções bacterianas e neoplasias 
(BARSANTI;FINCO, 1997). 
 
 
 
 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
2.1 PROSTATITE BACTERIANA CRÔNICA 
 
Para Barsanti;Finco (1997) as enfermidades inflamatórias prostáticas estão associadas 
à infecção bacteriana aguda ou crônica. A glândula prostática está predisposta a processos 
infecciosos devido a afecções uretrais, traumatismo, constrições, neoplasias, infecção do trato 
urinário ou afecções da própria glândula. 
Kay (1998) ressalta que a prostatite surge de uma infecção ascendente, embora possa 
ocorrer propagação hematógena das bactérias. O microorganismo mais frequentemente 
isolado é a Escherichia coli, mas é possível a infecção por outras bactérias como 
Staphylococcus, Streptococcus, Klebsiella e Pseudomonas. Os microorganismos comumente 
envolvidos na prostatite são os mesmos que, com freqüência, causam infecção do trato 
urinário. Quadros recidivantes de cistite em cães machos sexualmente maturos sugerem a 
presença de afecção da glândula. 
 De acordo com Robertson (1996) a prostatite bacteriana crônica pode ser seqüela de 
episódios agudos não resolvidos. 
 Raskin;Meyer (20003) citam que esta enfermidade pode ser assintomática, sendo 
descoberta apenas depois do diagnóstico de infecção urinária. 
Alternativamente, Fraser (1996) ressalta que o cão pode manifestar disúria ou 
hematúria, corrimento uretral constante ou intermitente e algumas vezes apresentar-se 
letárgico. 
Para Barsanti;Finco (1997) o tamanho e a forma da glândula prostática depende da 
hiperplasia e fibrose concomitantes. 
Robertson (1996) relata que a glândula cronicamente inflamada fica menos dolorosa à 
palpação, aumentada de volume e pode ficar assimétrica. 
Mesmo sem sinais anormais durante o exame físico, a urinálise pode revelar a 
presença de piúria, hematúria ou bacteriúria. O hemograma e o quadro bioquímico não são 
afetados pela infecção crônica, somente em caso de abscedação. A análise do líquido 
prostático coletado através de massagem pode ser útil no diagnóstico, não obstante, a infecção 
do trato urinário deve estar controlada (BARSANTI;FINCO, 1997). 
 
Raskin;Meyer (2003) citam como exame complementar a aspiração com agulha fina 
da próstata para avaliação citológica. 
O exame radiográfico pode revelar uma mineralização parenquimatosa granular. Com 
a ultra-sonografia a glândula pode exibir-se como estrutura difusa a multifocalmente 
hipercóica, podendo haver mineralização multifocal. Somente a ultra-sonografia não 
diferencia a prostatite crônica de hiperplasia ou neoplasia (BARSANTI;FINCO, 1997). 
De acordo com Fraser (1997) o tratamento da prostatite bacteriana crônica baseia-se 
na administração de agentes antibióticos, sendo difícil a cura da infecção. 
Allen et al. (1989) citam que os antibióticos devem ser selecionados de acordo com a 
cultura e testes de sensibilidade e pela sua capacidade de penetrar rapidamente a membrana 
lipídica do epitélio prostático. 
Barsanti;Finco (1997) salientam que o tratamento deve ter continuidade por no 
mínimo seis semanas. O líquido prostático e a urina devem ser analisados semanalmente, e 
depois todos os meses após a suspensão do antibiótico. Caso haja recidiva deverão ser 
instituídos cursos mais prolongados de tratamento. 
Os benefícios da castração são incertos nestes casos, não obstante, a involução 
prostática ajudaria ao menos para impedir a recidiva da infecção (FRASER, 1997). 
Quando a antibioticoterapia aliada a castração não resultarem na cura da enfermidade, 
a terapia com baixas doses de antibiótico ou a prostatectomia são as opções restantes. O uso 
da medicação em baixas doses pode ser instituída com o objetivo de controlar a infecção, de 
modo que esta se torne assintomática. A prostatectomia completa eliminará o tecido prostático 
infectado, no entanto, é um procedimento cirúrgico complexo, podendo ocorrer algumas 
complicações pós-operatórias (BARSANTI;FINCO, 1997). 
Robertson (1996) relata que a prostatectomia completa é indicada para casos de 
pacientes com prostatopatias proliferativas, que causam comprometimento da luz da uretra 
prostática e no caso de pacientes com neoplasia na glândula. Depois de anestesiado e 
devidamente preparado para uma cirurgia asséptica, é colocado no paciente, um cateter no 
interior da vesícula urinária. O acesso cirúrgico é feito através de uma incisão cutânea pré-
púbica, lateralmente ao prepúcio, aprofundando-se pela linha mediana até entrada da cavidade 
abdominal. Para realização desta técnica cirúrgica, deve-se ter cuidado extremo com os 
nervos do plexo pélvico que repousam na superfície dorsal da próstata. A dissecação é feita o 
mais próximo da próstata possível. O parênquima prostático, na qual, circunda a uretra e 
 
 
limita-se contra o colo vesical deve permanecer intacto para evitar uma incontinência urinária 
no pós-operatório. Rompe-se a próstata desde a uretra, proximal à entrada do duto deferente 
na superfície dorsal. Após, rompe-se a uretra novamente tão próximo possível do bordo 
caudal da próstata, para efetuar a anastomose com uma tensão mínima. Remove-se a próstata 
a partir do cateter, e reinsere-se o mesmo na bexiga. Os segmentos uretrais são anastomosados 
com uma sutura de polidioxanona n. 3-0, em um padrão interrompido simples. Após 
completar a anastomose, lava-se o abdome e fecham-se as incisões cutâneas e abdominais na 
linha média ventral de forma rotineira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2 CISTOS PROSTÁTICOS 
 
 
 
De acordo com Barsanti;Finco (1997) os cistos prostáticos ou de retenção ocupam o 
parênquima e ocorrem devido ao acúmulo de secreções no interior do órgão, como resultado 
de obstrução dos ductos. 
Fraser (1997) cita que em cães idosos aparecem como lesões cavitárias que contém 
fluído claro ou turvo no seu interior. 
Para Raskin;Meyer (2003) os cistos podem manifestar-se como múltiplos e pequenos 
ou somente como uma estrutura grande. Os pequenos podem ser palpados pelo reto como 
pequenas áreas flutuantes em uma glândula aumentada assimetricamente. Cistos grandes 
podem ser palpáveis pelo abdômen ou na região perianal. Os cães podem apresentar-se 
assintomáticos, ou com secreção uretral sanguinolenta, disúria, tenesmo, até casos mais 
graves com dor abdominal, estrangúria, fraqueza, anorexia. 
Fraser (1997) ressalta que os sinais clínicos assemelham-se aos que estão presentes 
nos outros tipos de enfermidades que levam ao aumento de volume prostático, tornando-se 
aparente quando ocorre pressão nos órgãos adjacentes. 
Os exames ultra-sonográficos, radiográficos e a aspiração com agulha fina são os 
métodos de diagnósticos de cistos prostáticos. A ultra-sonografia revela áreas focais ou 
multifocais, hipo ou anecogênica. O exame radiográfico demonstra o aumento da glândula, 
sendo necessária a radiografia contrastada para diagnóstico diferencial (GUIDO, 2004). 
A aspiração do cisto caracteristicamente apresenta quantidade variável de fluído 
serosanguinolento a amarronzado. A citologia revela pequena quantidade de células epiteliais 
de aspectonormal, com raros neutrófilos e hemáceas (RASKIN;MEYER, 2003). 
Fossum et al. (2002) relatam que o tratamento cirúrgico para pequenos cistos é a 
castração, inobstante, em cistos grandes deva-se associar a drenagem cirúrgica. 
Froes et al. (2003) cita a drenagem percutânea eco dirigida sendo este método pouco 
invasivo e com raras complicações. 
Para Hedlund (1997) devido à dificuldade de cura clínica dessa enfermidade, existem 
várias técnicas cirúrgicas para remoção ou drenagem dos cistos prostáticos, tais como, a 
marsupialização, a omentalização, a prostatectomia intracapsular subtotal. 
 Para Robertson (1996) as técnicas cirúrgicas são efetuadas de forma semelhante 
quanto ao acesso cirúrgico e fechamento do abdome. Após o preparo do paciente para uma 
cirurgia asséptica, é feita a incisão cutânea pré-púbica, na linha média ventral, do umbigo até 
 
 
a extremidade do prepúcio paralelo à entrada pélvica. A marsupialização da próstata consiste 
na criação cirúrgica de uma fístula ente o saco preenchido por fluído e a parede abdominal. 
Usa-se neste procedimento uma sutura de nylon monofilamentar n. 2-0 em um padrão 
interrompido simples. Esta técnica tem melhor efetividade em casos de um abscesso grande 
ou de um cisto abdominal. O animal deve permanecer no pós-operatório com um cateter de 
Foley através da abertura da marsupialização e inflar o bulbo para a drenagem nos primeiros 
dias. Como complicação pós-operatória possível ressalta-se o fechamento da fístula antes de 
completar a drenagem, podendo haver reformação do abscesso e conseqüente necessidade de 
realização da prostatectomia intracapsular subtotal. A prostatectomia intracapsular subtotal é 
um procedimento indicado quando cistos e abscessos forem múltiplos e localizados na porção 
dorsal da próstata, ou quando forem pequenos para serem exteriorizados por meio da 
marsupialização. 
Embora esta técnica cirúrgica seja eficiente nos casos de prostatite crônica, não deve 
ser utilizada em próstatas que requeiram remoção total. Através desta técnica pode-se remover 
mais de 80% da próstata doente e drenar o tecido doente remanescente através da uretra. 
Inicia-se o procedimento de forma semelhante à marsupialização. É feita uma incisão na 
glândula prostática ao longo do septo mediano ventral com bisturi elétrico, evitando o colo da 
bexiga. Remove-se lateral e dorsolateralmente a maior parte da glândula. Para que o epitélio 
uretral se regenere, uma faixa dorsal em toda extensão da uretra prostática deve ser 
preservada, evitando assim, obstrução urinária como complicação pós-operatória. Para suturar 
a próstata utiliza-se fio absorvível n. 3-0 em um padrão de Cushing inversor e sobre-suturar 
em um padrão de Lembert contínuo para impedir o extravasamento de urina. No pós-
operatório, mantém-se o animal com cateter vesical por aproximadamente cinco dias 
(ROBERTSON, 1996). 
De acordo com Apparício (2006) a omentalização prostática é um procedimento 
cirúrgico com mínimas complicações. Pode ser realizada em casos de ocorrência de cistos ou 
abscessos prostáticos. O conteúdo destas estruturas é aspirado, para evitar a contaminação 
abdominal. A incisão é feita na face ventral da glândula em ambos os lobos prostáticos, na 
qual, é introduzido o omento dentro das cavidades, em quantidade suficiente para preencher 
todo o espaço, sem haver comunicação entre os dois lobos e sem circundar a uretra. Esta 
estrutura é fixada com sutura contínua simples, utilizando fio poliglactina 910 n. 3-0 ou n. 4-
0, englobando o omento e a cápsula prostática. Esta técnica cirúrgica apresenta baixa 
incidência de incontinência urinária no período pós-operatório, devido à pequena manipulação 
 
 
da inervação do trígono e da uretra prostática, risco mínimo de ruptura uretral e capacidade do 
omento de estimular a angiogênese e fornecer suporte vascular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 OBJETIVOS 
 
 
 O presente trabalho tem como objetivo: 
- ressaltar a importância da avaliação prostática nos cães de meia idade a idoso, bem como, 
chamar a atenção principalmente para os episódios de cistite bacteriana recidivante como 
principal manifestação clínica das afecções prostáticas. 
- avaliar a importância dos exames clínico e laboratorial aliado aos exames complementares 
para conduzir o clínico ao diagnóstico das prostatopatias. 
- analisar as possibilidades terapêuticas levando em consideração cada quadro clínico, visando 
a cura do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 RELATO DE CASO 
 
 
Foi atendido na Clínica Veterinária Bichos da Gente, na cidade de Rosário do Sul, um 
cão, macho, da raça Dachshund Pêlo Duro, seis anos, pesando 12 kg. Durante a anamnese foi 
relatado que o animal já havia, há alguns meses atrás, sido atendido apresentando extrusão de 
disco intervertebral. Durante este período o paciente apresentou retenção urinária, e a partir 
deste quadro começou a ser tratado devido a episódios recorrentes de cistite bacteriana. 
Durante a consulta médica a proprietária relatou que o cão apresentava-se com disúria e 
corrimento uretral purulento que tinha evolução de vinte dias. Após assepsia tópica foi 
coletada urina por sonda e encaminhada para o laboratório para realização de exame 
qualitativo de urina e urocultura com antibiograma. A urocultura revelou a presença da 
bactéria Escherichia coli com valor maior que 10.000 unidades formadoras de colônia por 
mililitro de urina. A urinálise revelou a presença de cistite. Foi iniciado o tratamento com 
sulfametoxazol e trimetoprim na dose de 15mg/kg de doze em doze horas. Essa medicação foi 
mantida por vinte e um dias. Antes do término do tratamento, foi repetido o exame qualitativo 
de urina, no qual, não se evidenciou sinais da infecção. Completado o tratamento o cão 
apresentava-se bem, sem nenhum sinal clínico. Após vinte dias o animal retornou com intensa 
dor abdominal pélvica e com corrimento uretral purulento volumoso. Nessa oportunidade 
foram solicitados hemograma, urinálise e bioquímica sérica.. O hemograma e a bioquímica 
sérica estavam com os valores normais. A urinálise indicou presença de cistite bacteriana. 
O animal foi encaminhado para o Hospital Veterinário da Universidade Federal de 
Santa Maria, onde foi realizada a ultra-sonografia abdominal. Segundo o laudo ecográfico, a 
próstata apresentava-se com parênquima heterogênico apresentando cavitações anecogênicas 
de formato irregular. Mediram aproximadamente 0,8 e 1,5cm de diâmetro, sendo a imagem 
compatível com cistos ou abscessos. Não foram encontradas allterações nos demais órgãos 
abdominais. 
 Diante deste diagnóstico, optou-se pelo tratamento cirúrgico, sendo realizada a 
prostatectomia completa devido a possibilidade de estar presente uma neoplasia. O paciente 
foi pré-anestesiado com acepromazina 0,2% na dose de 0,1mg/kg e morfina na dose de 
0,2mg/kg por via intramuscular. Após foi feita a tricotomia na região abdominal e pélvica 
ventral. A seguir, na sala cirúrgica, foi realizada a indução anestésica com propofol na dose de 
5mg/kg, por via intravenosa, e anestesia geral com isoflurano, vaporizado em oxigênio, em 
sistema semifechado. Antes do procedimento cirúrgico, como analgesia complementar foi 
associada anestesia epidural com lidocaína 2% na dose de 3mg/kg. Como antibiótico 
profilático utilizou-se cefalotina na dose de 30mg/kg por via intravenosa. A seguir foi 
 
adaptada uma sonda uretral e realizada anti-sepsia da pele com álcool, iodo e álcool nesta 
seqüência. O acesso cirúrgico foi feito por incisão cutânea pré-púbica, lateral ao prepúcio e 
aprofundamento pela linha mediana até a cavidade abdominal.A seguir a vesícula urinária foi 
exposta e tracionada cranialmente para visualizar a próstata após divulsão do tecido adiposo 
que a envolve. A prostatectomia iniciou por divulsão e secção transversal da uretra junto ao 
colo vesical e, após, a próstata foi rebatida caudoventralmente para expor os mesentérios 
dorsais com a finalidade de pinçar, seccionar e ligar os vasos sangüíneos. Nessa manobra 
procurou-se preservar a inervação inerente ao colo vesical. Para complementar a 
prostatectomia a uretra foi seccionada caudal a próstata o que permitiu a retirada da mesma 
(Figura 1). Nos tempos cirúrgicos de uretrotomia a sonda uretral foi recuada temporariamente. 
A anastomose da uretra pélvica com o colo vesical, após a retirada da próstata, foi feita com 
fio de poliglactina 910 n. 3-0 em padrão interrompido simples. 
Concluída a uretrorafia, o abdômen foi lavado com solução fisiológica, revisada a 
hemostasia e a parede abdominal fechada por sutura de Sultan na linha Alba, e contínua 
simples no tecido subcutâneo, com fio poliglactina 910 n. 2-0 e a pele suturada com fio 
mononylon n. 3-0 em pontos de Wolff. A sonda uretral foi mantida por cinco dias, para evitar 
repleção vesical e estenose na área de anastomose. No pós-operatório foi administrada 
ceftriaxona na dose de 30mg/kg por via intramuscular. A glândula prostática foi enviada para 
exame histopatológico. 
 Após a retirada do catéter vesical o animal manteve o fluxo urinário normalmente. Os 
pontos foram retirados após dez dias da intervenção cirúrgica. 
 O paciente não apresentou nenhuma das possíveis seqüelas relativas à cirurgia de 
prostatectomia completa, como incontinência urinária ou estenose uretral. Os episódios de 
infecções urinárias não se repetiram. A escolha pelo tratamento cirúrgico como conduta 
terapêutica resultou na cura do paciente. 
 Segundo laudo histopatológico do órgão o cão apresentava prostatite multifocal 
crônica, moderada com fibrose e cistos multifocais. 
Após 10 meses da intervenção cirúrgica o paciente retornou para vacinação anual e a 
proprietária relatou que o cão não apresentou nenhum sinal clínico relativo ao quadro anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 DISCUSSÃO 
Figura 1 – Prostatectomia em um cão Dachshund Pêlo Duro, em que se 
observa a próstata já extirpada (A), a sonda uretral projetando-se da uretra 
perineal (B) e inserida no colo da vesícula urinária (C). 
Fonte: Hospital Veterinário de Santa Maria 
A 
B C 
 
 
 
Segundo dados da literatura, a prostatite bacteriana pode ocorrer devido a uma 
infecção ascendente. No presente relato o animal apresentou anteriormente extrusão de disco 
intervertebral e conseqüente retenção urinária, na qual provocou recorrentes infecções do trato 
urinário. Assim como citam Barsanti;Finco (1997) as infecções urinárias recidivantes são 
causas possíveis de infecção da próstata por via ascendente, podendo ter sido o que levou ao 
aparecimento da patologia do paciente. 
 De acordo com o que citam alguns autores, a presença de disúria, corrimento uretral, 
cistites recidivantes em um cão macho, de meia idade, não castrado, são fatores sugestivos de 
alterações prostáticas, estando presentes tais características e sinais clínicos no animal 
atendido. 
A palpação retal, análise do líquido prostático, bem como a aspiração com agulha fina 
da próstata são exames úteis para o diagnóstico, porém, não foram efetuados pela falta de 
experiência nestes procedimentos. 
Os exames, tais como, o hemograma e a bioquímica sérica estavam dentro dos limites 
normais, bem como descrevem Barsanti;Finco (1997) que na doença crônica estes exames não 
se encontram alterados, somente em casos de abscedação. 
Kay (1998) descreve que a bactéria mais frequentemente envolvida nas infecções 
urinárias é a Escherichia coli, estando esta presente na urocultura do paciente. A 
antibioticoterapia foi mantida por três semanas e foi escolhido o medicamento de acordo com 
o resultado da urocultura e na capacidade de penetração na membrana lipídica do epitélio 
prostático, como foi citado por Allen et al (1989). 
Baseada na suspeita clínica de prostatopatia, houve necessidade de solicitação de um 
exame complementar. A ultra-sonografia é o método de diagnóstico por imagem efetiva 
nestes casos. Revela alterações de tamanho e forma, presença de cistos ou abscesso, sendo 
fundamental para conduzir o tratamento. Neste relato de caso, este exame aliado ao histórico 
clínico e exames laboratoriais foi decisivo para escolha do tratamento efetuado. 
A ultra-sonografia revelou uma glândula aumentada de tamanho com formato irregular 
e imagem compatível com cisto ou abscesso. Segundo Barsanti;Finco (1997) este exame não 
diferencia prostatite crônica de hiperplasia ou neoplasia. 
 
 
Diante do resultado ultra-sonográfico e do quadro clínico optou-se pela prostatectomia 
completa, contrariando o que descreve Fossum et al. (2002) que para pequenos cistos o 
tratamento de eleição é a castração, e Froes et al. (2003) que defende a drenagem percutânea 
ecodirigida por ser pouco invasiva e com mínimos riscos de complicações. 
Após a prostatectomia completa e exame histopatológico do órgão, confirmou-se a 
presença de uma infecção crônica com intensa fibrose e conseqüente obstrução dos ductos, 
ocasionando acúmulo de secreções no interior da glândula. 
A prostatectomia completa em casos de infecção crônica é recomendada, caso não haja 
resposta clínica com antibióticos. Segundo a literatura a antibioticoterapia prolongada, em 
quadros recidivantes deve ser considerada uma opção para eliminar a infecção, porém deve-se 
avaliar os efeitos colaterais dos medicamentos à longo prazo. 
A cirurgia de prostatectomia completa bem efetuada confere a cura da patologia, sem 
problemas futuros, como ocorreu com o paciente em questão. 
 
 
6 CONCLUSÃO 
 
Após a revisão de literatura e análise do caso relatado, conclui-se que se deve suspeitar 
de uma prostatopatia em animais de meia-idade a idoso com infecção urinária recidivante. Os 
exames laboratoriais são importantes, visto que, algumas das afecções prostáticas podem 
manifestar sinais sistêmicos. O exame qualitativo de urina confirma a presença de cistite 
bacteriana e junto com a urocultura determina a escolha do melhor antibiótico para efetuar o 
tratamento. 
A ultra-sonografia é um exame por imagem decisivo para confirmar uma afecção 
prostática. No paciente tratado este exame revelou uma glândula aumentada de tamanho e 
formato irregular com presença de cistos ou abscessos. Embora o exame ultra-sonográfico não 
diferencia uma prostatite crônica de uma hiperplasia ou neoplasia, mostra que a próstata está 
alterada, conduzindo o médico veterinário a aliar o resultado com os sinais clínicos e exames 
laboratoriais escolhendo o melhor tratamento. 
Baseado nestes fatores, no tempo de evolução da enfermidade e no tempo em que o 
animal já havia sido tratado, optou-se pela cirurgia de prostatectomia completa como melhor 
tratamento para o paciente. 
De acordo com dados da literatura, a prostatectomia completa é uma técnica cirúrgica 
complexa com grandes possibilidades de complicações pós-operatórias. Neste caso a cirurgia 
foi executada de forma correta, por um cirurgião experiente, conferindo a cura do paciente, 
tendo este animal uma excelente recuperação, sem nenhum problema posterior relativo a estas 
enfermidades. 
 
 
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