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OS PROCESSOS DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL MEIO AMBIENTE, EDUCAÇÃO E TERCEIRO SETOR

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OS PROCESSOS DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NAS POLÍTICAS DE MEIO AMBIENTE, EDUCAÇÃO E NAS INSTITUIÇÕES DO TERCEIRO SETOR.
1. INTRODUÇÃO:
 No decorrer das duas últimas décadas, primeiramente no contexto dos países de economia central, hegemônicos economicamente, e posteriormente nos países periféricos, dentre eles o Brasil, houve um significativo aumento da atuação de organizações da sociedade civil sem fins lucrativos voltadas para ações setoriais: assistência social, saúde, educação, meio ambiente, arte e cultura, cidadania, segurança alimentar, etc. Essas organizações passaram gradativamente a ocupar também o espaço público até então considerado como esfera exclusiva do Estado. Esse fenômeno tem ocorrido dentro de um processo maior de reorganização do capital e do mundo do trabalho, em esfera mundial, e na proporção em que as crescentes demandas para o atendimento às necessidades sociais da população não encontram ações efetivas e eficientes no Estado. Esses temas servem como pano de fundo para compreendermos esse processo gradativo de avanço das organizações da sociedade civil sem fins lucrativos no espaço público.
Essas organizações não fazem parte do Estado, nem a ele estão vinculadas, mas se revestem de caráter público na medida em que se dedicam a causas e problemas sociais e em que, apesar de serem sociedades civis privadas, não têm como objetivo o lucro, e sim o atendimento das necessidades da sociedade” (TENÓRIO, 2001:07). 
Significativos acontecimentos históricos, de caráter político, econômico e social, marcaram definitivamente o mundo contemporâneo, somados ao avanço tecnológico e científico. Novos temas como a globalização, mercado internacional, neoliberalismo, privatização, responsabilidade fiscal, controle social, gestão pública, acordo monetário, passaram a constituir o cenário de discussões e/ou decisões relacionadas a políticas públicas que pudessem dar conta de questões emergentes que passaram a afetar, direta ou indiretamente, países, governos e populações. 
Apesar da pobreza e miséria sócio-econômica que facilmente identificamos em nossa sociedade, não podemos considerar o Brasil um país pobre. Certos setores da indústria, agricultura e comércio são desenvolvidos e geram muita riqueza. O problema é que a riqueza produzida no país encontra-se concentrada nas mãos de uma minoria que, direta ou indiretamente, acaba mantendo o controle político da nação. Com a concentração de renda nas mãos de poucos, o índice de desemprego crescendo, os grandes contingentes de migrantes rurais e a mão de obra desqualificada e explorada, o resultado tem sido a ampliação da miséria e da pobreza, sendo evidente que desigualdades sociais acabam por pro- vocar um índice crescente de violência e criminalidade. Nesse contexto econômico e político, o processo de exclusão social evidencia-se cotidianamente. 
“As conseqüências da implementação do ideário neoliberal nas sociedades, que, como a brasileira, vivem os impasses da consolidação democrá- tica, do frágil enraizamento da cidadania e das dificuldades históricas de sua universalização para a maioria da população, expressam-se pelo acirramento das desigualdades, encolhimento dos direitos sociais e trabalhistas, aprofundamento dos níveis de pobreza e exclusão social, aumento da violência, agravamento sem precedentes da crise social que, iniciada nos anos 80, aprofunda-se amplamente na década de 90” (RAICHELIS; 1999:60). 
Por outro lado, estão em pauta, de forma acentuada, os direitos humanos, a justiça social, a participação social, a cidadania, bem como os grupos sociais organizados: movimento dos sem terra, dos sem teto, dos negros, dos meninos e meninas de rua, dos homossexuais, das mulheres, etc., todos querendo fazer valer seus direitos e as conquistas jurídicas já efetivadas. A consciência de participação social e política do povo também cresceu. As Leis Orgânicas1 de cunho social promulgadas nos últimos anos criaram espaços efetivos de participa- ção da sociedade civil no planejamento e execução de políticas sociais, através dos respectivos Conselhos municipais, estaduais e federal. No entanto, ao mesmo tempo em que ocorreram essas conquistas, vimos crescer com grande força política e econômica a ideologia neoliberal, como respaldo da política governamental, a começar na instância federal, para determinar o “Estado Mínimo”, significando uma clara intencionalidade de repassar à sociedade civil responsabilidades conferidas à instância pública governamental, conforme a Constituição Federal de 1988 e todas as Leis Orgânicas decorrentes. 
“ A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação” (Art. 196 - C.F./88). 
Será realizado no Bairro da Caixa d’agua o Projeto de ação direcionado a gravidez na adolescência, na qual será elaborada uma palestra educativa com os jovens auxiliados pelo PMCMV, nestas serão executadas orientações sobre consequências efetivadas ciêntificamente de relacionamentos afetivos mal estruturados dos referentes causando; doenças sexualmente transmissíveis, gravidez precoce, entre outros, com o intuito de concientizar e informar todos os jovens assistidos pelo PTS. A equipe será formada por (02) duas assistentes sociais, (01) uma técnica de nível superior, (01) um assistente administrativo e (01) uma estagiária na área de Serviço Social, juntamente com os parceiros que orientarão a palestra a ser executada.
2-DESENVOLVIMENTO:
Tem se constituído em terreno fértil para a atuação de profissionais das ciências humanas e sociais, dentre os quais têm se destacado especialmente os administradores que, com primor profissional, têm transferido para as instituições não-governamentais, de assistência social, educação, saúde, lazer, cultura, dentre outras, conhecimentos e técnicas de gestão segundo a lógica empresarial. E a lógica da gestão de políticas sociais, em que o assistente social muito pode contribuir, onde tem ficado? Perdeu-se na ênfase dada ao papel do assistente social na gestão de políticas públicas? Com essa indagação em mente, temos como primeiro grande desafio sobre esse tema a compreensão sobre o que vem a ser terceiro setor, sua configuração e principais características e desafios. Embora a grande maioria dos autores, que busca uma conceituação do Terceiro Setor, não reforce o fato de que a Realidade Social não se configura de forma fragmentada, dividida em três setores, como se fossem fenômenos isolados entre si, enfatizamos que não podemos desconsiderar que esta Realidade precisa ser compreendida em sua totalidade social. Isto é, o político, o econômico e o social articulam-se indissociavelmente determinando a conjuntura e as demandas sociais.
Portanto, ao pontuarmos esses três setores de forma separada é tão somente para fins didáticos e de explanação, pois eles na realidade são profundamente interligados e interdependentes, compondo uma realidade social dialética e em constante processo de mudança; mudanças essas cada vez mais aceleradas em um mundo contemporâneo marcado pela complexidade, incerteza e instabilidade. Para fins dessa exposição vamos considerar “ sociedade civil ” aquela compreendida fora do aparato estatal, embora mantenha relação indissociável com o Estado à medida que o institui, o legitima e o mantém. A questão da cidadania também nos remete ao conceito de sociedade civil, pois civil implica que a sociedade é formada de cidadãos a quem são atribuídos direitos e deveres; são direitos civis, direitos políticos e direitos sociais. Alguns conceitos de Terceiro Setor são trabalhados por diferentes autores que têm se destacado enquanto estudiosos do assunto :
... por Terceiro Setor entenda-se (...) a sociedade civil que se organiza e busca soluções próprias para suas necessidades e problemas , fora da lógica do Estadoe do mercado. (RODRIGUES, 1998 p.31). (...) o Terceiro Setor é composto de organizações sem fins lucrativos , criadas e mantidas pela ênfase na participação voluntária , num âmbito não-governamental, dando continuidade a práticas tradicionais de caridade , da filantropia e do mecenato e expandindo o seu sentido para outros domínios , graças , sobretudo , à incorporação do conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil. (FERNANDES, 1997 p.27). Essas organizações não fazem parte do Estado , nem a ele estão vinculadas, mas se revestem de caráter público na medida em que se dedicam a causas e problemas sociais e em que , apesar de serem sociedades civis privadas , não têm como objetivo o lucro , e sim o atendimento das necessidades da sociedade . (TENÓRIO, 2001 p. 07)
Portanto, o Terceiro Setor é formado por instituições (associações ou fundações privadas) não governamentais, que expressam a sociedade civil organizada, com participação de voluntários, para atendimentos de interesse público em diferentes áreas e segmentos. Nova é a forma de se olhar e de se conceber essas organizações como componentes de um setor em franco desenvolvimento e crescimento em países como o Brasil, mas que começou nos países hegemônicos economicamente, tais como EUA, Inglaterra e França. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), divulgada em 2004, o Brasil possui 276 mil fundações e associações onde trabalham 1,5 milhões de pessoas, pagando salários e remunerações no valor de 17,5 bilhões. Nessa nova conjuntura política, social e econômica que vem se desenhando principalmente ao longo das duas últimas décadas, no contexto brasileiro, as organizações e instituições que atuam no chamado Terceiro Setor, principalmente na esfera da assistência social, educação e saúde, buscam não apenas sobreviver, mas atuar com qualidade social. Portanto, é nesse contexto contraditório que as instituições brasileiras que configuram o Terceiro Setor atuam e em que o processo de gestão está em processo de construção, novas ferramentas e novos paradigmas necessitam ser buscados para um gerenciamento que lhes garantam a sobrevivência com atuação de qualidade social. Apesar da diversidade das instituições que compõem o Terceiro Setor, elas compartilham de algumas características em comum, importantes de serem ressaltados: A primeira delas é que, quando atuam na área da assistência social, saúde ou educação, geralmente trabalham com pessoas e famílias que estão à margem do processo produtivo ou fora do mercado de trabalho, não tendo acesso aos bens e serviços necessários ao suprimento de suas necessidades básicas. Portanto, enquadram-se no artigo 2º da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que coloca a maternidade crianças e adolescentes, idosos, famílias e portadores de deficiência como alvos de proteção, amparo e capacitação para que tenham qualidade de vida e acesso às políticas sociais. A segunda característica dessas instituições é que, apesar de não se constituírem de caráter público, desenvolvem um trabalho de interesse público. Hoje a assistência social perdeu seu caráter, historicamente dado, de caridade, benevolência e favor, tornando-se política pública de garantia de direitos do cidadão. O mesmo aconteceu com a saúde e a educação. São direitos de cidadania garantidos pela Constituição Federal de 1988 e respectivas Leis Orgânicas. O atendimento a esses direitos, portanto, faz parte de um interesse público e, qualquer instituição que trabalhe na perspectiva de defesa desses direitos e garantia da cidadania, está cumprindo um fim público, pois se volta para o outro que, de alguma forma, está sendo explorado, excluído ou destituído. Uma terceira característica que lhes é comum é que são entidades que não mantém uma relação mercantil com a sociedade. Não trabalham voltadas para o lucro no sentido do interesse capitalista. As receitas advindas de doações, convênios e/ ou prestação de serviços, são revertidas para a própria instituição, não havendo distribuição de “lucros” entre seus diretores ou associados. Esse é mais um dado que as enquadra como instituições de assistência social, segundo o artigo 3º da LOAS. Como quarta característica em comum destaca-se o fato de não serem instituições estatais, embora mantenham vínculos com o Estado por força de convênios, relações de parceria e cadastro nos Conselhos Municipais, conforme artigos 9º e 10º da LOAS. São organizadas fora do aparato estatal e são auto governadas. Isto lhes dá certa autonomia de ação e definição de diretrizes em relação ao Estado, embora estejam sob a fiscalização dos Conselhos, de acordo com o parágrafo 2º do artigo 9º da mesma Lei. A quinta característica é configurada pela presença do voluntariado que atua em prol da manutenção e sobrevivência dessas instituições, participando diretamente do seu gerenciamento também. Como sexta característica podemos apontar a possibilidade de obterem a qualificação de CEBAS ou de OSCIP. O certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS) pode ser pleiteado junto ao Conselho Nacional de Assistência Social, desde que a instituição preencha os requisitos exigidos, dentre eles, o de atuar diretamente na área da Assistência Social. Já o certificado de Organização da Sociedade Civil que atua com Interesse Público (OSCIP) pode ser solicitado junto ao Ministério da Justiça, com uma abrangência maior de instituições que podem alcançar essa qualificação. Uma mesma instituição não pode acumular os dois certificados.
A Constituição Federal de 1988 foi a primeira constituição brasileira a tratar da questão ambiental. Em seu artigo 225, do capítulo IV, encontra-se a afirmação de que todo o cidadão tem o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado para o uso comum da população dando importância a qualidade de vida, sendo dever da coletividade defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. No Brasil, a degradação ambiental acontece desde a colonização, quando os portugueses aqui chegaram, explorando inicialmente o pau-brasil e estendendo-se aos subsequentes ciclos econômicos brasileiros (cana, café e ouro). Atualmente, os problemas mais agravantes estão relacionados às práticas agropecuárias predatórias, ao extrativismo vegetal, e a má gestão de resíduos urbanos. Durante muitos anos, o Brasil vem apresentando diversos problemas ambientais, como a perda da biodiversidade em razão do desmatamento e das queimadas; a degradação e esgotamento dos solos em decorrência das técnicas de produção; a escassez da água ocasionada pelo mau uso e gerenciamento das bacias hidrográficas; a contaminação dos corpos hídricos por esgoto sanitário; a poluição do ar nos grandes centros urbanos. A degradação ambiental no Brasil tem proporcionado a multiplicação de catástrofes como enchentes e deslizamentos de terra. O conceito de estiagem está diretamente relacionado à “redução das precipitações pluviométricas, ao atraso dos períodos chuvosos ou à ausência de chuvas previstas para uma determinada temporada” (Atlas Brasileiro de Desastres Naturais - 1991 a 2010 - Volume Alagoas). O desastre da seca, além de sua característica climática, é considerado um fenômeno social que caracteriza uma situação de pobreza e uma precária situação econômica. Segundo o relatório “Desastres Naturais causados por Estiagem e Seca em Alagoas, no período de 1991 a 2010”, verifica-se um total de 94 municípios afetados pela seca e estiagem. Ainda segundo o relatório, durante os anos de análise, foi constatada uma quantidade de 2.655.501 pessoas afetadas, causando problemas na agricultura, gerando sede e fome, favorecendo também, uma negativa dinâmica ambiental. As inundações bruscas ou enxurradas são aquelas provocadas por chuvas intensas e violentas elevações dos níveis das águas, as quais escoam de forma rápida e intensa. Já os alagamentos, caracterizam-se pelas águas acumuladas nos perímetros urbanos, em cidadescom sistemas de drenagem deficientes e acumulação de lixo. No caso de Alagoas, com 102 municípios, registraram-se um total de 156 ocorrências de inundações bruscas e alagamentos na escala temporal de 20 anos (1991-2010). Os municípios mais atingidos foram Maceió (capital) e São José da Laje, ambos com 6 ocorrências de desastres naturais por inundações bruscas e alagamentos na escala temporal de 20 anos. Ao relacionar a atuação do assistente social com os conceitos ambientais e as questões sociais, constata-se que os(as) profissionais devem desenvolver ações voltadas a (re)avaliar posturas individuais e incentivar o associativismo, desenvolvendo uma postura mais crítica, participativa e propositiva. Devem lutar pelo direito à cidade e à moradia da população atingida pelos megaeventos ambientais. O(a) assistente social é um(a) profissional que atua nas expressões da questão social, formulando, implementando e avaliando propostas para o seu enfrentamento, por meio de políticas sociais e públicas, dos movimentos sociais e das organizações do terceiro setor; sendo um profissional dotado de formação intelectual e cultural generalista crítica; e comprometido com os valores e princípios norteadores do Código de Ética do Assistente Social. Segundo a definição do Conselho Federal de Serviço Social - CFESS, a profissão do Assistente Social se insere na realidade social atuando nas sequelas da questão social, que em outros termos se revela nas expressões das desigualdades sociais e econômicas, na pobreza, na violência, na fome, no desemprego, dentre outras. Entende-se por questão social, segundo Cerqueira Filho (1982), como “o conjunto de problemas sociais, políticos e econômicos que o surgimento da classe operária impôs ao mundo, no curso da constituição da sociedade capitalista”. O Serviço Social trabalha na perspectiva de direitos, como o direito à moradia, à saúde e à qualidade de vida. Para isso, faz-se necessário um olhar cuidadoso com o meio ambiente, pois com os efeitos do crescimento desregulado decorrentes do modelo de industrialização, a degradação ambiental é projetada na vida da sociedade, gerando o agravamento da pobreza.
A escola é uma entrada para a comunidade vivenciar experiências, socializar conhecimentos, informações e formação para cidadania. Deve ser incluída como mediadora dentro de um contexto social determinado, além de seu papel pedagógico é também formadora de opiniões possibilitando aos alunos capacidades de analise reflexivas e de uma vida participativa, podendo também ser reconhecidos e valorizados os aspectos em vida comunitária. Ela expressa as contradições da questão social no seu ambiente, pois inclui e reflete o contexto social onde se insere. Essas contradições podem ter caráter de conflitos, limites e possibilidades sociais. Assim, a escola ora auxilia e serve aos interesses de classe e do projeto societário dominante, que ela especifica, molda e reproduz, ora se torna um dos instrumentos de sua transformação. “Numa sociedade de classes toda educação é classista. E, na ordem classista, educar, no único sentido aceitável, significa conscientizar e lutar contra esta ordem, subvertê-la” (GADOTTI, p.07, 1979). Nesse sentido a escola necessariamente não é um espaço de reprodução das desigualdades ou das expressões da questão social. Ela pode ser espaço de criação e valorização das ações que contribuem com a qualidade de vida da população. Deste modo entendemos que a escola seria um recinto respeitável para as discussões que envolvem toda a sociedade e suas contradições. No entanto a escola na maior parte da realidade educacional vivência um ambiente predominante e imposto, “Não podemos esperar que uma escola seja “comunitária” numa sociedade de classes. Não podemos esquecer que a escola também faz parte da sociedade. Ela não é uma ilha de pureza no interior da qual as contradições e os antagonismos de classes não penetram”(GADOTTI, p.07, 1979). A instituição escolar é composta por vários sujeitos, alunos, professores, família ou comunidade externa, todos estes são indivíduos históricos, sociais e culturais convivendo, mesmo por um curto período de tempo, no mesmo espaço, onde representam os símbolos que são inerentes ao meio que vivenciam, desfrutam e alteram suas identidades e ações. Sendo assim, as teorias estudadas nas escolas devem atender as necessidades de todos os envolvidos, de modo a não torná-los somente contemplativos, pois esses conteúdos devem estar relacionados com as vivencias e conhecimentos dos sujeitos tanto cultural como de sua realidade que se observa fora do ambiente escolar. Por excelência, é o lócus para se exercitar o aprendizado das relações éticas, do respeito aos direitos e da compreensão da alteridade. Cumprir esse papel não é tão simples. Seja pela ausência de políticas públicas condizentes com suas necessidades, seja em virtude da priorização dos trabalhos em outra direção, precarização do mundo do trabalho que também reflete nos estabelecimentos educacionais, ou mesmo pela concepção de educação e conceitos acerca de suas funções e finalidades. A escola é um espaço coletivo onde se convive com variadas e complexas relações. Em vista disso, também oferece condições de aprendizado sobre a vivência e a convivência dessas relações. Portanto, pode ser um ambiente garantidor e disseminador de direitos, uma vez que o próprio espaço proporciona debates, conhecimentos, troca de experiências, pois a diversidade é inerente ao mundo da educação.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
 A partir destas análises entende-se que o Assistente Social estabelece um vínculo com o território escolar através de estratégias como Políticas Públicas, participação popular e a contribuição para o processo de construção de uma nova cultura, aos profissionais por meio delas. Desta forma colabora para a efetivação da cidadania e emancipação humana no espaço escolar de forma interdisciplinar e intersetorial, o que consequentemente levará a um maior controle social e diminuição das problemáticas deste universo. Embora a realidade social escolar seja um ambiente onde as expressões da questão social se apresentam com bastante complexidade e estas expressões é o objeto de trabalho da profissão, nota-se que a sua inclusão nesse espaço, mesmo após as Leis: Estadual nº 16.683/2007 e a Lei 7961/2002 do Município de Uberlândia Minas Gerais ainda são mínimas. Isso tem levado a categoria profissional a constantes buscas por legitimidade nesta área de atuação. Com relação à política social de educação, somente em 2007 a atuação do Assistente Social foi positivada nas escolas públicas estaduais em Minas Gerais, o que não quer dizer que o mesmo esteja inserido de fato dentro deste ambiente. Estes profissionais especialistas na área das políticas sociais, tendo como finalidade a cidadania na perspectiva do acesso a bens, serviços e direitos, inclusive o de ser cidadão em todas as faixas etárias. 
Onde haja questão social relacionada à dinâmica do meio ambiente, também haverá espaço para a atuação do Serviço Social. Esta profissão é pautada por uma realidade dinâmica que está sempre atenta aos problemas que surgem quando os direitos sociais são ameaçados ou violados, inserindo-se, portanto, no amplo debate acerca da questão socioambiental. É evidente nos dias atuais o limitado compromisso do Estado com as questões ambientais no Brasil. O que mais é colocado em questão é a busca pela garantia e ampliação do lucro, satisfazendo prioritariamente aos interesses do capital. A desresponsabilidade do Estado se apresenta através de medidas emergenciais e focalistas para atender a necessidades básicas da classe trabalhadora, trazendo em sua proposta diversas contradições que infringem e agridem ao meio ambiente, gerando conflitos socioambientais a exemplo do deslocamento de populações de seus habitats, distanciandoas de seus meios de sobrevivência.
4. BIBLIOGRAFIA:
A Atuação do Profissional de Serviço Social no MeioAmbiente | Zé ...
www.zemoleza.com.br/.../sociais...social/a-atuacao-do-profissional-de-servico-social-n...
SERVIÇO SOCIAL E MEIO AMBIENTE - Unifia
www.unifia.edu.br/revista_eletronica/revistas/.../016_servico_social_ambiente.pdf
A questão socioambiental e a atuação do assistente social
revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/viewFile/13337/9623
Desafios e possibilidades de atuação do Assistente Social: a AREA
cress-sc.org.br/img/noticias/0083_.html
Serviço Social na Educação (2001) - CFESS
www.cfess.org.br/arquivos/SS_na_Educacao(2001).pdf
LIVRO: Servico social e educacao - SlideShare
pt.slideshare.net/jamillearaujo165/livro-servico-social-e-educacao
O Serviço Social e o Terceiro Setor - Uel
www.uel.br/revistas/ssrevista/c_v7n2_selma.htm
terceiro setor e desenvolvimento social - BNDES
www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/.../tsetor.pdf
3 O Serviço Social no “setor” de ONGs - Maxwell - PUC-Rio
www.maxwell.vrac.puc-rio.br/18272/18272_4.PDF

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