Buscar

CITOLOGIA - Mucosa Bucal

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Mucosa Bucal
 
1 -  CONCEITO DE MEMBRANAS MUCOSAS:
            Membranas mucosas são estruturas que forram superfícies úmidas de cavidades do corpo, que se comunicam com o meio externo. Constituída pela associação de epitélio mais tecido conjuntivo.
 
2 -  DEFINIÇÃO DE MUCOSA BUCAL:
            O que reveste toda a cavidade bucal é a membrana mucosa bucal ou simplesmente, mucosa bucal. Esta mucosa  apresenta  características estruturais diferentes, dependendo da região considerada. Isto ocorre porque esta mucosa se adapta frente as agressões funcionais frente a modificações evolutivas e também sofre modificações reversíveis em resposta a função e ao uso.
 
3 -  COMPONENTES DA MUCOSA BUCAL:
     a - Epitélio do tipo estratificado pavimentoso (escamoso)
     b - Membrana basal que delimita o epitélio do conjuntivo
     c - Lâmina própria - Tecido conjuntivo sub epitelial
     d - Submucosa - Quando a mucosa é separada do osso por uma camada de tecido conjuntivo frouxo, ou adiposo ou glandular, com vasos sanguíneos calibrosos e nervos.
     E - Mucoperiósteo - Quando a mucosa se liga diretamente ao osso.
           
4 -  FUNÇÕES:
     a - Proteção
     b - Sensorial
     c - Regulação da temperatura
     d - Secreção
 
5 -  CLASSIFICAÇÃO:
a - Mucosa de revestimento
b - Mucosa mastigatória
            c - Mucosa especializada
 
5.1- MUCOSA DE REVESTIMENTO:
           Encontra-se forrando as paredes da cavidade oral sem sofrer diretamente os impactos mastigatórios: mucosa dos lábios, bochechas, soalho da boca, mucosa alveolar, superfície ventral da língua, vestíbulo e palato mole.
 
LÁBIOS:
     Consideramos três regiões:
     a - Região externa cujo revestimento é pele
     b - Região vermelha ou intermediária
     c - Região interna, que é a mucosa propriamente dita
 
 
 
     a - REGIÃO EXTERNA (pele)
     Epitélio estratificado,  queratinizado de espessura moderada, cujas  papilas conjuntivas são escassas e baixas. No conjuntivo nota-se muitas glândulas sebáceas em conexão com os folículos pilosos e entre eles há glândulas sudoríparas.
 
     b - REGIÃO VERMELHA
            A zona de transição entre a pele que recobre a porção externa do lábio e a mucosa  propriamente dita que recobre a superfície externa é a região vermelha. É encontrada apenas na espécie humana e o epitélio é fino do tipo estratificado pavimentoso queratinizado. Pode-se observar o sangue da lâmina própria, através das porções delgadas do epitélio translúcido, devido a grande vascularização do tecido conjuntivo (lamina própria) próximo ao epitélio .
            O tecido conjuntivo  adjacente não contém glândulas,  daí ser necessário umedecer  os lábios freqüentemente com a língua, para evitar o ressecamento.
 
     c - PORÇÃO INTERNA
     É revestida por mucosa cujo epitélio mais espesso, é estratificado não queratinizado. Lâmina própria é formada  por  tecido  conjuntivo frouxo, com fibras colágenas e elásticas. A submucosa é ampla e nela encontra-se glândulas de secreção mista e células adiposas. A mucosa une-se frouxamente a aponevrose do músculo orbicularis dos lábios, aderindo portanto a mucosa (epitélio mais lamina própria) ao músculo orbicularis.
 
BOCHECHAS:
                 Epitélio estratificado  pavimentoso não queratinizado. Papilas conjuntivas rasas e escassas; a lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo apresenta fibras colágenas, além do grande predomínio de fibras elásticas.
            Cordões de tecido conjuntivo denso estão presentes na submucosa  ampla onde encontra-se tecido adiposo e glândulas mistas. A mucosa está unida aos planos profundos (Músculo bucinador) através de fibras elásticas.
            A região da bochecha é ricamente vascularizada e inervada.
 
SOALHO DA BOCA:
            Mucosa delgada, epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. Lâmina própria  de tecido conjuntivo com fibras colágenas e elásticas. Presença de submucosa ampla contendo tecido adiposo e as glândulas  sublinguais. A mucosa está frouxamente ligada a aponevrose muscular.
 
LÍNGUA (Superfície inferior)
                 Mucosa delgada, epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. Lâmina própria rica em fibras elásticas e colágenas. As papilas conjuntivas são curtas e numerosas. Submucosa delgada, difícil identificação, unindo firmemente a mucosa ao tecido conjuntivo que envolve os feixes dos músculos da língua.
 
PALATO MOLE:
                 Epitélio do tipo estratificado  não queratinizado. Possui, além da Lâmina própria,   uma camada distinta de fibras elásticas que separa a lamina própria da submucosa. Esta,  formada de tecido conjuntivo, relativamente frouxo  com as glândulas salivares do tipo mucoso. A mucosa está firmemente aderida aos planos profundos através das fibras colágenas. Também pode conter botões gustativos.
 
5.2 - MUCOSA MASTIGATÓRIA:
           É aquela que sofre diretamente os impactos  da  mastigação: gengiva e  palato duro.
 
     CARACTERÍSTICAS COMUNS:
     a - Epitélio  pavimentoso  estratificado  queratinizado  ou paraqueratinizado.
     b-  Papilas conjuntivas numerosas, profundas e ramificadas.                                 
     c - Conjuntivo  rico de fibras colágenas  e  ausência  de  fibras  elásticas.
     d - União firme e imóvel da mucosa(lamina própria) ao periósteo na região da
           rafe palatina, denominando-se mucoperiósteo..
    A submucosa está presente apenas nas regiões laterais do palato: região anterolateral (zona adiposa), onde a submucosa é predominantemente constituída de tecido adiposo, e região posterolateral (zona glandular) onde a submucosa é predominantemente constituída por tecido glandular do tipo mucoso.
 
 5.3 - MUCOSA ESPECIALIZADA:
            É aquela que encontra-se revestindo o dorso da  língua,  que é áspera e com rugosidades de forma variável e papilas linguais.
            Temos duas regiões diferentes: corpo da língua (da ponta até o V lingual) e a base da língua (porção faringeana).
            Na região do corpo da língua encontra-se formações denominadas papilas linguais, que são invaginações do tecido conjuntivo (lamina própria) para o tecido epitelial elevando-o acima da sua superfície, conferindo aspereza e rugosidades ao dorso da língua. As papilas podem apresentar ou não corpúsculos gustativos.
    
CLASSIFICAÇÃO DAS PAPILAS
            a - Filiformes (função de abrasividade)
            b – Fungiformes (função gustativa)
            c – Caliciformes (função gustativa)
            d – Foleadas (função gustativa)- frequentes em outras espécies animais.
 
            a - PAPILAS FILIFORMES são as mais abundantes. Constituídos por epitélio estratificado que termina de forma afilada, sendo que as células superficiais são queratinizadas.
            A lâmina própria acompanha a forma do epitélio. As papilas filiformes não tem corpúsculos gustativos.
            b - PAPILAS FUNGIFORMES - espalhadas entre as filiformes, mas são mais abundantes na ponta da língua.
            Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado.
     Apresentam em suas paredes laterais corpúsculos gustativos.
 
            c  - PAPILAS  CIRCUNVALADAS OU VALADAS - Formam o V lingual, em número de 8 a 12, revestidas por epitélio pavimentoso estratificado Estão rodeadas por um sulco circular bastante profundo. No fundo deste sulco desembocam as glândulas salivares menores de Von Ebner.
            Nas paredes laterais de cada papila caliciforme, ocupando toda a espessura do epitélio existem aproximadamente 4 corpúsculos gustativos de cada lado.
 
            d - PAPILAS FOLEADAS - São raras no Homem, comuns no coelho. Tem aspecto de folha, dispostas em fileira, uma após a outra.
 
CORPÚSCULOS OU BOTÕES GUSTATIVOS:
            A língua é o órgão que permite a percepção de todos os sabores, graças aos corpúsculos gustativos.
            São neuro epitélios, responsáveis pela percepção do gosto. Formado por células sensitivas e células de sustentação. Apresentam
um poro gustativo que se abre na região externa. Os diversos sabores diluídos na saliva, penetram no poro, estimulando as terminações nervosas.
 
SABORES:
            Doce e salgado - papilas fungiformes (região anterior da língua)            
            Amargo e ácido - papilas caliciformes (região posterior da língua)
            As papilas gustativas são inervadas por nervos diferentes:
            Nervo glossofaríngeo - sabores amargo e ácido
            Nervo intermédio facial da corda do tímpano - sabores doce e salgado.
 
6 - IMPORTÂNCIA CLÍNICA:
            É importante lembrar que a mucosa oral está exposta a forças mecânicas intensas durante a mastigação. Além do mais, a inserção epitelial ao dente é relativamente frágil, e injúrias ou infeções podem provocar um dano permanente. Desta maneira, as medidas tomadas para aumentar a queratinização podem ser consideradas como preventivas. Um dos métodos para induzir a queratinização é o estímulo mecânico, com massagem e escovação adequada.
            A mucosa bucal sofre renovação contínua a fim de manter sua integridade funcional. Se o epitélio está sob estresse há espessamento epitelial porque aumenta a divisão celular na camada basal do epitélio. A taxa de renovação é de 5 a 7 dias, duas vezes mais rápida que a pele.
            Existe um grupo de células que não sofre queratinização, são células claras ou não queratinócitos: os melanócitos, células de Langerhans e células de Merckel,
            Melanócitos: origem, crista neural, possuem no seu citoplasmas os melanossomas.
            Células de Langerhans: origem, medula óssea, atuam com componente periférico do sistema imunológico.
            Células de Merckel: origem, crista neural, associadas com as terminações nervosas do epitélio. Funcionam como receptores mecânicos.
            Com o avançar da idade a camada epitelial fica mais fina. Há redução do número de terminações nervosas e de botões gustativos.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando