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MANUAL DE PRODUÇÃO ACADÊMICA TIPOS, NORMAS, MÉTODOS E MODELOS Faculdades Metropolitanas Unidas Presidente da Mantenedora: • Prof. Edevaldo Alves da Silva Reitora: • Drª. Labibi Elias Alves da Silva Vice-Reitor Executivo: • Prof. Arthur Sperandéo de Macedo Vice-Reitor Acadêmico: • Prof. Dr. Arthur Roquete de Macedo Pró-Reitores: • Pró–Reitor de Ensino de Graduação – Prof. Ângelo Palmisano • Pró-Reitor de Ensino de Pós-Graduação – Dr. Eduardo Elias Alves da Silva • Pró-Reitor de Pesquisa – Prof. Arthur Roquete de Macedo • Pró-Reitora de Extensão, Integração Comunitária e de Cursos Sequenciais – Dra. Ana Cláudia Fioravante Bonaparte Administrador do Centro de Planejamento e Administração: • Dr. Edson Elias Alves da Silva Secretário Geral: • Prof. Celso Hamilton de Camargo Diretores de Núcleo: • Núcleo das Ciências Jurídicas e Sociais – Prof. Dr. Roberto Senise Lisboa • Núcleo das Ciências Sociais Aplicadas, Humanas e das Artes – Profa. Dra. Dumara Coutinho Tokunaga Sameshima • Núcleo das Ciências Biológicas e da Saúde – Prof. Marcus Vinícius Gava Diretoria Administrativa: • Diretor de Marketing & Comercial – Wilson Diniz • Diretor de Infraestrutura – Luis Roque Mollo • Diretora de Estratégia & TI – Mônica Violim Coordenação do Curso de Administração • Henry Kupty • Marcos Zambanini • Patrícia do Amaral Merofa Mello, Roberto Agostinho de; Kaneta, Catalina Naomi; Souza, Clodoaldo de. Manual de produção acadêmica: tipos, normas e métodos/Roberto Agostinho de Mello; Catalina Naomi Kaneta; Clodoaldo de Souza. São Paulo: FMU, 2013. 130 p. 1. Metodologia Científica. 2. Pesquisa – Metodologia. I. Título. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 9 1 TRABALHOS ACADÊMICOS ...................................................................... 10 1.1 Resumo ................................................................................................. 10 1.1.1 Resumo crítico - resenha ................................................................ 11 1.1.2 Resumo indicativo ou descritivo ..................................................... 13 1.1.3 Resumo informativo ........................................................................ 13 1.2 Projeto de pesquisa ............................................................................... 16 1.2.1 Título do trabalho ............................................................................ 17 1.2.2 Tema .............................................................................................. 18 1.2.3 Problema ........................................................................................ 19 1.2.4 Hipóteses ........................................................................................ 19 1.2.5 Objetivos ......................................................................................... 20 1.2.6 Justificativa ..................................................................................... 21 1.2.8 Metodologia .................................................................................... 23 1.3 Artigo científico ...................................................................................... 29 1.3.1 Estrutura do artigo científico ........................................................... 30 1.4 Painel, pôster ou banner ....................................................................... 31 1.5 Monografia ............................................................................................ 33 1.5.1 Estilo redacional ............................................................................. 33 1.5.2 Estrutura da monografia ................................................................. 34 1.6 Relatório de estágio supervisionado ............................................. 35 1.7 Plano de Negócios ........................................................................... 35 2 PESQUISA CIENTÍFICA .............................................................................. 37 2.1 Elementos básicos de uma pesquisa .................................................... 39 2.2 Classificação quanto à natureza da pesquisa ....................................... 39 2.2.1 Pesquisa científica pura ou básica ................................................. 39 2.2.2 Pesquisa científica aplicada ou prática ........................................... 40 2.3 Classificação quanto à abordagem do problema .................................. 40 2.3.1 Pesquisa quantitativa ...................................................................... 40 2.3.2 Pesquisa qualitativa ........................................................................ 41 2.3.3 Comparativo das pesquisas quantitativa e qualitativa .................... 42 2.4 Classificação quanto aos objetivos da pesquisa ................................... 44 2.4.1 Pesquisa descritiva ......................................................................... 44 2.4.2 Pesquisa explicativa ....................................................................... 44 2.4.3 Pesquisa exploratória ..................................................................... 45 2.5 Classificação quanto aos procedimentos da pesquisa .......................... 45 2.5.1 Pesquisa bibliográfica ..................................................................... 45 2.5.2 Pesquisa documental ..................................................................... 47 2.5.3 Pesquisa experimental ................................................................... 48 2.5.4 Levantamento ou survey ................................................................ 48 2.5.5 Estudo de caso ............................................................................... 49 2.5.6 Pesquisa ex-post-facto ou quase experimental .............................. 50 2.5.7 Estudo de campo ............................................................................ 50 2.5.8 Revisão sistemática ........................................................................ 51 3 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ......................... 52 3.1 Observação ........................................................................................... 52 3.2 Entrevista .............................................................................................. 53 3.3 Questionário .......................................................................................... 54 3.3.1 Preâmbulo ...................................................................................... 55 3.3.2 Formato das questões .................................................................... 55 3.3.3 Características físicas do questionário ........................................... 57 3.3.4 Forma de aplicação do questionário ............................................... 57 3.4 Pesquisando material bibliográfico na internet ...................................... 59 4 NORMAS PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHO ACADÊMICO ........... 61 4.1 Formato geral ........................................................................................ 61 4.1.1 Papel .............................................................................................. 61 4.1.2 Margens .......................................................................................... 61 4.1.3 Fonte ..............................................................................................62 4.1.4 Espaçamento .................................................................................. 62 4.1.5 Alinhamento .................................................................................... 63 4.1.6 Paginação ....................................................................................... 64 4.1.7 Títulos e indicativos de seção ......................................................... 64 4.1.8 Siglas .............................................................................................. 65 4.1.9 Ilustrações ...................................................................................... 66 4.1.10 Equações e fórmulas .................................................................... 67 4.1.11 Utilização de negrito, itálico e aspas ............................................. 67 5 CITAÇÕES .................................................................................................. 68 5.1 Regras gerais – citação de texto ........................................................... 68 5.1.1 Citação direta .................................................................................. 69 5.1.2 Citação indireta ............................................................................... 72 5.1.3 Informação verbal ........................................................................... 73 5.1.4 Citação de fonte de trabalho em elaboração .................................. 73 5.1.5 Citação de fonte de documento da internet .................................... 74 5.1.6 Localização ..................................................................................... 74 5.2 Sistema de chamada ............................................................................. 74 5.2.1 Sistema autor e data ....................................................................... 75 5.2.2 Sistema numérico ........................................................................... 77 5.2.3 Apresentação da autoria da citação ............................................... 77 5.2.3.1 Texto com autor único ................................................................. 77 5.2.3.2 Texto com dois ou três autores .................................................... 78 5.2.3.3 Texto com quatro ou mais autores .............................................. 79 5.2.3.4 Sobrenome composto .................................................................. 80 5.2.3.5 Sobrenome com indicação de parentesco ................................... 81 5.2.3.6 Dois ou mais autores com o mesmo sobrenome ......................... 81 5.2.3.7 Documentos do mesmo autor publicados em um mesmo ano .... 82 5.2.3.8 Citações indiretas de diversos documentos de mesma autoria ... 82 5.2.3.9 Citações indiretas de diversos documentos de diversos autores 83 5.3 Notas de rodapé .................................................................................... 83 5.3.1 Expressões latinas .......................................................................... 84 5.3.1.1 Apud ............................................................................................ 84 5.3.1.2 Idem ............................................................................................. 85 5.3.1.3 Ibidem .......................................................................................... 86 5.3.1.4 Opus citatum ................................................................................ 86 5.3.1.5 Passim ......................................................................................... 87 5.3.1.6 Loco citato ................................................................................... 87 5.3.1.7 Conforme ..................................................................................... 88 5.3.1.8 Sequentia..................................................................................... 88 5.3.2 Notas explicativas ........................................................................... 89 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 90 6.1 Elementos da referência ....................................................................... 90 6.1.1 Elementos essenciais ..................................................................... 90 6.1.2 Elementos complementares ........................................................... 91 6.2 Definições ............................................................................................. 91 6.3 Regras gerais ........................................................................................ 92 6.3.1 Ordenação ...................................................................................... 92 6.3.1.1 Autores repetidos ......................................................................... 93 6.3.2 Espaçamento .................................................................................. 93 6.3.3 Alinhamento .................................................................................... 93 6.3.4 Pontuação....................................................................................... 93 6.3.5 Abreviaturas e expressões latinas nas referências ......................... 94 6.4 Apresentação da referência .................................................................. 95 6.4.1 Autor ............................................................................................... 96 6.4.2 Título e subtítulo ............................................................................. 99 6.4.3 Edição ........................................................................................... 100 6.4.4 Local ............................................................................................. 100 6.4.4.1 Cidades homônimas .................................................................. 101 6.4.4.2 Local não informado .................................................................. 101 6.4.5 Editora .......................................................................................... 101 6.4.6 Data .............................................................................................. 102 6.4.7 Descrição física ............................................................................ 102 6.4.8 Parte de uma obra ........................................................................ 103 6.4.9 Capítulo com autoria própria......................................................... 103 6.4.10 Tese, dissertação e trabalho de conclusão de curso .................. 103 6.4.10.1 Trabalho científico consultado na internet ............................... 104 6.4.11 Leis, decretos e portarias ........................................................... 104 6.4.11.1 Leis, decretos e portarias na internet ....................................... 105 6.4.12 Verbete ....................................................................................... 105 6.4.13 Texto bíblico ............................................................................... 106 6.4.14 Relatório ..................................................................................... 106 6.4.15 Evento ........................................................................................ 106 6.4.15.1 Evento ou parte de evento na internet ..................................... 107 6.4.16 Publicação periódica ................................................................... 107 6.4.17 Artigo de uma publicação periódica ............................................ 108 6.4.17.1 Artigo de periódico na internet ................................................. 108 6.4.18 Artigo de jornal ............................................................................ 1086.4.18.1 Artigo de jornal na internet ....................................................... 108 6.4.19 Documento de acesso exclusivo em formato eletrônico ............. 109 6.5 Instrumentos de apoio ......................................................................... 109 6.5.1 Mecanismo online para referências - MORE ................................ 110 6.5.2 Mendeley ...................................................................................... 110 7 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ......... 111 7.1 Projeto do TCC.................................................................................... 111 7.1.1 Estrutura do projeto de pesquisa .................................................. 111 7.2 Versão final do TCC ............................................................................ 112 7.2.1 Estrutura do trabalho de conclusão .............................................. 113 7.3 Abreviaturas de titulação ..................................................................... 115 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 116 APÊNDICE A – Modelo para elaboração de resumo textual ........................ 120 APÊNDICE B – Modelo para elaboração de resumo informativo ................. 121 APÊNDICE C – Modelo para elaboração de cronograma ............................ 122 APÊNDICE D – Exemplo de artigo científico destinado à publicação .......... 123 APÊNDICE E – Exemplo painel .................................................................... 129 APÊNDICE F – Estrutura de trabalhos acadêmicos monográficos ............... 130 APÊNDICE G – Capa e folha de rosto.......................................................... 131 APÊNDICE H – Modelo para folha de aprovação ......................................... 133 APÊNDICE I – Modelo para sumário ............................................................ 134 9 INTRODUÇÃO Ao ingressar na vida acadêmica o aluno vê-se diante de um sistema educacional muito diferente daquele que o acompanhou até então. Os professores, em grande parte, apresentam-se como mediadores, estimulando os alunos a saírem de suas confortáveis e passivas posições de ouvintes para uma situação de interação e participação dinâmica no plano e programa de aula. Diante desse novo cenário não são poucos os alunos que apresentam dificuldades para assimilar as informações que lhes são transmitidas por meio de leituras obrigatórias ou acompanhar o raciocínio imposto pelo sistema interativo das aulas. A esses fatos somam-se os trabalhos acadêmicos. Os estudantes, não instruídos ou estimulados a desenvolverem pesquisas durante o ensino médio, mostram-se como meros “copiadores” de textos e figuras que encontram em uma ou mais fontes bibliográficas, especialmente na Internet. Faltam-lhes noções básicas de metodologia de pesquisa. A elaboração de trabalhos, de diversos tipos, faz parte da formação acadêmica que visa desenvolver pessoas capazes de pensar e agir frente a problemas de ordem prática e científica. Isso requer o desenvolvimento de competências que englobam habilidade e capacidade de compreensão, formulação, criação e redação. Este manual tem como objetivo auxiliar os estudantes e os conduzir no processo de construção de trabalhos acadêmicos. Não se prende apenas nas formas de organização e apresentação destes trabalhos, mas discute conceitos e definições sobre pesquisa e aspectos relativos à metodologia da pesquisa; nele são apresentados elementos que propiciam maior desenvoltura na elaboração de trabalhos acadêmicos desde os requisitados no plano de ensino de uma disciplina até monografias e teses. 10 1 TRABALHOS ACADÊMICOS Os professores das diversas disciplinas, no transcorrer do curso, exigem a apresentação, de forma sistematizada e escrita, de resultados de pesquisas, relatórios e resenhas de livros. Solicitados desde o primeiro semestre, os diversos tipos de trabalhos, denominados acadêmicos, devem ser desenvolvidos e apresentados segundo alguns critérios metodológicos. O estudante universitário, ou acadêmico, está envolvido em um constante processo de pesquisa. Alguns atributos pessoais são desejáveis para a realização desse processo. Um pesquisador, de acordo com Gil (1999), precisa ter curiosidade, conhecimento do assunto, criatividade e integridade intelectual. Necessita, também, de perseverança, disciplina, humildade e ter uma atitude ensinável, isto é, estar disposto e acessível a novos conhecimentos. São vários os tipos de trabalhos acadêmicos e suas denominações, por isso, neste manual serão abordados os mais comuns. 1.1 Resumo Uma proposta didática comum no meio acadêmico, o resumo pode ser entendido como o ato de transformar um texto em outro, ou seja, há um processo de retextualização que compreende uma série de operações textuais-discursivas na transformação de um texto em outro. De acordo com Marcuschi (2001, p. 46) a retextualização “envolve operações complexas que interferem tanto no código como no sentido”. Resumo é definido como uma “apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003c, p. 1). É uma apresentação compacta e seletiva das ideias de uma obra ou texto, ressaltando as principais ideias de seu autor. Salomon (2008, p. 186-187) apresenta a seguinte definição: “Apresentação concisa e frequentemente seletiva do texto de um artigo, obra ou outro documento, pondo em relevo os elementos de maior interesse e importância [...]”. 11 Sua principal finalidade é simplificar a seleção de documento pelo o usuário. Um resumo bem elaborado poupa o tempo do leitor que eliminando a necessidade de acessar o original para tomar a decisão de lê-lo ou não. O resumo deve ser elaborado de acordo com a norma NBR 6028 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que define as regras gerais para sua redação e apresentação. De acordo com a ABNT os resumos são classificados em três tipos: crítico, indicativo e informativo (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003c, p. 1). 1.1.1 Resumo crítico - resenha O resumo crítico é um tipo de redação técnica que avalia sinteticamente a importância de uma obra científica ou literária. Permite a expressão de comentários e opiniões, julgamentos de valor, comparações com outras obras da mesma área e avaliação de sua relevância (ANDRADE, 1997). Apresenta cerca de trinta por cento do texto original, preservando suas ideias fundamentais e possibilita a inserção de opiniões e comentários do resumidor. Alguns professores tendem, por costume, chamar de resenha o resumo crítico elaborado por estudantes como exercício didático. Afirma que a resenha é uma construção técnica mais elaborada, que avalia de forma sintética, mas profunda, a importância de uma obra. De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003c, p.1) o resumo crítico “é um tipo de resumo redigido por especialistas com análise crítica de um documento. Também chamado de resenha. Quando analisa apenas uma determinada edição entre várias, denomina-se recensão”. Usualmente atribui-se o nome de resenha ao resumo crítico publicado em uma revista, jornal ou internet. A resenha crítica de uma obra ou texto é o tipo mais comumente pedido pelos docentes do ensino superior, no entanto existe também a resenha crítica de uma temática na qual o objetivo é apresentar um paralelo entre vários textos com uma mesma temática, construindo-se assim uma síntese e expondo uma opinião sobre a temática a partirda leitura dos textos. A elaboração de um resumo crítico é precedida por um processo acurado de leitura do texto, identificando o tema tratado, o problema abordado, a posição do 12 autor em relação ao assunto e os argumentos utilizados pelo autor para defender seu ponto de vista. De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003c, p. 2) não há limite de palavras para os resumos críticos. Também não há uma estrutura rígida para o seu desenvolvimento, mas, em geral segue-se a seguinte linha: a) título da resenha: nome que apresente alguma relação com a obra (ou obras) e expresse o posicionamento do “resenhista” sobre o(s) conteúdo(s); b) cabeçalho: transcrição dos dados bibliográficos da obra (titulo, autor, cidade, editora, número de páginas); no caso de mais de um texto este procedimento deve ser feito para todos. c) informações sobre o autor da obra: informações sobre o autor(es) da(s) obra(s) (sua área de formação e especialização, ocupação profissional, outras obras publicadas, etc.); d) exposição compacta do conteúdo da obra: apresentação compacta do conteúdo da(s) obra(s) abordando seus pontos mais significativos, expondo por partes as principais ideias do texto. Devem ser suprimidos todos os recursos gráficos e citações, exceto em casos bem específicos e essenciais para corroborar uma ideia; e) comentário crítico: avaliação do resenhista sobre a(s) obra(s) apresentando sua crítica pessoal, ou seja, apreciação das ideias do autor frente a outras obras e autores, avaliação da qualidade do(s) texto(s), sua validade e profundidade. Em seu desenvolvimento devem ser ressaltados tanto os aspectos positivos quanto negativos da(s) obra(s). A análise deve focar o conteúdo da obra(s); e, f) informações sobre o autor da resenha: nome e qualificação. Por ser destinada à publicação, a resenha segue normas de estruturação determinadas pelo editor. Assim é a revista que determina onde e como escrever o nome do resenhista (se abaixo do título, no final, a quantos centímetros da margem, etc.), quantos parágrafos utilizar, o número mínimo e máximo de linhas, a utilização de tópicos e subtítulos, etc. Para trabalhos disciplinares esses parâmetros devem ser definidos pelos próprios professores, respeitando-se a estrutura geral de formatação de trabalhos científicos definida na norma ABNT NBR 14724. 13 1.1.2 Resumo indicativo ou descritivo O resumo indicativo ou descritivo apresenta “[...] apenas os pontos principais do documento, não apresentando dados qualitativos, quantitativos etc. De modo geral, não dispensa a consulta ao original” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003c, p. 1). É construído com frases curtas e em parágrafo único. Cada frase, geralmente, corresponde a um elemento fundamental do texto. É compacto, seu tamanho é de, no máximo, vinte linhas. Descreve apenas a natureza da obra e de seus objetivos e, por isso, não dispensa a leitura integral do texto original. É adequado à literatura de prospectos (catálogo de editoras, livrarias, etc.). Sua estrutura é formada por referência da obra em estudo, conteúdo do resumo e palavras-chave. 1.1.3 Resumo informativo Corresponde à explicitação dos principais tópicos do texto ou do trabalho e indicação sucinta de seus conteúdos. “Informa ao leitor finalidades, metodologia, resultados e conclusões do documento, de tal forma que este possa, inclusive, dispensar a consulta ao original”. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003c, p. 1) O resumo pode se apresentar de várias formas, conforme o objetivo a que se destina. No sentido estrito, padrão, deve reproduzir as opiniões do autor do texto original, a ordem como essas são apresentadas e as articulações lógicas do texto, sem emitir comentários ou juízos de valor. Além disso, deve apresentar informações suficientes ao leitor para que este possa decidir sobre a conveniência da leitura do texto inteiro. Neste manual apresentam-se dois tipos de resumo: resumo textual, aquela que identifica as ideias centrais e secundaria de um texto e que corresponde à síntese do que foi lido; e o resumo destinado a trabalhos científicos (artigos, monografias, dissertações, etc.) e, nesse sentido, deve representar uma condensação do conteúdo do trabalho “mostrando uma relação entre as ideias do autor e seus pontos de discussão [...]” (MACEDO, 1994, p. 38). 14 Resumo textual: tem como função a apresentação concisa dos pontos relevantes de modo sucinto e sintético, seletivos à apenas as ideias do texto. Deve ser redigido em linguagem objetiva; evitar a repetição de frases inteiras do original; respeitar a ordem em que as ideias ou fatos são apresentados; não deve apresentar juízo valorativo ou crítico; e deve dispensar a consulta ao original. Antes de resumir é necessário; ler o texto inteiro, sublinhar, destacar ou anotar o esquema de ideias ou fatos relevantes antes de prosseguir à construção textual. Embora devam-se evitar copias do texto original, se necessárias as citações de até três linhas devem ser feitas, entre aspas, no corpo do texto, colocando-se entre parênteses o número da página da qual o texto foi extraído; citações acima de três linhas devem ser apresentadas fora do corpo do texto sem aspas em fonte menor (ABNT). Recomenda-se que o resumo não exceda à trinta por cento do número total de linhas do texto resumido; sua apresentação deve conter exposição compacta do conteúdo da obra desenvolvido na terceira pessoa do singular e o verbo na voz ativa (o sujeito praticante da ação); referência bibliográfica (de acordo com as normas da ABNT) do texto original; e informações sobre o autor do resumo, nome e qualificação. O texto deve ser escrito digitado e entregue em folha A4; ter espaçamento 1,5 entre linhas e duplo entre os parágrafos; as margens superior e esquerda: 3 cm, inferior e direita: 2,0 cm; a fonte do texto deve ser Arial ou Times New Roman; o tamanho da fonte 12 (para citações fora do corpo do texto usar fonte tamanho 10, espaçamento simples); e o alinhamento deve ser justificado, com recuo no parágrafo inicial. O Apêndice A apresenta um modelo de resumo textuais. Resumos de trabalhos científicos: De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003c) algumas recomendações devem ser observadas durante a sua elaboração: o resumo deve ser composto de uma sequência coerente de frases concisas; não se deve elaborá-lo como uma enumeração de tópicos; o texto deve ser desenvolvido, preferencialmente, na terceira pessoa do singular e com o verbo na voz ativa; 15 deve ser escrito em parágrafo único e com o mesmo tipo de fonte (Arial ou Times New Roman) aplicado em todo o documento; não utilizar citações e referências bibliográficas; evitar o uso de frases negativas assim como símbolos e contrações que não sejam de uso corrente; somente usar fórmulas, equações, diagramas, etc., que sejam absolutamente necessárias; quando seu emprego for imprescindível, defini-las na primeira vez que aparecerem; evitar adjetivos, advérbios, neologismos, explicações desnecessárias e, também, a apresentação de dados irrelevantes ou redundantes; não incluir opiniões ou observações avaliativas e não usar expressões similares a “Neste documento é discutido...”, “O documento conclui que...”, “aparentemente é...”, “O trabalho trata de...”, etc.; a primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal do documento; os objetivos devem ser descritos objetivamente para apresentar na sequência, de forma igualmente concisa, os métodose técnicas de abordagem; nos resultados, devem ser ressaltadas as descobertas, confirmações ou contradições, relações e efeitos novos verificados; descrever as conclusões, isto é, as consequências dos resultados e o modo como eles se relacionam aos objetivos propostos no documento. As seguintes extensões são recomendadas para o resumo: a) para indicações breves: de cinquenta a cem palavras; b) para relatórios e artigos científicos: de cem a 250 palavras; c) para teses e dissertações: de 250 a quinhentas palavras. Quanto à formatação, deve ter alinhamento justificado em um único parágrafo, sem recuo, com frases completas e espaçamento entrelinhas de 1,5 linhas. Logo abaixo do texto do resumo são indicadas palavras-chave (mínimo três e máximo cinco) representativas do conteúdo do documento, separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto. A expressão Palavras-chave deve ser iniciada em maiúsculo e as demais letras em minúsculo, seguida de dois pontos. As 16 palavras-chave devem figurar a uma entrelinha de 1,5 linhas do texto, rente à margem esquerda. Estas palavras deverão estar contempladas no referencial teórico do estudo e tem como propósito identificar rapidamente a temática do trabalho e facilitar a indexação. O Apêndice B apresenta um modelo de resumo para trabalhos científicos. 1.2 Projeto de pesquisa É um documento que apresenta uma proposta de pesquisa. É a primeira etapa de um trabalho científico. Corresponde à previsão de todos os procedimentos necessários para construção de um trabalho científico. É um estudo preliminar da questão a ser investigada. O projeto não é um trabalho monográfico. É tão somente um plano de estudos, instrumento no qual o pesquisador esboça um experimento antes mesmo de por em experiência a pesquisa. No projeto é hora de planejar, de traçar o caminho mais eficiente até o objetivo que se pretende alcançar; mais ainda, de definir que objetivo é este. Assim, o projeto é o instrumento por meio do qual o pesquisador adquire clareza quanto ao que ele quer com sua pesquisa e ao curso que ela pode tomar. (KAHLMEYER-MERTENS et al, 2007, p. 31) O projeto não traz respostas, recomendações ou conclusões. Nele são apresentados o tema de pesquisa, a delimitação do tema, o problema, a justificativa para o seu desenvolvimento, as hipóteses ou questões norteadoras, o objetivo geral e os objetivos específicos, as limitações e os procedimentos metodológicos. Além desses elementos devem ser informados o cronograma, referencial teórico e bibliografia preliminar. Ao estruturá-lo verifique se o seu conteúdo responde de forma clara e objetiva as seguintes perguntas: Seu conteúdo deve oferecer respostas claras e objetivas às seguintes perguntas: o que será estudado? por que será pesquisado? como será realizado? para que será elaborado? 17 O estilo redacional deve ser regido com o verbo no tempo ativo (presente), na terceira do singular, exceto na apresentação dos procedimentos metodológicos que deve ser escrito com o verbo no futuro do presente. O projeto de pesquisa é um trabalho científico regido por normatização específica - a ABNT NBR 15287. A estrutura de apresentação deve conter os seguintes tópicos: apresentação do tema e sua delimitação; o problema de pesquisa; hipóteses (prováveis respostas ao problema); objetivos (correspondem às pretensões do pesquisador em relação ao tema); justificativa (a relevância social, organizacional e científica do tema); referencial teórico (apresentação de conceitos importantes para fundamentar o desenvolvimento da pesquisa); metodologia (informação detalhada do delineamento da pesquisa, destacando o tipo de pesquisa, as técnicas adotadas e sua análise); cronograma (apresentando as tarefas e período provável de execução); e, referências (lista dos documentos pesquisados, apresentados de acordo com a norma ABNT NBR 6023). 1.2.1 Título do trabalho Deve ser um nome que expresse seu conteúdo, que evidencie o tema do estudo. Preferencialmente devem ser utilizadas expressões claras. Evite nomes muito extensos; um bom título é conciso; não oferece muitos detalhes e procura atrair o interesse do leitor através da síntese de ideias. Títulos extensos podem confundir o leitor. Utilize subtítulo apenas quando realmente necessário, para tornar mais claro o conceito ou intuito do trabalho. Pode ser alterado no decorrer do desenvolvimento da pesquisa em função da evolução dos estudos. 18 1.2.2 Tema De acordo com Waslawick (2009) tema é uma área de conhecimento ou um aspecto de uma área de conhecimento que se deseja investigar e desenvolver; ou seja, é a parte de uma área de conhecimento que poderá merecer uma investigação mais detalhada. É a identificação de um campo de estudo integrante de uma grande área de conhecimento. É importante que o tema esteja vinculado a uma área de conhecimento com a qual o pesquisador ou estudante tenha alguma familiaridade ou interesse específico, e que, de alguma forma, esteja vinculada com a sua atividade acadêmica, com sua realidade social ou profissional. (BARRETO; HONORATO, 1998, p. 62). O tema de pesquisa é, na verdade, uma área de interesse a ser abordada. É uma primeira delimitação, ainda ampla. São exemplos de tema: qualidade de vida no trabalho; assédio moral; comportamento do consumidor; responsabilidade socioambiental; educação corporativa; endomarketing; etc. Percebe-se, assim, que tema é o assunto, é aquilo que trata o trabalho que se pretende redigir. É o aspecto mais genérico de um assunto dentro de uma área de conhecimento. O tema deve mostrar qual o objeto da pesquisa. A definição do tema envolve a determinação do objeto de pesquisa e sua delimitação. Delimitar é indicar a abrangência do estudo, estabelecendo alguns limites ao tema. Assim, tema de pesquisa refere-se à matéria, ou, a definição do que será estudado enquanto a sua delimitação consiste em determinar qual a profundidade, abrangência ou limites do estudo. Ao ser delimitado, o tema deverá apresentar qual o enfoque (uma parte do todo - o tema), em que espaço (geográfico) e tempo (histórico) a pesquisa será realizada. A delimitação oferece resposta para perguntas do tipo: quando? onde? como? quem? por que? 19 1.2.3 Problema Antecedendo a elaboração do projeto o aluno deve desenvolver uma ideia clara do problema a ser resolvido ou da dúvida a ser elucidada. De acordo com Cooper e Schindler (2011) todas as pesquisas, independentemente do tipo, são baseadas na solução de problemas. O problema de pesquisa não está associado ao desconhecimento ou dúvida do pesquisador em relação a um assunto. “Problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de alguma coisa de real importância, para a qual se deve encontrar uma solução” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p.143); para Gil (2002, p. 49) “[...] problema é qualquer questão não resolvida e que é objeto de discussão, em qualquer domínio do conhecimento”. O problema de pesquisa é muito importante e, como tal, deve ser cuidadosamente formulado. Ele é o mapa que direciona as etapas seguintes do trabalho, além de revelar a importância do trabalho. Dessa forma o sucesso da pesquisa dependerá da formulação adequada do problema; um problema mal formulado acarretará em procedimentos metodológicos incorretos, obtenção de dados inadequados e conduzir o pesquisador a falsas conclusões. Além disso, de acordo com Dery (2000), os trabalhos acadêmicos devem produzir conhecimentosrelevantes e oferecer alguma forma de melhoria a determinados assuntos. Embora não exista uma regra definida para formulação do problema, na literatura especializada podem ser encontradas várias sugestões sobre o assunto. Gil (2002, p. 26) destaca algumas regras práticas para a sua formulação: “[...] (a) o problema deve ser formulado como pergunta; (b) o problema deve ser claro e preciso; (c) o problema deve ser empírico; (d) o problema deve ser suscetível de solução; e, (e) o problema deve ser delimitado em uma dimensão viável”. 1.2.4 Hipóteses Hipóteses são respostas provisórias e possíveis ao problema da pesquisa. Direcionam os primeiros passos da investigação e a busca de outras informações. Devem apresentar especificidade, não incluir valores morais, conter sustentação 20 teórica, serem elaboradas de forma afirmativa e explicativa. Hipótese, pressuposto e evidência prévia não são sinônimos. É preciso não confundir hipótese com pressuposto, com evidência prévia. Hipótese é o que se pretende demonstrar e não o que já se tem demonstrado evidente, desde o ponto de partida. Muitas vezes, ocorre esta confusão, o se tomar como hipóteses proposições já evidentes no âmbito do referencial teórico ou da metodologia adotados. E, nestes casos, não há mais nada a demonstrar, e não se chegará a nenhuma conquista e o conhecimento não avança. (SEVERINO, 2002, p. 161) As hipóteses são elementos presentes em pesquisas quantitativas (em capítulo específico são explicados os tipos de pesquisa) e sua construção envolve a aplicação de uma técnica estatística apropriada. Nas hipóteses busca-se a probabilidade de haver uma relação – de associação, causalidade ou dependência – entre as variáveis estabelecidas. Elas são formuladas como afirmações que a pesquisa poderá confirmar ou refutar. Entretanto, nem todo tipo de pesquisa necessita da construção de hipóteses. Em uma pesquisa qualitativa, trabalha-se com questões norteadoras, deduzidas a partir do problema de pesquisa, que funcionam como um roteiro para a obtenção da resposta ao problema. Em um estudo de caso são utilizadas proposições que têm o mesmo objetivo das hipóteses, mas sem o rigor estatístico exigido por estas. 1.2.5 Objetivos Relacionam-se com a visão global do tema e com os procedimentos práticos. Os objetivos definem a intenção da pesquisa; indicam o que se pretende conhecer ou provar, apontam o alvo a ser alcançado. São responsáveis pela orientação do embasamento teórico e dos procedimentos metodológicos da pesquisa. Os objetivos são formulados alinhados à justificativa e ao problema proposto. Seus enunciados devem iniciar com um verbo no infinitivo indicando uma ação passível de mensuração. Devem ser iniciados, sempre, com um verbo no infinitivo, indicando a ação e, além disso, redigido na forma gramatical direta. 21 Uma ação é materializada através de um verbo, o que torna importante sua adequada escolha, utilizando aquele que exprime de maneira exata a ação pretendida pelo pesquisador (BARRETO; HONORATO, 1998). Assim, os verbos utilizados na formulação de um objetivo devem ser claros, não podem ser ambíguos. Kahlmeyer-Mertens et al. (2007, p. 45) associam alguns verbos a determinados tipos de pesquisa: a) exploratória: investigar, pesquisar, apontar, identificar, levantar, grifar, sublinhar, verificar, grifar, avaliar e comparar; b) descritiva: descrever, delimitar, determinar, definir e traçar; c) explicativa: elucidar, explicar e esclarecer. Esses autores complementam destacando que devem ser evitados os verbos achar, gostar, desejar, conscientizar, acreditar e opinar por ausência de objetividade. Podem ser divididos em objetivo geral e objetivos específicos. a) objetivo geral: é formulado a partir do problema. Esclarece e direciona o foco da pesquisa. Indica o resultado pretendido. Deve ser escrito de forma mais objetiva e clara possível. Há apenas um objetivo geral que traduz o fim único da pesquisa; b) objetivos específicos: são desdobramentos do objetivo geral. Definem os diferentes pontos a serem abordados para concretizar o objetivo geral. Para cada hipótese, pressuposto ou questão norteadora deve-se estabelecer ao menos um objetivo específico. 1.2.6 Justificativa A justificativa é uma importante parte do trabalho. É uma exposição sucinta, porém completa, dos motivos de ordem teórica e prática que apontam para a importância do estudo. É o local em que se apresentam os argumentos que demonstram sua importância. É o momento de mostrar os motivos pelos quais o assunto foi escolhido; quais são suas colaborações nos campos científico e social; e, quais suas contribuições, de ordem teórica ou prática, para as organizações. Em outras palavras, a justificativa evidencia de que modo os resultados da pesquisa poderão contribuir para solucionar ou melhorar a compreensão do problema formulado. 22 De acordo com Silva e Menezes (2001, p.31), para elaborar a justificativa o pesquisador deve perguntar-se: O tema é relevante? Por quê? Quais pontos positivos podem ser percebidos? Quais vantagens ou benefícios são apresentados? Para um projeto de pesquisa, além de destacar as contribuições teóricas ou práticas que o trabalho poderá trazer a justificativa também deve demonstrar a viabilidade financeira, material (equipamentos e informações) e temporal de o projeto ser executado. A justificativa deve ser elaborada em texto único, sem tópicos. 1.2.7 Referencial teórico O referencial teórico, também denominado de revisão de literatura ou de fundamentação teórica, é a apresentação sistematizada do conhecimento acumulado envolvendo o tema delimitado para o projeto. Esta parte do trabalho deve apresentar um texto bem articulado e focado, expondo objetivamente os principais conceitos e ideias discutidas por outros autores que exploraram o tema. Devem ser citadas as contribuições dos principais autores que escreveram sobre este tema. O propósito é apresentar os resultados de outros estudos, relatando suas descobertas e aspectos pouco explorados ou questões que ficaram sem respostas. É importante observar que sua elaboração não representa uma simples aglutinação de partes de outros trabalhos, juntando citações dos documentos consultados, mas uma articulação de ideias aderentes ao problema formulado; devem estar relacionadas aos objetivos e hipóteses do trabalho. Deve, ainda, oferecer elementos básicos para apoiar a análise e interpretação dos dados coletados na pesquisa, auxiliando a elaboração da conclusão e relatório final. Para Luna (1998) o processo de revisão da literatura pode ser realizado com os seguintes propósitos: a) determinação do estado da arte: o pesquisador procura evidenciar, por meio da literatura apresentada, o seu nível de conhecimento sobre o tema. Indicam-se os aspectos não explorados ou explorados superficialmente, e onde se encontram os principais entraves teóricos ou metodológicos; 23 b) revisão teórica: corresponde à explicação de um problema de pesquisa por meio de sua inserção em um quadro de referência teórica. Utiliza-se quando o problema em estudo é gerado por uma teoria particular ou quando é gerado ou explicado por várias teorias; c) revisão empírica: explicação de como o problema vem sendo pesquisado do ponto de vista metodológico. Procura respostas ao seguinte questionamento: quais os procedimentos normalmente empregados no estudo desse problema? Que fatores vêm afetando os resultados? Que propostas têm sido feitas para explicá-los ou controlá- los? Que procedimentos vêm sendoempregados para analisar os resultados? Há relatos de manutenção e generalização dos resultados obtidos? Do que elas dependem? e; d) revisão histórica: apresentação da evolução de um conceito, tema, abordagem ou outros aspectos fazendo a inserção dessa evolução dentro de um quadro teórico de referência que explique os fatores determinantes e as implicações das mudanças. A elaboração da fundamentação teórica envolve um tipo de pesquisa exploratória - a metodologia de pesquisa bibliográfica. A Pesquisa Bibliográfica é baseada na análise da literatura já publicada em forma de livros, artigos de revistas especializadas, publicações científicas, jornais e literatura disponibilizada na Internet. Os tipos de pesquisa são apresentados no capítulo 2. Todo o material consultado e utilizado na redação do trabalho, tanto na forma direta (sentença) como na indireta (ideia ou conceito), deve ser acompanhado da citação de seus autores, conforme a norma ABNT NBR 10520. O conteúdo desta norma é apresentado no capítulo 5. Para pesquisas que são puramente teóricas, ou seja, aquelas em que todos os dados foram colhidos de material escrito (documentos e publicações científicas), a revisão da literatura passa a ser o próprio resultado de sua pesquisa. Neste sentido, ela deve estar bastante fundamentada. 1.2.8 Metodologia Apresentação do conjunto de técnicas e processos empregados na verificação das questões de pesquisa ou hipóteses. Descreve o modo como os 24 objetivos do projeto serão alcançados, indicando tanto os tipos de pesquisa quanto as técnicas de coleta e análise de dados. Os procedimentos metodológicos respondem às questões: como? Com quê? Onde? Nesta parte são descritos os métodos de abordagem (relacionados à concepção teórica usada pelo pesquisador) e métodos de procedimento (que mostram o procedimento que será utilizado na análise dos dados) da pesquisa. Devem ser claramente identificados o tipo de pesquisa e os instrumentos a serem utilizados para testar suas hipóteses e coletar, analisar e processar seus dados. Os métodos e técnicas selecionados devem permitir que os objetivos inicialmente propostos sejam alcançados atendendo aos critérios de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais confiabilidade de informação (BARRETO; HONORATO, 1998). Os métodos de pesquisa são apresentados no capítulo 2. A redação desta parte deve seguir uma sequência lógica que facilite ao leitor a sua compreensão. O nível de detalhe deve possibilitar que outro pesquisador possa repetir todos os procedimentos, de forma independente. É importante observar que para o projeto de pesquisa esta parte do trabalho deverá ser redigida com os verbos no tempo futuro (indicando algo a ser realizado). Para auxiliar o aluno pesquisador apresentam-se, na sequência, alguns passos que poderão ser úteis na elaboração de seu projeto. 1.2.8.1 Identificação do campo de pesquisa De acordo com o propósito da pesquisa, o aluno pesquisador deverá prever no projeto quais os procedimentos que tomará para diagnosticar seu campo de pesquisa. 1.2.8.2 Identificação do universo ou população Um importante passo na elaboração do projeto de pesquisa – e para sua execução – é a determinação do universo em que ela será aplicada e qual a amostra selecionada. Isso é necessário em função de as pesquisas sociais contemplarem um universo de elementos muito grande, o que inviabiliza estudá-lo em sua totalidade. 25 Entende-se por universo ou população alvo “[...] o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”. (LAKATOS; MARCONI, 2010, p. 223). Deve-se selecionar o mais preciso possível o universo da pesquisa definindo: a) quem observar; b) local; c) circunstâncias nas quais a população será observada. 1.2.8.3 Definição da amostra Amostra é parte do universo, selecionada de acordo com regra própria. Gil (1999) conceitua amostra como um subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam suas características. De acordo com Cooper e Schindler (2011) a validade da amostra depende de duas considerações: acurácia e precisão. A acurácia refere-se ao grau em que os vieses ficam de fora da amostra, evitando valores que possam comprometer sua qualidade; enquanto que a precisão admite previamente os erros e falhas da amostragem, definindo assim o chamado erro padrão de estimativa. Esses autores descrevem dois tipos de amostras: a amostra probabilística, que é baseada na seleção aleatória, obedece as leis da estatística que assegura que todos os elementos da população tenham uma chance de seleção conhecida e diferente de zero; e, não-probabilística, que depende do critério do pesquisador, e no seu julgamento para a produção de uma amostra fiel à população, pode ser acidental (composta por acaso, com indivíduos que vão aparecendo) ou intencional (escolha, por julgamento, de casos que representem a população). 1.2.8.4 Cálculo da amostra Alguns aspectos devem ser considerados para que uma amostra represente com fidedignidade as características do universo: a extensão do universo, os recursos existentes, o nível de confiança estabelecido, o erro máximo permitido e a percentagem com a qual o fenômeno se verifica. Para Gil (2002) alguns princípios influenciam e ajudam a definir o tamanho da amostra: quanto maior a dispersão ou as variáveis da população, maior deve ser a amostra; 26 quando maior a precisão desejada, maior a amostra; quanto menor a amplitude de intervalo, maior a amostra; quanto maior o nível de confiança na estimativa, maior a amostra; quanto maior o número de subgrupos de interesse na população maior a amostra; e, se o tamanho da amostra for maior do que 5% da população, ele poderá ser reduzido sem que isso implique em perda de precisão. Richardson (2007) descreve que em relação ao tamanho, a amostra deve ter um número mínimo de elementos que são determinados estatisticamente. Esse autor destaca que o tamanho da amostra depende dos fatores: da amplitude da população, cujo universo pode ser finito (até cem mil elementos) ou infinito; e, do nível de confiança estabelecido. Nas ciências sociais se aceitam trabalhos com nível de confiança de 95% (dois desvios padrões) ou mais. Nível de confiança “é o erro que o pesquisador está disposto a aceitar no estudo. [...] o pesquisador normalmente irá escolher um nível de confiança de 95% (5% de chance de erro) ou de 99% (1% de chance de erro)”. (REA; PARKER, 2002, p. 123). Para ilustrar o cálculo do tamanho de uma amostra considere a situação em que uma empresa com mil colaboradores deseja reduzir o nível de absenteísmo de seu quadro. Algumas pesquisas preliminares indicaram que cerca de 10% dos colaboradores faltam ao trabalho, mas não determinaram por quais motivos. O pesquisador decide buscar as razões mais comuns para as ausências e, para tal, estimou o nível de confiança de 95% e um erro máximo de 3%. Dessa forma, identifica-se que: n = tamanho da amostra que se deseja conhecer; σ² = nível de confiança escolhido, em número de desvios-padrão (2); p = porcentagem com a qual o fenômeno se verifica (10) q = porcentagem complementar (90) N = tamanho da população (1000) e² = erro máximo permitido (3) A fórmula utilizada para o cálculo é a seguinte: n = σ 2 *p*q*N e 2 *(N-1) + σ 2 *p*q n = 2 2 *10*90*1000 3 2 *(1000-1) + 2 2 *10*90 27 Substituindo-se os números na fórmula: n== = 285,92 = 286 Nesse exemplo o pesquisador deveria coletar os dados com 286 colaboradores para possibilitar a determinação de quais seriam as principais causas do absenteísmo entre o corpo de trabalhadores da empresa. Entretanto, se não existisse informações suficientes que permitissem identificar a frequência com que o fenômeno se verifica (valor de “p”), adotar-se-ia o valor de 50% para “p” e “q”. Nesse caso a amostra seria de: n= = = 526,57 = 527 Assim, o desconhecimento da frequência exigiria a realização da pesquisa com 527 trabalhadores, se o pesquisador desejar manter um erro de 3%. 1.2.8.5 Ferramenta de apoio para cálculo da amostra Na internet é possível encontrar aplicativos que determinam o tamanho da amostra. Uma calculadora interessante pode ser encontrada no endereço eletrônico http://www.publicacoesdeturismo.com.br/calculoamostral/. 1.2.9 Cronograma Todo projeto de pesquisa está condicionado a um prazo para sua realização. O cronograma é a explicitação da previsão do tempo necessário para a realização do trabalho de acordo com as atividades a serem cumpridas. É um plano de execução com detalhamento do tempo que se pretende empregar para a execução para cada uma das atividades de pesquisa descritas no projeto. As atividades e respectivos períodos necessários para realização devem ser definidos a partir das características e dos critérios de pesquisa determinados pelo pesquisador. 4*10*90*1000 9*999 + 4*10*90 3600000 12591 4*50*50*1000 9*999 + 4*50*50 10000000 18991 28 Deve ser construído com seriedade e realismo, pois é um importante instrumento de gestão da evolução do projeto. O tempo pode ser expresso em dias, semanas ou meses. O Apêndice C apresenta um modelo de cronograma. 1.2.10 Referências Todas as obras citadas no desenvolvimento do trabalho, apresentadas em uma lista alfabeticamente ordenada, constituem as referências bibliográficas ou simplesmente referências. Nessa relação são identificadas todas as fontes citadas em qualquer parte do trabalho, isto é, no corpo do texto, nas ilustrações, nas tabelas ou nas notas de rodapé. Ressalte-se que referências e bibliografia não possuem o mesmo significado. Referências são as obras efetivamente citadas no trabalho enquanto a Bibliografia é mais ampla, incluindo obras sobre o tema que não foram mencionadas no trabalho. Sua elaboração segue algumas recomendações específicas. O título não pode ser numerado, deve ser escrito em letras maiúsculas e centralizadamente. As obras, ou entradas, devem ser digitadas usando espaço entrelinhas simples e com uma linha em branco entre cada entrada. As obras, independentemente da mídia em que estão registradas, devem ser colocadas em ordem alfabética e, em ordem crescente de data, para referenciar dois ou mais artigos de um mesmo autor. A confecção das referências bibliográficas, assim como a bibliografia, segue as determinações contidas na norma ABNT NBR 6023, cujas recomendações são apresentadas no capítulo 6. 1.2.11 Falhas comuns na elaboração de um projeto de pesquisa Quer por negligência, despreparo ou descuido há uma série de falhas que, com alguma frequência, são percebidas na elaboração dos projetos de pesquisa. Esta relação tem por objetivo alertar o aluno acerca desses equívocos a fim de possibilitar a sua prevenção: Objetivo amplo e geral. Os objetivos devem ser específicos, realistas e exequíveis. Levantar dados apenas conceituais é inadequado; 29 O projeto de pesquisa não é uma descrição de práticas ou coletânea de informações. O projeto deve apresentar relevância científica e conter um problema a ser investigado, sem isso não há pesquisa; Projeto com múltiplos problemas ou objetos de investigação. O projeto deve conter apenas um objeto de investigação; Revisão de literatura incompatível ou inadequada ao tema e aos objetivos da pesquisa; Descrição inadequada da metodologia ou dos procedimentos de pesquisa. É importante consultar livros de metodologia científica para determinar os procedimentos metodológicos apropriados para a realização do trabalho. 1.3 Artigo científico Os artigos científicos são trabalhos acadêmicos de reduzidas dimensões, porém completos, e que apresentam resultados de investigações científicas, comunicam ideias e informações sobre um tema único e bem delimitado. Por ser completo, possibilita sua repetição por outra pessoa. “Apresentam o resultado de estudos ou pesquisas e distinguem-se dos diferentes tipos de trabalhos científicos pela sua reduzida dimensão e conteúdo”. (MARCONI; LAKATOS, 2007, p. 261) Destaque-se a sua diferença em relação a um artigo simples, que aparece em jornal, revista ou internet, analisando ou criticando um fato ou assunto determinado. Neste caso, é apenas um texto opinativo escrito por um colunista, jornalista ou analista especializado em uma área do conhecimento humano. Um artigo científico pode ser definido como “parte de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2003a, p. 2). Corroborando com esse conceito, Marconi e Lakatos (op. cit.) afirmam que esse tipo de trabalho não se constitui em matéria de um livro, mas é parte de revistas ou periódicos especializados. Sheibel e Vaisz (2005) apontam algumas finalidades dos artigos científicos entre as quais se destaca a comunicação de resultados de pesquisas, ideias e debates de uma maneira clara, concisa e fidedigna, refletindo a análise de um determinado assunto em certo período de tempo. 30 Essas autoras destacam que sua principal característica é “a publicação em periódicos ou revistas científicas especializadas para levar o conhecimento dos resultados de uma pesquisa bibliográfica, documental ou de campo, proporcionando ao leitor a compreensão de determinadas questões”. (SHEIBEL; VAISZ, 2005, p. 59) Por essa característica várias instituições de ensino superior o utilizam como exigência final de cursos de graduação ou pós-graduação, figurando nesses casos como trabalho de conclusão de curso (TCC) ou monografia. Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003a, p. 3) o artigo pode ser: a) Original ou divulgação: parte de publicação que apresenta temas ou abordagens originais e podem ser: relatos de caso, comunicação ou notas prévias; ou, b) Revisão: os artigos de revisão analisam e discutem trabalhos já publicados, revisões bibliográficas entre outros. 1.3.1 Estrutura do artigo científico O artigo científico tem a mesma estrutura orgânica exigida para trabalhos científicos, isto é, apresenta elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais. Há algumas diferenças sutis em função de sua destinação. Artigos destinados à publicação devem seguir, além das especificações das normas ABNT, as recomendações ditadas pela revista especializada, coordenação do congresso ou seminário. Neste caso são submetidos a comissões e conselhos editoriais dos periódicos, que avaliam sua qualidade, relevância e adequação à revista. O Apêndice C apresenta um modelo de artigo para publicação em periódicos especializados. Artigos elaborados como TCC devem possuir, no máximo, trinta páginas e seguem a mesma formatação aplicada às monografias. Estas especificações são apresentadas no capítulo 1.5.2 e ilustradas no Apêndice E.31 1.4 Painel, pôster ou banner O painel é uma forma de exposição de trabalho ou pesquisa científica. É um material afixado em locais específicos, normalmente de elevado fluxo de pessoas, com o autor posicionando-se ao seu lado, à disposição para fornecer eventuais esclarecimentos que forem solicitados pelos observadores. O painel pode conter os mesmos elementos de um artigo, porém com volume reduzido de informações escritas. As letras devem ser visíveis, a linguagem clara e objetiva. Se necessário, e possível, ilustrar com tabelas, gráficos ou figuras. Deve ser elaborado obedecendo à seguinte estrutura: • título do trabalho completo em português; • autor (precedido da respectiva titulação, quando aplicável); • orientador (titulação e nome); • resumo em português, que deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do documento, conforme ABNT NBR 6028; • as palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo, antecedidas da expressão Palavras-chave, separadas entre si por ponto e um espaço em branco, e finalizada também por ponto. Deve ser evitado o uso de palavras genéricas, ambíguas ou combinações longas, dê preferência a palavras ou termos específicos; • após o resumo e as palavras-chave, apresenta-se a introdução. Nesta seção devem constar a delimitação do assunto tratado, os objetivos da pesquisa e outros elementos necessários para situar o tema explorado; • em seguida desenvolve-se a parte principal do artigo, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto tratado. Divide-se em seções e subseções, conforme a ABNT NBR 6024, que variam em função da abordagem do tema e do método. Nesta parte deve constar o referencial teórico do estudo, a metodologia utilizada para a execução da pesquisa e a análise dos resultados obtidos; • na finalização apresenta-se a conclusão ou considerações finais correspondentes aos objetivos e hipóteses do estudo; e, • O painel deve ser fechado com as referências bibliográficas (elemento obrigatório, elaborado conforme a ABNT NBR 6023). 32 O pôster deve ser confeccionado em polietileno, lona ou outros materiais resistentes (deve-se evitar o uso de papel com gramatura igual ou inferior a cem gramas). Normalmente a entidade organizadora do evento publica recomendações para as dimensões e formatação do pôster. Para os trabalhos promovidos pelo Departamento de Ciências Exatas e Gerenciais da FMU, as recomendações são: O tamanho padrão do pôster é 0,90 cm de largura e 1,20 cm de comprimento, com bastões para acabamento nas extremidades superior e inferior. Atentar para que o pôster tenha cordão para ser pendurado nos locais de exposição; O logotipo da instituição deve estar posicionado na parte superior direita do pôster (o logotipo da FMU deve seguir as recomendações apresentadas no “Manual de identidade visual: normas e padrões de utilização”); Utilizar apenas um único tipo de fonte - ARIAL; Título e subtítulo: escrito em letras maiúsculas e em negrito; o tamanho da fonte deve permitir sua leitura a três metros de distância, sugere-se fonte de tamanho 54 a 70; Autores: posicionado logo abaixo do título, informados do seguinte modo – SOBRENOME, Nome autor 1; SOBENOME, Nome autor 2; ... Utilize fonte de tamanho 40 a 52; Orientador: posicionado abaixo dos autores, estruturado da seguinte forma – Orientador: Titulação. Nome Sobrenome. Use fonte de tamanho 36 a 48; Resumo: escrito em português. Deve possibilitar sua leitura a um metro de distância. Sugere-se o uso de fonte de tamanho 20 a 30; Palavras-chave: indicar de três a cinco palavras. Cada palavra é iniciada por letra maiúscula, encerrada por ponto e separada com um espaço em branco da próxima palavra; Estruture a parte textual em duas colunas com iguais dimensões. Utilize fonte de tamanho 24 a 30; 33 As citações devem seguir as determinações da norma ABNT NBR 10520. Podem ser referenciadas por fonte de tamanho ligeiramente menor. Sugere-se 16 a 24; Encerre o painel com apresentação da bibliografia escrita em conformidade com a norma ABNT NBR 6023. Utilize fonte do mesmo tamanho aplicado na parte textual. A fixação do pôster será feita pelo apresentador, em local indicado pela instituição ou orientador, trinta minutos antes do programado para início da sessão ou evento. A sua retirada é de responsabilidade do autor ao final da exposição. O Apêndice D apresenta a ilustração de um painel. 1.5 Monografia É uma discussão, explicação expositiva ou explicação argumentativa, sobre um tema único e bem delimitado (mónos = um só e graphein = escrever). São monográficos os trabalhos realizados para obtenção do grau de bacharel, especialista, mestre (neste caso, a monografia é denominada dissertação) e doutor (dá-se o nome de tese este trabalho monográfico), o que explica a semelhança entre suas estruturas. A diferenciação entre esses trabalhos está relacionada aos níveis de profundidade e originalidade, bem como a exigência de defesa pública para alguns deles. Sua estrutura e apresentação seguem as especificações da norma ABNT NBR 14724. A monografia desenvolvida como requisito parcial para a conclusão de um curso de graduação ou pós-graduação lato sensu é normalmente referenciada como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Seu desenvolvimento deve ser supervisionado por um professor ou orientador. Raramente é um estudo original. O aluno deve se preocupar com a adequada exploração de todos os elementos do trabalho, escreva o essencial para a compreensão de seu trabalho adotando o cuidado de não ser prolixo ou sucinto demais na elaboração do texto. 1.5.1 Estilo redacional A monografia deve ser escrita em uma linguagem clara e objetiva. O texto deve ser desenvolvido em uma sequencia lógica, que simplifique e estimule a sua 34 leitura. Dê preferência a palavras simples, não utilize palavras rebuscadas ou pouco usuais, construa frases curtas e diretas. A impessoalidade é uma marca dos textos científicos. Assim, os verbos devem ser aplicados na terceira pessoa do singular, evitando-se o uso da terceira pessoa do plural, assim como da primeira pessoa do singular ou plural (eu ou nós). 1.5.2 Estrutura da monografia De acordo com a norma ABNT NBR 14724, a estrutura dos trabalhos acadêmicos compreende a disposição de elementos ilustrada no Quadro 1 e no Apêndice E. Quadro 1 – Estrutura dos trabalhos acadêmicos Parte externa Capa Lombada Parte interna Elementos pré-textuais Folha de rosto Errata Folha de aprovação Dedicatória Agradecimentos Epígrafe Resumo na língua vernácula Resumo em língua estrangeira Lista de ilustrações Lista de tabelas Lista de abreviaturas e siglas Lista de símbolos Sumário Elementos textuais Introdução Desenvolvimento Conclusão Elementos pós-textuais Referências Glossário Apêndice Anexo Índice Fonte: adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2011a, p. 5) O autor tem liberdade para determinar a nomenclatura dos títulos dos elementos textuais. Não há uma dimensão previamente determinada para este tipo de trabalho acadêmico; mas, em geral, apresenta cerca de sessenta páginas. 35 1.6 Relatório de estágio supervisionado O Relatório de Estágio Supervisionado Acadêmico é um documento de comunicação técnico-científica que obedece às instruções constantes na norma ABNT NBR 14724. É o documento cujo objetivo é apresentar o local onde foi realizado o estágio e seu períodode duração. Contém um relato das experiências vivenciadas pelo estagiário, ações desenvolvidas, resultados alcançados, análise comparativa da teoria com a prática, sugestões de melhoria e outras informações exigidas pelo curso. Sua formatação é similar à utilizada em monografias (TCC, dissertação de mestrado e tese de doutorado); compreende: elementos pré-textuais (capa, folha de rosto, resumo, listas e sumário), textuais (introdução, objetivos; apresentação da empresa; referencial teórico; procedimentos metodológicos; apresentação e discussão dos resultados; conclusões e recomendações) e pós-textuais (referências bibliográficas; apêndices e anexos). Sua estrutura é similar ao modelo ilustrado no Apêndice E. 1.7 Plano de Negócios Ainda não tendo a sua validade reconhecida enquanto trabalho científico, a construção de um Plano de Negócios tem sido apresentada nos últimos anos como alternativa para trabalhos de conclusão de curso (TCC), substituindo as pesquisas científicas em vários cursos de graduação e pós-graduação tanto no Brasil como forma do país. O Plano de Negócios consiste em desafiar o aluno a montar sua própria empresa ou propor um projeto que agregará valor à alguma empresa já existente. Por meio deste documento de gerenciamento, é possível planejar e decidir sobre o futuro de uma empresa, tendo como apoio o seu passado, sua conjuntura atual em relação ao mercado, aos clientes e à concorrência, sendo possível também identificar os riscos e sugerir planos para minimizá-los e até mesmo evitá-los. O Plano de Negócios permite que o empreendedor identifique os pontos fortes e fracos de seu empreendimento em relação à concorrência e o ambiente de negócio em que atua; conhecer seu mercado e definir estratégias de marketing para produtos e 36 serviços; analisar o desempenho financeiro, avaliar investimentos, retorno sobre o capital investido. Embora não tenha o reconhecimento de material científico, o plano de negócios possibilita o empreendedor a organizar as suas ideias sobre a exequibilidade do seu negócio. Ele elimina o “achismo” e a organização instintiva. Não existe uma norma sobre o conteúdo de um Plano de Negócios, em geral itens como descrição do negocio; visão, missão e valores; análise de mercado, consumidores, concorrência; ambiente interno e externo; planos de marketing; definição do organograma institucional; filosofia corporativa; ações estratégicas; diagnóstico institucional (pontos fortes e fracos); modelos de gestão; investimentos internos e externos; projeções mercadológicas; questões judiciais; são apresentadas no documento juntos com os respectivos referenciais teóricos para que o plano possa servir tanto como um guia a ser seguido pelo empreendedor como também pode ser um instrumento utilizado para obtenção de financiamento. A estrutura do Plano de negócios é similar à utilizada em monografias (TCC, dissertação de mestrado e tese de doutorado); compreende: elementos pré-textuais (capa, folha de rosto, resumo, listas e sumário), textuais e pós-textuais (referências bibliográficas; apêndices e anexos), com a diferença que na parte textual são apresentadas todos os itens de planejamento, análises e projeções. Sua estrutura assim como no relatório de estágio, é similar ao modelo ilustrado no Apêndice E. 37 2 PESQUISA CIENTÍFICA Um importante capítulo dos trabalhos acadêmicos é a descrição dos procedimentos adotados no desenvolvimento do trabalho. Destaque-se que ao apresentá-los o aluno utilizará verbos no tempo futuro na elaboração do projeto de pesquisa – indicando ações que serão desenvolvidas – e no tempo passado para o trabalho final – expondo o que foi feito para sua conclusão, ações já realizadas. A pesquisa científica é caracterizada pela adoção sistematizada de métodos que têm por objetivo descobrir, compreender e explicar fatos componentes de determinada realidade ou que nela estão inseridos. Pesquisar é a ação de reunir informações necessárias para encontrar resposta para uma pergunta e assim chegar à solução de um problema. Assim, o processo de pesquisa envolve as ações sistemáticas de decidir o que deve ser feito, coletar informações relativas ao problema, descartar informações não importantes ou irrelevantes, analisar as informações relevantes e procurar uma conclusão, resposta ou solução para o problema. Ghaury e Gronhaug (2005) afirmam que a adequada abordagem de um problema de pesquisa envolve ter a clara definição dos seguintes aspectos: qual é o problema; e, como se deve proceder para resolver o problema. No tocante à resolução de um problema, a adoção de métodos é uma das principais características dos trabalhos científicos. “Trata-se da adoção de procedimentos padronizados e muito bem descritos, a fim de que outras pessoas possam chegar a resultados semelhantes se seguirem os seus passos” (ALMEIDA, 2011, p. 30). O método oferece várias vantagens ao aluno (pesquisador) ao dispor um conjunto de atividades racionais e sistemáticas que indicam os passos da pesquisa, possibilitando a identificação de erros e informações que auxiliam os processos decisórios. Saliente-se que técnicas e métodos não significam a mesma coisa, embora tenham forte relação. O método é um plano de ação, formado por conjunto de etapas ordenadamente dispostas, destinadas a realizar e antecipar uma atividade na busca de uma realidade, enquanto a técnica está ligada ao modo de 38 realizar a atividade de forma mais hábil, mais perfeita. O primeiro está relacionado à estratégia e o segundo à tática. [...], o método refere-se ao atendimento de um objetivo, enquanto a técnica operacionaliza o método. (FACHIN, 2001, p. 29) A adequada caracterização do trabalho envolve alguns importantes componentes. Neste capítulo são apresentados os principais elementos que serão utilizados na explicitação dos métodos e técnicas empregadas na pesquisa. As pesquisas podem ser classificadas de várias as formas. Neste manual apresenta-se a forma clássica, destacada por Gil (1999); Marconi e Lakatos (2007) e Almeida (2011), relacionadas no Quadro 2. Quadro 2 – Classificação e tipos de pesquisa TIPO DE PESQUISA DESCRIÇÃO SUCINTA a) Quanto à natureza Pura ou Básica O objetivo é desvendar conceitos, discussões polêmicas e teóricas. Aplicada ou Prática O pesquisador é movido pela necessidade de conhecer para a aplicação imediata de seus resultados, apresenta fins práticos. b) Quanto à abordagem do problema Quantitativa Considera que tudo pode ser quantificável; assim, procura traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Qualitativa Visa aprofundar a compreensão de um determinado fenômeno social. c) Quanto aos objetivos da pesquisa Descritiva Visa descrever as características ou componentes de fato ou fenômeno. Explicativa Busca esclarecer os fatores que contribuem para o fato ou fenômeno; têm como preocupação central identificar seus fatores determinantes. Exploratória Visa aumentar a experiência em torno de um determinado problema. d) Quanto aos procedimentos da pesquisa Bibliográfica Estudo sistematizado desenvolvido com base em material disponível em livros, revistas, jornais, internet. Documental Realizada em documentos de órgãos públicos e privados, compreende regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, etc. Experimental Manipula uma ou mais variáveis independentes (causas) controladas, a fim de se observar e interpretar as realizações e as modificações provocadas no objeto de estudo (efeito). Levantamento ou Survey Coleta
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