Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1. Fundamentos de Transferência de Massa UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI CAMPUS ALTO PARAOPEBA ENGENHARIA QUÍMICA Prof. Eduardo Prado Baston baston@ufsj.edu.br T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n 1.1. Introdução Alguns problemas mais típicos da engenharia química pertencem ao campo do transporte de matéria. O Engenheiro Químico deve possuir a habilidade de projetar e operar equipamentos onde ocorrem reações químicas e separação dos reagentes baseando-se no conhecimento da ciência do transporte de massa. As aplicações são variadas no campo da engenharia: processos metalúrgicos, aviação, tratamento de resíduos e controle de poluição, secagem, evaporação, reações químicas homogêneas ou heterogêneas, extração, entre outros. Muitos problemas que surgem na consideração desses processos podem ser resolvidos visualizando estes processos ppelo lado externo do seu envoltório físico, ou seja, a variação no interior desse envoltório são medidas pelas propriedades das taxas que entram e saem do processo entre o envoltório e suas vizinhanças. Entretanto, em muitas situações é interessante considerar os detalhes do que se passa no interior do envoltório, sendo necessário escrever balanços de massa para um volume de controle pequeno ou diferencial. Por esse método obtemos, então, um panorama do que acontece no interior do envoltório e, integrando-se podemos obter informações globais do processo. T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Macroscópico (informação global) Microscópico (conhece cada ponto lá dentro) Molecular (forças intermoleculares Figura 1.1 – Descrição das dimensões Macro, Micro e molecular. T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n 1.2 – O Fenômeno A fenomenologia da transferência de massa é dada pela termodinâmica. Pelo fato de um sistema estar em equilíbrio termodinâmico nos leva a admitir que a variação da entropia do sistema (de acordo com a 2ª Lei da Termodinâmica) é igual ou maior que zero (para qualquer processo), ou seja DS ≥ 0 (1.1) Onde, DS é a variação da entropia total. A equação (1.1) indica que diferentes valores do potencial químico (mi) de uma espécie i provocam a tendência de a matéria migrar de uma região de alto valor para uma região de menor valor desse potencial. Portanto, Dmi ≠ 0 (onde i é a espécie química, i = 1,2,3,…, n) (1.2) Tais diferenças mostram que diferentes valores do potencial químico da espécie i provocam a situação de não equilíbrio. Em resumo, se existe modificação há fenômeno, que é decorrência da diferença de potencial químico da espécie i. Essa diferença é a característica básica do fenômeno de Transferência de Massa (T.M.). T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n 1.3 – Transferência de Massa Como já discutido, de acordo com a 2ª Lei da Termodinâmica, haverá fluxo de matéria (mássico ou molar) de uma região de maior concentração para menor concentração de uma determinada espécie química. Esta espécie química transferida é denominada soluto e as regiões que contem o soluto podem abrigar população de uma ou mais espécies químicas distintas são denominadas solvente. O conjunto soluto-solvente é conhecido como mistura (gases) ou solução (líquidos). Diferença de concentração Transferência de Massa da espécie química A Mecanismo Difusão Convecção “Transferência de Massa é um fenômeno ocasionado pela diferença de concentração, maior para menor, de um determinado soluto em um certo meio.” Observa-se, pelo enunciado, que para cada causa há um efeito, Portanto, a causa gera o fenômeno, provoca a sua transformação, ocasionando o movimento. T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Causa = Diferença de Concentração Efeito = Transferência de Massa T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n A diferença de concentração do soluto (causa) é considerrada como uma força motriz necessária ao movimento da espécie A, de uma região a outra, onde A resistência ao transporte está relacionada com a: (i) interação Soluto-Meio; (ii) interação Soluto-Meio + Ação Externa. Motriz) Força.( Transporte ao aResistênci 1 Matéria da Movimento T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n O transporte de matéria ocorre em nível molecular e/ou microscópio. No caso do Mecanismo Molecular, Parrot (1815), foi o primeiro observador a constatar que uma mistura gasosa contendo uma ou mais espécies químicas com concentrações variando de um ponto a outro tendiam naturalmente à homogeneização em termos de concentração. - Quando há movimento aleatório das moléculas, cujo fluxo líquido obedece a Segunda Lei da Termodinâmica, onde a força motriz está associada ao gradiente de concentração do soluto, o fenômeno que ocorre é denominado Difusão (interação-meio-soluto). - Quando a T.M. ocorre em nível macroscópico, onde a força motriz está associada à diferença de concentração do Soluto e a Resistência ao Transporte à interação Soluto-Meio + Ação Externa, o fenômeno é denominado Convecção. Portanto, os mecanismos de T.M. podem ser distinguidos como: a) Difusão: deslocamento de átomos ou moléculas devido à uma diferença de concentração (interações moleculares); b) Convecção: deslocamento de um fluido (ou matéria), macroscópico, que contribui para o transporte. T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Podemos identificar os fenômenos como: Contribuição Difusiva Contribuição Convectiva Soluto = Meio = Movimento = Soluto = Meio = Movimento = Surfista Mar Mãos Surfista Mar Onda T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Podemos identificar os fenômenos como: Contribuição Difusiva + Convectiva Soluto = Meio = Movimento = Surfista Mar Mãos + Onda Para analisarmos a T.M. é necessário ter como base a hipótese do contínuo, onde são definidas propriedades importantes dos fluidos e da forma pelas quais eles podem ser descritos e caracterizados: - Cada ponto no espaço corresponde a um ponto do fluido (um átomo ou molécula); - Não existem vazios no interior do fluido; As grandezas r, V, P, Velocidade, variam continuamente dentro do fluido ou são constantes; - As propriedades físicas de um fluido , de acordo com este modelo, têm um valor definido (mensurável) em cada ponto no espaço. A partir dessas considerações, vamos a algumas definições importantes: T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a rd o P . B a s t o n 1.4. Concentracões e Frações (1.3) (1.4) T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n (1.5) (1.6) (1.3) (1.3) (1.3) (1.3) (1.7) (1.8) (1.3) (1.3) (1.9) (1.10) (1.3) 1.5. Velocidades a) CA0 > CA ( significa dizer que pela difusão mássica, a espécies química “A” tenderá se deslocar com uma velocidade média vA do início do reator para o final. b) CB0 < CB (significa dizer que pela difusão mássica, a espécie química “B” tenderá a se deslocar com a velocidade média vB do final do reator para o início); Como existe difusão de massa no sentido inverso ao do gradiente de concentração vA > v e vB < v) as velocidades de difusão de A e B serão, respectivamente, c) vA – v > 0 , ou seja, difusão para frente; d) vB – v < 0 , ou seja, contradifusão. a) (15 v.w ρ v.ρ ρ v.ρ v ou n 1i ii n 1i ii n 1i i n 1i ii (1.3) (1.11) a) (16 v.x C v.C C v.C v ou n 1i ii n 1i ii n 1i i n 1i ii * (1.12) (1.11) (1.11) (1.11) 1.6. Fluxos Área.Tempo mol) (ou Massa tração)e).(concen(velocidad(Fluxo) Define-se Fluxo da espécie “i” da solução ou mistura em relação a um eixo de coordenadas fixo como o produto entre a concentração mássica (ou molar) e a velocidade absoluta da espécie “i”. (1.13) Vamos considerar a seguinte situação: Diversos cardumes passam por debaixo de uma ponte, a qual está situada perpendicularmente ao escoamento do rio. No rio há diversas espécies de peixes. Existe uma velocidade média absoluta inerente a cada espécie, que está associada ao seu cardume. Se considerarmos o cardume do peixe “i”, a sua velocidade média será vi. Quando referenciarmos a velocidade do cardume “i” à do rio, teremos a velocidade de difusão da espécie “i”. Considerando a metáfora dos peixes acima existem, portanto, três velocidades: I. (Velocidade do Rio); II. (Velocidade de Difusão) = (Velocidade do Cardume – Velocidade do Rio); que é a velocidade do cardume A referenciada à do rio (Solução Diluída) III. (Velocidade Absoluta do Cardume) = (Velocidade do Cardume – Velocidade da Ponte) = (Velocidade do Cardume – 0). que é a velocidade do cardume A referenciada a um eixo estacionário Então, Caso I – Rio arrasta o cardume; Caso II – Cardume A difunde no rio; Caso III – Fluxo total do cardume A, referenciado a um eixo estacionário, que é dado por: Ou, (Caso III) = (Caso II) + (Caso I) (1.14) rio do escoamento do resultante Ade Movimento rio nonadar de ato do decorrente Ade Movimento Ponte da Observado Ade Movimento O Caso II implica na interação Cardume A ↔ Rio (Fenômeno Difusivo). Portanto, o fluxo associado será devido à Contribuição Difusiva: (1.15) Suponha agora que o cardume se deixa levar pelo rio. O movimento do cardume será devido à velocidade do meio. Portanto, o fluxo associado será devido à Contribuição Convectiva: (1.16) z) direção na Ademolar (Fluxo )v - (vCJ * zzA,A * zA, .vCJ * zA C * zA, Logo, a equação 1.14 pode ser descrita como: (1.17) A equação (1.17) representa o Fluxo Total decorrente do Cardume A nadar, enquanto o rio estiver escoando (válida para fluxo unidirecional de qualquer espécie química A, referenciada à coordenada estacionária z. Pode ser escrita, também, como: (1.18) Assim, o fluxo molar total de A referente a eixos estacionários será: (1.19) .vC )v - (vCN * zA * zzA,AzA, Convectiva ãoContribuiç Difusiva ãoContribuiç ioestacionár eixo um a dareferencia A Espécie da Total Fluxo v.C )v - v(CN * A * AAzA, Ou, (1.20) (Fluxo absoluto molar da espécie A) ou (1.21) (Fluxo absoluto mássico da espécie A) A Tabela 1.1 apresenta um resumo das definições dos fluxos de massa ou molar. v.CN AAzA, v.n AAzA, r Grandeza Com relação à eixo estacionários Com relação à velocidade média mássica (v) Com relação à velocidade média molar (v*) Velocidade da espécie i (cm/s) vi vi - v vi – v* Fluxo mássico da espécie i (g/cm2.s) ni = rivi ji = ri(vi – v) Fluxo molar da espécie i (mol/cm2.s) Ni = Ci.vi Ji* = Ci(vi – v*) Soma dos fluxos mássicos Soma dos fluxos molares Relações entre os fluxos mássico e molar ni = Mi.Ni n 1i i ρ.vn n 1i i 0j n 1i i *C.vN n 1i * i 0J (A) (B) (C) (D) (E) (F) (G) (H) (I) (J) (K) (L) 1.7. A Primeira Lei de Fick Consideremos o fenômeno da difusão de gases onde duas moléculas gasosas de baixa densidade e monoatômicas (esféricas e da mesma espécie) colidem entre si. Supondo um choque elástico1, ambas as moléculas seguirão rumos aleatórios, desencadeando sucessivos choques. T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n 1Colisão elástica ou choque elástico - colisão entre dois ou mais corpos na qual estes não sofrem deformações permanentes durante o impacto, conservando-se tanto o momento linear como a energia cinética do sistema, e não há intercâmbio de massa entre os corpos, que se separam depois da colisão. As moléculas tenderão a ocupar espaços vazios onde sua população seja menor, conforme apresentado nos planos A, O e B da Figura 1.1. Observe que os planos contêm concentrações distintas do soluto em análise. Figura 1.1 – Colisões entre diversas moléculas T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n A diferença entre as concentrações possibilita o fluxo de matéria, conforme apresentado na Figura 1.2. As moléculas do plano A colidirão com outras somente quando atingirem o plano B, do qual irão se deslocar através de uma distância l para colidirem com aquelas do plano B. Figura 1.2 – Fluxo líquido da população molecular representado na direção z Onde, CA* = CAA - CAO (1.22) e CA* = CAO - CAB (1.23) T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Para obter o fluxo de matéria, podemos associar o fluxo de A que passa pelo plano O, na direção z, à concentração CAO=CA│z, enquanto que, no plano A teremos CAA=CA│z-Dz/2, no plano B teremos CAB=CA│z+Dz/2. Portando, para obter CA*, podemos fazer: (1.24) dz dC λC Portanto, λ C dz dC ou dz dC Δz CC A* A * AA AΔz/2zAΔz/2zA 0Δz lim Subst.A eq. (1.24) em (1.22) e (1.23), obtemos: (1.26) dz dC λC (1.25) dz dC λC A A A A B A O O A A C C T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n O fluxo líquido da espécie A (J*Ai,z) que passa por um plano i, no sentido z+, é obtido pelo produto da velocidade média molecular (u) com o valor da concentração de A (CAi) contido no plano i. No espaço tridimensional, as moléculas fluem em qualquer sentido e direção, portanto o fluxo líquido da espécie A no plano A e na direção z é: (1.30) JJJ seja,ou sai) que (fluxo-entra) que (fluxolíquido) (Fluxo :é B eA planos os entre situado planoqualquer em líquido fluxo O (1.29) dz dC λCu 6 1 J :B plano ocruzar aoA espécie da fluxo o temosanálogo, modo De (1.28) dz dC λCu 6 1 J :(1.27) eq. na (1.25) eq. da C Subst. (1.27) uC 6 1 J *** A Az,A A Az,A A AA z,BAz,AAzA, OB OA A AzA, T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n (1.33) dz dC DJ :Obtemos (1.32) uλ 3 1 D Definindo, (1.31) dz dC uλ 3 1 J dz dC λCu 6 1 dz dC λCu 6 1 J :(1.30) eq. na (1.29) e (1.28) eq. as Subst. A AA * zA, AA A* zA, A A A A * zA, OO Essa equação é denominada como a primeira lei de Fick. Onde, o sinal negativo indica o decréscimo da concentração da espécie A com o sentido do fluxo; l – caminho livre médio; JA,z – fluxo difusivo da espécie A na direção z; DAA – coeficiente de difusão (neste caso, autodifusão, pois A difunde-se num meio constituído dela própria. T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Analisando a equação (1.33) e comparando com a expressão (I), verificamos: Motriz) (Força dz dC )Transporte ao ia(Resistênc 1 D Matéria) de (Movimento J (I) Motriz) .(Força )Transporte ao ia(Resistênc 1 Matéria) de (Movimento (1.33) dz dC DJ A AA * A AA * zA, zA, OBSERVAÇÃO: A primeira lei de Fick aplica-se, empiricamente, ao fenômeno de difusão em qualquer estado da matéria, e o coeficiente de difusão nasce da interação soluto-meio para qualquer meio físico, distinto ou não do soluto. T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Para um sistema binário com a velocidade média constante na direção z, o fluxo molar na direção z relativo à velocidade média molar é dado pela equação (1.15), * zA A ABzA,A A AB * zzA,A * A A A AB * * zzA,A * vC dz dy CDvC dz dy CD)v-(vCJ obtemos (1.34), e (1.15) eqs. as se-Igualando constante)(C C C y Onde, (1.34) dz dy CDJ :como reescrita ser pode (1.33) equação a gases, Para (1.15) )v-(vCJ A,z A,z A,z T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n (1.37) )NN(yyCDN :como vetorial formana escrita e dageneraliza ser pode relação Esta (1.36) )N(Ny dz dy CDN Obtemos, vCN e vCN que, se-Sabendo (1.35) )vCv(Cy dz dy CDvC :em transforma se acima expressão a Logo, )vCv(CyvC ou C )vCv(C v (1.12) eq. a conforme escrita ser pode vbinário, sistema este Para BAAAABA zB,zA,A A ABzA, BBBAAA zB,BzA,AA A ABzA,A zB,BzA,AA * zA zB,BzA,A* z * z T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n É importante notar que o fluxo molar, NA, é resultante de dois vetores: mistura) da movimento do ção(contribui fluido do mistura da movimento do resultanteA demolar Fluxo - vC)NN(y e ão)concentraç de gradiente do ção(contribui J molar, Fluxo - yCD * ABAA * AAAB mistura. naA de difusão de ecoeficient - D Onde, (1.38) Ny yCD N :como reescritaser pode (1.37) equaçãoA AM n 1 AAAMA Contribuição difusiva Contribuição convectiva T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Tabela 1.2 - Formas equivalentes da primeira lei de Fick para difusão binária. Fluxo Gradiente Forma da Lei de Fick Restrições r – Constante C – Constante r – Constante C – Constante (A) )nn(wwρDn BAAAABA Aw Ar AC AA xou y Aw Ar AC AA xou y (B) )nn(wDn BAAAABA r (C) )NN(yyCDN BAAAABA (D) )NN(yCDN BAAAABA (E) wρDj AABA (F) Dj AABA r (G) yCDJ AAB * A (H) CDJ AAB * A Aj * AJ AN An Exemplo 1. T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n BAAB BABA B BA A AB BA zB,zA,BA B AB A ABzB,zA, zB,zA,B B ABzB, zB,zA,A A ABzA, DD ,Finalmente dz dy dz dy 0 dz dy dz dy 0 dz dy C.D dz dy C.D Logo, 1yy como, )N).(Ny(y dz dy C.D dz dy C.DNN Somando, )N(Ny dz dy C.DN )N(Ny dz dy C.DN Exemplo 2. Pela equação da lei de Fick (fluxo combinado)prove que o DAB = DBA, em uma mistura binária. A equação de Hirschfelder (para mistura binária) apresenta a mesma igualdade? )n(n dz d Dn w )N(Ny dz d DN )n(nw dz d Dn a) zB,zA, A ABzA, A zB,zA,A A ABzA, zB,zA,A A ABzA, A ABAA AA ABAA AA AAA w MxMx My MxMx My M C MM r r .. . .. . ... Exemplo 3. Utilizando a equação da lei de Fick (fluxo combinado) para a difusão de A através de uma mistura binária, de componentes A e B, derive as relações abaixo: dz d DJ dz dC Dvv.C .vC dz dC D.vC C .vC.vC C dz dC DN CDJ b) A ABA A ABAA A A ABAA BBAA A A ABzA, AABA C )N(Ny dz d DN zB,zA,A A ABzA, C 0jj Logo, )vρv(ρ.vρ.vρjj .ρv.vρ.vρjj )ρ(ρv.vρ.vρjj .vρ.vρ).vρ.vρjj )v(vρ)v(vρjj equações duas as somando )v(vρj )v(vρj 0jj a) zB,zA, zB,zB,zA,zA,zB,zB,zA,zA,zB,zA, zzB,zB,zA,zA,zB,zA, zB,zA,zzB,zB,zA,zA,zB,zA, zzB,zB,zB,zzA,zA,zA,zB,zA, zzB,zB,zzA,zA,zB,zA, zzB,zB,zB, zzA,zA,zA, zB,zA, .. Exemplo 4. Para um sistema binário, mostre que: Exemplo 4. Para um sistema binário, mostre que: A ρ vv..Cρ J ρ .v.Cρ.v.Cρ J ρ .v.Cρ.v.Cρ.v)Cρ(ρ J .vρ.vρ C.vCv.(vC J J M J b) zB,zA,zA,zB, A zB,zA,zB,zA,zA,zB, A zB,zA,zB,zA,zA,zA,zA,zA,zB,zA, A zB,zB,zA,zA, zA,zA,zA,zzA,zA,A * A B A r ) . M B C vv..CC J C .v.CC.v.CC J C .v.CC.v.CC.v)CC(C J .vC.vC C.vCv.(vC J zB,zA,zA,zB,* A zB,zA,zB,zA,zA,zB,* A zB,zA,zB,zA,zA,zA,zA,zA,zB,zA,* A zB,zB,zA,zA, zA,zA,zA, * zA,zA, * A z C ) *A zA,zB, BA * A zA,zB, BzA,zB, A BBB B B B BA BzB,zA, A .J .CC C vv Onde, .J .CC C . ρ .M.CC J (A) em (B) equação a doSubstituin MCρ ou M ρ C Onde, vv. ρ .M.CC J é, A equação a que Temos . * A B A .J M M J ,Finalmente Exemplo 4. Para um sistema binário, mostre que: B vv. C .CC CC .v.CC.v.CC J CC .v.CC.v.CC.v)CC(C J CC .vC.vC .vv.(v J A vv ρ .ρρ ρρ .v.ρρ.v.ρρ j ρρ .v.ρρ.v.ρρ.v)ρρ(ρ j ρρ .vρ.vρ .vv.(v j x..DMM ρ C - j c) zB,zA, zA,zB, zB,zA, zB,zA,zB,zA,zA,zB,* A zB,zA, zB,zA,zB,zA,zA,zA,zA,zA,zB,zA,* A zB,zA, zB,zB,zA,zA, zA,zA,zA, * zzA,zA, * A zB,zA, zA,zB, zB,zA, zB,zA,zB,zA,zA,zB, A zB,zA, zB,zA,zB,zA,zA,zA,zA,zA,zB,zA, A zB,zA, zB,zB,zA,zA, zA,zA,zA,zzA,zA,A AABzA,zB, 2 A CCC ) . ) .. rrr AABzA,zB, 2 A AABzA,zB,A AAB * A * AzA,zB,A * A zA, zA, zB, zB, zA,zB,A i i i * A zA,zB, zA,zB, A * A zA,zB, zA,zB, A x..DMM ρ C - j x.C.D-.MM ρ C j x.C.D- J .JMM ρ C j .J M . M .ρρ ρ C j M ρ C se, .J .CC .ρρ ρ C j .J .CCρ .ρρ j (A), em (B) doSubstituin .. .. , , .. . , . . Finalmente como Então C rr Exemplo 4. Para um sistema binário, mostre que: AAB * A * AzA,zB,A * A zA, zA, zB, zB, zA,zB,A i i i * A zA,zB, zA,zB, A * A zA,zB, zA,zB, A x.C.D- J Como, .J.M.M ρ C j .J ρ M . ρ M .ρ.ρ ρ C j Então, M ρ C se, .J .CC .ρρ . ρ C j .J .CC C . ρ .ρρ j (A), em (B) doSubstituin AABzA,zB, 2 A AABzA,zB,A x..D.M.M ρ C - j x.C.D-..M.M ρ C j ,Finalmente 1.8. O Coeficiente de Difusão. Prof. Eduardo Prado Baston baston@ufsj.edu.br A primeira lei de Fick, associa o coeficiente de difusão ao inverso da resistência a ser vencida pelo soluto e que é governada pela interação soluto-meio. Portanto, o coeficiente de difusão (ou difusividade) é definido como a capacidade com que determinada espécie (soluto) se difunde em um determinado meio. “Um aventureiro, ao atravessar uma floresta, se depara com algumas situações de interação com as árvores. A mobilidade do aventureiro é dificultada pelo tamanho e proximidade das árvores. É mais fácil atravessar uma floresta com árvores idênticas com diâmetro de 50 cm do que atravessar essa mesma floresta com o mesmo número de árvores com diâmetro de 200 cm.” Portanto, quanto mais apertado o espaço para se locomover, mais difícil será a locomoção de qualquer indivíduo. Assim, podemos fazer a analogia com gases, líquidos e sólidos. Onde, Gases 5.10-6 – 1.10-5 m2.s-1 Líquidos 1.10-10 – 1.10-9 m2.s-1 Sólidos 1.10-14 – 1.10-10 m2.s-1 T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n A partir da definição da primeira lei de Fick (eq. 1.33) pode-se determinar a dimensão do coeficiente de difusão para um sistema binário, Sabe-se que o coeficiente de difusão depende da seguintes propriedades: DAB = DAB (T,P,composição) É necessário salientar que os coeficientes de difusão podem ser encontrados na literaturas (tabelados) ou podem ser obtidos através dados experimentais ou por meio de correlações matemáticas. T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n t L 1. L M 1 L M dz dC J D 2 3 2 A * zA, AB L t T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n 1.8.1. Difusão em gases A obtenção do coeficiente para gases via teoria cinética é imediata. Basta substituir as equações da velocidade média molecular (Ω) e o caminho livre médio (l) na equação de definição (1.32) do coeficiente de auto-difusão: ra. temperatu- T );ergs.K (1,38.10Boltzmann de constante -k pressão; - P molecular; massa - M esfericas; moléculas de diâmetro - );molmoléculas. (6,023.10 Avogrado de número - N Onde, Pπ2 kT λ e πM 8kNT u (1.32) uλ 3 1 D 16- 1-23 2 A AA - Unidade CGS (centimetro-grama-segundo) 1 erg = 1 g.cm2.s-1= 1.10-7 J T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n A equação (1.39) apresenta informações sobre a difusão, onde o efeito da energia cinética (kT), ou seja, quanto mais agitado, melhor é a mobilidade do soluto (metáfora da floresta). Utilizando uma aproximaçãosimilar da teoria cinética dos gases para uma mistura binária A e B, composta por esferas rígidas de diâmetros diferentes, o coeficiente de difusão gás-fase é obtido por, )9(1.3 M Nk 3 2T D 21 A 3 2 A 23 23 AA P 0)4(1. 2 2 1 2M 1 kT 3 2N D 2 21 A 2321 AB BA B P M T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Versões modernas da teoria da cinética têm levado em conta à respeito das forças de atração e repulsão entre as moléculas. Hirschfelder et al. (1949), utilizando do potencial de Leonnard-Jones para avaliar a influência das forças moleculares, admitiram uma molécula parada e outra vindo ao seu encontro, esta ultima chegará a uma distância limite (σAB) na qual é repelida pela primeira. Figura 1.3 – Colisão entre duas moléculas considerando-se a atração e repulsão entre elas. As energias de atração e de repulsão é função da distância entre as moléculas, caracterizando uma energia “potencial” de atração/repulsão. Na distância entre as moléculas A e B, onde essa energia é nula, tem-se o diâmetro de colisão. T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n moléculas duas entre atração de energiaε química espécie da diâmetroσ colisão de diâmetroσ pulsãoatração/re de potencial energia (r) Onde, 1.43 ε εε 1.42 2 σσ σ :sendo (1.41) r σ r σ 4ε(r) AB i AB AB BAAB BA AB 6 AB 12 AB ABAB . A energia potencial de atração/repulsão, é conhecida como o potencial de Leonnard-Jones, T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Encontram-se tabelados os valores para Por outro lado, existem correlações que estimam esses parâmetros: Vb,ij (volume de Le Bas) = (i)Vb(i) + (j)Vb(j) VbC2H6 = (2)VbC + (6) VbH Onde, Vb – Volume molar a T normal de ebulição (cm 3.mol-1) Tb – Temperatura normal de ebulição (K) Vc – Volume crítico (cm 3.mol-1) Tc – Temperatura crítica (K) Pc – Pressão crítica (atm) moléculas duas entre atração de energiaε química espécie da diâmetroσ AB i Grupos i = (Å) i/k = Condições a Tb 1,18 Vb 1/3 1,15 Tb Condições a Tc 0,841 Vc 1/3 0,77 Tc Fator acêntrico (2,3551-0,087w)(Tc/Pc) 1/3 (0,7915+0,1693w)Tc T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n A equação de Chapman-Enskog. No início do século XX, Chapman e Enskog, desenvolveram uma teoria cinética dos gases rigorosa, da qual obtiveram o coeficiente de transporte por intermédio da energia potencial, dado por: AB B*D 1/2 BA 21 BAD 2 AB 23 3 AB kT reduzida) ra(Temperatu*T (1.46) exp(HT*) G exp(FT*) E exp(DT*) C T A colisão) de integral(Ω (1.45) M 1 M 1 2 1 2,17b Onde, (1.44) M 1 M 1 ΩPσ T b.10D e T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n O valor de b é conhecido, e igual a 1,858. Substituindo na equação (1.44), obtemos a clássica equação de Hirschfelder, Bird e Spotz (1949): Se os parâmetros de Lennard-Jones não forem conhecidos para uma determinada substância, ele podem ser estimados a partir das propriedades críticas do fluido. K K ε T 1.49 P T 2,44σ (1.48) 0,77.T K ε 31 C C C (1.47) cm M 1 M 1 ΩPσ T .101D 2 21 BAD 2 AB 23 3 AB s/858, k ε . k ε k ε 2 σσ σ BAAB BA AB [atm] P colisão de integral moléculas duas entre atração de energiaε colisão de diâmetro química espécie da diâmetro σ AB AB i D T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Correlação de Fuller, Schetter e Giddings As correlação empírica porposta por Fuller, Schetter e Griddings (1966) é oriunda da eq. (1.44), corringindo-a em termos da temperatura de acordo com, molécula. da difusão à associado volumeo é v onde, (1.51) vvd :como definido é d diâmetro o Com (1.50) M 1 M 1 Pd T 1.10D 31 31 B 31 AAB AB 21 BA 2 AB 1.75 3 AB [atm]P KT T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Correlação de Slattery e Bird (1.52) Correlação de Wilke e Lee (1955) Outra boa correlação, geral e confiável está apresentada abaixo: 1 BA AB D 2 AB 1/2 AB 3/23 1/2 AB AB M 1 M 1 2.M onde, .Ω.σP.M ).T(10 M 0,98 3,03 D (1.53) T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n o Ασ [atm]P KT T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Estimativa do DAB a partir de um DAB conhecido em outra temperatura e pressão A eq. (1.44) varia com a temperatura e pressão segundo (T3/2/ΩDP). Podemos estimar o coeficiente de difusão em gases em uma condição (2) desconhecida (T2,P2), a partir de um DAB conhecido na condição (1) (T1,P1). Dividindo a eq. (1.44) avaliada na condição 2 por essa mesma equação, porém, avaliada na condição 1, obtemos Pode-se utilizar a correlação de Fuller, Schetter e Giddings (1966), dividindo a eq (1.50) avaliada na condição 2 por essa mesma equação avaliada na condição 1: (1.54) Ω Ω T T P P D D 2 1 11 22 TD TD 23 1 2 2 1 P,TAB P,TAB (1.55) T T P P D D 1,75 1 2 2 1 P,TAB P,TAB 11 22 Coeficiente de difusão de um soluto em uma mistura gasosa estagnada de multicomponentes Nesse caso a espécie a pode difundir em um meio composto de n espécies químicas, caracterizando a difusão de A numa mistura gasosa. Neste caso utilizamos a relação proposta por Wilke (1950) para um meio estagnado: (1.56a) ou (1.56b) mistura da total ãoconcentraç i espécie damolar ãoconcentraç y i; espécie da através Aespécie da difusão de ecoeficientD mistura; na Aespécie da difusão de ecoeficientD onde, (1.56) D y )y(1 D i iA, MA, n 1i 2i iA, i 1 MA, T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n 1.8.2. Difusão em Líquidos Diferentemente do caso para os gases, qualquer que seja o soluto a interpretação do mecanismo de difusão em um meio líquido é complexo. O grande empecilho do estudo da difusão em líquidos e a estimativa do coeficiente de difusão é a definição das estruturas moleculares do soluto e do solvente, que estão intimamente relacionadas com as forças intermoleculares do fenômeno difusivo. Correlação de Wilke e Chang (1955) Esta correlação é indicada para situações em que os solutos são gases dissolvidos ou quando se trabalha com soluções aquosas. (K). atemperatur - T e);(centipois B meio do eviscosidadμ );.mol(cm soluto do molar volumeV solventes; dos restante o para 1, e (etanol) 1,5 (metanol), 1,9 (água), 2,6 solvente; do associação de parâmetro o é Onde, (1.57) V )M(7,4.10 T μD B -13 0,6 b 21 B 8 BAB A b B T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Correlação de Hayduk e Minhas (1982) (1.61) Difusividade de A em solução aquosa diluída Temperatura Viscosidade da água, cP Volume molar do soluto em seu ponto normal de ebulição T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n AbBb 7 AbBb 7 B 0 AB V 1,5 V para 0,85.10K V 1,5 V para 1,0.10K Onde, (1.62) T μD 3/1 2/1 BbAb B VV KMCorrelação de Reddy e Doraiswamy (1967) Lusis e Ratcliff (1968) (1.63) Indicada para solventes orgânicos; inadequada para água como soluto. T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Indicada para solventes orgânicos Indicada para soluções aquosas Correlação de Siddiqi e Lucas (1986) (1.64) μ T μD B B 0 AB 45,0 265,0 093,0810.89,9 Ab Bb V V Correlação de Siddiqi e Lucas (1986) (1.65) μT μD B B 0 AB 026,05473,0 710.98,2 Ab V T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Correlação de Sridhar e Potter (1977) que utiliza o volume crítico Indicada para gases dissolvidos em solventes orgânicos de alta viscosidade (1.66) T μD 1/3 B 0 AB Ac Bc Ac V V V 3/1 710.31,3 T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n 1.8.3. Difusão em Sólidos Notamos que a difusividade diminui consideravelmente quando passamos de um meio gasoso para líquido. No caso de difusão de um sólido cristalino não poroso, os átomos que o compõem estão ainda mais próximos, onde estão rearranjados em redes cristalinas. A penetração de um outro átomo nessa estrutura é mais lenta e difícil quando comparada em meios gasosos ou líquidos. Difusão em Sólidos Cristalinos Não Porosos A difusão em sólidos cristalinos é baseada na teoria do salto energético ou de Eyring, onde um átomo ao se difundir mantêm-se vibrando na sua posição inicial de equilíbrio, devido a energia cinética a ele associada. Quando essa vibração for suficientemente elevada, dependendo da temperatura, o soluto salta para uma posição de equilíbrio (ou vacância). T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n A difusão em sólidos porosos A energia de vibração do átomo deve ser alta o suficiente para vencer uma “barreira energética” (Q) que é denominada energia de ativação. Portando, o coeficiente de difusão em sólidos aumenta conforme se aumenta a temperatura de acordo com a equação de Arrhenius Onde, Q – energia de ativação difusional; R – constante universal dos gases; T – temperatura absoluta, D0 – coeficiente de difusão sem que houvesse a necessidade do salto energético (Tabelado) (1.67) RT Q expDD 0AB Existem diversos processos industriais que envolvem reações catalíticas, cuja cinética é controlada pela difusão intra-particular. Outros processos (por ex.: purificação de gases) exigem a utilização de adsorventes que apresentam poros seletivos a um determinado gás (peneiras moleculares). Podemos notar, então, que qualquer que seja o processo, o soluto (gasoso ou líquido) difunde por uma matriz onde a configuração geométrica é determinante para o fenômeno de difusão. T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n A difusão em um sólido poroso apresenta distribuição de poros e geometrias externa peculiares que determinam a mobilidade do difundente, sendo classificada como: a) Difusão de Fick; b) Difusão de Knudsen; c) Difusão configuracional. Difusão de Fick Difusão de um soluto em um sólido com poros relativamente grandes, maiores do que o caminho livre média das moléculas difundentes, sendo descrita de acordo com a primeira lei de Fick em termos de coeficiente efetivo de difusão: O coeficiente efetivo (Def) aparece em razão da tortuosidade do sólido poroso. Ele depende das variáveis que influenciam a difusão como, T, P e das propriedades da matriz porosa: porosidade p, esfericidade e a tortuosidade (t) (1.68) dz dC DJ Aef * zA, (1.69) D p ef t ABD T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Difusão de Knudsen Quando se trata de gases leves, pressão baixa ou poros estreitos, o soluto irá colidir com as paredes dos poros ao invés de colidir com outras moléculas, de modo a ser desprezível o efeito decorrente das colisões entre as moléculas no fenômeno difusivo.Neste caso, cada molécula se difunde independente das demais. Neste caso, o coeficiente é análogo ao obtido pela teoria cinética dos gases: Quando a tortuosidade é considerada na difusão de Knudsen, o coeficiente fenomenológico é corrigido para: poros. dos médio diâmetro d molecular; média velocidade onde, (1.70) dD p pk 3 1 (1.71) τ ε DD p Kkef T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Tipos de difusão no poros. Onde, = [(o volume de poros ocupados do sólido poroso / volume total do sólido poroso (sólido + poros)] T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Letra Nome Letra Nome Α α Alfa Ξ ξ Xi Β β Beta Ο ο Ômicron Γ γ Gama Π π Pi Δ δ Delta (Ϻ) San Ε ε Épsilon (Ϙ) Qoppa (Ϝ) Digama Ρ ρ Rô Ζ ζ Zeta Σ σ,ς Sigma Η η Eta Τ τ Tau Θ θ Teta Υ υ Úpsilon Ι ι Iota Φ φ Fi Κ κ Capa Χ χ Chi Λ λ Lambda Ψ ψ Psi Μ μ Mi Ω ω Ômega Ν ν Ni (t) Sampi T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Difusão configuracional A difusão configuracional ocorre em matrizes porosas, macro- e mesoporosas devido aos saltos energéticos do soluto pelos microporos. A difusão é dada por: Difusão em Membranas A difusão do soluto em um polímero ocorre por um processo de estado ativado, vai saltos energéticos, ocupando vazios na estrutura polimérica. A difusão é dada por: (1.72) RT Q expDD 0solido-A (1.73) RT Q expDD 0membrana-A T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Exemplo 1 - Tabela 1 - T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Correlação de Hirschfelder, Bird e Spotz Exemplo 2 - Tabela 2 - T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n pela correlação de Slattery e Bird T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Correlação de Hirschfelder, Bird e Spotz T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Exemplo 3 - μ = 0,705 cP T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n Exemplo 4 – Estime o valor da difusão do carbono em Fe(ccc) e em Fe(cfc) a 1000 °C. Analise os resultados obtidos. Difundente Sólido D0 (cm 2/s) Q (cal/mol) Carbono – A Fe(ccc) – B 0,0079 18.100 Carbono Fe(cfc) – C 0,21 33.800 Tabela 2.4 - Parâmetros Da equação (1.62): 6 218.1000,0079exp 6,17 10 / 1,987(1273,15) ABD cm s 6 233.8000,21exp 0,331 10 / 1,987(1273,15) ACD cm s A mobilidade do soluto é dificultada pelo arranjo atômico. Os átomos de face centrada (cfc), sem dúvidas, oferecem resistência extra à difusão de átomos de carbono. T r a n s f e r ê n c i a d e M a s s a P r o f . E d u a r d o P . B a s t o n
Compartilhar