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Ferramenta campanha obesidade na farmácia abrafarma

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FERRAMENTA: 
Campanha contra obesidade na farmácia
CATEGORIA: Clínica
1 Assistência Farmacêutica Avançada | Abrafarma | contato: projetofarma@abrafarma.com.br 
INDICADO PARA Farmacêuticos e outros profissionais de 
saúde para o rastreamento de pacientes em sobrepeso e 
obesidade, que desejam perder peso e/ou receber 
informações sobre hábitos de vida saudáveis.
SERVE PARA: 
•  Conscientizar os pacientes sobre os riscos associados 
ao sobrepeso e a obesidade;
•  Estadiar o paciente quanto ao IMC, a circunferência da 
cintura (e se disponível bioimpedância - % de massa 
muscular e % de gordura corporal);
•  Realizar educação em saúde relativa a importância de 
hábitos de vida saudáveis;
•  Selecionar pacientes para programa estruturado de 
Perda de Peso. 
É ÚTIL PORQUE: A obesidade é um problema de saúde 
pública, uma epidemia de saúde global. De acordo com a 
Organização Mundial de Saúde, a obesidade em todo o 
mundo dobrou desde 1980. No mundo todo, nós teremos 
até 2025 cerca de 2,3 bilhões de adultos com excesso de 
peso, sendo mais de 700 milhões, com obesidade. O 
número de crianças com sobrepeso e obesidade poderá 
chegar a 75 milhões, caso nada seja feito.
O sobrepeso e a obesidade estão associados a um 
aumento significativo da mortalidade e estão 
intimamente relacionados com alterações metabólicas no 
organismo, as quais podem se manifestar na forma de 
elevação da pressão arterial, colesterol e triglicérides, 
além de aumento da resistência à insulina. Dessa forma, o 
risco de manifestações de doenças cardíacas 
coronarianas, acidente vascular cerebral isquêmico, 
dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2 aumenta 
substancialmente com o aumento do índice de massa 
corporal (IMC). Além disso, o risco de doenças hepáticas, 
respiratórias e várias neoplasias estão aumentados em 
indivíduos obesos e com sobrepeso. 
Os benefícios da perda de peso são imensuráveis e 
repercutem nos aspectos psicológico, clínico, humanístico 
e econômico. 
 
Os serviços de rastreamento e educação em saúde para 
pacientes com sobrepeso e obesidade são úteis para 
conscientizar quanto a importância da mudança de 
hábitos de vida. Além disso, representam uma importante 
via para divulgação dos serviços farmacêuticos e seleção 
de pacientes para um programa estruturado de perda de 
peso.
FERRAMENTAS UTILIZADAS EM UMA CAMPANHA:
Em uma campanha de conscientização sobre a 
obesidade na farmácia, para triagem e avaliação 
metabólica dos pacientes podem ser utilizadas as 
seguintes ferramentas:
Cálculo do IMC – O cálculo do índice de massa corporal 
permite estimar a taxa de gordura corporal de um paciente 
e apresenta boa relação com a incidência de doenças 
cardiovasculares e mortalidade. Trata-se de um método de 
“estimativa” simples e fácil, que tem por base dois 
parâmetros objetivos: o peso e a altura. O IMC pode ser 
calculado através da seguinte fórmula:
Apesar do IMC ser amplamente utilizado e apresentar boa 
aplicabilidade na maioria dos pacientes, ele apresenta 
algumas limitações:
•  Não distingue massa gordurosa de massa magra, 
podendo subestimar o grau de gordura em indivíduos 
idosos, em decorrência de sua perda de massa muscular 
associada ao envelhecimento, e superestimar em 
indivíduos que estão acima do peso, mas que possuem 
muita massa muscular (por exemplo, atletas 
profissionais ou fisiculturistas);
•  Não reflete, necessariamente, a distribuição da gordura 
corporal, a qual é importante na avaliação de sobrepeso 
e obesidade, visto que o acúmulo de gordura intra-
abdominal é um fator de risco potencial para doenças, 
independentemente da gordura corporal total.
Essas limitações justificam a avaliação complementar, por 
meio de dois parâmetros: circunferência abdominal e 
composição corporal (bioimpedância).
Clínica
IMC	
   Peso	
  corporal	
  (em	
  kg)	
  /	
  altura	
  (em	
  metros)	
  ao	
  quadrado	
  
FERRAMENTAS UTILIZADAS EM UMA CAMPANHA:
Circunferência abdominal / da cintura – A associação da medida da circunferência abdominal com o IMC pode oferecer 
uma forma combinada de avaliação de risco e ajudar a diminuir as limitações de cada uma das avaliações isoladas. A 
circunferência abdominal é uma medida da gordura do abdômen e fornece informação sobre risco que não é contabilizado 
pelo IMC. Esta medida pode ser feita em uma campanha de saúde, por exemplo, naqueles pacientes com IMC em 
sobrepeso ou obesidade.
A avaliação da circunferência abdominal deve ser realizada com fita antropométrica de uso profissional, no ponto médio 
entre a crista ilíaca e o rebordo intercostal. Pode-se padronizar a medida pela altura do umbigo do paciente.
2 Assistência Farmacêutica Avançada | Abrafarma | contato: projetofarma@abrafarma.com.br 
Distribuição corporal – Se você conta com uma balança de bioimpedância portátil, a análise da composição corporal é 
uma terceira avaliação complementar útil. Ela permite uma estimativa mais fidedigna da taxa de gordura corporal, e 
apresenta excelente correlação com desfechos clínicos. Pode ser feita como avaliação mais específica, por exemplo, em 
pacientes com IMC e circunferência abdominal acima do desejado.
Nesse método a análise da composição corporal tem como base a medida da resistência total do corpo à passagem de uma 
corrente elétrica. Os componentes corporais oferecem uma resistência diferenciada à passagem da corrente elétrica. Os 
ossos e a gordura constituem um meio de baixa conectividade, ou seja, uma alta resistência à corrente elétrica. Já a massa 
muscular e outros tecidos ricos em água e eletrólitos, são bons condutores, permitindo mais facilmente a passagem de 
corrente elétrica. Antes da realização da medida, é necessário digitar no equipamento a idade, altura e gênero do 
paciente. Após a entrada dos dados, o paciente deve ser orientado a retirar o calçado e as meias, subir na balança e 
segurar o visor em ângulo de 90ºC, conforme a ilustração a seguir.
Crédito da imagem: OMRON Brasil.
Crédito da imagem: Abrafarma, 2016.
FERRAMENTA: 
Campanha contra obesidade na farmáciaClínica
COMO INTERPRETAR OS RESULTADOS:
3 
VALORES DE REFERÊNCIA PARA IMC E CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL
IMC Classificação Interpretação
1 Menor do 18,5 Abaixo do peso Pode ser uma característica pessoal, mas pode ser um sinal de 
desnutrição. Avaliar individualmente.
2 Entre 18,6 e 24,9 Peso normal IMC normal. Educar quando a importância da manutenção de 
hábitos de vida saudáveis para manutenção do peso.
3 Entre 25 e 29,9 Sobrepeso / pré-obesidade Risco um pouco aumentado para doenças cardiometabólicas. Educar 
sobre a necessidade de mudanças em hábitos de vida (dieta + 
exercícios) para alcançar peso adequado. Convidar paciente para o 
programa perda de peso.
4 Entre 30 e 34,9 Obesidade grau 1 Risco aumentado para doenças cardiometabólicas. Frisar a 
necessidade de mudança imediata, mesmo se exames e/ou 
parâmetros físicos normais. Educar sobre a necessidade de 
mudanças em hábitos de vida (dieta + exercícios) para alcançar peso 
adequado. Indicar programa farmacêutico para perda de peso.
5 Entre 35 e 39,9 Obesidade grau 2 Risco muito alto para doenças cardiometabólicas. Frisar a 
necessidade de mudança imediata, mesmo se exames e/ou 
parâmetros físicos normais. Educar sobre a necessidade de 
mudanças em hábitos de vida (dieta + exercícios) para alcançar peso 
adequado. Indicar fortemente programa farmacêutico para perda de 
peso.
6 Acima de 40 Obesidade grau 3
COMBINANDO O IMC COM A CIRCUNFERÊNCIA DA ABDOMINAL
 Circunferência Abdominal
Risco de complicações cardiometabólicas* IMC (Kg/m2) Homem: 94-102 Homem: > 102
Mulher: 80-88 Mulher: > 88
Baixo peso <18,5 Sem risco associado Sem risco associado
Peso normal 18,5-24,9 Sem risco associado Aumentado
Sobrepeso 25-29,9 Aumentado Alto
Obesidade >30 Alto Muito alto
VALORESDE	
  REFERÊNCIA	
  PARA	
  DISTRIBUIÇÃO	
  CORPORAL	
  –	
  MÚSCULOS	
  E	
  GORDURA	
  
Sexo	
   Idade	
   Gordura	
  corporal	
  (%)	
  
Baixa	
   Normal	
   Alto	
   Muito	
  alta	
  
Masculino	
   20-­‐39	
   <	
  21,0	
   21,0	
  -­‐	
  32,9	
   33,0	
  -­‐	
  38,9	
   ≥	
  39,0	
  
40-­‐59	
   <	
  23,0	
   23,0	
  -­‐	
  33,9	
   34,0	
  -­‐	
  39,9	
   ≥	
  40,0	
  
60-­‐79	
   <	
  24,0	
   24,0	
  -­‐	
  35,9	
   36,0	
  -­‐	
  41,9	
   ≥	
  42,0	
  
Feminino	
   20-­‐39	
   <	
  8,0	
   8,0	
  -­‐	
  19,9	
   20,0	
  -­‐	
  24,9	
   ≥	
  	
  25,0	
  
40-­‐59	
   <	
  11,0	
   11,0	
  -­‐	
  21,9	
   22,0	
  -­‐	
  27,9	
   ≥	
  28,0	
  
60-­‐79	
   <	
  13,0	
   13,0	
  -­‐	
  24,9	
   25,0	
  -­‐	
  29,9	
   ≥	
  30,0	
  
Sexo	
   Idade	
   Músculo	
  (%)	
  
Baixa	
   Normal	
   Alto	
   Muito	
  alta	
  
Masculino	
   18	
  -­‐	
  39	
   <	
  33.3	
   33,3	
  -­‐	
  39,3	
   39,4	
  -­‐	
  44,0	
   ≥	
  44,1	
  
40	
  -­‐	
  59	
   <	
  33,1	
   33,1	
  -­‐	
  39,1	
   39,2	
  -­‐	
  43,8	
   ≥	
  43,9	
  
60	
  -­‐	
  80	
   <	
  32,9	
   32,9	
  -­‐	
  38,9	
   39,0	
  -­‐	
  43,6	
   ≥	
  43,7	
  
Feminino	
   18	
  -­‐	
  39	
   <	
  24,3	
   24,3	
  -­‐	
  30,3	
   30,4	
  -­‐	
  35,3	
   ≥	
  35,4	
  
40	
  -­‐	
  59	
   <	
  24,1	
   24,1	
  -­‐	
  30,1	
   30,2	
  -­‐	
  35,1	
   ≥	
  35,2	
  
60	
  -­‐	
  80	
   <	
  23,9	
   23,9	
  -­‐	
  29,9	
   30,0	
  -­‐	
  34,9	
   ≥	
  35,0	
  
*Risco	
  para	
  desenvolvimento	
  de	
  diabetes	
  Rpo	
  2	
  e	
  doenças	
  cardiovasculares.	
  Fonte:	
  ABESO.	
  
Assistência Farmacêutica Avançada | Abrafarma | contato: projetofarma@abrafarma.com.br 
FLUXO DE ATENDIMENTO DO PACIENTE DURANTE A CAMPANHA:
4 
BIBLIOGRAFIA:
Cassyano J Correr
Farmacêutico. Coordenador do projeto Assistência 
Farmacêutica Avançada, da Abrafarma. Doutor em 
Medicina Interna. Professor e pesquisador da 
Universidade Federal do Paraná (UFPR). Co-fundador do 
ClinicaRx – Sistema farmacêutico para farmácias e 
consultórios.
Walleri Reis
Farmacêutica. Mestre em Ciências Farmacêuticas. 
Cursou residência em Atenção Hospitalar na área de 
Cardiologia. Atualmente é doutoranda em Ciências 
Farmacêuticas e tutora do ambulatório de atenção 
farmacêutica do Hospital de Clínicas da UFPR.
ELABORAÇÃO:
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e 
da Síndrome Metabólica Diretrizes brasileiras de 
obesidade 2016 / ABESO - Associação Brasileira para 
o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. – 
4.ed. - São Paulo, SP, 2016.
Abrafarma. Manual Perda de Peso 2016/2017. 
Curitiba: Practice Editora, 2016.
REALIZAÇÃO:
Assistência Farmacêutica Avançada | Abrafarma | contato: projetofarma@abrafarma.com.br

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